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História Herança Veela - Cap 22 - Achamos um lugar.


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


TERMINEI! TERMINEI! TERMINEI! teeeeeermineeeeiii oshi, termineeei!

Nossa, essa capítulo foi difícil... Não por não saber o que tinha nele, na verdade era pra ter até mais coisa, mas aí eu reparei, assim... Ontem eu acho... Que ele já tava com o tamanho de dois capítulos normais e eu ainda queria enfiar mais coisa. Mas é que eu simplesmente não tinha tempo para terminar! Era para ter saído nas férias, pelo amor de deus! Mas então? Lembram daquele probleminha que sempre vem me visitar em férias e feriados? Poisé. Não podia faltar nessas também, não é mesmo? Aí depois as aulas começaram e esse bimestre é o mais curto do ano, o que faz com que os professores entrem em um período chamado pelos antigos de "fogus nu rabus" e eles simplesmente não param de marcar prova. Mas ta aí... Consegui, terminei essa bagaça... Nossa, agora finalmente vou poder fazer as coisas em paz *--* com a consciência limpa... Por que qualquer coisa que eu fazia eu pensava... Podia estar escrevendo... Eu ia dormir pensando em escrever, ia pra escola pensando em escrever, tudo que eu fazia era pensando nesse bendito capítulo que já tinha que ter saído faz tempo. Pronto. Postei, agora posso jogar meu pokémon x novo em paz *--* Eu queria ter postado ontem, que foi meu niver... O aniver é meu, mas quem ganha seu vocês!! Hue. Mas pelo menos não tá tão atrasado assim... Quero dizer, em relação a ontem e tals.

Bem, como estão seus lindos? Até esqueci de perguntar. Bem eu espero.

Vamos ao capítulo... Eu coloquei um textinho romantico nele, vocês vão perceber. Então, eu peguei de um site, não lembro qual. Então se você que fez, está lendo isso... Obrigada. Os direitos são todos seus ^^"' e quanto a musica.... Nossa, essa musica foi cagada... Quer dizer, eu terminei o capítulo e quis colocar uma musica, mas a primeira musica que eu pensei assim que terminei foi... Ai gente... e.e foi Start of Something New... É, do High School Musical... Eu sei eu sei, minha fic é gay, mas nem tanto assim. Aí eu tava me mordendo por colocar essa musica no capítulo, já tava tudo pronto eu tava só ajeitando pra postar... Mas ouvindo Halo, aí quando eu já tava ouvindo pela quarta vez eu falei "affe, não aguente mais ouvir isso aqui" Aí do nada eu ouvi, ouvi realmente a musica e pensei " CACETE! É isso! Caralho que cagada!" foi bem isso que eu pensei... Então eu troquei de musica, bem melhor né? Uhum. Bem melhor. A versão original é muito legal, obvio. Mas a da Charice pempengco também é e a da Ailee também, então estejam a vontade para ouvir qualquer uma delas.

É isso... Eu acho... Bem, beijos para vocês. Agora podem ler o capítulo... Bjs!

Capítulo 22 - Cap 22 - Achamos um lugar.



Cap 22 - Achamos um lugar.

Naquela tarde de chuva intensa, depois das aulas o tempo ainda não havia melhorado e a hora do treino de quadribol chegara. Harry teve que bater o pé para ir treinar aquela noite, já que Rony parecia ter encarnado sua própria mãe e não queria deixa-lo ir de jeito nenhum, considerando a chuva e a recente quase pneumonia que teve. 


Mas Harry não queria ter que faltar ao treino por causa de uma chuvinha besta — Lê-se quase tempestade — ou principalmente por que era a droga de um veela submisso que parecia ser feito de cristal e ia quebrar a qualquer ventinho que fosse. Ele não era assim, ele nunca foi, se recusava a ser agora. Ele ainda era Harry não é? O Harry ia aos treinos de quadribol não importasse o tempo que fosse. 


      — Hum... Harry, tem certeza de que é uma boa ideia? — Hermione falou, até agora ela só observara com um misto de diversão e concordância enquanto Rony estava quase o amarrando ao pé da cama para não ir ao treino. — E se você ficar doente de novo? Da ultima vez, você já ficou daquele jeito por pegar uma chuvinha de nada... E olhe agora! Está chovendo muito mais!


      — M-Mas Mione...! — O moreno tentou argumentar. — Eu fiquei doente daquele jeito por ter ficado com a roupa molhada e... E não ter ido a enfermaria depois.


      — Ah e quer dizer que não vai ficar um tempão no meio da chuva no treino? Ou de repente o estádio de quadribol ganhou um teto e eu não fiquei sabendo? — Rony exclamou cruzando os braços e Harry teve que rolar os olhos.


      — Ai ai ai, isso é má ideia Harry! — A garota falou e o menor a olhou suplicante para concordasse com ele. Não que ele precisasse disso, ia e pronto. Era crescido o bastante para tomar suas próprias decisões e iria sim se ele quisesse... Mas é claro que se seus amigos concordassem seria infinitamente mais agradável. Hermione o olhou pensativa por alguns segundos, então franziu a sobrancelha e mordeu levemente os lábios, indecisa. — Mas... Há tudo bem. Não me olhe assim Rony. Se você quer mesmo fazer isso, então é melhor vestir uma capa que cubra bem. E que tenha um capuz. Luvas... E meias grossas! Algumas blusas por baixo disso e se puder uma com gola alta pra proteger o rosto, se não tiver eu posso emprestar uma minha, acho que vai servir, não é? E eu vou enfeitiçar cada peça com um feitiço de impermeabilidade e de aquecimento também. Ok?


      — ... O que? — Ele se sentia bem confuso agora. Era... Ele precisava de... O que mesmo? Ok, então ele podia ir? Quer dizer, ela concordou? — Ahn... Ah! Tudo bem, eu... Eu acho que eu tenho isso sim. Então se eu vestir tudo isso está ok?


Ele disse quando seu cérebro finalmente fez as honras, e olhou para Rony que ainda parecia indignado com a garota, mas ela o olhou com uma cara que dizia "É melhor concordar." Então ele assentiu lentamente encarando a parede.


O menor sorriu feliz e subiu as escadas do salão comunal onde conversavam antes, no lugar de sempre perto da lareira. Entrou no quarto vazio e foi em direção ao lugar onde ficavam suas roupas. Pegou a melhor capa que tinha... Ou seja, a da escola, por que era a única mesmo, já que seus tios não tinham o mínimo motivo para comprar uma capa para Duda, já que ele não usava esse tipo de roupa e como ele só ganhava as roupas usadas de Duda... Pegou uma meia de seu tio que não era tão velha nem furada, e algumas blusas que conseguiu achar, menos uma com gola alta, talvez Duda ficasse ridículo assim. Tudo bem, ele usaria um cachecol. Então separou tudo em cima de sua cama e começou a se trocar ali mesmo, já que o quarto estava vazio.


