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História Falling in love for the last time. - Está explicado.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Boa noite, meninas. Desculpa a demora, vou tentar ser um pouco mais rápida como antes. Enfim, o capítulo está ai prontinho, não tenho muito o que falar hoje. Qualquer coisa já sabem, me chamem no Twitter. Façam uma boa leitura. Repito que qualquer erro, eu conserto depois quando perceber. SUAHSAUHSUAH Amo vocês. ♥

Capítulo 36 - Está explicado.


 

Estava me olhando no espelho uma última vez antes de descer para a coletiva. Encarei meu reflexo e pisquei duas vezes da forma mais lenta que consegui, aquele verde brilhante me fitando maliciosamente, como se eu fosse uma experiência totalmente revigorada. Desci o olhar e observei meus seios apertados no decote em V do vestidinho verde bebê que eu vestia. Uma fita em cetim branco formava um laço no canto direito embaixo dos seios. Ele era soltinho e fresco, não cobria mais que a metade das minhas coxas, algo bem tropical como o Rio de Janeiro.

Quase não usei maquiagem, não achei necessário, deslizei apenas um pouco de gloss transparente nos lábios e uma linha fraca de lápis ao redor dos olhos. Meu cabelo caindo em cachos abertos por meus ombros até o início da minha cintura. Estava perfeito daquele jeito, eu tinha certeza que Camila iria abrir aquele sorriso que me fazia tremer assim que colocasse seus olhos em mim. Você acha mesmo que eu estava me preocupando com lentes? Fotógrafos? Público? Não, eu estava me arrumando para ela, tudo o que eu fazia, eu fazia por ela.

Dei uma piscadela para o meu reflexo no espelho e sorri virando as costas, pegando o cartão de acesso sobre a cama e meu Iphone, saindo para encontrar as meninas. Todas estavam conversando animadamente no corredor, Jodi atrás delas rindo com um dos seguranças. Vasculhei o local com os olhos enquanto me aproximava, adivinha só por quem eu procurava? Abri um sorriso no canto dos lábios quando a encontrei encostada na parede, os braços cruzados embaixo dos seios cobertos por uma blusa de um ombro só na cor azul, seu quadril e quase nada de suas coxas enfeitados por um shortinho jeans desfiado, nos pés o inseparável all star branco. E os cabelos? Preciso mesmo falar sobre eles? Estavam lindos e cheios, jogados para o lado daquele jeito que me fazia e me fez suspirar quando parei em sua frente, ao lado de Normani.

: - Oi.

Eu disse baixinho para que apenas ela escutasse. Ganhei um sorriso em troca, um par de olhos castanhos descendo por meu rosto até os meus pés, um suspiro longo saindo de sua garganta quando seus olhos encontraram os meus novamente.

: - Oi.

Camila piscou um dos olhos para mim, sua língua rosada deslizando timidamente por entre seus lábios, e eu sabia que com aquele gesto ela queria a mesma coisa que eu: Um beijo. Mas...

: - Que bom que chegou, Lauren, já estão atrasadas à ... – Jodi ergueu a mão direita e verificou o relógio que tinha no pulso. – Dez minutos. Vamos descer logo.

: - Dormiu mais que a cama, Jauregui? Ou não dormiu? Você costuma ter insônia que eu sei.

Dinah disse com um pequeno risinho fazendo as meninas rirem conscientes da verdade. Estreitei meus olhos para ela e senti o braço esquerdo de Normani rodear a minha cintura.

: - Um pouco de insônia, verdade.

Falei enquanto deslizava a ponta do dedo indicador entre as sobrancelhas, meu rosto com certeza torcido naquela expressão cínica que eu sabia fazer muito bem. Começamos a caminhar para o elevador.

: - Insônia, né? Adoro esse tipo de insônia.

Normani sussurrou no meu ouvido e bateu de leve seu quadril no meu. Soltamos uma risada alta e sincronizada, meu rosto corando em seguida.

: - Depois te conto se quiser, Mani... Você está muito interessada ultimamente.

: - Com certeza, vou cobrar.

Sorrimos uma para a outra e nos calamos quando a porta do elevador se abriu. Entramos devagar ocupando o espaço apertado e... Sufocante. Camila parou em minhas costas, podia sentir sua respiração suave perto da minha nuca, contra o meu cabelo. Dinah estava ao lado dela, na frente de Jodi. Ally ao lado de Normani no canto esquerdo, um de nossos seguranças na nossa frente.

Elevadores... O que posso dizer sobre eles? Fechei meus olhos e sorri enquanto ele descia andar por andar, eu tinha certeza que Camila estava pensando no mesmo que eu, pois a ouvi rir pelo nariz atrás de mim, seus dedos puxando de leve a ponta dos meus cabelos. Nunca iria esquecer da noite em que ficamos trancadas dentro de uma caixa de aço como aquela. Você deve estar se perguntando o que aconteceu lá dentro, não é? Vai continuar se perguntando, da minha boca não sairá à resposta.

: - Elevadores... Sempre tão quentes, não é mesmo?

