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História Herança Veela - Cap 29 - Reconciliação:


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


AAeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!! CONSEGUI!

Uns minutinhos antes de ter que sair eu consegui terminar! Acordei cedo e dormi tarde pra postar esse capítulo e... OLÁ SEUS LINDOS, como estão? Bem eu espero.

A quanto teeeeeempo não é mesmo??? Mil perdões, por favor... Eu já tava ficando louca.

Primeiro foi por causa das provas, ultimo bimestre, sacumé né, tem que estudar ateéééé, mas enfim. E meu notebook também não colaborava, acho que eu conseguiu baixar a aids pelo Baixaki e meu notebook meio que morreu... Aí eu troquei, felizmente depois de passar meu arquivos para este aqui (musicas, a fic, fotos e é claro... Meus yaoi... Enfim) Estava MORRENDO de saudades de vocês!!! Então, depois de muito muito tempo, eu venho acabar com o sofrimento, em todos os sentidos já que eu quero faze-los vomitarem arco-íris neste capítulo, então escutem "All For Love" de Michael Bolton e vomitem arco-íris assim como eu fiz. Ok? Ok!

Espero que gostem. Bjs!

Capítulo 29 - Cap 29 - Reconciliação:



Cap 29 - Reconciliação:



Mais uma vez estava em sua cama, o horário de recolher já tinha passado á horas e ele ainda se encontrava acordado. Essa era apenas muitas de varias noites que já tinha passado praticamente em claro. Aquele sentimento nunca acabava, sempre estava lá. Seu parceiro precisava de si, ele precisava concertar as coisas, não podia deixar que continuasse assim... Não queria lembrar-se do que tinha feito, das palavras que saíram de sua boca sem permissão. E muito menos, lembrar-se da expressão de completa dor, na doce face de seu pequeno anjinho.


Queria tanto tê-lo em seus braços uma outra vez, queria estar presente em cada momento em que sentira dor, a dor que ele mesmo causou. Apenas secar as lagrimas e dizer que tudo acabaria bem... Não teria maior realização para seu veela interior, que clamava pela posse de seu parceiro. Mas ele, Draco Malfoy sabia o que é era certo. Quer dizer, pelo menos metade dele sabia. Se não fizesse o que Pansy dizia, ela iria contar para Voldemort sobre tudo. Então seus pais estariam em perigo, ele e principalmente, Harry. 


Deveria tê-lo ouvido desde o inicio. Harry sempre estivera certo, sobre tudo. Porém, não se arrependia nem por um segundo dos momentos em que passaram juntos, não poderia existir nada mais perfeito e ele se orgulhava disso. Seu peito se apertava ao lembrar-se dos momentos, dos toques e das palavras doces, cada rubor na face de seu pequeno era subsistido em sua mente pelas lagrimas que o vira derramar. A culpa não acabava.


Via que ele não comia direito, que parecia cabisbaixo e o porquê era obvio. Só queria protege-lo... Não queria que nada disso acontecesse...


Sentou-se na cama suspirando alto. Mais uma vez estava se afogando em culpa. Colocou os sapatos e saio do dormitório, poderia estar de pijamas mas esperava que isso não anula-se sua autoridade como monitor. Obviamente não pretendia punir nenhum casalzinho se agarrando em qualquer sala vazia por aí. Tudo que queria era espairecer a cabeça um pouco, andando por aí.


Claro que nunca adiantava, parecia que cada pedacinho daquela escola lembrava-lhe de seu parceiro, até mesmo os lugares em que nunca estiveram trazia-lhe a mente possibilidades que agora pareciam impossíveis. Talvez nada daquilo valesse realmente a pena... Queria proteger a si mesmo e a Harry, mas só estava causando sofrimento... Seus pais mereciam isso? Talvez apenas sua mãe, não tocaria em um fio do próprio cabelo por seu pai, afinal ele também não o faria.


Perambulava perto do banheiro dos monitores — parecia mais uma peça pregada pelos próprios pés — quando sentiu. Era terrível, desesperador... Na verdade, era puro e simples desespero. Harry precisava de ajuda, ele sentia. Literalmente sentia. Sendo um veela dominante ele podia sentir o aroma de seu parceiro, o cheiro que apenas ele tinha e mais ninguém, nem mesmo outro veela submisso teria, a prova de que ele era feito especialmente para si. Porém, quando algo estava errado, a fragrância de lírios e maça se tornava diferente, quase morta,como estivera nos ultimos dias, uma das coisas que o pertubou profundamente. Porém agora parecia praticamente podre, algo estava definitivamente errado.