Já havia tirado a calça do uniforme o suéter e tratava de abrir os botões da camisa quando um deles acabou se descosturando e caindo, rolando para de baixo da cama.


      — Não! — Ele exclamou para o botão, como se ele pudesse entendê-lo. — Ah, droga...
E praguejando baixinho ele se abaixou, esticando o braço de baixo da cama empoeirada. Então ouviu a porta sendo aberta e todo sangue em seu corpo gelou.


      — Harry você já está pron... Bunda...? — Bunda. Foi isso que ele teve que ouvir seu melhor amigo falando. Rony o vira de quatro, apenas de camisa, cueca e meias, com o bumbum empinado para tentar entrar de baixo da cama. E agora ele queria morrer de tanta vergonha. Entrar de baixo daquela cama definitivamente e se esconder lá com o botão para o resto da vida. Entrar naquele chão de madeira. 


O mais rápido que conseguiu se sentou no chão de forma atrapalhada e puxou o monte de roupas de cima da cama, caindo sobre suas pernas, então ele finalmente se obrigou a encarou Rony. O ruivo estava com a boca aberta e os olhos brilhando fixos onde sua... Seu bumbum deveria estar antes. Seu rosto já vermelho ficou roxo ao ver o volume nas calças do maior.


      — Rony... — Ele murmurou, tentando encontrar sua voz. — Rony!


Ele exclamou mais alto. Então, sem perder o olhar perdido o ruivo deu um passo a frente, então outro e mais outro. Chegando cada vez mais perto. Harry não conseguia se mexer, estava morto de vergonha, confuso e curioso sobre o que o outro estava fazendo agora. Não queria que ele chegasse mais perto, queria sair correndo, queria que o outro saísse correndo e que principalmente escondesse aquilo nas calças e parece de o olhar daquela forma.


      — Rony sai daqui, que droga! — Ele já começava a se irritar.


Mas aquela era a sua voz, e ele era um veela, sua voz fazia parte do que era, parte de seu encanto veela. Nada do que dissesse assim o faria recuar. Sentia seu coração bater nervosamente, já podia ver um leve brilho a sua volta. Não queria machucar Rony mas... Também não queria... Outra coisa.


Então quando o outro estava a apenas poucos passos de distancia, a porta se abriu novamente.


      — Posso saber por que estão demorando tanto? Vão perder o treino e... O que houve? — Hermione perguntou parada segurando a porta aberta.


Rony piscou ligeiramente, parando e olhando para o vazio. Então mais uma piscada lenta e seu olhos caíram em Harry, mas uma piscada, talvez seu cérebro estivesse tentando pegar no tranco. Olhou para trás e viu Hermione.


      — Hermi... Hermione? — Olhou para frente novamente, na direção do chão onde Harry se encontrava coberto de varias peças de roupa lhe tapando as pernas. — H-Harry...? 


E então olhou para baixo, na direção da vergonhosa protuberância em suas calças, como era de se esperar, sua face ficou tão vermelha quanto seus cabelos.


      — I-Inferno! — Falou tapando com as mãos e curvando um pouco as pernas. — Que droga Harry, eu... E-Eu... Eu já volto.


E saiu correndo meio torto até o banheiro. Deixando Harry e Hermione com cara de pastel e em um silencio constrangedor.


      — Oh, bem... Posso perguntar o que aconteceu exatamente? — Ela falou cruzando os braços e olhando para nenhum lugar em particular, dando um pouco de espaço para o menor que já se corruíra de tanta vergonha. — Ou melhor, deixe para lá, eu não quero realmente saber. Quer ajuda com... Mais alguma coisa?


O pequeno veela negou com a cabeça, não ousando levantar o olhar, mas era provável que suas bochechas brilhassem no escuro de tão vermelhas. A morena murmurou um "Se demorar, eu vou voltar." e saiu do quarto. 


Harry apenar respirou fundo e passou a mão pelo rosto. Que situação... Queria esquecer que passou por algo assim, logo com Rony ainda por cima. Por que ele foi inventar de trocar de roupa no meio do quarto? Bem, talvez por que era algo normal, pessoas normais faziam isso... Mas ele era... Normal? Era, não era? Ser veela não mudava nada. Só... Só sua aparência. E era exatamente isso que estragava tudo. Quer dizer, nunca achou que seu melhor amigo faria aquele tipo de expressão apenas por ver o seu... A sua... Bem, vê-lo sem calças.


Suspirou mais uma vez e levantou, afastando as roupas. Ele nunca se acostumaria com esse negocio de ser veela. Iria ser a vida inteira assim, então... Ele tinha uma vida inteira? Quer dizer, não é como se não houvesse um maníaco atrás de sua cabeça, não é? Mesmo assim, não queria morrer, só queria ter uma vida normal. Ter uma casa, finalmente uma família com filhos e... Draco... Bateu-se mentalmente pelo sorriso idiota que aparecera em seu rosto por conta desse pensamento e  tratou de colocar logo uma calça, então rapidamente todas as blusas e a capa e o cachecol. Teve que fazer um esforço extra para conseguir colocar o sapato, ficava extremamente difícil se curvar com tantas roupas, ele se sentia um boneco inflável assim, sem poder se mexer.


Desceu as escadas do salão comunal e passou o mais despercebido que pode, mas o lugar estava cheio e um Harry Potter andando que nem pato não é algo que se vê todo dia. Ignorando os olhares divertidos e ainda que possível, alguns cobiçosos e principalmente as risadinhas e "wow" por parte das meninas, ele andou até onde seus amigos estavam, considerando se fora realmente uma boa ideia insistir em ir para o treino.  


      — Podemos ir? — Sua voz saiu abafada pelo cachecol. Tentou, pelo menos dessa vez, não corar ao olhar Rony. Ele por sua vez ruborizou ligeiramente e Mione pigarreou, cutucando o ruivo com o cotovelo.


      — Ah, bem... Hum, Harry... Eu queria dizer... Dizer que... Me desculpa ok? — Harry não respondeu nada, apenas continuou a olha-lo. — Q-Quer dizer, eu não esperava ver... A-A-Aquilo quando entrei no quarto, foi demais pra mim entende? Foi tão... A sua bunda é tão...


Morrendo, Harry estava morrendo. Aliás, por que alguém não atingia sua cabeça com um taco de quadribol ali mesmo? Felizmente sua melhor amiga pisou no pé de seu melhor amigo com tanta força que o moreno poderia jurar que os dedos de Rony estavam dormentes.


      — Caham, quer dizer... Desculpa. Ok? — Ele murmurou muito vermelho.


Harry só sacudiu a cabeça com violência, quase implorando para que o assunto acabasse.

Então, antes que fossem Hermione enfeitiçou as roupas do menor, e imediatamente sentiu um calor confortável e igual pelo corpo todo, diferente do abafamento pesado que todas aquelas roupas causavam. Sem mais, ele andou atrapalhado até o quadro, sendo seguido por Rony, já que Hermione não poderia assistir os treinos hoje, e de qualquer forma ela preferia fazer roupas para os elfos.