A voz de Dinah inundou o ambiente, o tom de sua voz completamente acusador e divertido. Nós continuamos paradas no mesmo lugar, não nos olhamos e nem nada, apenas rimos sem som algum, nossos corpos tremendo naquela risada silenciosa e cúmplice, algo incapaz da compreensão de Jodi e nosso segurança. Ambos suspiraram irritados quando a porta do elevador finalmente se abriu, revelando um saguão quase vazio. Abaixei a cabeça e neguei rapidamente.

: - Odeio elevadores.

Ally disse suspirando enquanto pegava na minha mão. Eu ri da carinha que ela fez e passei meus braços ao redor dos ombros dela.

: - Qualquer coisa eu estarei em um deles para lhe proteger com a vida, não se preocupe.

Beijei sua cabeça e esfreguei seus braços.

: - Não faça isso perto da Mila. – Sussurrou. – Ainda quero viver e ter meus filhos.

E como se ela adivinhasse, Camila passou ao nosso lado com o olhar fixo em meu rosto, seus olhos intensos marcados pelo delineador me fitando perigosamente. Se Camila era ciumenta? Era, e também era daquelas que paga na mesma moeda. Não importava se era Ally, Dinah, Normani ou o diabo, quando ela tivesse uma chance iria me devolver com intensidade.

Entortei minha cabeça para o lado e soltei os ombros de Ally, erguendo uma das sobrancelhas. Eu suspirei quando ela sorriu para mim, um sorriso de lábios fechados e irônico. Fiz um breve sinal de negação com a cabeça e deslizei os dedos pelo cabelo.

: - Ciumenta.

Eu disse sem som e Camz revirou os olhos, virando sua cabeça para frente e andando com mais pressa para a sala onde aconteceria à coletiva. Eu ri baixinho.

: - É, você arrumou uma briga para hoje, Laur. Espero que tenha sorte dessa vez.

Ally disse rindo ao me empurrar levemente pelo ombro.

: - Ore por mim, ok? Creio que irei precisar.

 

Eu me vi no meio de um labirinto interminável durante aquela coletiva de imprensa, nunca me senti tão desconfortável em toda a minha vida. Sentei-me em uma ponta, Camila na outra, nossos olhos não se cruzaram em nenhum momento, nem mesmo quando me perguntaram há quanto tempo eu estava namorando com ela.

O que eu respondi? A mentira, é claro. Usei da minha total concentração em um fôlego para responder que nunca havíamos namorado, que o quê começamos a ter terminou antes mesmo de voltarmos para Los Angeles. Seria muito bom se a tortura terminasse por ali, seria muito bom se eu pudesse parar de mentir e de me sentir horrível por isso. Mas as perguntas continuaram, uma pior que a outra, cada flash fazendo os meus olhos lacrimejarem, uma irritação crescente fazendo com que eu me mexesse o tempo todo na cadeira. Até que eles perguntaram o que não deveriam, tocaram no assunto proibido, usaram a palavra trancada, me causaram um reboliço no estomago.

Eu ouvi a pergunta sobre a minha sexualidade como quem escuta uma música ruim, quando torcemos o nariz para a letra sem significado e a melodia azeda. Camila respondeu primeiro, calma e categórica, disse um “não” tão convincente que até mesmo eu acreditaria na sua heterossexualidade se não tivesse passado aquela madrugada inteira transando com ela. Eu abriria um sorriso pelo pensamento se a bola não tivesse sido jogada pra mim, onde fiquei em silêncio por poucos segundos antes de dizer “Não, essa brincadeira não mudou minha sexualidade.”

Se eles acreditaram? Eu não sei, mas pararam com perguntas daquele gênero depois da minha resposta rude e estressada. O resto da coletiva seguiu pacífica, perguntas sobre nossa tour, sobre o Brasil, sobre os fãs, sobre o próximo CD. Eu passei o tempo todo com sorrisos fracos, tentando o meu melhor, mas fraquejando sempre que ouvia a voz de Camila. Uma vontade absurda de pegar aquele microfone e dizer em bom som para quem quisesse ouvir que não foi uma brincadeira, que não terminamos, que ela usava uma aliança com o meu nome dentro no anelar direito. Era como se eu estivesse tentando uma conexão mental com ela para dizer: “Você pode me ouvir?”  “Por favor, não se vá depois do que eu disse, chegue mais perto.” “Camz, você está me ouvindo? Eu amo você, estou me sentindo tão mal por ter dito isso, por estar mentindo.” “Ei, eu preciso do teu abraço agora, por favor.

Se eu sabia que tudo aquilo era apenas consequência do incômodo? Sabia, mas estava tão desesperada para interromper as mentiras que chegava a pensar que Camila pudesse a qualquer momento levar em consideração o que eu dizia. O medo nos faz pensar em qualquer coisa, em qualquer coisa para nos fazer balançar. Eu estava comprovando o que temia, estava comprovando que seria mais difícil do que foi da primeira vez.

Quando a coletiva acabou, tiramos algumas fotos juntas e agradecemos a algumas pessoas por estarem ali. Fomos avisadas de que teríamos o resto do dia e da tarde livre, que partiríamos para outro Estado no final da noite. Estava saindo da sala já quase vazia quando senti uma mão puxar o meu braço, virei o rosto e encontrei os olhos preocupados de Dinah.

