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História Our Sweet End - Capítulo 5


Escrita por: KozlovskyD

Notas do Autor


ouçam músicas agitadas/que remetam uma guerra ou alguma coisa do tipo a partir da seção 8, deixa a leitura mais emocionante :3
~ O capítulo seguinte vai ter mais emoções, irá compensar este, prometo

Capítulo 6 - Capítulo 5


 

Vê-lo trazer seus poucos pertences e os colchões que compunham sua cama para meu quarto me causava uma animação engraçada. Ajudei-o a organizar tudo e, quando caímos na cama, foi desconcertante ver que em seu rosto não havia sequer um quarto da felicidade que eu sentia.

Franzi a testa.

- Qual é o problema? – questionei. Kentin estava sentado nos colchões, as costas encostadas na parede e o olhar distante, uma expressão insatisfeita.

Ele primeiro negou com a cabeça, depois resolveu me explicar o que havia.

- Eu estava... estava pensando. Você não acha que, talvez, Dakota esteja certo em ir embora?

Arqueei uma sobrancelha, sem compreender diretamente o que ele queria dizer com aquilo.

- Esse seria um “talvez”, muito talvez, não é? – indaguei.

- Estou falando sério. O que quero dizer é que ele tinha razão quanto ao lance de o grupo ser muito grande e a comida agora não ser tão garantida como achávamos que pudesse ser. Não estou dizendo para nos separarmos e nos dispersarmos, mas nossos mantimentos vão mesmo acabar logo, logo. Ele não foi tão idiota em nos deixar, se você parar para pensar. – Kentin encarou-me, como que para ver se o que ele dizia fazia algum sentido para mim. Era amargo admitir, mas fazia sentido.

Fiz que sim com a cabeça.

- É, é mesmo. Mas acho que ainda conseguimos segurar algumas semanas aqui, não?

- Conseguir, nós conseguimos. – respondeu ele. – Mas seria mais seguro nos garantir antes de entrarmos em, você sabe, “estado de alerta”. Quer dizer, quando a comida acabar, é melhor que estejamos todos próximos de renová-la do que termos que sair correndo para encontrar mais, sabe?

- Aham. É, tem razão. – ele tinha mesmo. Que droga. A partir dali, começaria a ser pra valer. A brincadeira de casinha estava terminando. Pensar nisso me fez querer aproveitar o que poderia ser minha última noite tranquila.

E, sem ter ideia que aquela seria mesmo minha última noite de tranquilidade, sentei-me no colo dele e coloquei minhas mãos atrás de sua nuca para beijá-lo.

 

8

 

Eu não sei como aquilo começou.

Não sei como conseguiram escancarar o portão daquele jeito sem que ninguém na escola percebesse.

Não sei como arranjaram toda aquela carne e muito menos como tiveram a frieza de espalhá-la por todo o pátio.

Não sei como conseguiram abrir as portas principais pelo lado de fora sem arrombá-las ou quebrá-las, porque eles não tinham as chaves.

Não sei como conseguiram atrair tão rápida e silenciosamente aquela quantidade de zumbis para um lugar só.

Tudo o que eu sei é que, quando Castiel começou a bater com urgência na minha porta, já havia uma das coisas arrastando os pés em sua direção. Quando ele percebeu isso, virou-se e golpeou-a com um enorme pedaço de cano que tinha em mãos. Escancarei a porta e joguei-me para fora do quarto.

- Mas que porra está...? – olhei os dois lados do corredor. Nathaniel passou correndo enquanto recarregava sua carabina, sequer pareceu nos ver ali.

Kentin apareceu atrás de mim, fazendo o possível para transmitir um olhar duro ao ruivo enquanto distribuía suas duas pistolas pelo cinto.

Castiel chamou-nos para segui-lo com um gesto de cabeça.

- Vocês vão entender. Venham rápido.

Rapidamente, peguei minha escopeta e meu revólver, ao lado dos colchões, e meti toda a munição que encontrei nos bolsos. Não me dei tempo de calçar ou vestir qualquer coisa, eu e Kentin descemos com a roupa do corpo – a camisa e a calça de sempre, eu não sabia mais qual era a sensação de vestir um pijama para dormir havia muito.

Descemos correndo as escadas e paramos no pé dela, atrás da barreira que nossos outros amigos haviam formado, um ao lado do outro, ali na entrada do corredor, enquanto pareciam não digerir a cena que se reproduzia à sua frente.

 

Puta. Merda.

