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História Magi: The Rise of King Arhos - O início de uma jornada - Um problema inesperado.


Escrita por: Ray_Lionheart

Notas do Autor


Estou de volta, um dia mais tarde que o planejado. Digamos que eu estou passando por alguns probleminhas...
Meu HD externo, !QUEIMOU! essa semana, e tudo o que eu tinha estava nele... meus animes, meus mangás, meus filmes, enfim! tudo!
Mais de 890 g de coisas perdidas... Então, estou bem pra baixo esses tempos, e gostaria de me desculpar mesmo tendo prometido postar semanalmente de agora em diante.

Gostaria também de pedir desculpas, caso tenham passado muitos erros na hora da edição. Prometo que é só dessa vez. Vou fazer o possível para voltar a mim mesmo o quanto antes!

boa leitura, e até o fim da pagina!

Capítulo 18 - O início de uma jornada - Um problema inesperado.


Acordo de manhã mais cedo que os outros e deixo o quarto pra pensar no que fazer hoje. Está chegando a hora de partir, logo teremos que voltar para a estrada. Infelizmente não a muito que fazer nesta cidade, mas tenho que me entreter um pouco e esquecer os meus problemas, como encontrar um Magi andarilho fujão... E olha que esse é só um deles.

Decido Subir no teto de nossa luxuosa hospedagem, (por que é isso que faço quando não tenho o que fazer. Gosto de observar o sol) e apenas aproveitar a paisagem (não tão bonita assim) enquanto posso. Logo meus amigos vão acordar e vai começar a rotina de sempre.

Ontem de noite, nós ficamos acordados até tarde pra observar (maravilhados) o trabalho de Ragan. Até agora me surpreendo toda vez que olho para meu cinto e encontro a linda bainha vermelha com ornamentos dourados. É realmente a minha cara. No fim das contas, meu Mythril é vermelho... Não que isso me surpreenda, já há tanto vermelho em minha vida, que mais um pouco não vai fazer diferença nenhuma. Mas ainda assim ela é perfeitamente linda.

—Hey! —Ouço uma voz vinda lá de baixo, do chão. Provavelmente isso é pra mim.

É nessa hora que o Argos me atrapalha e eu quero bater nele.

—Já vou, Argos. —Digo. Sabia que minha diversão estava pra acabar.

—Quem? —A voz responde.

De onde eu estou não posso ver, mas não é mesmo a voz dele. (Pra ser sincero, só perguntei por força do habito).

—Espera. —Digo. Salto de cima do telhado, e então caio em frente a um estranho, totalmente desconhecido.

—Quem é você? —Pergunto com sincera incerteza, assim que meu rosto se encontra com o dele.

—Eu pergunto primeiro. —Diz o estranho homem em minha frente. Uma figura alta e magra com um rosto pálido e comprido. Ele é sem sombra de duvida a coisa mais estranha que já vi nessa cidade até agora.

—Vá em frente então. Mas seja rápido. —Digo, ainda não concordando muito.

—O que você estava fazendo sobre o telhado? Quem é você? E o que pretendia? —Diz. Suas perguntas não fazem muito sentido, mas respondo assim mesmo.

—Precisa ser nessa ordem?

—Só responda! —Diz o estranho batendo o pé no chão. Sério, não gostei desse cara.

—Arhos. Observando. Nada.

—Onde estava ontem à noite? —Diz à figura que aparentemente está brincando de me tirar do sério. Felizmente para ele, meu corpo está se contendo.

—Que tal... Deixe-me pensar... Dormindo? Serve pra você?

—É o que todos dizem. —Diz de volta. É só impressão minha, ou ele esta me desafiando? —Seja mais especifico. —Ele continua, apontando o dedo para meu rosto. Não gosto do seu gesto, e odeio quando apontam para min. Vou quebrar o dedo desse cara.

—Olha. Se continuar assim, essa conversa vai chegar a um ponto que você não vai gostar muito. —Digo controlando a vontade de socar a cara dele. Não sei o porquê, mas tenho tendência a socar as pessoas que conversam comigo por mais de cinco minutos... ainda acho que o problema é com elas.

—Isso é uma ameaça? —Ele diz parecendo indignado. —Por que se for, eu...

—Presta atenção. —Eu o interrompo. —Ontem à noite, eu me deitei sobre minha cama em meu quarto, e fechei meus olhos esperando que o sono chegasse, então acordei esta manhã, e adivinha! Minha contemplação diária do nascer do sol foi interrompida por um sujeito inconveniente! É especifico o suficiente pra você?

—Tinha alguém com você? —Pergunta o sujeito evadindo o assunto completamente.