: - Você está bem?

Perguntou-me enquanto me avaliava. Soltei um suspiro triste e sorri da mesma forma.

: - Um pouco incomodada, apenas. – Mordi o lábio inferior ao encontrar os olhos de Camila me fitando do outro lado do ambiente. – Normal por conta da situação, mas preciso me acostumar.

: - Daqui a pouco você está tirando de letra. Só não se deixe afetar, ok? Camila sabe, eu sei e as meninas sabem que tudo isso não passa de uma mentira. E é uma mentira necessária no momento, portanto coloque um sorriso cínico nesse rosto e levante a cabeça como sabe fazer. Estamos entendidas?

: - Nem precisa falar duas vezes.

Ela sorriu para mim e me deu um pequeno soco acima do seio direito, me empurrando para trás.

: - Eu posso fazer uma coisa pra você, se quiser. Mas farei apenas por quê estou com o coração apertado por conta dessa tua carinha de cachorro molhado.

Ergui as sobrancelhas e troquei o peso do corpo para a outra perna.

: - Dinah Jane boazinha? Que milagre, meu Deus. – Eu ri e ela me deu língua. – Mas, diga-me, o que você pode fazer por mim?

Dinah olhou para trás rapidamente antes de se aproximar mais um pouco, passando seus braços ao meu redor em um abraço fingido, usando como desculpa apenas para sussurrar em meu ouvido.

: - Eu posso distrair a Jodi por uns quinze minutos pra você ficar sozinha com a Mila em algum canto.

Pressionei o corpo de Dinah contra o meu em um abraço de verdade, sorrindo para Camila por cima de seu ombro. Se eu pudesse pegar DJ no colo, eu pegaria, o lado bom dela ser uma filha da puta na maior parte do tempo, é que ela era amiga na mesma intensidade.

: - Vai fazer isso mesmo?

Nos soltamos e abaixamos nosso tom de voz, os olhos de Dinah estreitos e seus braços se cruzando embaixo de seus seios.

: - É claro que vou, não existe nada impossível para Dinah Jane, você melhor que ninguém sabe disso. – Ela riu maravilhosamente. Gostava tanto daquela risada desprovida de receio. – Escutei hoje mais cedo quando desci para tomar café da manhã que a sauna fica vazia até a hora do almoço, um de nossos seguranças me disse aleatoriamente. Suba, se troque e corre pra lá. Eu vou mandar Camila fazer o mesmo e inventar uma desculpa bem cabeluda para a Jodi, deixa comigo.

: - Eu vou ficar te devendo essa. – Meu coração já estava mais do que acelerado por conta da ansiedade. – Obrigado.

: - Não por isso. Agora vai, são quinze minutos contados assim que as duas estiverem lá dentro, não vou aguentar segurar o zumbi mais tempo que isso.

: - Quinze minutos.

Foi tudo o que eu disse antes de me virar de costas e sair correndo para o meu quarto. No meio de toda aquela marcação, quinze minutos sozinha com Camila estava mais do que bom.

 

Camila POV.

 

Levei um susto quando Dinah me pegou pelo braço e me arrastou para um canto do saguão, dizendo no meu ouvido que Lauren estava me esperando na Sauna, que eu tinha menos de cinco minutos para subir e me trocar. Eu não sabia se agradecia a Dinah, se corria para o meu quarto ou se me despedia da fã que deixei falando sozinha. Cinco minutos depois eu estava vestindo um biquíni lilás com branco e o mesmo short jeans. Calcei chinelos, larguei o Iphone sobre a cama e desci da mesma forma rápida com a qual subi.

Vasculhei o saguão do hotel por completo, nenhum sinal de Jodi. Agradeci mentalmente por Dinah se dar ao trabalho para ocupá-la, caso contrário me mover fora de sua marcação seria quase impossível. Atravessei a área das piscinas e perguntei onde a sauna ficava localizada para um senhor sentado embaixo de um guarda sol. Falei em espanhol pausadamente para que ele entendesse, o que não foi muito difícil, já que rapidamente apontou com o dedo para o lado esquerdo, indicando um local um pouco afastado com uma grande porta de madeira clara.

Agradeci a gentileza e andei até lá em passos largos. Empurrei a primeira porta, empurrei uma segunda e finalmente entrei no ambiente quente e coberto de vapor, enxergar nitidamente se tornou um pouco difícil. Abri o zíper do meu short jeans e o desci por minhas coxas, o pendurando em pequenos ganchos em uma das paredes de madeira. Dei dois passos para frente forçando a visão, não tinha ninguém ali, bom, não que eu pudesse ver. Umedeci os lábios antes de chamar o nome mais do que familiar para mim.

: - Lauren?

Fui entrando mais naquele ambiente quente, meu corpo reagindo imediatamente ao forte calor.

: - Aqui.

