Eu fiquei brincando com o meu copo vazio. Já se passaram quinze minutos desde que Harry havia dito que ia ao banheiro e até agora nada. Niall e Eleanor realmente tinham razão, eu estava me sentindo deslocada ali. O Zayn estava tão entretido com a garota que nem piscava, Louis havia saído para ligar para Eleanor, e Liam, Niall, Justin e Selena haviam ido dançar, eles me chamaram porem preferi esperar por Harry. Idiota.
Olhei para todos os lados na esperança de que fosse o encontrar, mas nada. E algo me dizia que ele estava com ela, com a Taylor, engoli em seco só por ter esse pensamento, ele não faria isso comigo.
- Aquele cara passou a mão em você – Justin apontou para Selena que se sentou ao meu lado.
- Não passou nada, você está vendo coisas – ela abanou as mãos no ar.
- Eu vi Selena, e você também olhou para ele – ele vociferou.
- Se eu olhei foi por acaso, fala sério – ela bufou.
Niall parou na minha frente e ficamos nos olhando como se tentássemos fingir que não estávamos ouvindo a conversa, o que era impossível já que eles estavam falando alto.
Zayn se levantou e saiu dali junto com a garota que conhecera.
Eu estava segurando o riso, pra mim é impossível encarar alguém e não rir, percebi que a mesma coisa valia para o Niall quando ele comprimiu os lábios.
Ele não conseguiu segurar por muito tempo e soltou uma risadinha baixa.
- Ganhei – festejei jogando os braços para o alto.
- Vou te pagar uma bebida por isso – ele sorriu.
Ele pediu alguma coisa e tudo o que eu pude ouvir foi “de morango”.
Selena se levantou para ir ao banheiro, deixando Justin reclamando sozinho.
- Normal – Niall deu de ombros ao ver que eu prestava atenção.
Arqueei a sobrancelha, claro, normal.
A bebida que o Niall pediu era gostosa, porém forte demais, mesmo com todo o doce eu ainda consegui sentir o amargor do álcool no final. Niall voltou para a pista de dança.
Enquanto bebericava pelo canudo, senti que alguém me olhava. Eu não queria procurar quem era, mas foi involuntário, olhei pro rabo de olho: Justin me encarava. Ele estava em pé apoiado no balcão, com a cabeça virada para mim, me olhando. Ele parecia um pouco alterado, talvez estivesse embriagado.
- Isso é bom? – ele perguntou se aproximando.
- Sim – respondi mexendo na bebida com o canudo.
- Realmente aparece bom, posso provar? – ele perguntou. Sua mão já pairava no ar fazendo menção de segurar o canudo.
Eu deixo ele provar ou não deixo? Ficará estranho se eu deixar que ele beba no meu copo? Harry se importará, ou Selena? E se eu recusar?
- Claro – respondi não querendo ser rude. Girei na banqueta ficando de frente para ele.
Eu sempre fui do tipo que achava que qualquer coisa seria motivo de uma discussão, e para Harry qualquer coisa é motivo.
Ele se aproximou de mim mais que o necessário, fitou me por um segundo, eu levantei meu copo para que ele não precisasse se abaixar tanto. Com a língua guiou o canudo até sua boca e bebericou, o mais estranho era que ele me olhava enquanto bebia, me olhava nos olhos.
Não ria, não ria, não ria, implorei para mim mesma.
- Realmente muito bom – ele se aproximou um pouco mais de meu rosto.
- Então se você gostou podemos pedir um desses né? – me virei para o balcão.
Ele riu.
- Claro, podemos pedir um desse pra mim também – ele disse e então chamou o barman.
Ufa, essa foi por pouco.
Ele pegou a bebida e foi para a pista. E lá estava eu sozinha.
- Mais uma da mesma – pedi para o barman.
- Oi meu nome é Selena e o seu? – perguntou um furacão se sentando ao meu lado.
Eu me assustei com a voracidade de suas palavras, com seus gestos rápidos demais, com o jeito que ela se jogou sentando na banqueta e girou para mim
- Katherine – respondi.
- Ah, oi Katherine, prazer.
- Prazer – eu senti uma pequena vontade de rir.
Ele ficou calada depois disso tamborilando a bancada de mármore preto com os dedos. E de repente se virou bruscamente para mim.
- Você quer saber de uma coisa? Homens são chatos. Sabe o Justin ele desconfia de tudo, e isso é um saco! – ela jogou as mãos para o alto num gesto exasperado e deixou que as mesmas caíssem sobre a bancada fazendo barulho. – Você acredita que o meu namorado acha que um homem passou a mão em mim? E o pior ele disse que eu paquerei o cara também, eu apenas olhei para ele, isso não é paquerar. E ele ainda brigou comigo, sabe, brigou, isso é inadmissível – ela bufou.