Foi um silencio deprimente pelos corredores enquanto caminhavam até a porta principal da escola. O menor apenas se esforçando para andar, enquanto o outro tentava não piorar sua situação. Finalmente chegaram à porta e o frio já podia ser sentido, não por Harry é claro, considerando toda a roupa.


      — 'Pera aí. — O ruivo falou de súbito antes de saíram pela chuva e pegando algo de dentro da capa. — É um guarda-chuva, pra você não se molhar, sabe? Se... Se quiser pode ir na frente, eu não-


Revirando os olhos pela atitude dele, o veela abriu o guarda chuva e puxou Rony pelo braço, juntando seus corpos para ficaram de baixo do guarda-chuva. Depois de tudo, ele não poderia deixar o ruivo ir na chuva, poderia? O maior parecia desconcertado, mas andou sem reclamar.

                                                                       oOo


Os dois chegaram aos vestiarios encolhidos pelo frio e chuva, apesar dos feitiços ainda era incomodo andar na chuva e Rony estava quase ensopado. Lá já estavam Fred e Jorge Weasley, parecendo discutir sobre algo, chegando mais perto descobriram sobre o que se tratava.


      — ... Mas eu aposto que ela saberia se nós fizéssemos isso. — Fred disso baixo. — Se eu pelo menos não tivesse oferecido a ela algumas pílulas de vômito ontem...


      — Mas nós ainda podemos tentar a "Febre de Fudge" — O irmão murmurou. — Ninguém viu essa ainda.


      — E ela funciona? — Perguntou Rony, talvez pensando que pudesse dar a Harry uma febre falsa para que não tivesse uma febre verdadeira. E ainda escapar de um treino terrível com chuva.


      — Ah... Funciona. — Fred respondeu. — A sua temperatura vai subir bastante e tudo o mais.


      — Mas vão nascer furúnculos cheios de pus também. — O outro ruivo completou. Nós ainda não chegamos na parte de como fazê-los desaparecer.


      — Mas eu não estou vendo nenhum furúnculo! — Observou Rony.


      — Claro que não pode ver. — Fred falou baixinho. — Eles não estão em lugares que mostramos por aí normalmente. Mas quando se senta em uma vassoura, elas te fazem sentir uma baita dor na...


      — Ok, me ouçam todos! — Ouviram a voz de Angelina abruptamente saindo da sala do capitão. — Eu sei que não é o tempo ideia para um treino, mas existe uma chance de jogarmos contra Sonserina nessas condições, então é uma boa ideia sabermos como vamos lidar com eles se isso acontecer. Harry, você não tinha feito algo com seus óculos para desembaça-los quando jogamos contra lufa-lufa?


      — hum, o que...? Oh! Foi Hermione, na verdade. — Harry falou. Não usava mais óculos e era outra coisa estranha, afinal os usara por toda sua vida mas... Não sentia exatamente falta deles, já que agora poderia enxergar bem o tempo todo.


      — Eu acho que seria uma boa ideia se todos usarmos isso. — A garota disse. — Manter a chuva fora dos olhos ajudará bastante. Vamos lá, todos juntos... Qual era o feitiço Harry?


O moreno pegou os óculos do uniforme de quadribol e a varinha.


      — Impervius! — Falou e todos o seguiram, enfeitiçando os próprios óculos.


      — Muito bem, vamos lá! — Todos saíram relutantes para a chuva, quando Harry ia saindo, Angelina o parou discretamente.


      — Vai treinar com toda essa roupa Harry? — Ela perguntou confusa.


      — Ah é... Bem... É que está um pouco frio, sabe? — Falou corando um pouco.


      — Tudo bem, então... Se continuar pegando o pomo, não importa o que vai vestir. 


E saíram para a chuva. Caminhando pelo chão enlameado.


      — Quando eu apitar! um, dois... — E apitou, em questão de segundos Harry voava pelo campo, ficando pela primeira vez feliz por estar vestindo tantas roupas, puxando o cachecol até o nariz e o capuz sobre a cabeça.


Assim o treino fluiu, com jogadores se chocando e errando balaços, caindo, se sujando e ficando ensopados. Foi assim por uma hora até finalmente Angelina desistir e mandar todos de volta ao vestiário.


Enquanto descansava um pouco escorado a parede, Harry pode notar Fred e Jorge mancando, parecendo bastante desconfortáveis, ainda conseguiu ouvir Fred dizendo.


      — Eu acho que alguns dos meus estouraram. — O ruivo disse quase gemendo ao dar mais um passo.


      — Os meus não. — Respondeu o outro, trincando os dentes. — Eles estão pulsando como loucos...


Um calafrio passou por Harry só de imaginar a cena, e talvez também a dor que os dois estavam sentindo. Só não pensou que pudesse imaginar uma dor tão real, que se tornaria física. Sua cicatriz queimou de repente, mais calorosamente do que esteve muito antes. 


      — Ouch! — Exclamou, levando a mão até a testa.


      — O que houve?! — Várias vozes perguntaram.


Sua visão estava um pouco embaçada pelas lagrima que inundaram seus olhos na hora da dor, mas conseguia ver que todos o olhavam. 


      — N-Nada... — Ele falou de forma abafada por causa do cachecol cobrindo sua boca. — Eu só... Mordi a língua.


E abaixou sua mão para a bochecha, olhando para todos como se pedisse desculpas. Obviamente não foi uma boa ideia, já que Angelina tinha os olhos brilhando, como se quisesse lhe apertar as bochechas e Fred e Jorge já não pareciam estar com tanta dor. Mas Rony ainda o olhava que forma preocupada. Enquanto o resto do time ia embora, o ruivo lhe sussurrou:


      — O que aconteceu? — Ele perguntou. — Foi sua cicatriz? Dor de cabeça? Está com febre? Vai desmaiar?


O menor o olhou por alguns segundos do forma estranha antes rolar os olhos.


      — Nãão Rony, eu to bem. — Ele respondeu. — Quer dizer, foi só... Só a cicatriz.


      — Ah então ok. — Rony já se dirigia para a saída quando parou subitamente e virou-se na direção do pequeno veela. — Espera. O que quer dizer com isso? Ele não... Ele não está perto de nós agora, não é?


Falou de forma assustada. 


      — Não. — Harry murmurou, agora esfregando sua cicatriz que ainda ardia levemente. — Ele não está perto... Ele está... Furioso.


Ele realmente não pretendia dizer aquilo, nem sabia o que significava ou como ele mesmo tinha certeza de tal coisa. Mas sabia que era verdade, que onde quer que estivesse, Voldemort esta furioso.


      — V-Você o viu? — Rony perguntou, parecendo pálido. — Teve uma visão, ou seja lá o que?