 

Aquilo era inacreditável. O corredor estava infestado. Totalmente lotado de zumbis zanzando ao mesmo tempo em direções diferentes, trombando-se uns contra os outros e seus cheiros não atrativos, como uma infestação de insetos, repetindo um monte de pequenos movimentos ao mesmo tempo.

Não pudemos esperar ou pensar. Juntamo-nos aos outros, que formavam uma espécie de fila, um ao lado do outro e, como se esperassem pelo comando, só iniciaram os disparos quando Kentin deu um berro, libertando-os do choque.

Foram longos minutos e munição demais sendo gasta, mas, finalmente, conseguimos aniquilar a maioria e tornar o corredor acessível. Passei correndo sem esperar que minha visão se recuperasse do show de fogos que acabara de acontecer na nossa frente e fui até o pátio, desviando de cada coisa morta que tentava seguir meu cheiro.

Eu nunca havia visto tantos zumbis naquele pátio na minha vida. Sequer sabia que conseguiriam caber tantas criaturas naquele espaço, por mais amplo que fosse.

Mas não havia tempo para pensar. Um segundo a mais e uma das coisas fincaria os dentes podres no meu braço.

Ao fundo da paisagem do terror, uma sombra se destacou pulando o muro tentando fugir, mas outra alcançou-a e puxou-a de volta. Pela luz fraca do poste que atravessava a copa da árvore acima deles, reconheci Castiel tendo dificuldades de dominar a outra pessoa. Eu nem mesmo havia percebido que ele passara por mim, nem vira como.

- MABEKS! – a voz chamando por meu nome me fez olhar ao redor e ver o zumbi a centímetros de agarrar meu braço.

Tentei golpeá-lo com minha arma e o fiz desajeitadamente, o que não foi muito útil, pois só afastou um ou dois passos. Kentin surgiu não sei de onde e atirou certeiramente em seu ouvido, derrubando-o com um golpe.

- Será que dá pra prestar atenção? – gritou ele, projetando-se para cima de mim, depois se virou e correu na direção da árvore próxima de onde eu vira Castiel, aniquilando os zumbis que podia no caminho.

A descarga de adrenalina finalmente se liberou em meu corpo e eu fui atirando na cabeça de todas as coisas sem parecer de fato enxergá-las, tudo pareceu se desacelerar. Estava escuro, mas eu sabia onde estavam meus alvos exatos e fui abrindo caminho entre o mar de mortos-vivos até chegar perto (mas não o suficiente) do portão. O meu cheiro e o som dos tiros somente os atraíam cada vez mais.

- Será que alguém pode me ajudar, porra? – minha voz parecia não sair da minha garganta, mas sim de caixas de som distantes e em baixo volume.

O espectro de Nath surgiu ao meu lado e me ajudou a tentar expulsar a horda que começou a nos cercar rapidamente, vinda simultaneamente da rua e de dentro dos limites da escola, cercando-nos como formigas ao redor de um pedaço de doce.

- Temos que pará-los, levá-los para o outro lado, eles não param de entrar! – a voz dele parecia ainda mais distante do que a minha.

Precisávamos atraí-los para fora, era só. Mas, na posição em que estávamos, era impossível fazê-lo sem se afogar no grupo que vinha do lado de fora, um passo e eles nos devorariam se hesitação.

Continuamos disparando certeiramente enquanto eu tentava bolar alguma estratégia.

Uma sombra pequenina surgiu contornando os zumbis que nos cercavam, atraindo-os pelo cheiro forte do seu... sangue.

Melody estava ensanguentada e andava tranquilamente, sem fitar ninguém nos olhos, apenas desviando minimamente das coisas que chegavam mais perto de tocá-la. Tive a impressão de que a ouvia cantando baixinho uma canção de ninar. Nathaniel pareceu chamá-la, mas não conseguiu alcançá-la, mesmo tentando abrir caminho em sua direção.

Segui afastando os zumbis que se aproximavam, eles pareciam não ter fim, eu estava já em meus últimos cartuchos.

Minha escopeta falhou uma vez e por pouco o monstro mais próximo não agarrou meu braço, Nathaniel acertou sua cabeça no momento exato. Mas eles continuavam se aproximando, fechavam o círculo ao nosso redor, sem pressa nenhuma, torturando-nos com seus gemidos e olhos opacos. Meu coração batia tão rápido que incomodava.

Joguei a escopeta no chão e arranquei o revólver da parte de trás da calça, engatilhei-o e não hesitei antes de um só tiro.

A luz do poste do outro lado da calçada pareceu escurecer, assim como a iluminação que vinha dos distantes corredores e passava pelas portas de vidro.