Ouvi sua voz e virei à cabeça para o lado. Ela estava de pé encostada na parede do canto direito. Minha visão estava embaçada, mas enxerguei o biquíni branco maravilhoso que ela vestia. A parte de cima era apenas um bustiê sem alças, moldado perfeitamente em seus seios. Sorri e fui andando até ela, recebendo seus braços ao redor da minha cintura assim que me aproximei o bastante.

: - Você demorou.

Lauren disse com um sorriso pequeno no canto dos lábios.

: - Desculpe, eu me troquei o mais rápido que pude.

Me defendi subindo minhas mãos por seus braços. Ela estava completamente suada, completamente. Seus cabelos estavam presos em um nó maravilhoso no alto de sua cabeça, seu pescoço livre pelos fios e cobertos por gotículas de suor. Suas bochechas um pouco avermelhadas por causa do calor intenso, sua respiração levemente alterada, seus olhos brilhando atrás do vapor. Eu conseguia enxergar quase nitidamente por conta da nossa proximidade, por isso ergui a mão para secar sua testa molhada.

: - Está perdoada, mas só por conta do biquíni.

Eu ri baixinho quando ela desceu seu olhar por meu colo. Suspirei erguendo seu rosto para que ela pudesse me olhar nos olhos novamente. Passei o dedão por cima de seu lábio inferior e o massageei bem devagar, minha outra mão em seu pescoço.

: - Você está incomodada, não está? Conheço esse teu olhar.

Perguntei sentindo suas mãos subirem por minhas costas já úmidas, meu cabelo me causando um leve desconforto por estar grudando em minha nuca, em meus ombros.

: - Estou. – Ela suspirou fechando os olhos e encostando a cabeça na parede atrás dela. Observei sua testa se enrugar, suas sobrancelhas se erguendo para denunciar o tamanho do desconforto. Deslizei a ponta do dedo indicador entre elas para desfazer a expressão. – Eu tentei o meu melhor, Camz, mas acho que não me sai muito bem nisso. Aposto que eles não se convenceram do que eu disse, eu não deveria ter me afetado tanto. Desculpe se vacilei.

: - Ei. – Assim como fiz com seu lábio inferior, usei o dedão para massagear a veia saliente que pulsava em seu pescoço. – Você foi ótima, melhor do que eu pensei que seria. Se eles não se convenceram totalmente nessa coletiva, o que eu acho meio difícil, vão se convencer na próxima. Não fica agitada por conta disso, está bem? Você fez o teu melhor e eu estou orgulhosa de nós duas.

: - Foi tão estranho ter que dizer que o que temos foi uma “brincadeira”. Senti-me tão estranha, tão... Cúmplice de toda essa hipocrisia que insiste em nos encurralar.   

Sorri triste e respirei fundo. Aquela coletiva foi angustiante, Lauren tinha razão e motivos mais do que óbvios para se sentir incomodada, mas eu não podia permitir que ela se sentisse daquela forma. Não podia vê-la perder aquele sorriso hipnotizante todas as vezes que alguém a perguntasse sobre nós. Eu não iria deixar que ela se magoasse por estar mentindo para o mundo sobre quem amava. Eu iria protegê-la de qualquer sentimento fora do nosso padrão com unhas e dentes.

: - Não diga isso, você não é igual a essa gente. – Lauren abriu seus olhos e me fitou, sua garganta fazendo um rápido movimento de ondulação por conta da saliva que ela engoliu. – Quando tiver que mentir sobre nós de novo, lembre-se apenas que estamos fazendo isso para o nosso bem, não pense em nada mais além disso. Me promete?

: - Tenho outra opção? – Neguei com a cabeça e ela sorriu. – Prometo, então.

: - Isso. Agora vem cá. – Espalmei minha mão direita em suas costas e a puxei para mim, colocando nossos corpos suados por completo em um abraço bem apertado. Lauren largou o queixo em meu ombro e suspirou, sua respiração no pé do meu ouvido. – Não sei quanto tempo falta até que uma das meninas venha nos chamar, mas posso apostar que não é muito, portanto não vamos desperdiçá-lo com lamentações. Vamos aproveitar esse tempo sozinhas, teremos muito pouco desses momentos pelos próximos dias.  

: - Prometo que não vou falar mais nada.

Ela disse com uma pequena risada, arrepiando meu corpo por ter a boca tão perto da pele do meu pescoço. Fechei meus olhos perdida naquele abraço e subi minhas mãos por suas costas suada, seus músculos enrijecendo conforme eu deslizava meus dedos pela marca saliente de sua coluna. Preciso dizer que eu adorava a sensação de ter o corpo dela suado daquele jeito contra o meu, seu cheiro único delicioso mais forte do que o normal, nossas peles quentes como brasas grudadas sem qualquer centímetro de espaço.

Começamos a trocar pequenas carícias, as mãos deslizando sem qualquer empecilho pelas nucas, quadris, início das coxas, suas mãos firmes se enfiando entre minhas mechas de cabelo. Eu suspirei em total consciência de seu desejo, do meu desejo. Quando Lauren me pegava pelo cabelo daquele jeito só existia uma coisa no mundo que ela queria, e eu atendi o seu pedido sob um gemido baixinho quando juntei nossas bocas.