Harry estava doente, estava com medo, precisava dele.


Naquele momento não pensou em mais nada, deixou seu corpo se mover sozinho, o mais rápido que pode, na direção de seu parceiro. Subia as varias escadas quase tropeçando, não se importando com os quadros xingando aqui e ali por sua correria. 


E então o cheiro acabou. Se foi. Harry tinha ido embora.


Imediatamente seu veela ficou desesperado, sentia que poderia quebrar tudo agora. Nem mesmo percebeu que estava na frente do escritório de Dumbledore.


      — Draco? — Ouviu a voz grave e baixa atrás de si. — O que faz aqui?


Passando as mãos nos cabelos e bufando se virou, dando de cara com Severus Snape.


      — Severus... — Sua cabeça trabalhava rápido, ainda não tinha desistido, tinha que encontrar Harry, algo estava errado. Por mais fraco que estivesse, ainda existia algum rastro, quase imperceptível, mas estava ali. Indo para o escritório do diretor. — Severus! Preciso falar com o diretor, por favor.


      — Do que está falando? Aconteceu alguma coisa? — Snape o encarou fixamente, como se tentasse ler seus pensamentos. Talvez ele pudesse realmente fazer isso, mas conhecia Severus a tempos e sabia que ele não faria isso consigo.


      — Por favor, eu... Eu preciso. — O loiro o encarou suplicante. Um Malfoy nunca deveria fazer esse tipo de expressão na vida, mas o caso era grave. — Por favor...


Erguendo uma sobrancelha o homem continuou a fita-lo por alguns segundos, finalmente chegou à conclusão de que deveria ser algo muito sério para por Draco Malfoy naquele estado. Então se colocou na frente da gárgula e murmurou a senha, Draco entrou logo ao seu lado.


Enquanto sentia-se rodopiar e subir, o veela sabia que era ali que seu parceiro estivera minutos antes de desaparecer. 


Finalmente a gárgula parou e antes que pudesse invadir o escritório do diretor, sentiu uma mão em seu ombro.


      — Vou avisar o diretor que está aqui Draco. — Snape dissera, antes de encara-lo intensamente e finalmente disser. — Não tem nada que queira me falar antes disso?


O loiro apenas desviou o olhar, acenando negativamente. Não sabia como poderia falar aquele tipo de coisa. "Vim por que meu parceiro precisa de mim. Que parceiro? Harry Potter, sabe? O da cicatriz. E por que eu tenho um parceiro? Ora por que sou um veela." Não, isso estava fora de questão. Por hora.


Snape o deixou esperando próximo à gárgula e saiu. Draco nada mais podia fazer a não ser observar a exótica decoração do escritório. Depois do que pareceu ser uma vida, foi chamado para ver o diretor. Aquela parte do escritório era ainda mais estranha, cheia de objetos curiosos que nem mesmo ele sabia o que eram todos, apesar de ter grande conhecimento de objetos bruxos antigos, sendo seu pai um apreciador de coisa antigas e principalmente caras.


      — Oh, olá jovem Malfoy, a que devo a honra de sua presença a essa hora de noite? — Dumbledore falou sorrindo simpaticamente, o veela observou enquanto lhe era estendido uma tigela com... — Balas de limão?


      — Err... Não obrigada. — O homem mais velho apenas pegou uma bala ele mesmo e colocou na boca, parecendo apreciar o gosto. Bem, agora era hora, ele tinha que falar... — Diretor eu... Eu vim por que...


Snape levantou uma sobrancelha o olhando de forma estranha, afinal ele costumava ser muito mais articulado. Por fim respirou fundo e tomou coragem.


      — Eu vim por que preciso ver Potter.


O silencio na sala foi imediato. Não que estivesse barulhenta antes, mas agora de certa forma, o silencio nunca fora tão audível.


      — Potter, Draco? — Snape perguntou.


      — Receio que, não seja possível Sr. Malfoy. — O diretor interrompeu, o olhando de forma curiosa por cima dos oclinhos de meia lua. O loiro se remexeu desconfortável, isso ia ser difícil.