—Olha, se você vai me obrigar a fazer um discurso descrevendo a noite de todos, eu terei entrar e socar a cara deles até acordarem, ai vou poder socar mais e então descrever a noite deles em suas presenças. —Digo enfatizando o máximo que posso a minha raiva. —E não, eu não quero fazer isso!

—Só preciso ter certeza de que não foi nenhum de vocês, visitantes. —Diz o sujeito. Não faço ideia do que ele esteja falando. Mas parece que aconteceu algo aqui nesta cidade.

—O que você quer dizer com isso. —Pergunto esquecendo a raiva e dando lugar a curiosidade.

—Como posso explicar... —Diz ele parecendo pensativo.

—Que tal do começo? —Digo sugerindo. Ele parece aceitar minha ideia.

—Certo. Há alguns anos, nossa cidade... —Ele começa, parecendo querer relembrar uma vida inteira. O interrompo antes de começar seu discurso aparentemente infinito.

—Não tão do inicio assim, certo? —Digo. –Comesse da noite passada que já está ótimo.

—Bom, já deve saber que aqui nesta cidade mora uma pessoa muito importante, não é? —Diz, esperando uma resposta aparentemente obvia para todos. Só que eu é claro não sei qual é, então decido apenas ficar em silêncio.

—A casa grande, aquela que parece pertencer a alguém importante, e também... —Eu o interrompo novamente.

—Acho que já entendi. —Digo acenando com a cabeça ironicamente. —Agora pula pra parte importante.

—Então. Lá mora o Cônsul, que cuida de nossas relações com o reino de Sindria. Na noite passada sua casa foi saqueada, e levaram o maior tesouro de nossa cidade, por isso decidimos dar inicio a uma investigação de emergência. —Agora entendi... Nós devíamos ter ido falar com esse cara assim que chegamos aqui, e ter dito que viemos de Sindria. Teríamos conseguido um local para dormir de graça, e comida também. (Credo, como somos burros...).

—Então é isso. Antes de tudo, posso lhe afirmar com toda certeza que ficamos aqui toda a noite, então não foram meus amigos. —Digo livrando Argos e Kein.

—Que fizemos o que? —Ouço a voz de Kein vindo de trás de min, me viro, e então ele e Argos estão lá de pé na entrada do alojamento. Argos ainda está bocejando, então provavelmente acordou agora (Com minha gritaria).

—Este senhor extremamente chato veio nos informar (ou interrogar) sobre um roubo que ouve noite passada. E se foi um de vocês, pode ter certeza de que vou bater tanto nele que vai esquecer o próprio nome. —Digo fazendo uma falsa ameaça. É obvio que não foram eles. Argos e Kein olham por trás de min para analisar o homem. Quando os olhos do estranho entram em contato com Argos, ele começa a tremer.

—Foi você Argos? —Digo encarando ele quando percebo que o homem está tremendo.

—Ta brincando? Por que eu que eu roubaria alguma coisa se eu tenho tudo o que eu preciso? —Ele diz com sinceridade. Agora só resta...

—Kein. —Digo apontando pra ele.

—Não fui eu. Eu juro. —Diz preocupado. —Até por que se tivesse sido eu, pode ter certeza que eu não estaria mais por aqui. —Faz sentido, Kein é a pessoa mais inteligente que eu já conheci, poderia facilmente de desvencilhar de um roubo como esse, mas jamais bancaria o idiota.

Depois de pensar um pouco olhando para eles, chego à conclusão de que não tem lógica acusa-los. Argos tem um ponto, ele não precisa de nada além de um pedaço de pão pra ser feliz. E Kein não costuma ser desonesto (a menos que envolva uma espada, ai ele faz o que for preciso para adquiri-la.).

—Acredito neles. —Digo me virando para o homem.

—Você acreditar não é o bastante. –Diz o homem, sério. —Preciso de algo que valha.

—O que deseja então? –Pergunto impaciente.

Ele respira fundo, e então olha novamente para Argos. Depois de um tempo, desvia o olhar se volta para mim.

—Quero que venha comigo até a mansão. La o cônsul fara um interrogatório.

—Olha, não estou nem um pouco a fim de fazer nada disso, então se precisarem de min, estarei comendo alguma coisa em algum lugar. —Diz Argos se virando e entrando de volta.

—To com ele. Não vou a lugar nenhum. —Diz Kein seguindo-o.

—Você os ouviu. –Digo me virando e indo em direção à porta.

—Espera, não é assim que funciona! —O homem se pronuncia indignado.

Ignoro-o totalmente, e passo pela porta fechando-a atrás de mim o mais forte que posso. Ele abre e entra insistindo no assunto. Decido dar um basta na situação.