Harry ficou em silencio, olhando o nada. Apenas tentando se recuperar da dor... Ainda havia uma confusa mistura de sombras, um cochicho de vozes...


      — Eu não sei direito, mas... Ele quer que algo seja feito e isso não está acontecendo tão rápido como ele queria. — Falou, não sabendo de onde essas palavras saiam, elas simplesmente tinham vida própria.


      — ... Como sabe disso?


      — Eu não sei. Minha cicatriz simplesmente dói do nada... Mas nessas horas eu sinto se ela está feliz ou... Com raiva. Eu não entendo... 


      — Você tem que dizer isso á alguém! — Rony exclamou.


Harry pensou no assunto. Pra quem diria? E o que diria exatamente? Que de tempos em tempos conseguia dizer o que Voldemort estava sentindo? As pessoas já não o achavam louco o suficiente? Não que fosse falar para todos é claro, mas... Dumbledore? Não... Sirius, talvez? Mas as correspondências estavam sendo vigiadas... Não podia pensar em mais ninguém a não ser... Draco.


Não não, Merlin. Ele iria o achar algum tipo de aberração, tinha certeza. A ultima coisa que queria em toda sua vida era algo como isso. Era melhor se manter calado.


      — Estou cansado Rony, podemos voltar? — E olhou franzindo as sobrancelhas. Sabia que iria funcionar, já que o ruivo estava parecendo a própria mãe, depois que Harry saiu da enfermaria. 


      — C-Claro! — As bochechas do maior coraram um pouco. — V-Vamos, vem.


E voltaram para o castelo em maio a chuva e o vento. Harry só esperava que Rony não o levasse arrastado até a enfermaria apenas para checar se estava tudo bem.


                                                                  oOo


Chegaram a torre da Grifinória quando já havia bem poucas pessoas, Hermione até já havia ido dormir, deixando as pequenas roupas de elfo inacabadas em cima da mesinha perto da lareira. Internamente Harry agradeceu pela amiga não estar ali, não queria falar nada sobre sua cicatriz, muito menos falar sobre o porquê de não querer falar com Dumbledore sobre isso, ela nunca intendia. 


Rony ainda parecia um pouco preocupado, mas não falou mais nada. Juntos subiram para o dormitório e foi com grande alivio que Harry tirou toda aquela roupa, ficando apenas com um suéter, calça e sapato. Mas tinha que admitir que tinham ajudado muito, principalmente os feitiços de Mione.


De qualquer forma ele ainda tinha o dever de poções para ser feito. Pegou livro, pergaminhos e tinta e desceu, enquanto o ruivo se preparava para dormir.


As poucas pessoas que antes haviam ali já tinham ido embora, deixando Harry a vontade para se sentar em frente a lareira para fazer sua redação. Ele estava tão cansado... Poderia deixar para fazer amanha. Mas não acreditava que conseguiria dormir tão fácil, então para não disperdiçar tempo, ali estava ele. Enquanto lia sua mente vou vagando longe... O que significa suas "visões" com Voldemort? Como ele poderia sentir o que ele sentia? Dizer se estava feliz ou com raiva... Era uma coisa tão bizarra e fazia sua cicatriz doar de uma maneira absurda.


Suspirando alto tentou se focar no que estava lendo. Argh, ele era tão ruim em poções, não conseguia entender quase nada do que estava escrito ali. Talvez se pedisse ajuda para alguém, quem era bom em poções? Bem, tinha Hermione, mas ela estava dormindo. Que mais? Na sua sala ainda tinha... Draco. É, Draco era bom em poções. Mas chama-lo para ajudar no seu dever era uma ideia completamente ridícula, principalmente a essa hora, ele nem saberia como fazer na verdade, levando em consideração que seu parceiro estivesse no seu salão comunal. 


Mas falar com Draco era uma boa ideia, outra hora pelo menos. O que ele acharia disso? Ele deveria contar sobre sua cicatriz? E ele ainda não falara nada sobre o grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas... Mas não tinha muita coisa para falar, nem um lugar para treinar eles tinham... Ai ai... Tanto sono... Ali estava tão quentinho e a chuva ainda caia lá fora.


Os olhos de Harry começaram a se fechar sozinhos, o livro escorregou de sua mão fazendo um som seco contra o chão. 


                                                                   oOo


Estava escuro, tão escuro... Aos poucos sua visão foi clareando, mas não claro o suficiente. Então percebeu que a culpa era do lugar, de paredes escuras e pouca iluminação. Estava naquele corredor novamente e no final dele... A porta. Andou em sua direção com pressa, sentindo seu coração bater acelerado conforme se aproximava uma excitação tomando conta com o pensamento de finalmente descobrir o que havia atrás dela... Se pelo menos pudesse abri-la...


Chegou perto o suficiente para esticar suas mãos e tocar a maçaneta, faltavam poucos centímetros agora...


      — Harry Potter, meu senhor!


Harry acordou em um pulo, todas as velas já haviam se acabado e o salão comunal se encontrava em completa escuridão, seus olhos ainda não haviam se acostumado totalmente, mas sabia que tinha mais alguém ali com ele. Imediatamente se arrepiou, que besteira tinha feito? Dormir no salão comunal, onde qualquer um poderia vê-lo... Mas essa pessoa ainda não tinha feito nada com ele, será que ele deveria correr?


      — Quem está aí? — Chamou com a voz tremula se sentindo inseguro. 


      — Dobby está muito feliz em vê-lo senhor! — E Harry rapidamente virou o rosto na direção da voz, apertando os olhos para tentar enxergar.


Então Harry viu Dobby o elfo-doméstico parado perto da mesa na qual Hermione tinha deixado os pequenos chapéus que fizera. Harry ficou feliz em vê-lo, ou pelo menor tentar ver. Então ninguém o encontrara ai, só havia sido Dobby quem o acordara... Mas para que? Olhando melhor, ele conseguiu perceber na cabeça do elfo pelo menos cinco chapéus de lã que Hermione tinha feito.


      — Ah olá Dobby. — O moreno sorriu simpático. — Hum... É você quem pega todas as roupas que Hermione deixa aqui?


      — Oh, não, meu senhor. — Dobby disse contente — Dobby tem pegado algumas para Winky também meu senhor!


       — Ah, err... Como está Winky?


Harry se arrependeu assim que perguntou, pois as orelhas do elfo se abaixaram tristemente.


      — Winky ainda tem bebido muito, meu senhor. — Ele respondeu com tristeza. — Ela não liga muito para as roupas, Harry Potter. Nem os outros elfos-domésticos. Nenhum deles quer limpar a torre da Grifinória, não com todos esses chapéus e meias escondidos por todo lugar. eles acham um insulto, meu senhor. Dobby limpa tudo sozinho, meu senhor, mas Dobby não se importa, meu senhor, por que ele sempre espera encontrar Harry Potter e hoje ele consegue seu desejo, meu senhor! 