Tudo se tornou uma confusão escura de disparos, grunhidos e gritos, embora eu de alguma forma soubesse que meu corpo ainda operava – Mabeks ainda estava ali, engatilhando, disparando e acertando. Repetidamente. Mas foi como se eu me perdesse, como se minha essência tivesse tirado uma folga naqueles preciosos momentos e me deixado em piloto automático. Os sons de repente mostraram o quanto eram ensurdecedores.

Quando dei por mim, os zumbis ao redor se desconcentraram num piscar de olhos, todos seguiam em direção a rua, exceto os mais próximos de mim, que aniquilei o mais rápido que pude.

Nathaniel deu um berro e abaixou a arma da mira com raiva – um zumbi estava a pouquíssimos centímetros de agarrar com suas mãos sujas o cabelo de Melody, que caminhava atravessando a rua lentamente (quase tanto quanto as criaturas), sendo seguida por quase toda a horda das coisas. “Eu não consigo!”, acho que foi o que ele disse.

 

Prendi a respiração, mirei, disparei e acertei a cabeça o zumbi, que espirrou algum fluido nojento nas costas e cabelo de Melody antes de cair como uma fruta madura.

 

- FECHEM OS PORTÕES! – ordenou uma voz, desesperada e apressada, imponente.

Leigh vinha correndo na nossa direção para fazê-lo, mas Nathaniel foi até ele e empurrou seu peito com força para impedi-lo.

- Melody está lá fora! – berrou ele. – Vocês não podem fazer isso! NÃO FECHEM A MERDA DOS PORTÕES!

Mas Castiel surgiu correndo ao meu lado, empurrou-me com o braço ao passar e o fechou a merda dos portões, com a ajuda de Kentin, que o alcançou no segundo seguinte.

- Melody está lá fora, ela está encurralada! – gritei eu, inutilmente agarrando o bíceps de Kentin, sem sequer perceber que a situação de Melody não tinha nada de involuntário.

Os portões se fecharam dividindo a horda em uma quantidade desigual, restando ainda poucas das coisas dentro do pátio que, todos juntos, conseguimos destruir em alguns segundos.

Quando os tiros cessaram, tudo pareceu ficar silencioso – embora eu acreditasse que seria possível ouvir ainda o som dos zumbis do outro lado da rua, mas nossos ouvidos estavam ainda dormentes pelo estrondo dos disparos.

Mesmo assim, o berro desesperado de Nathaniel soou alto e claro pelo pátio, ele começou a correr na direção do portão, mas Charlotte o conteve com um pouco de esforço.

Todos prenderam a respiração, tentando processar tudo o que acabara de acontecer. Nath pareceu ser o primeiro a fazê-lo, porque avançou a toda velocidade contra o pescoço de Castiel, sem hesitar um segundo sequer.

Sua expressão não escondia uma fração de toda a sua raiva, assim como seus punhos, que no chão socavam Cassy sem parar, até que ele finalmente conseguiu revidar, inverteu o jogo e segurou Nathaniel – embora seu rosto mostrasse que sua vontade não era apenas pará-lo.

- SEU FILHO DA PUTA! Como pôde fazer isso? – ver Nath usando aquele tipo de vocabulário era um tanto assustador, considerando sua postura de sempre. – Você fechou a porra dos portões, por que fez isso?! COMO VOCÊ PÔDE?

- Era ela ou nós! – respondeu Castiel, olhando Nathaniel de cima, segurando-o para que não o batesse mais.

Entretanto, ao ouvir aquela resposta, a raiva novamente pareceu fazer Nath mais forte e ele se desvencilhou do ruivo, acertando seu rosto de novo.

Dessa vez, Castiel finalmente perdeu a paciência – me admirava que tivesse demorado tanto – e revidou sem dó, os dois seguiram se batendo até Lysandre, Armin e eu corrermos até eles e tentarmos separá-los.

Segurar Castiel sozinha se mostrou uma tarefa difícil demais pra mim e, quando chamei Kentin, flagrei-o desviar assustado o olhar de seu próprio antebraço e cobri-lo com a manga da camisa apressadamente antes de correr até nós.

- Parem com isso. – disse Leigh, tentando pôr-se entre os dois. – É realmente lamentável o que aconteceu, mas não podemos deixar que isso nos separe.

- Cala porra da boca. – retrucou Nathaniel, que já havia parado de tentar resistir aos meninos que o seguravam. – Se fosse você, não estaria falando uma merda dessa.

Leigh respirou fundo, mas sua expressão não exibiu qualquer ofensa ou raiva, continuou serena como sempre.