Não tínhamos muito tempo, nós sabíamos, por isso ela sugou minha língua para dentro de sua boca quase em desespero. Demos início a um beijo intenso e necessário depois de toda a pressão que enfrentamos. A apertei conta a parede e espalmei minhas mãos ao lado de sua cabeça, enfiando minha coxa entre suas pernas e me moldando nela. Passamos a noite inteira rolando na minha cama, mas nos beijávamos como se estivéssemos nos vendo pela primeira vez em três meses. Eu já estava gemendo entre seus lábios quando sua mão habilidosa se enfiou por debaixo do meu biquíni, apertando meu seio direito. Ela não aguentava, ela tinha que me tocar de forma mais intima sempre, ela tinha que mostrar que me desejava o tempo todo e eu amava tudo aquilo. Mordi seu lábio inferior e dei uma pequena chupadinha antes de separar nossas bocas, segurando sua mão em cima do meu seio, onde ela mantinha ali uma pequena sequência de apertos. Fitei seus olhos.

: - Você precisa parar. – Eu ri e grudei nossas testas, não queria mesmo que ela parasse, mas tinha que colocar um fim antes que resolvêssemos recomeçar nossa noite ali naquela sauna. – Tira a sua mão daí.

Lauren sorriu abertamente antes de beijar meus lábios de novo, de novo e de novo, finalizando com uma pequena mordida.

: - Se você parar de forçar sua mão em cima da minha, eu posso tirar, Camz.

Só então fui me dar conta de que estava forçando seus apertos em meu seio, e pior, estava acompanhando seus movimentos com minha mão. Meu rosto corou violentamente, minhas pernas estavam tão bambas que me escorei nela para não escorregar e me sentar no chão. Ela ria completamente divertida enquanto ajeitava o meu biquíni no lugar, me abraçando apertado logo depois.

: - Idiota. Não faça mais isso, eu acabo perdendo a noção das coisas.

Beijei seu ombro respirando fundo para sentir seu cheiro.

: - Eu gosto de provocar você. Aliás, eu te amo, estava sentindo falta de dizer.

Eu iria respondê-la, mas fomos interrompidas pelo barulho forte da porta se abrindo, nos separamos tão rápido que eu fiquei tonta quando me choquei contra a outra parede.

: - Mila? Lauren?

Ouvi a voz de Normani e logo vi sua silhueta coberta por um biquíni atrás de todo aquele vapor. Levei a mão até ao peito por conta do susto e respirei fundo, aliviada.

: - Aqui, Mani.

Eu disse enquanto Lauren ria nervosamente.

: - Ai, graças a Deus. Dinah disse para vocês voltarem agora, já passou de quinze minutos e não tem mais como segurar a Jodi lá.

: - Está bem, estamos indo. Obrigado por avisar, Mani.

Eu disse me dirigindo para a saída, Lauren atrás de mim. Normani abriu um sorriso malicioso quando chegamos perto o bastante dela.

: - Hmmm, estão tão suadas, estavam fazendo o que?

: - Normani, nós estamos em uma sauna se você ainda não percebeu. Iríamos suar fazendo ou não fazendo alguma coisa.

Eu sabia que Lauren estava rolando os olhos, por isso cai em uma gargalhada com a cara de frustrada que vi Mani fazer.

: - Que broxante, vim na esperança de interromper algo.

Foi a vez dela rolar os olhos, o que me fez a empurrar para trás pelos ombros.

: - Você está precisando de uma mulher, ou de um homem, vai saber. É muito feio interromper as pessoas nesses momentos, e pelo o que me lembro você fez isso na cozinha há pouco tempo.

: - Coisa que não perdoei e que não vou perdoar nunca.

Lauren alertou sob um tom de ameaça.

: - É uma bosta ser virgem, sério. Preciso mesmo de alguém, mas enquanto não encontro vou ficar aqui suando sozinha na sauna, não tem ninguém para suar junto comigo.

Mani fez um biquinho lindo, o que provocou a mesma reação em Lauren e em mim, demos ao mesmo tempo um beijo estalado nas bochechas dela, a fazendo rir.

: - Fique ai suando sozinha que nós já vamos, daqui a pouco a sargento está batendo aqui e ai já viu.

Puxei Lauren pela mão quando recebemos apenas um aceno de cabeça de Normani. Antes de sair eu me virei para ela e disse em um tom mais alto, quase não a enxergando mais no meio de todo aquele vapor.

: - Não pense muito em suar junto, Mani, ou vai acabar molhada de outra forma.

Lauren explodiu em uma gargalhada me puxando para fora, onde peguei meu short e ouvi Manibear gritar um “Vai pra merda, Camila” antes que estivéssemos sob a luz do sol do lado de fora. Eu amava aquela preta, gostava de irritá-la na mesma intensidade que Dinah gostava de irritar Lauren, era quase fetiche.