      — Diretor eu... Preciso muito ver Potter, agora. — Ele continuou. — Ele precisa de mim.


Mais uma vez aquele silencio e Draco podia sentir um buraco sendo formado em sua cabeça com a intensidade dos olhares que recebia naquele momento.


      — Lamento, mas acho que não estou entendo Sr. Malfoy, de qualquer forma, seria impossível ver Harry agora. 


"Sabe sim, seu velho caduco, o senhor sabe do que eu estou falando, que saco" Draco pensou, tentando se controlar. Olhou para cima e respirou fundo pela quinta vez aquela noite. Era agora... Ele poderia dar meia volta e voltar para seu quarto, então não teria que dar com a língua nos dentes, mas então nunca iria se perdoar. Harry já tinha sofrido demais por sua causa, e aquilo que tinha sentido. Harry precisava dele agora, não iria decepciona-lo de novo... Só esperava que tudo desse certo quando a hora chegasse.


      — Senhor eu preciso ver Harry agora por que... Eu senti que ele estava... Mal. — Por Merlin, o que tinha de errado com ele?


      — E como, exatamente, o senhor sentiu isso? — Dumbledore sabia que ele era um veela, era uma das poucas pessoas a saber sobre os Malfoy. Isso tornava as coisas um pouco mais fáceis. Mas é claro que sempre tinha a possibilidade dele já saber de tudo e só estar jogando verde.


      — Diretor. Harry é meu parceiro. — Resolveu jogar tudo para o alto. Acabou. Era isso. Harry precisava dele agora.


Não olhou para Severus nesse momento, encarava os olhos azuis do diretor, que pareciam lê-lo até nos pensamentos mais íntimos. Antes de qualquer coisa, antes que fosse interrompido. Começou a explicar tudo. Como descobriu quem seu parceiro era, como tentou convencer Harry e como o mesmo era relutante e o por que. Sentiu-se muito imprudente ao falar isso para o diretor, mas que escolhas tinha? A sua mais sincera esperança era receber ajuda dele. Não estava mais do lado de Voldemort, nunca esteve. Queria estar onde Harry estivesse, e se era aquilo que precisava fazer, ele faria.


Omitiu alguns detalhes é claro, como os encontros e as circunstancias deles, afinal ele mesmo não sabia de tudo o que tinha acontecido com seu pequeno parceiro que sempre se encontrava tão relutante em contar-lhe quem o machucava daquela forma, deixando uma terrível cicatriz em sua mão.


Então contou como Pansy descobriu e o que ela fez, contou o que teve que fazer. Sempre tentando soar o mais impessoal possível. Não bastava contar coisas tão pessoais, não queria mostrar como se sentiu em cada situação. Quando terminou, o silencio não mais o incomodava, e sim a sensação de estar sendo observado, tão intensamente.


      — Se tudo o que você me contou foi verdade Sr. Malfoy. Está correndo grandes risco vindo até aqui, não é? — Dumbledore falou. — Mas reconheço que teve coragem e que, está fazendo isso por Harry... Esse amor, é tudo o que ele precisa. O amor de dois veelas é uma das coisas mais bonitas que pode se encontrar... A Sr. Parkinson não deveria ter mexido com isso.


Draco engoliu em seco, se remexendo desconfortável perante o sorrisinho que se formou no rosto do diretor. O mas velho então, olha significativamente para Snape.


      — Severus, sabe o que fazer, não é? — O diretor perguntou parecendo bastante calmo, apesar de tudo o que estava se passando ali.


      — Sim diretor. — O outro respondeu.


      — Ótimo. — Se levantando, o diretor andou até perto da lareira e pegou um saquinho do que deveria ser pó de flu. — Peço então que leve o Sr. Malfoy aqui até onde Harry está. Ficarei para garantir que nossa querida professora Umbridge encontre alguém a quem fazer as perguntas quando chegar, tenho certeza de que ela não está longe nesse exato momento.


Draco estava vibrando por dentro. Iria ver Harry, tudo estava dando certo.


Tinha noção que a verdadeira luta nem havia começado. Ainda precisava convencer Harry da verdade, e se preocupar com Pansy e seus pais. Mas agora... Harry era a prioridade. 


Dumbledore entregou algo a mais para Severus que ele não conseguiu ver o que era e logo depois ele entrou junto com o homem na lareira. Sentiu seu corpo ser lambido pelas chamas e tudo começar a girar.