Ela continuou a desabafar sobre a sua indignação a respeito de seu namorado, e eu posso dizer que gostei dela.
*
Depois dos desabafos de Selena, todos estavam de volta a bancada, dessa vez Zayn voltou sozinho. Bom, nem todos haviam voltado, Harry estava “desaparecido”
- Cadê o Harold? – Louis perguntou.
- Ainda está no banheiro – revirei os olhos.
- Olhem só quem eu achei aqui – Harry gritou mais alto que a música.
Harry!
Virei minha banqueta para que eu ficasse de frente para ele.
- Ed, você por aqui – Niall se levantou para abraçá-lo.
- Vim fazer surpresa – Ed sorriu abrindo os braços.
- Eu encontrei-o no banheiro, ficamos conversando um bom tempo – Harry olhou para mim como se estivesse explicando o por quê de sua demora.
*
Vários copos de bebida depois, varias danças, várias conversas e eu estava exausta. Minha cabeça estava dolorida de forma que nunca esteve antes, meus olhos pesavam e eu queria vomitar. Liam estava deitado ao meu lado cochilando, ele não podia beber então para ele estava um saco já que todos os outros estavam bêbados e falando coisas sem sentido.
- Vamos embora? – sussurrei no ouvido de Harry.
- Ah não, eu estou bebendo, me deixa brincar poxa – ele falou de um modo enrolado, parecia uma criança pedindo para a mãe para ficar mais tempo brincando na rua depois dela ter pedido para que a mesma entrasse.
- Não estou me sentindo bem – expliquei.
- Mas eu estou, me deixa viver – eu demorei um pouco para entender o que ele havia dito.
- Então ta. – abaixei minha cabeça do mesmo modo que Liam, e esperei mais um pouco.
*
- Podemos ir agora? – perguntei alguns minutos depois.
- Não – ele praticamente gritou e segurou minha cabeça me beijando de modo feroz.
Mesmo que eu quisesse ficar, eu não conseguia. O som alto, a fumaça, o cheiro de bebida e suor, tudo aquilo estava me matando.
- Liam, Liam – cutuquei-o.
- Sim? – ele se levantou relutante.
- Me leva embora? – pedi.
- Claro – ele se levantou.
- Estou indo embora – avisei para Harry.
- Me espere, com uma roupa bem sexy e me espere em cima da cama e a gente – ele interrompeu a frase e começou a rir – eu vou meter com força – ele riu novamente.
- Tchau – beijei o topo de sua cabeça e ignorei o que ele disse.
Eu e Liam caminhamos para fora da boate.
Fotos, flashes, paparazzi, empurra-empurra, fãs histéricas, gritaria, era isso o que nos esperava do lado de fora.
Um carro preto já nos esperava do lado de fora.
- Isso foi legal – Liam murmurou quando estávamos na segurança do carro.
- Um pouco – respondi.
Seguimos em silencio até nosso hotel, até porque Liam dormiu durante todo o percurso.
*
Tomei um banho, coloquei uma blusa dele qualquer, uma calcinha e me joguei na cama completamente exausta, no relógio marcavam 3:42 da madrugada.
*
Acordaram-me às 5:15 da manhã.
- Katherine, abre a porta – alguém gritava batendo a porta com tanta força que eu cheguei a acreditar que queriam arrombá-la.
- Espere um pouco – tentei gritar, porém minha voz falhou.
Enrolei-me no lençol de cama e fui abrir a porta.
Olhei pelo olho mágico e não avistei ninguém. Abri a porta.
- Harry – me abaixei ao ver a situação em que ele se encontrava.
Ele estava deitado e havia acabado de vomita no chão, seu corpo estava mole, ele estava fora de si.
- Droga – resmunguei ao segurar seus pés e arrastá-lo para dentro do quarto. Ele é pesado.
Arrastei-o para o banheiro e comecei a o despi-o.
- Você é gostosa – ele riu colocando as mãos sobre os meus seios e os apertando.
- Fique parado – pedi tentando terminar de despi-lo.
Quando consegui abri a água do chuveiro para banhá-lo.
- Eu te amo – ele pôs a mão sobre minha coxa.
- Também te amo – respondi.
Demorou mas consegui dar banho nele e escovar sua boca, ou pelo menos tentar escová-lo.
- Agora você vai ter que colaborar – pedi.
- Couablarar – ele riu achando aquilo a coisa mais engraçada do mundo.
Fiz o máximo de esforço para o levantar.
- Vamos, colabore – implorei.
Ele se levantou molengo e tombou para frente, mas eu consegui segurá-lo. Arrastei o até a cama e empurrei-o pra cima da mesma, com um pouco de esforço coloquei seus pés para cima da cama, coloquei a cueca nele e pronto, missão cumprida.
- Quer comer algo? – perguntei.
- Você – ele respondeu malicioso.
Deitei-me na cama, mas ele já estava dormindo. Droga
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