Passamos por Jodi sem problemas, ela não desconfiou de nada, Dinah fez um ótimo trabalho. O resto do dia se arrastou, como estávamos proibidas de sair do hotel, só iríamos poder visitar o Rio quando voltássemos para fazer o show. Nos reunimos no quarto de Ally quando a tarde caiu para assistir algum filme. E assistir o filme foi à última coisa que fizemos, comemos mais e falamos mais que qualquer coisa no mundo. As comidas brasileiras eram... Eu não conseguia parar de comer, era uma coisa mais gostosa que a outra. E os doces? Mordi um pedaço da torta que tinha na mão e suspirei.

: - Eu quero levar tudo pra casa, eu vou levar tudo. – Eu disse de boca cheia fazendo Normani rir. Ela bebia um copo de um suco avermelhado, parecia gostoso pela cara prazerosa que estava fazendo. – Eu quero todas essas comidas na nossa geladeira.

: - Então vamos contratar uma cozinheira brasileira, Mila, é mais prático.

: - Que seja, mas eu quero comer isso todos os dias. – Mordi outro pedaço. – E o que é aquele treco que chama pão de queijo? Gente, larguei a pizza, pão de queijo é minha nova comida preferida.

: - Eu me pergunto pra onde que vai toda essa comida. Vai pra bunda ao invés da barriga, né? Porque olha só pra isso... – Mani deu um pequeno tapinha na minha barriga descoberta por conta do top vermelho que eu vestia. Estava calor. – Mais lisa que a minha. Credo.

: - Mila é doente. – Ally riu mordendo um pedaço do pão de queijo, pão de queijo esse que eu comecei a desejar quando larguei a torta de lado. – E eu querendo só um pouco da bunda dela.

: - E eu estou querendo um pouco desse pão de queijo. Me dá um pedaço, é o último.

Fiz cara de cachorrinho na chuva e um pequeno beicinho.

: - Senhor amado, não se pode comer em paz que já tem gente de olho grande em cima. É pecado, sabia?

Ally estendeu a mão com o pão de queijo e eu levei a boca até ele, mordendo com vontade. Aquilo era muito bom, puta merda.

: - Agradeça por eu já estar cheia, Ally, se não tu ia ter que dividir comigo também.

Mani colocou o copo ao lado e deitou sobre o tapete felpudo do quarto, abrindo os braços. Me encostei na poltrona atrás de mim e fechei meus olhos enquanto mastigava, minha mão livre agarrada ao copo de coca-cola.

Você deve estar se perguntando onde Dinah e Lauren estavam, não é mesmo? Pois bem, as duas mocinhas estavam na varanda do quarto de Ally jogando algo com cartas, bom, eu sabia por quê Lauren tinha um baralho nas mãos. O problema era que elas gritavam e brigavam mais do que jogavam, Dinah alegando que Lauren estava roubando e Lauren alegando que Dinah que não sabia jogar.

Eu fiquei ouvindo tudo enquanto comia, minha expressão de tédio sabendo onde aquilo iria terminar. E terminou antes mesmo do previsto, eu tive certeza quando ouvi um barulho vindo da varanda, eu, Ally e Normani viramos a cabeça ao mesmo tempo na direção. Arregalei os olhos e prendi o riso na garganta quando ouvi a voz de Lauren, na verdade, seu grito.

: - DINAH, EU VOU TE MATAR. EU VOU ESFOLAR VOCÊ.

Em questão de segundos um som irritante de cadeiras se arrastando no piso me fez levar a mão até os ouvidos, pulamos para trás quando Dinah passou em disparada para dentro do quarto, esbarrando na porta de vidro e derrubando o copo de suco de Normani sobre o tapete. Lauren apareceu logo atrás, ela iria voar em cima da DJ se Normani não tivesse se colocado em sua frente, segurando sua cintura com os braços. Eu me levantei assustada, meus olhos vagando pelo rosto divertido de Dinah e pela expressão mortífera de Lauren.

: - Você estava me roubando no jogo, você mereceu. Ainda fui boazinha, ninguém nunca me roubou nada na vida, acha mesmo que eu iria te deixar me roubar em um jogo de baralho?

Mereceu o que? Só então fui me dar conta do por quê de toda aquela baixaria. Olhei Lauren dos pés a cabeça e levei a mão até a boca ao ver a camisa da Lana, isso mesmo, sua camisa preferida da Lana completamente manchada pelo mesmo líquido vermelho do suco que Normani bebia. E não era só a camisa não, o cabelo, o rosto e o short jeans claro curtíssimo que cobria seu quadril. Tudo respingado.

: - EU VOU... DINAH, A MINHA CAMISA PREFERIDA DA LANA, A MINHA CAMISA. EU QUERO ARRANCAR OS TEUS OLHOS, EU ESTOU...

Lauren praticamente se debateu nos braços de Mani, suas pernas agitadas fazendo com que ela pulasse em seu lugar. Aquilo sairia se lavasse, não sairia? Ally estava aterrorizada, Mani rindo horrores e eu... Ok, eu estava rindo também.

: - É pra você aprender a não ser desleal, Jauregui. Eu te avisei três vezes que se não parasse de me roubar iria beber a jarra de suco pelos poros, mas você continuou na deslealdade.