Saiu em um lugar que parecia empoeirado e escuro, porém com toda certeza pertencia a uma família sangue puro, a decoração era parecida com a da sua própria casa. Teria passado mais tempo observando caso não tivesse notado a mesa repleta de cabeças ruivas olhando para si e entre elas... O seu anjinho.


      — Malfoy? — Alguém falou, sentia Severus logo atrás de si.


Poderia se dar ao trabalho de responder, mas sua atenção estava toda e completamente focada nos olhos verdes, brilhando como esmeraldas...


      — Harry. — Ele falou, o som fluindo tão natural quando respirar.


      — Draco... — Ouviu o sussurro. — O-O que...?


                                                 oOo


Era real? Podia mesmo ser... Ele?


Não... Como? Por quê? O que ele estava fazendo ali?


Draco...


      — Harry. — O ouviu lhe chamando.


As pernas já tremulas, ameaçaram ceder.


      — Draco... — Não conseguiu se impedir de responder. — O-O que...?


The night becomes the dawn
(A noite se torna em amanhecer)
To prove that love goes on
(E prova que o amor continua)
It's written in the stars and in my heart of hearts
(Está escrito nas estrelas e em meu coração de corações)
With you is where I still belong
(Que eu ainda pertenço a você)


Como era fraco, era tão fraco. Tudo o que mais queria agora era correr para os braços dele. Mesmo depois de tudo o que tinha feito. 


Não! Não podia! Não depois de tudo o que tinha ouvido... Depois de tudo... Fechou suas mãos em punhos.


      — Malfoy? O que pensa que está fazendo aqui? — Rony que já tinha se levantado perguntou.


      — Não se meta Weasley, meu problema não é com você, vim até aqui por que... — Os olhos de cor prata encararam os seus com intensidade. — Harry... Eu... Eu preciso falar com você. 


Uma onda de raiva atravessou seu corpo. Como? Como ele se atrevia?


      — Como você se atreve? — Sua voz tremeu de raiva, seus dentes estavam serrados e suas mãos fechadas em punhos. — Depois de tudo... COMO VOCÊ SE ATREVE?!


A cozinha se encontrava em completo silencio. A maioria ali estava completamente confusa, se olhando procurando respostas uns nos outros. Os únicos que não estavam confusos na sala, se encaravam fixamente. Draco parecia estar sentindo dor naquele momento, sabia que iria ter aquele tipo de reação, ele merecia afinal, mas, mesmo assim... Já Harry tremia de raiva, se lembrando de cada palavra... Cada momento que fora mentira... 


      — Ahn, Harry... O que está acontecendo aqui? — Fora Sirius quem perguntou. Porém, Draco quem respondeu.


      — Por favor Harry, me deixe falar com você, eu preciso esclarecer as coisas... — O loiro tentou de novo.


      — Se cansou dela? É isso? — O menor falou baixo, quase sibilando. Podia sentir as lagrimas escorrendo involuntárias. Sem notar, suas pernas se moveram para próximo do veela dominante. — Ou ela se cansou de você? Não tem mais ninguém para fazer de idiota e resolveu que eu sou bom de novo? É ISSO? HEIN?!


O tapa estalou perante o silencio do local. Draco arregalou os olhos, sentindo as marcas de dedo no seu rosto, mas inerte demais para se mexer. Observou paralisado seu pequeno parceiro poucos centímetros longe de si, ainda com a mão no ar depois de dar-lhe um tapa. Podia ver a fúria nos olhos verdes e além disso, podia ver a dor... Toda a dor que ele tinha causado, finalmente se soltava.


      — Harry! — Hermione também se levantou.


Ignorando o moreno continuou.


      — Por que está aqui? — A frase saiu em um sussurro, para que apenas Draco ouvisse. Ainda paralisado, o loiro seguiu com os olhos enquanto uma lagrima escorria dos olhos brilhantes para a pele macia da bochecha. — Como se atreve... Depois de tudo...


Harry tremia da cabeça aos pés, sua visão se turvava de lagrimas enquanto sussurrava aquelas palavras.


"   — Eu só usei você, só usei seu corpo, foi bom se te faz sentir melhor... Você é uma ótima..."