E fez uma grande reverência. Harry sorriu, mas no fundo estava com muita pena do elfo, talvez ele devesse falar com Hermione... 


      — Mas Harry Potter não parece estar muito feliz. — O elfo falou olhando o moreno timidamente. — Dobby ouviu ele sussurrando enquanto dormia. Harry Potter estava tendo sonhos ruins?


      — O que...? Oh, não, não Dobby... — Harry riu sem graça. — Não precisa se preocupar... Esses nem são tão ruins assim.


O elfo o olhou por alguns momentos com aqueles grandes olhos como bolas de tênis. 


      — Dobby deseja poder ajudar Harry Potter, por que Harry Potter libertou Dobby e Dobby está muito, muito mais feliz agora.


Harry sorriu genuinamente feliz. Quase não sabia o que estava fazendo na época em que libertou Dobby, mas sentia-se tão feliz quanto o elfo enquanto ouvia isso. Talvez fosse isso o que Hermione esperasse dos outros também, mas... Dobby era um elfo diferente.


      — Você não pode me ajudar Dobby, mas obrigada de qualquer forma.


E se abaixou para pegar o livro caído de poções. No movimento vendo o resultado das detenções com Umbridge, que agora não passavam, para seu alivio, de pequenos riscos brancos.


      — Ah, um momento Dobby. Há uma coisa que pode fazer por mim. — Harry disse, lembrando-se de Umbridge e por consequência, do grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas.


Dobby o olhou radiante.


      — É só dizer, Harry Potter, meu senhor.


      — Eu preciso de um lugar, Dobby. Para vinte e oito pessoas praticarem Defesa Contra as Artes das Trevas, sem serem descobertas por ninguém. — Harry torceu as mãos, um pouco desconfortável. — Especialmente a professora Umbridge.


Ele devia finalmente estar ficando maluco, não tinha a mínima possibilidade de Dobby saber de alguém lugar assim não é? Mas não tinha lugar algum que pudessem fazer isso, ele simplesmente não tinha opções, então não fazia mal perguntar não é? Para seu espanto, viu o elfo dar um pequeno salto e bater palmas.


      — Dobby conhece o lugar perfeito, meu senhor! — Disse contente. — Dobby ouviu dizer dele assim que chegou a Hogwarts. Ela é conhecida por nos como a sla que Aparece e Desaparece, meu senhor, ou como a Sala da Requisição!


      — ... Por quê? — Perguntou curioso, nunca tinha ouvido falar de algo assim antes em Hogwarts.


      — Porque é uma sala que uma pessoa só pode entrar. — Dobby respondeu. — Quando realmente precisa dela. Algumas vezes ela está lá e outras não, mas quando aparecesse está sempre equipada com tudo que a pessoa que a desejou precisa. Dobby a usou uma vez, meu senhor. — O elfo disse, abaixando a voz, como se contasse um segredo. — Quando Winky estava muito bêbada, ele a escondeu lá e encontrou antídotos para cerveja amanteigada e uma cama de elfo para deixá-la lá enquanto estivesse adormecida... Dobby sabe que o Sr. Filch encontrou material extra de limpeza lá quando precisou, meu senhor, e... É uma sala impressionante meu senhor!


      — Parece mesmo Dobby. — O moreno falou com sinceridade. — Quantas pessoas sabam sobre ela?


      — Pouquíssimas, meu senhor. A maioria das pessoas a encontram quando realmente precisam de algo mas não conseguem mais encontrá-la, eles não sabem que ela está ali, só esperando ser chamada.


      — Parece perfeito... — Harry não cabia em si de ansiedade e até mesmo alegria. Ele nunca tinha ouvido nada sobre essa sala, o que indicava que era mesmo verdade que pouquíssimas pessoas sabiam sobre ela... Mas como em um estalo, Harry se lembrou que uma vez, Dumbledore falara algo sobre uma sala que ele não tinha conhecimento até a tal hora, aparecer quando ele precisava de um banheiro. Bem, Dumbledore saber com certeza não era problema. — Pode me levar lá Dobby?


      — A qualquer hora, Harry Potter! — Dobby disse, parecendo mais alegre do que nunca. — Podemos ir agora, se o senhor quiser!


Harry quase aceitou a oferta, mas não seria realmente uma boa ideia não é? Sair á essa hora... Não que já não tivesse feito antes, ele só não queria entrar em uma situação indesejada, as saídas desse ano não foram nada boas, só quando... Ele foi se encontrar com Draco é que foram melhores. Corou intensamente com esse pensamento, agradecendo a escuridão.


      — M-Melhor não está noite, Dobby. — Ele falou, mordendo os lábios. — É melhor fazermos isso com cuidado, não quero estragar as coisas, isso é realmente importante... Preste atenção, você pode só me dizer onde ela fica? E como entrar nela?


                                                                   oOo


      — Harry, tem certeza de que isso é boa ideia? — Hermione perguntou aos sussurros. Mesmo que estivessem no meio do salão principal em pleno café da manhã.


      — Sim, Mione! Eu já disse, até Dumbledore conhece essa sala. — Harry falou, em tom baixo também. — E não custa tentar, não é? Não temos muitas opções.


      — Bem, é, mas... Eu só estou dizendo, que as ideias do Dobby não são exatamente seguras, não é? Uma vez ele te fez perder todos os ossos do braço! — A morena parecia agitada. — Mas... Se Dumbledore sabe sobre ela... Acho que não custa tentar.


Harry sorriu para a amiga. Estava ansioso para descobrir se essa historia era verdade ou não, felizmente não teria que esperar muito. Logo Angelina veio lhes dizendo que o treino estava cancelado.


      — Ótimo! Quero dizer... Bem, Angelina, eu encontrei um lugar onde nós poderemos nos encontrar para as aulas de Defesa. Hoje, ás oito horas da noite, no sétimo andar. Bem na frente daquele tapete onde Barnabas está sendo golpeado por alguns trasgos. Você pode dizer isso a Katie e Alicia?


Ela parecia querer falar algo, mas apenas manteve a expressão de curiosidade e prometeu falar aos outros. Assim ele, Rony e Hermione também fizeram, cuidando em avisar os outros antes das primeiras aulas.


Então seguiram para a primeira aula do dia, transfigurações, que correu normalmente. A próxima para desanimo de Harry era poções em conjunto com a Sonserina. As coisas podiam estar melhores entre Draco e Harry mas mesmo assim ele ainda ficava nervoso estando tão perto dele e tendo que fingir que o odiava, não que trocassem mais xingamentos, apenas se ignoravam e felizmente ninguém achava estranho, levando em consideração que os outros alunos estavam ocupados demais com a atração que cada um exercia. 


A aula ocorreu normalmente com os costumeiros caldeirões explodidos e derretidos, as brigas entre casas e os pontos tirados da Grifinória por nada. Quando o sinal bateu, todos puderam respirar aliviados e se preparar para se retirarem.


