Fanfics de O Morro dos Ventos Uivantes com Edgar Linton

"... Descobri, tarde demais, quando partiu, que minha vida não tinha parco sentido.
Que meu afeto por Edgar era falso. Apenas uma ilusão sombria e nefasta.
Que minhas ambições eram puro egoísmo.
Que Heathcliff era tudo para mim..."

O vento uivava ao redor do Morro dos Ventos Uivantes, sussurrando segredos antigos e misteriosos que rondavam aquele palacete antiguissimo dos meados do século XIX. As colinas desnudas eram como cicatrizes na paisagem, marcadas por uma história de paixões ardentes e tragédias insondáveis. Naquela terra desolada, dois destinos estavam prestes a colidir, como se o próprio universo conspirasse para unir duas almas perdidas, em períodos diferentes.
No átrio da sombria mansão, erguia-se um espelho antigo, um relicário do passado que refletia a dualidade do presente e do futuro. De um lado, um jovem mouro de olhos sombrios, Heathcliff, cuja existência estava envolta em mistério e dor. Do outro, uma jovem escritora de espírito livre, Charlotte King, uma mulher cuja paixão pelas palavras a levava a explorar os recantos mais profundos da alma humana e as paixões vindouras.
Ambos eram como faces opostas de uma mesma moeda, ligados por um elo invisível que transcendia o tempo e o espaço. Não eram estranhos, mas sim partes intrincadas um do outro, como peças de um quebra-cabeça destinadas a se encaixar.
Heathcliff, com sua intensidade enigmática, vagava pelos corredores sombrios da mansão. Ele era um estranho naquela casa, um homem cujas origens eram tão obscuras quanto a noite sem estrelas. Seus olhos escuros eram janelas para uma alma atormentada, e seu coração, endurecido pelo sofrimento, ansiava por algo que ele mal compreendia.
Charlotte King, por outro lado, estava sentada à sua escrivaninha, mergulhada em seus pensamentos rápidos e palavras rápidas. Seus cabelos louros caíam como uma cascata sobre os ombros enquanto ela escrevia com uma paixão que queimava como fogo. Ela não pertencia àquele mundo sombrio, mas estava prestes a ser arrastada para dentro dele de uma maneira que jamais imaginara.
O vento, como um mensageiro do destino, trouxe o encontro inevitável. Naquele átrio, sob o olhar do espelho ancestral, Heathcliff e Charlotte se cruzaram pela primeira vez. Suas almas, cada uma com suas cicatrizes e segredos, reconheceram-se instantaneamente, como se tivessem sido separadas por séculos, mas finalmente se reencontrando.
Nada poderia ter preparado essas duas almas opostas para o que estava por vir. Em suas jornadas pessoais, descobriram que não eram apenas Heathcliff e Charlotte, mas sim fragmentos de algo maior, algo que transcendia o tempo e o espaço. E, à medida que seus destinos se entrelaçam, eles começaram a desvendar os verdadeiros mistérios de quem eram e o que estavam destinados a ser.


(Heathcliff e Charlotte King/ Wunthering Heights, universo alternativo)

Morro dos ventos uivantes era o nome da residência do senhor Heathcliff. "Uivante" era adjetivo provinciano significativo, que descrevia a confusão atmosférica à qual aquela região estava em exposta em dias de tempestade. Lá, de fato, devem soprar o tempo todos ventos puros e revigorantes: pode-se adivinhar a força do vento norte soprando sobre a propriedade por conta do ângulo.