Mais uma vez levantou a mão, pronto para soltar sua raiva em forma de outra tapa. No entanto, sua ação foi impedida por uma mão que segurou seu pulso. Tentou soltar-se de Draco, mas ele era obviamente mais forte. O encarou nos olhos mas o que viu ali não foi nada do que esperava, era dor... Draco também sentia dor, culpa... 


Mais uma vez seus olhos se nublaram e as lagrimas escorreram, assim como os soluços que deixou escapar.


      — Eu te odeio... — Ele sussurrou entre soluços. — Eu te odeio...


Talvez se as pessoas na sala pareçam de respirar, pudessem ter ouvido o som baixo, do coração de Draco se quebrando.


Estavam tão perto agora, que sem perceber Harry levou a cabeça até o peito de Draco que ainda segurava seu pulso. Bateu em seu peito com o outro punho fechado, mas nada que machucasse. Apenas chorava.


Draco vendo o estado de seu pequeno, soltou o pulso fino e aproximou o corpo esguio de si, abraçando a cintura enquanto sentia-o sacudir em soluços. "Eu te odeio..." O que mais ele poderia esperar? Mas pelo menos, ele tinha que tentar concertar.


      — Era tudo mentira Harry, era tudo mentira. — Ele começou a falar com a boca bem perto do ouvido do menor, que escondia o rosto em seu peito em quanto chorava. — Eu nunca quis falar nada daquilo Harry, foi tudo mentira. Pansy descobriu sobre nós...


O pequeno veela se tencionou imediatamente ao ouvir aquelas palavras, porém sem tirar o rosto de lugar onde estava. Aquilo... Não podia ser verdade.


      — Ela nos viu quando nos beijamos fora do banheiro dos monitores. — Draco continuou. Era agora ou nunca. — Então me ameaçou, falou que contaria tudo a Voldemort e então meus pais estariam em perigo... Você estaria em perigo e eu não poderia deixar.


Abraçou ainda mais o pequeno corpo em seus braços, sentindo que ele já parava de chorar. Não saberia dizer se era bom sinal ou não, então continuou.


      — Então ela armou tudo, naquele dia da torre de astronomia. — Ele engoliu em seco, sem notar que sua voz ia aumentando conforme contava a historia, com certeza todos naquela sala conseguiriam ouvir até o mínimo dos sussurros já que nem a respiração se ouvia das outras pessoas na cozinha. — Eu nunca quis te machucar daquele jeito anjinho, nunca... Mas ela me colocou sob imperius, Merlin sabe o quanto eu tentei, o quanto eu quis romper, não dizer nenhuma daquelas coisas. Nada foi mentira Harry, tudo o que vivemos, cada momento. Eu te amei desde o inicio, você é perfeito, eu te amo tanto e lamento que tenha teve que passar por isso. Me perdoa, por favor.


O coração de Harry parecia que ia sair pela boca, seus olhos se arregalavam mais e mais a cada palavra sussurrada em seu ouvido. Era mesmo verdade? Tudo o que passou nesses últimos dias não passavam de mentiras? Draco nunca quis lhe ferir nem dizer nada daquelas coisas? Como poderia acreditar...?


Afastou-se devagar, sem encontrar impedimento algum. Encarou Draco nos olhos, não encontrando nada além de esperança e ansiedade. Não parecia ter malicia nenhuma, talvez não quisesse lhe enganar realmente, não é? 


      — Como... Como posso ter certeza de que o que está falando é verdade? — Ele perguntou. — E se você apenas quiser me usar de novo, como eu posso ter certeza?


O loiro abriu a boca para falar alguma coisa, quando Snape que nem parecia estar ali antes, deu um passo a frente.


      — Se me permite, Sr. Potter, Dumbledore me deu esta penseira. — Ele mostrou um pequeno objeto redondo, menor que um prato de sobremesa, porém como um penseira, com o mesmo liquido azul claro flutuando ali dentro. — Exatamente para esse momento. Por favor Draco, coloque suas lembranças do... Fatídico dia aqui e Potter poderá ver com os próprios olhos, o que é mentira e o que é verdade.


Draco sentia que poderia beijar Severus agora, aliás, ele e ao diretor, que tinha pensado em tudo. Talvez ele não fosse tal mal quanto ele pensara, depois de tudo. Tirou a varinha do bolso da capa, que era a única coisa que vestia além do pijama de seda verde. Encontrou-a na têmpora e mentalizou as lembranças que queria. Lentamente puxou e observou enquanto o fio azul claro se desprendia de sua cabeça, indo se junto ao liquido da penseira.