- Sim, Nathaniel. No seu lugar, eu também não conseguiria lidar bem com isso. – não foram todos que perceberam, mas Leigh trocou um rápido olhar com Rosa enquanto falava e pensava sobre isso. – Mas eu tenho certeza que haveria alguém para me dizer isso. E, algum dia, eu teria de admitir para mim mesmo que era verdade. Precisamos continuar. Eu também já perdi muitos queridos nesse caos. Mas agora tem de ser assim. Nós perdemos, sentimos a dor, mas seguimos. Porque temos que seguir. É claro que você terá seu período de luto...

- O qual iremos respeitar. – completou Lysandre, elevando o tom de voz e olhando para Castiel.

- Sim. – concordou Leigh. – Mas Melody se sacrificou pelo grupo, foi um desejo que, pelo que ouvi, ela fez questão de deixar explícito.

- VOCÊ NÃO SABE O QUE SE PASSAVA NA CABEÇA DELA!

- Não, não sei. Mas sei que ela estava infeliz, Nathaniel. Era visível. Esse sacrifício foi o que ela precisava para se libertar.

Negando com a cabeça, Nath desvencilhou-se agressivamente das mãos de Armin e Lys com um movimento dos braços. Com uma última olhada feia para Castiel e uma colisão no ombro de Leigh quando passou, ele voltou para dentro da escola sem nenhuma palavra.

 

9

 

Dormir acabou não sendo uma tarefa fácil depois de tudo, mas o cansaço acabou me derrubando com força demais e foi impossível resistir.

Com os primeiros raios de sol, eu finalmente desisti da luta e adormeci sobre as arquibancadas do ginásio, onde eu e Kentin havíamos parado para descansar depois de averiguar se todo o terreno da escola estava realmente limpo.

 

O resumo da ópera: alguém queria nos foder.

 

 Todos tinham suas teorias do como e do porquê, mas o culpado era um ponto em comum em todas elas.

Castiel pegara Viktor quando ele tentava fugir saltando o muro da escola, justamente pelo ponto que costumávamos usar para entrar nos limites do lote. Os dois tiveram luta corporal, mas Cassy pensou tê-lo deixado inconsciente com uma coronhada, pois precisava ajudar os outros. Entretanto, quando foi verificar o lugar em que o deixara, o desgraçado havia fugido.

Não havia dúvidas de que fora coisa de Dakota.

Agora, a urgência de sairmos dali era ainda maior, pois os armários estavam vazios. O filho da puta roubara também parte da nossa comida, porque o resto estava armazenado em uma sala cuja única chave permanecia nas mãos de Lysandre.

Encontramos alguns animaizinhos mortos ainda em alguns cantos da escola, pois seu cheiro de carne atrairia os zumbis para perto.

E Melody não estivera em nenhum momento ensanguentada. Ela viera recolhendo esses animais para atrair ainda mais zumbis para perto dela, então se dirigiu para fora da escola, trazendo todos em sua direção e livrando-nos do aperto. Em nosso último contato visual, antes do fechamento dos portões, sua expressão era serena e aliviada, então o grande grupo de monstros se fechou ao seu redor como um enxame de insetos.

Nathaniel não saíra de sua sala desde então.

 

O acordo fora que teríamos de partir no dia seguinte e sem demora. Poderíamos ter tentado mais algumas horas de sono, mas, naquela noite, todos estavam energizados demais para voltar a dormir, então cada um resolveu trazer seus passatempos e afazeres diurnos para aquele momento.

Como sempre, vaguei pela escola falando com cada um e vendo se tudo estava bem. Troquei pouquíssimas palavras com Kentin antes de ele parecer sumir do mapa e se tornar impossível descobrir onde ele ou Charlotte estavam, pouco depois do que acontecera com os zumbis, os portões, Melody e Nathaniel.

Eu não me importava de que ele houvesse gritado comigo na hora da invasão. Havia sido no calor do momento e fora o que eu estava precisando para me ligar novamente, superar o choque. Ele já havia inclusive se desculpado.

Mas que tinha algo errado, isso com certeza.

Desistindo da minha busca, parei onde estava e me deixei levar pelo cansaço. Se não me engano, acabei adormecendo nas arquibancadas do ginásio, consegui algumas poucas horas de descanso antes que meu pesadelo começasse.


Notas Finais


(vou vender meu peixe, sim) Já deram uma olhada na minha outra fanfic? Ela é sobrenatural e o paquera é o Armin, só tem um cap postado pq sim, mas vai ser ainda mais tretosa que essa aqui, se alguém gostar.. deem uma conferida, é rapidinho <3


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