Enquanto guardava o livro de poções, alguém deu um esbarrão forte em Harry o fazendo derrubar o livro no chão.


      — Olha por onde anda, Potter. — Ouviu a costumeira voz de nojo, que no entanto já havia esquecido. Fora Draco Malfoy em quem esbarrara.


Harry olhou naquela direção com os olhos arregalados, recebendo um sorriso de deboche de volta, enquanto ouvia a risada de Parkinson. A garota foi embora e Draco o continuou encarando, notando que Pansy havia ido embora, o loiro sorriu, dessa vez, sincero e piscou um dos olhos, até dar meia volta e sair da sala, antes que Rony o atacasse.


Ao ver aquele simples sorriso, tão diferente do de deboche de antes, o peito de Harry se desapertou, perdendo um peso que ele nem notara que estava ali, mesmo que por pouco tempo. Ainda hesitante e sem saber o que tinha acontecido ali, ele se abaixou para pegar o livro de poções, no movimento notando um pedaço de pergaminho dobrado que não estava ali antes. Ligeiramente confuso ele o pegou e colocou no bolso, levantando rapidamente e guardando o resto do seu material.


      — Está tudo bem Harry? — Hermione perguntou parecendo preocupada.


      — Ah sim... Sim, está. — Ele sacudiu a cabeça em afirmação.


      — Aquele idiota! Malfoy idiota... — Rony resmungou.


Sem mais problemas eles seguiram até o salão principal, no caminho o pequeno veela aproveitou para ficar ligeiramente para trás, mas não o suficiente para despertar atenção de seus amigos, apenas para poder tirar o pedaço de pergaminho do bolço. Desdobrou e leu.


" Você é muito especial, sabe por que?
Porque nem o pôr do sol possui sua beleza.
Porque nem as estrelas possuem seu brilho.
Porque nem as flores possuem seu cheiro.
Porque nem as frutas possuem o gosto do seu beijo.
Porque nem os mais sábios possuem sua sabedoria.
Porque nem o maior vencedor posse seu título.
Porque nem o dinheiro possui seu valor.
Porque nem o infinito é maior que o amor que sinto por você.
Me encontre no mesmo lugar de sempre, depois do jantar.
"


Harry estancou no meio do corredor, corando intensamente. Piscando lentamente e mordendo os lábios. Não queria sorrir igual á um idiota, mas estava feliz, muito feliz. Queria sair correndo até Draco e abraça-lo, dizer que ele também... Que ele também era especial.

Remember those walls I built?
(Se lembra daquelas paredes que construí?)
Well, baby they're tumbling down
(Bem, querido, elas estão desmoronando)
And they didn't even put up a fight
(E elas nem sequer resistiram à queda)
They didn't even make up a sound
(Elas nem sequer fizeram barulho)


      — Harry? Harry? — Ouviu Hermione chamando, percebendo que já estava a tempo demais parado ali, seus dois amigos o olhavam do final do corredor parecendo confusos.


Correu até eles guardando disfarçadamente o pergaminho de volta no bolso e parecendo encabulado. Quando ele não disse nada, os dois apenas preferiram ignorar e seguiram seu caminho com Harry em sua cola.
 
                                                                  oOo


      — Como assim? Está louco Draco? Onde pensa que vai? — Pansy praticamente gritou com aquela irritante voz.


      — Eu tenho um compromisso Pansy, um compromisso importante. — O loiro disse pela décima vez. — Pode cuidar da ronda sozinha, não pode? Por mim?


E parou de andar, fazendo a loira bater nas suas costas, já que o seguia insistentemente pelas masmorras. Se virou e a encarou nos olhos castanhos, sorrindo encantador.


      — Eu... Eu posso. — Ela falou corando e sorrindo meio boba. — Sim, claro! S-Sem problemas...


      — Obrigado, linda. — Mentiu descaradamente e tocou-lhe o queixo, estalando a língua e piscando um olho.


A loira viu o rapaz se afastar, lentamente caindo fora do encanto do veela. A raiva voltando lentamente junto com o sentimento de ter sido deixada para trás. Odiava quando Draco fazia isso, fazia algum tempo que não passavam um tempo juntos... Não que costumassem passar tempo juntos, mas normalmente eles ficavam no salão comunal junto com seus amigos, apenas falando sobre as coisas, como Potter era idiota, ou como Weasley era pobre e sobre como seus pais eram ricos... 


Ela sabia que tipo de compromisso Draco tinha, não era idiota. Draco Malfoy, lindo, loiro e rico, por que não teria vários encontros não é mesmo? Poderia ter as garotas que quisesse. Mas ele era seu, por que não entendia isso? Por que ela não podia ser um dos compromissos? Ou todos. Não aguentava mais isso, tinha que parar. Tinha que descobrir com quem, ou... Isso ficava meio difícil, não tinha a mínima possibilidade de sempre ser a mesma pessoa, tinha?

Pelo menos descobrir o lugar onde ele se encontrava, então ela poderia acabar com aquela besteira ela mesma. 


Assim que fosse possível colocaria seu plano em ação.

                                                                       oOo


      — Onde vai Harry? Esqueceu-se de... Do que vamos fazer? — Hermione disse a ultima parte em voz baixa, não que alguém os ouvisse na sala comunal da Grifinória, mas ela sempre era cautelosa.


      — Claro que não Mione, mas ainda falta duas horas e eu pensei... — Harry procurou alguma desculpa convincente. — Que eu poderia ir até a biblioteca enquanto isso, preciso pegar alguns livros para... O dever de transfigurações.


Harry sabia que ela não podia ter nenhum tipo de argumento contra isso. Desde que estivesse estudando, qualquer coisa estava bom para Hermione. 


Assim Harry saiu pelo retrato da mulher gorda, colocando a capa de invisibilidade, mas por precaução do que por qualquer outra coisa, já que ele podia andar tranquilamente pelo castelo por àquela hora, mas não queria nenhum acidente com outros alunos.


Seguiu pelo conhecido caminho até a torre de astronomia, sentindo-se nervoso mas ansioso ao mesmo tempo. Logo chegando perto do local de encontro, ele tirou a capa e dobrou, guardando dentro da capa. Subiu as escadas que já eram conhecidas e chegou na parte de cima da torre, observando que o ambiente estava como nas ultimas vezes que estivera aqui, porém não conseguia ver Draco em lugar algum... Deu alguns passos para frente, olhando hesitantemente para os lados. Chegara cedo, talvez?


Levou um susto quando sentia sua cintura sendo agarrada e um beijo sendo dado em seu pescoço, o fazendo arrepiar e gemer baixinho. Virou-se rápido, mesmo já sabendo quem era e encarou aqueles olhos prateados.