: - EU NÃO ESTAVA TE ROUBANDO, VOCÊ QUE NÃO SABE JOGAR. – Lauren apontava o dedo desesperada para Dinah, que ria completamente despreocupada. – EU VOU TE MATAR QUANDO EU TE PEGAR.

: - Lolo, para de gritar. – Eu disse quando toquei seu braço, fazendo com que Normani a soltasse para que eu pudesse olhar melhor o seu estado. – Vai chamar a atenção do hotel. E essa mancha vai sair com água e sabão.

: - Deixa ela gritar, Mila, pelo menos está gritando por quê quase morreu afogada com o suco, não por conta de um tapa na cara.

Eu sabia que Dinah estava fazendo tudo aquilo para implicar, como eu disse, ela adorava deixar Lauren completamente fora de si e eu admirava a facilidade que ela não se deixava abalar com todos aqueles rosnados da minha namorada. Até eu já estava ficando com medo. Ficando com medo e com dó, confesso que meu coração estava apertadinho por conta da carinha de desolada que ela fazia.

: - Treta Laurinah novamente, já estou apostando minhas moedas.

Normani se jogou sobre a cama rindo alto.

: - Vocês precisam parar com essas confusões.

Ally negou com a cabeça com um sorriso de canto.

: - Eu não estou acreditando que você fez isso. – Lauren passou a mão pelo rosto limpando vestígios do suco. – Se essa mancha não sair da minha blusa eu vou torcer todos os teus dedos, no pior dos casos Siope ficará viúvo antes do tempo.

: - Estou morrendo de medo. – Dinah revirou os olhos com o mesmo sorriso. – Se você ainda fosse ativa, eu tremeria um pouco na base, mas passiva desse jeito? Me poupe, Jauregui.

Eu me coloquei na frente de Lauren quando ela avançou novamente, usei toda a minha força para empurrá-la para trás.

: - JÁ CHEGA. – Gritei para ela em um tom sério, mas eu queria rir. Por mais que ela tornasse toda aquela situação mais séria do que o necessário, Dinah jamais deixaria o seu tom passar de diversão. Eu tinha a certeza disso, ela continuava rindo a todo momento enquanto Lauren rosnava a todo vapor. – Já chega, amor, parou. É só uma camisa e ela vai ficar novinha em folha quando for lavada. Para.

: - Ao menos dessa vez não foi feijão, se fosse feijão ia manchar.

DJ alfinetou se movimentando pelo quarto. Neguei com a cabeça e soltei Lauren do aperto dos meus braços, onde a vi passar voando para o banheiro batendo os pés no chão.

: - Vai atrás dela, Mila, dá um jeito.

Ally sorriu desconfortável e eu revirei os olhos. A bomba iria explodir nas mãos de quem? Nas minhas, como sempre.

: - Você também, em Dinah. Tinha que manchar logo a blusa da Lana? Se aquilo não sair ela vai ficar maluca, é a camisa preferida.

: - Ela estava me roubando. – DJ bateu o pé firme em sua teoria. – E não vai manchar, caso ocorra eu dou outra pra ela. Lauren é muito pavio curto, é o que mais me faz amá-la. Toda estressadinha.

Ela fez um gesto com as mãos e rolou os olhos. Nós rimos juntas e eu suspirei me afastando um pouco.

: - Vocês que se amam que se resolvam. Eu vou atrás da minha leoa brava, arrumem essa bagunça antes que Jodi apareça por aqui.

: - Sim senhora, chefe.

Normani bateu continência e se levantou da cama, onde tudo o que vi antes de entrar no banheiro foi à imagem das três rindo enquanto tentavam arrumar a bagunça.

Respirei fundo, estava colocando meus pés em um ninho de cobras, Lauren estressada era bala de canhão a todo fervor.

: - Amor?

Chamei baixinho enquanto entrava, meus pés descalços no chão gelado.

: - Pode me deixar sozinha.

Respondeu ríspida e curta, seu corpo debruçado sobre a pia do banheiro enquanto ela se concentrava em esfregar a blusa embaixo da água que caia livre da torneira. Sorri de canto e me coloquei ao seu lado, olhando seu rosto avermelhado antes de pegar a camisa de suas mãos junto com o sabonete.

: - Me dá, deixa que eu lavo pra você, vai tomar um banho.

Parecia que eu estava andando em um campo minado, tomando cuidado para não explodir as bombas.

: - Eu disse que quero ficar sozinha, Camila.

Respirei fundo sem tirar o sorriso do meu rosto, minhas mãos esfregando a camisa manchada com toda a calma do mundo.

: - Mas eu não vou te deixar sozinha, lolo. Tira esse short e esse sutiã molhado e tome um banho aqui mesmo no banheiro da Ally, eu vou buscar uma roupa limpa pra você.

: - Mas que merda. – Ela rosnou irritada arrancando o sutiã da frente dos seios com raiva. – Não tenho nem mais o direito de ficar sozinha. O que é? Resolveu fazer um complô com Dinah para me estressar?

: - Amor, me responde uma coisa?

Perguntei ignorando sua sessão de raiva.

: - Fala.

Lauren desceu o short e a calcinha por suas coxas, jogando em qualquer canto do banheiro. Torci a blusa para tirar o excesso do sabão.

