Fanfics de Dom Casmurro - Tag Bentinho

Desafio Dos 100 Temas ❘❘ Dom Casmurro

❝ Olhos de cigana oblíqua e dissimulada, o que infernos isso deveria significar? Tenho toda certeza que não se enquadra em um elogio, mas ainda insistem em atribui-los a minha pessoa.

Dissimulada são as vozes na cabeça de Bentinho. ❞

Bentinho sempre pensou que amava Capitu.

Mas estava enganado.

E, também nunca pensou que iria se arrepender nas suas escolhas, de vida e no amor.

Ledo engano.

"- Quem é você? Por que se escondes?- Gritei para a criatura curvada atrás do arbusto e corri até o ser a fim de descobrir quem era.
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"- Você não precisa se cortar.- falei com o timbre da voz calmo e com o olhar sereno fixo no dela. - Só irá fazer mal a ti!- abaixei suas mãos macias."
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"- Amo-ti - Exclamou sorrindo radiante enquanto me olhava de um jeito que fez minhas pernas ficarem bambas e minhas mãos suarem de forma extremamente rápida."
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"- A moça morreu - disse por fim o homem com o semblante triste - Sinto muito, senhor"
XXX
É engraçado como o coração prega peças, não é?

Escobar era diferente de Capitu.
Escobar era o dono de Bento Santiago.

Um miniconto erótico de Dom Casmurro.

A cena era simples: Escobar na igreja, esperando, olhando Bentinho.

Era apenas mais uma tarde chuvosa no seminário, e Bentinho estava quase a dormir.

Por trás de uma amizade tão forte, alguns segredos de adolescência foram omitidos pelo nosso bondoso e inocente Bento Santiago. Em noites tão frias, dois corpos tão quentes não poderiam resistir a se enroscarem sob o pretexto da boa e velha curiosidade. Tudo por causa de uma única noite em particular, em que o belo e de olhos fugitivos Escobar teve de tomar a iniciativa...

Era sábado pela manhã, e Bentinho, sonolento e deitado no chão, Escobar deitado ao lado dele e indo e vindo de estar acordado e estar dormindo, não queria ir para casa. Claro, ele deveria ir; sabia que sua mãe o esperava. Mas ele não queria: estar ali, jogado no chão com Escobar, os raios de sol da manhã banhando os dois de maneira gentil.

Era como se houvesse raízes em seus pulmões, tomando sua carne, usando seu sangue como nutrição, seu caule longo por sua garganta, florescendo por fim em sua boca. O gosto metálico de sangue na sua língua era desagradável, enquanto ele recolhia os cravos amarelos que ele havia vomitado na grama do jardim do seminário. Era uma distração de ter que voltar para seu quarto vazio, aonde ele sabia que seu coração se partiria ainda mais.

Em um lapso temporal não explicado e sem qualquer intenção de algo além de uma linha reta e hipotética, Ezequiel De Souza Escobar concede uma entrevista exclusiva a consagrada Iraci Bragança, para a rádio Anagrama 125.47 no ano de 1.994, em busca de esclarecer a famosa pergunta que todos sempre fazem: E Capitu? Traiu ou não traiu afinal?

— Baseado na obra de Machado De Assis, Dom Casmurro;
— Feito com base nas vozes da minha cabeça por conta de um trabalho de escola;
— A capa é uma imagem que eu peguei do Google mesmo;

Foi naqueles olhos oblíquos e dissimulados que Bento Santiago havia conhecido o amor e o ódio, foi naqueles belos olhos que lembravam o mar de ressaca que ele havia conhecido sentimentos tão complexos e diferentes, mas que sempre andaram lado a lado desde os tempos mais primórdios da humanidade.

Foi em seus lábios que ele conheceu o sabor de cocada que tanto remetia a sua doce infância que compartilhava com a sua amada e aquelas palavras sedutoras que sempre saía de seus lábios.