      — Aproxime-se Sr. Potter. — Snape chamou.


Harry olhou com desconfiança para ele e então para a penseira. Lembrou-se das outras pessoas na sala, mas não as fitou, não queria enfrenta-los agora, não naquele momento... Tudo o que tinha que fazer era olhar nas lembranças de Draco para saber a verdade... 


A verdade.


Sem hesitar mais, deu alguns passos passando por Draco e ficou de frente para a pequena penseira, aproximou o rosto dali e de repente, sentiu-se ser puxado e seus pés deixaram o chão. A sensação de estar rodando familiar, porém ao mesmo tempo estranha, parou tão logo que começou. 


Observou em volta e reconheceu o lugar imediatamente. Era certamente a torre de astronomia. Encontrava-se ao pé da escada e reconhecia o momento, lembrando-se da paisagem do nascer do sol. Draco e Pansy conversavam logo adiante.


Hesitante, ele andou até lá, sabendo que não poderiam ver já que era apenas um espectador em uma mera lembrança.
   
      — Não fique tão tenso Draquinho. — Ouviu a voz irritante de Parkinson. — Logo estará livre disso e poderá viver em paz... Como se nunca tivesse acontecido. Será melhor para todos.


Viu a fúria nos olhos do maior, ele parecia pronto para cala-la a base de socos. Era notável que em sua cabeça se passava o completo contrário das coisas que ela falava.


      — O nascer do sol é tão bonito. — A garota comentou olhando a paisagem, como se não estivesse prestes a acabar com algumas vidas. E se possível, Harry sentia mais raiva anda dela — Bem, é melhor eu ir para meu lugar. Seria tão mais fácil ter uma daquelas capas que Potter tem, quem sabe você não convence ele a dar pra mim?


Draco a olhou friamente, se olhares matassem, Pansy estaria mais do que cremada.


      — Oh, não me olhe assim. Foi só uma brincadeirinha.


A garota então foi se esconder atrás dos objetos antigos e quebrados da torre de astronomia, realmente era impossível de vê-la do angulo em que se encontrava naquele dia.


E então ele chegou. Ele mesmo tinha acabado de chegar e seu coração se apertou com isso. Lembrava-se de como estava feliz naquela manhã, apenas por que iria ver Draco. Porém, não olhou para si e sim para Draco. Era notável o desconforto e até mesmo, dor em seu olhar. Quem sabe se ele tivesse prestado mais atenção, teria percebido que algo estava errado.


Ouviu enquanto ele mesmo perguntava o que havia de errado, então, só agora percebia o quanto o maior se encontrava desconfortável naquele momento. Porém, foi só quando ouviu Parkinson sussurrar "Imperius" que sentiu vontade de sair daquela lembrança. Era agora que começaria a verdadeira humilhação...


Mas nada daquilo fora Draco quem dissera, fora Parkinson.


Ouviu o estalo do tapa que levara em sua mão, ecoando no ar. Na hora segurou a própria mão como se tivesse acabado de apanhar também, observando a cena. 


      — Não encoste em mim, mestiço imundo. — Seu coração se apertou.


      — D-Draco... — Ouviu sua voz, quebrada.


      — Não ouse nem falar meu nome, é Malfoy para você Potter. — Fechou os olhos, tentando impedir as lagrimas.


      — M-Mas... Dra... Eu... Eu não estou entendo... — Lembrava nesse momento, o quanto desejou que tudo fosse mentira, que estivesse apenas sonhando.


      — Então acho melhor te explicar. — Draco se encontrava completamente diferente de tudo o que vira antes, até mesmo antes de se descobrirem parceiro com a herança veela, ele parecia ter mais emoção quando brigavam, porém naquele momento, ele se encontrava completamente rígido, com o olhar frio e sem emoção. Tudo por conta da imperius e não por que estava com nojo dele como Parkinson fizera parecer. — Tudo o que tínhamos acabou. 


      — Draco... — Ouviu-se falar e uma lagrima escorreu de seus olhos.


      — Nunca tivemos nada Potter. — Nesse momento ele tapou os ouvidos, não querendo ouvir a próxima parte. — Eu só usei você, só usei seu corpo, foi bom se te faz sentir melhor... Você é uma ótima puta.