I found a way to let you in
(Eu encontrei um jeito de te deixar entrar)
But I never really had a doubt
(Mas eu nunca tive dúvida)
Standing in the light of your halo
(De pé em frente da luz da sua auréola)
I got my angel now
(Eu tenho o meu anjo agora)


      — Tudo bem meu anjo? — Draco perguntou sorrindo.


      — T-Tudo... Draco... — Harry corou. — Por que marcou esse encontro? Aconteceu alguma coisa?


Draco riu levemente.


      — E desde quando eu preciso de um motivo para querer te ver Harry? — E aproximou os rosto, vendo Harry fechar os olhos com antecedência, com um leve rubor já lhe cobrindo as bochechas. Ele era muito fofo, dava vontade de morder... E foi isso o que fez, mordeu o lábio cheio e vermelho de seu parceiro, puxando e soltando. Satisfeito ouviu um gemido.


Finalmente tomou lhe a boca em um beijo, invadindo com a língua e sentindo o gosto doce dos lábios do pequeno. Explorava com as mãos cada cantinho do corpo delgado, se deliciando com os suspiros tímidos e gemidos baixinhos que recebia em troca. Devagar, escorregou sua mão da nuca, pelas costas, acariciando com as pontas dos dedos, fazendo o moreno se arrepiar em seus braços, então parou a mão nas nádegas roliças e apertou com força, sentindo a carne macia e logo depois ouvindo um longo gemido.


      — D-Draco... — Suspirou. 


Interrompeu qualquer coisa que fosse com mais um beijo, sentindo as mãos pequenas agarrar sua camisa.


      — Não... Não! Draco, espera, não podemos. — Harry se afastou, mas ainda nos braços do loiro, apenas o olhando com as bochechas afogueadas pelos beijos.


      — Ah Harry... A ultima vez que falou algo do tipo, você acabou gostando. — Falou sorrindo, sorriso esse que aumentou muito mais quando os olhos verdes se desviaram e as bochechas queimaram de vergonha. Ia beija-lo novamente, mas seu rosto foi parado pelas mãos menores, tapando sua boca e amaçando seu nariz.


      — M-mas dessa vez é sério! Não podemos! 


      — Por que? Não estamos na enfermaria, não tem ninguém aqui... Olha, tem até almofadas e umas velas legais, por que não? — Draco perguntou, tirando o rosto do alcançe das mãos do outro que lentamente se abaixaram.


      — Eu... Eu tenho um compromisso, mais tarde. Duas horas mais ou menos. — Harry disse. — E eu não vou conseguir ir se... Se... V-Você sabe.


      — Não, o que? — O maior perguntou se divertindo, apenas para ver o que o outro faria. 
 
      — Sabe sim! Não faça de idiota! Não me faça dizer. — Por que as pessoas gostavam de fazê-lo passar vergonha?


— Mas eu não sei Harry... — E voltou a tentar aproximação. — Por que não me mostra?


Com um movimento rápido ele agarrou a cintura estreita do outro e se aproximou para tomar-lhe os lábios em um novo beijo, porém indignado, Harry resolveu morder os lábios do loiro, não como ele havia feito consigo e sim com mais força, quase tirando sangue.


      — Ai ai ai! — Draco se afastou gritando e tapando a boca com as mãos. — Ai! Harry! Não é assim, eu não te ensinei, não?


      — Eu disse que a gente não podia! Se eu disse que a gente não podia, é por que a gente não podia! — O menor se emburrou, cruzando os braços. — Oras. Quem manda não me ouvir? Bem feito também. Tomara que fique bem inchado e você tenha que sair com esse beiço enorme por aí, então eu quero ver você explicar como conseguiu. E claro, não se atreva a dizer a verdade, ou nem mordidas você vai receber de mim.


Nem nessas horas o maior conseguia ficar com raiva. Ele era tão absurdamente adorável, até lhe dando bronca e falando asneiras. Mas, ai, sua boca estava doendo, não ficaria nem um pouco impressionado se realmente ficasse inchado. Tirou as mãos da frente ficou passando a língua, sentindo o estrago.


      — masi sintão, quer dizer,  mas então que compromisso é esse? — Corrigiu-se já que nas primeiras palavras ainda passada a língua nos lábios, fazendo sua fala sair comprometida.


      — Ah, bem... Eu queria mesmo te contar. — Disse o moreno. — É que... Bem... Conhece a professora Umbridge, não conhece?


Draco assentiu, achando estranho que de alguma força o fato de que eles não poderiam fazer... Coisas. Tivesse alguma coisa a ver com Umbridge. Enquanto Harry desejava não dar nenhuma pista de que era aquela mulher quem tinha lhe dado a cicatriz na mão, mas provavelmente o loiro nunca iria desconfiar... Era só coisa de sua cabeça, isso acontecia com pessoas culpadas.


      — E sabe que ela é uma péssima professora, não é? — Ele continuou. — Levando em consideração que não temos nenhuma aula prática...


      — Sim sim, mas o que isso tem a ver com qualquer coisa? — Draco perguntou impaciente.


      — Já que as aulas dela eram tão ruins... — Isso soaria estranho, com toda certeza. — Decidimos que nós mesmos devemos dar aula.


      — ... — O loiro não sabia se tinha ouvido direito — Dar... Aula...? Quem Harry? Do que está falando?


      — A ideia não foi minha, foi da Hermione. Ela disse que deveríamos começar a aprender defesa por nós mesmo, levando em consideração que Voldemort voltou e tudo o mais. Então resolvemos montar um... Um grupo de estudos. Com alguns alunos que quisessem participar. Achamos uma sala pra isso e vamos começar hoje.


      — Tinha que ser coisa de Grifinórios mesmo. Quem vai dar essas aulas? A Granger sabe tudo, aposto. — Draco cruzou os braços falando em deboche.


      — É... Ela e... Eu e Rony... Ainda não sabemos exatamente, só vamos ver isso hoje. 


      — E o que vocês sabem sobre Defesa Contra as Artes das Trevas? — O outro perguntou. — Quer dizer, envolve muito mais do que sorte e fugir das coisas, não é? Feitiços complicados, contra feitiços... 


      — Eu sei disso tudo Draco. — Harry falou com frieza. Sabia do que Draco falava quando mencionava "sorte e fugir das coisas" só não esperava isso dele, talvez a dor de cotovelo fosse grande demais para aguentar sem gritar. — Mas já é melhor do que nada, que são as aulas da Umbridge. E eu nem sei como vai ser isso... A ideia não foi minha como eu já disse, foi da Hermione, mas ela insistiu tanto que... Bem, eu só queria que ficasse sabendo. Tchau Draco.


Droga, o que tinha feito? Não queria ter falado daquele jeito. Ele só achou muito ridículo que aqueles Grifinório estivessem fazendo algo como "aulas particulares" para outros Grifinório, por que não achavam as aulas de um professor satisfatórias. No fundo ele sabia que isso era legal, que estava certo. As aulas da Umbridge eram mesmo uma piada sem graça alguma e os alunos precisavam disso, saber se defender, ele sabia mas do que qualquer coisa. No fim... Ainda existia um Soncerino metido dentro dele. Não que algum dia tenha morrido, mas normalmente ele dormia quando estava próximo a seu parceiro, dando lugar ao veela apaixonado.