: - Seu ciclo menstrual está próximo, não está? Quando é que tem que descer pra você?

Perguntei abrindo mais um pouco a torneira. Lauren bufou e entrou no Box.

: - Era pra descer ontem, mas não desceu. – Sorri negando com a cabeça. – E o que isso tem a ver, Camila? Por que minha menstruação tem que entrar na história? Eu só quero poder quebrar todos os dedos da Dinah.

: - Está explicado. – Eu disse mais para mim do que pra ela. Toda aquela raiva desnecessária começou a fazer sentido, e o único sentido se resumia em TPM. Terminei de tirar a mancha da blusa e fechei a torneira, torcendo para retirar a água. – Você e Dinah ficam nessas brincadeiras desde que se conhecem, amor, vai se estressar logo agora?

: - Eu não estava roubando, ela que não sabe jogar.

Observei a sombra de sua silhueta pelo vidro embaçado do Box, suas mãos correndo por seus cabelos.

: - Ok, acredito em você. – Andei até um pequeno ganchinho no final do banheiro e pendurei a blusa molhada nele. – Mas isso não importa, já tirei a mancha da camisa. Ficou brava à toa.

: - Eu tenho os meus motivos, Camila. E se for para ficar me irritando pode me deixar sozinha.

Têm mesmo, motivos inúteis causados pela TPM mais chata que você. Foi tudo o que pensei antes de enfiar a cabeça dentro do Box, sorrindo abertamente. O que Lauren não sabia é que sou uma pessoa de paciência muito grande, e se tratando dela a paciência precisa ser dobrada.

: - Ok, amor, têm seus motivos.

Ela nem me olhou, apenas continuou com a cabeça erguida deixando a água cair por seu corpo. Seus seios empinados de mamilos delicados movimentavam-se graciosamente conforme ela movia os braços para cima e para baixo. Se as meninas não estivessem no quarto eu já teria tirado a minha roupa e me juntado.

: - O que é que você tanto olha?

Perguntou depois de passar a mão pelos olhos, tirando o excesso de água.

: - Amo os teus seios. – Umedeci os lábios. – Posso dizer que minha boca encheu d’gua.

E olha que se encheu mesmo.

: - Camila... – Como o esperado, consegui arrancar um sorriso tímido no canto dos seus lábios, meu corpo vibrando quando o dela se aproximou, sua boca depositando na minha um pequeno beijinho molhado. – Não quer tirar essa roupa e me dar um banho?

A proposta era mesmo tentadora, mas totalmente inapropriada.

: - Hmm, eu adoraria, mas não podemos. – Chupei seu lábio inferior, pingos de água caindo do cabelo de Lauren para o meu cabelo. – As meninas estão no quarto e temos que arrumar as coisas para ir embora.

: - Vai mesmo me deixar com esse estresse?

Suas mãos molhadas já envolviam a minha cintura, seu corpo molhado se colando ao meu. Lutei na minha sanidade para afastá-la, uma risada rouca saindo minha garganta.

: - Lauren, tire suas mãos de mim.

: - Você me provoca e me manda tirar as mãos de você? Vai pra merda, Camila.

Sua boca estava descendo para o meu pescoço, meu corpo se arrepiando com o contato da língua quente na minha pele. Senhor, me ajuda. Eu pensei. A água quente do chuveiro caindo atrás dela, um leve vapor se formando dentro do Box. Eu precisava sair dali.

: - Sim, vai tirar suas mãos de mim e terminar esse banho sozinha. Eu apenas comentei, não disse que queria fazer algo.

A empurrei pelos ombros e beijei seus lábios. Ela me encarou incrédula. Meu corpo implorando para ficar livre das roupas. Se ela soubesse o tamanho da mentira naquela minha frase já estaria me apertando contra a parede e me fazendo dizer o contrário.

: - Está mesmo me rejeitando?

Mordi o lábio inferior e me afastei.

: - Estou, enquanto estiver nesse mau humor vai ter que se resolver sozinha. – Me estiquei para frente e selei seus lábios antes de sair do Box, um sorriso vitorioso em meu rosto quando ouvi Lauren bufar atrás de mim. Se ela pensava que me teria entregue a ela quando bem entendesse estava muito enganada. Eu iria mostrar que tinha o controle da situação nas mãos por tempo indeterminado, por mais que meu corpo demonstrasse outra coisa. – E se for fazer algo, não demore muito, vou buscar uma roupa pra você e espero que já tenha acabado quando eu voltar.

Mordi o lábio inferior e fui saindo do banheiro segurando uma risada. Eu podia ouvir o barulho oco de sua respiração afoita.

: - Você me paga, Camila. – Ri Baixinho. – Você e Dinah.

Sai do banheiro e fechei a porta atrás de mim, tendo noção que enfrentaria Lauren na pele de uma leoa pelo resto da semana, ou enquanto durasse toda aquela TPM. Se eu estava me doendo? Não, eu a deixaria mansa quando quisesse por meia hora ou mais, era questão de prática e paciência, e paciência eu tinha de sobra. 



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