Um soluço escapou de seus lábios e ele caiu de joelho se sentindo miserável mais uma vez. Ter visto essa lembrança era um erro, ele sabia...


"Não... Eu te amo Harry, eu te amo... Tudo o que tínhamos era verdade, tudo foi especial, cada palavra, cada toque... Eu me lembro de tudo, por favor, Harry não acredite nisso, por favor... Eu te amo tanto. Por favor..."


A voz de Draco soou em sua cabeça como se ele estivesse falando naquele momento. Arregalou os olhos e observou o Draco da lembrança, ele não parecia ter dito nada daquilo...


      — M-Mas... Eu... D-Draco... Por que está fazendo isso? 


      — Por que eu me cansei de você, já me enjoou dessa sua cara. — As palavras saiam frias e cortantes. — Faça um favor para si mesmo e saia daqui, finja que nunca tivemos nada, por que eu farei o mesmo.


O que estava acontecendo...?


Through every page we turn
(Por toda página que nós viramos)
Each lesson that we've learned
(Cada lição que nós aprendemos)
Will finally set us free or bring us to our knees
(Finalmente nos libertará ou nos colocará de joelhos)
But love is right and never wrong
(Mas o amor é certo e nunca errado)


"Eu te amo Harry..."


Ouviu de novo. Aquela voz estava nas lembranças de Draco. Fora o que estava pensando naquele momento, lutando contra a imperius.


"Eu te amo Harry, por favor... Eu te amo..."


Eu também de amo Draco... Mais lagrimas escorreram pela face de Harry, dessa vez porém de felicidade. Draco lhe amava. Mesmo quando estava dizendo aquele tanto de coisas ruins, ele lhe amava.


"Eu te amo tanto Harry... Tanto..."


Eu também te amo Draco. Tanto...


                                                    oOo


Foi cuspido para fora das lembranças e quando tudo parou de girar se encontrava novamente na cozinha de Grimmauld Place. No entanto não queria saber onde estavam, nem quem estava ali. A única coisa que queria agora era...


      — Draco. — Chamou, olhando em volta e o procurando.


Ele estava a alguns passos de distancia, observando-lhe ansioso.


We know we can say we gave it all
(Sabemos que podemos dizer que nós demos tudo)
We gave it all for love
(Nós demos tudo por amor)
Each step of the way we gave our soul
(Em cada passo que demos, entregamos nossa alma)
We gave it all for love. all for love
(Nós demos tudo por amor. Tudo por amor)


Abriu um sorriso e correu em sua direção, se jogando em seus braços e com felicidade, sentindo os braços fortes lhe rodeando a cintura.


      — Eu também de amo Draco. — Ele falou sorrindo mais genuinamente do que nunca em sua vida. Era notável o brilho em volta de si, mas ele não ligava, estava muito feliz nos braços de seu parceiro. Sem perceber essa a razão de seu brilho, uma forte felicidade.


      — Harry! — O loiro gargalhou, levantando o pequeno e girando uma vez. Para logo depois, roubar-lhe um beijo.


Os lábios de encontraram e nada mais parecia importar. Beijaram-se como se fosse a primeira vez, longa e demoradamente. Quando se separaram os rostos permaneciam juntos, verde encarando o prata, em silencio. Draco e seu veela se sentiam completamente realizados. Seu pequeno parceiro estava de volta em seus braços, como ele tanto desejou. Estava tão feliz agora e Harry tão lindo... Poderia beijar aqueles lábios vermelhos uma vez mais e...


      — Nunca mais faça isso! — Harry socou o peito do maior. — Está me ouvindo? Nunca!


Socou mais uma vez, e mais outra. Até ter seus pulsos seguros por um loiro sorridente.


      — Nunca Harry... Nunca mais. — Ele falou já se aproximando do rosto corado do menor que o encarava com as sobrancelhas franzidas, completamente adorável.


O puxou pela nuca e roubou mais um beijo. Nada poderia ser mais perfeito agora, nada poderia arruinar o momento...


      — Mas o que...? — Sirius foi o primeiro a se manifestar.
 


Notas Finais


Pois então.

Para recompensar toooodo esse sofrimento, de vocês e dos personagens, o próximo capítulo está cheio de momentos cuti cuti, além é claro, da reação dos nossos queridos "amigos do Harry"

Então, não se esqueçam de comentar! É de graça e indolor!


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