      — Não... Não Harry, não vai. Vem cá. — Agarrou a mão de seu parceiro, o trazendo de volta. Viu com pesar as lagrimas acumuladas nos cantos dos olhos verdes e brilhantes. Devagar, acariciou o rosto bonito, limpando uma lagrima que escorria. — Shii... Desculpe. Me desculpe.


Falou baixinho, juntando as testas. Harry não queria estar chorando, mas foi difícil evitar. Ele estivera esperando tanto para contar aquilo a Draco e quando finalmente contra ele recebe aquele tipo de resposta... Não que estivesse errada. Eles não sabiam muita coisa, não mais do que qualquer professor ali dentro, mas resolveram montar algum tipo de turma para dar aulas... Mas era por que era necessário, os alunos precisavam saber se defender... Harry também precisava. Ele sabia que tudo que fizera fora sorte, que só fizera fugir e... Que só estava vivo por isso. Mas mesmo assim... Ah e claro, ele era a droga de um veela submisso que chorava por qualquer coisa.


      — Draco, eu...


      — Shiii... Não precisa falar nada, me desculpe ok? Não precisava ter falado... Aquilo. Não é verdade tudo bem? Eu acho que provavelmente fiquei com ciúmes. — E riu baixinho. — Eu com certeza não vou poder participar, não é?


      — O quão estranho isso séria? — Harry falou, também baixinho já que seus rosto se encontravam tão próximos que até mesmo as respirações se entrelaçavam.


      — Tem razão. Todos aqueles Grifinórios teriam um ataque. Imagine só, o herói deles, nos braços do príncipe da Sonserina... — O loiro falou lentamente. — Oh Merlin, me deixe ir Harry.
Harry riu com gosto, afastando os rostos e abrindo os olhos, que nem percebeu que havia fechado.


      — Agora quer ir? Não estava fazendo piada apenas alguns minutos atrás? — Respondeu com burla. — E também, não vão só Grifinórios...


      — Não? Oh, me conte mais, sobre essas interessantíssimas aulas. — Draco brincou, mas realmente estava curioso sobre isso. — Espere, antes...


E puxou Harry pela mão, trazendo até o meio das almofadas sobre a manta cor de vinho e sentou-se ali, escorado a parede. Puxou Harry pelo braço o fazendo cair em seu colo. O menor tentou sair, mas Draco o prendeu.


      — Não. Aqui. — Falou rodeando com os braços a cintura fina, fazendo a cabeça do menor repousar em seu ombro, finalmente rendido em seu colo. — Não queria ter que desperdiçar isso... Agora pode contar. Tudo.


Com certa vergonha da situação, mas adorando o conforto e o calor. Harry começou a contar, desde que Hermione teve a ideia até a reunião no Hog's Head, então o encontro com Dobby.


      — Dobby...? Esse não era-


      — O elfo da casa de vocês? Era. — Harry falou e riu logo depois. — É uma longa historia... Mas foi ele que me encontrou, antes de qualquer coisa.


      — Hum, esse elfo sempre pareceu esquisito. Meu pai me contou o que você fez, no segundo ano se não me engano. Me contou que só não lhe arrancou o pescoço por causa do nosso querido elfo. — E riu com gosto. — Ele tinha ficado furioso. Devo admitir que até mesmo eu fiquei, naquela época.


      — Verdade... Eu costumava te irritar? Não me lembro disso? — Harry falou lentamente. — Até por que agora você só quer saber de me agarrar, quem pensaria que anos... Um ano atrás, você gostaria de me ver morto, não é?


      — Pois eu com certeza não sabia o que estava perdendo...


      — Acho que faz sentido, sendo que eu ainda era magrelo e... Normal, naquela época.


      — Harry.


      — Que?


      — Pare de cortar o clima.


      — Ah.


Draco subiu uma das mãos na cintura de Harry até seu rosto o puxando para um beijo. Ficaram apenas se beijando, sem ver o tempo passar, apenas curtindo o momento, a companhia um do outro. Era bom, era seguro, quente... Mas o tempo foi passando e a hora de ir chegou. Apressado e com as roupas amaçadas Harry se apressou em desgrudar-se de Draco, levantando desajeitado e arrumando a roupa.


      — Oh meu Merlin, acho que não vou chegar a tempo. — Harry falou, vendo as horas. — Viu o que fez Draco? Me fez perder a hora!


      — Olha, me disseram que não fui só eu, hein. Que você gostou, aliás. E que quer repetir. — Draco falou com um sorriso largo. 


Harry corou e tirou a capa de invisibilidade da roupa.


      — Hahaha, como você é engraçado. — Ele respondeu rolando os olhos.


      — E você adora meu bom humor.


      — Não, não adoro. — Falou já colocando a capa por cima da cabeça, ficando com metade do corpo invisível. — Tchau Draco.


      — Espera! — Harry olhou Draco alarmado. — E meu beijo de despedida?


      — Mais beijo Draco? — Ele falou, corando levemente.


      — Aprenda Harry, eu nunca terei o suficiente de você. — E novamente o puxou, fazendo o menor cair desajeitado em cima de si, colando suas bocas de forma necessitada. 


Everywhere I'm looking now
(Em todos os lugares que estou olhando agora)
I'm surrounded by your embrace
(Estou cercada pelo o seu abraço)
Baby I can see your halo
(Querido, eu posso ver sua auréola)
You know you're my saving grace
(Você sabe que é a minha graça salvadora)


Quando finalmente precisaram de ar, Harry se levantou, tropeçando na capa e quase caindo, mas se firmando no ultimo momento. Sua roupa já estava toda amassada novamente, mas nem percebeu. Colocou a capa toda dessa vez, para que o loiro não visse seu estado, nem a vergonha em suas bochechas.


      — Tchau Draco. — Murmurou.


      — Até logo, Harry. — Enquanto se afastava, Harry quase poderia ver o loiro com um belo sorriso, enquanto se afastava.

You're everything I need and more
(Você é tudo que eu preciso e mais)
It's written all over your face
(Isso está escrito em todo o teu rosto)
Baby I can feel your halo
(Querido, eu posso sentir a sua auréola)
Pray it won't fade away
(Rezo para que ela não desapareça)


Notas Finais


E então??? O próximo são as aulas da A.D... Que deveriam ter ficado nesse capítulo... Mas né, ia ter o tamanho de 4 capitulos daí. Sem falar que iria demorar muuuito mais. O que vocês acham que eles poderiam fazer em uma sala onde só eles podem entrar e que aparece com tudo o que precisam? Será que o Draco vai gostar pouco dessa sala, né?

Não se esqueçam de comentar, é de graça e indolor.


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