—Olha! —Me viro para ele apontando com o indicador. —Se você não parar de fazer perguntas, encararei como uma acusação, e então teremos um problema. —Argos para de andar e estala os dedos ainda de costas.

—Certo, não precisa me acompanhar se não quiser, mas se vocês se julgam tão bons assim, poderia ao menos ajudar nossa cidade a ter de volta seu bem mais precioso.

—Suponho que não seja uma espada, não é? —Diz Kein. Quando diz isso, ele para, e faz aquela cara de “pera ai”, e então continua. –Até por que se fosse, eu saberia. Que pergunta idiota a minha...

—Não é uma espada, nem nada de tão valioso assim. —Diz o homem balançando a cabeça. —Está mais para valor emocional.

—Então o que é? —Pergunto impaciente. —Já estou cansado desse assunto.

—O herdeiro do cônsul. —Diz o infeliz homem com tristeza.

—O que? —Digo franzindo a testa.

Argos se vira confuso, acompanhado de Kein. A cabeça do homem se abaixa com tristeza.

Após um curto período de silêncio, o homem volta a se pronunciar começando a esclarecer as nossas duvidas.

—Bem... —Ele começa tomando coragem. —Tudo começou, quando há algum tempo atrás um viajante veio a nossa cidade. Nunca havíamos visto aquela pessoa, era misteriosa e reservada. Após cerca de dois dias, o estranho decidiu explorar a Dungeon local: “Adramelech”.

—Ouvi falar desta Dungeon, diziam que muitas pessoas morreram sem sequer conseguir chegar a ela. —Diz Kein. —Parece que havia um tipo de magia muito poderosa que guardava sua entrada.

—Sim. Mas um dia, a floresta toda próxima a cidade tremeu com um violento terremoto, e de dentro dela, saiu um único garoto. Era o estranho. Nunca havíamos visto aquilo antes, uma única pessoa sozinha conquistou Adramelech. E ele não parecia ter mais que dezesseis anos de idade.

—Não é impossível. —Diz Argos. —Arhos conquistou sua primeira Dungeon sozinho, com dezesseis. —Completa apontando para mim.

O homem olha para mim surpreso, mas então baixa a cabeça novamente.

—Pois então são poucos de vocês. Meu pai morreu tentando alcançar aquela Dungeon há alguns anos. —Ele diz triste.

—Meus pêsames. —Paro por um segundo, e fecho os olhos. —Agora continue com a história. —Digo voltando a fazer cara séria.

—Sim. Nesse mesmo dia, o viajante falou algo com um garoto de nossa cidade antes de partir. Não sabemos o que ele disse, mas parece que o garoto ficou fascinado. Era o filho do cônsul.

—Então o estranho e misterioso conquistador de Dungeon teve um conversa com o filho do cônsul e ele instantaneamente decidiu que um dia também iria conquistar uma Dungeon, certo? —Digo. —Típico... Acho que esse moleque fugiu pra tentar conquistar alguma Dungeon, e morreu no caminho.

—Não pode ser isso, nós saberíamos. E não há mais nenhuma Dungeon próxima de Themos.

—Não é de se admirar que ele seja valioso para está cidade. —Diz Kein pensando alto.

—É. Ele é filho do cônsul. —Diz o homem.

—Não é disso que estou falando. —Diz Kein desviando o olhar.

—Kein? Por acaso tem algo em mente? —Pergunto. Ele dá de ombros.

—Não sei... Acho que sim. Levem-me até o local.

—Sério? —Diz Argos Incrédulo. —Vocês recusaram tanto pra aceitar assim do nada!?

—Por que a surpresa? Você não vem. —Digo apontando para que ele fique. —Não precisamos de você agora.

—O que? Só por que não quero, não quer dizer que eu não tenha que ir. —Ele diz desviando o olhar de mim e olhando para o teto (a alguns centímetros de sua cabeça). —Você vai. Isso é motivo para eu ir. —Diz voltando o contato visual.

—Argos, eu e Kein temos assuntos importantes a tratar. Você fica e... Protege a cidade! Isso, você protege a cidade! —Digo sorrindo. —Boa sorte!

—Não! —Diz ele indignado. —Não quero proteger essa droga de cidade fajuta! —O homem triste não parece levar isso como um elogio, mas o medo que sente de Argos não o permite contradize-lo.

—Olha. Sei que você jurou me proteger e blábláblá... Mas eu não preciso de proteção para isso. E você é mais forte que eu Kein juntos, então pode proteger a cidade, sozinho. —Digo. (Não custa nada iludi-lo um pouco, não é?).

Argos fica um tempo com os braços caídos me olhando como quem implora por alguma coisa, mas em seguida puxa Kein violentamente pela gola da roupa. A reação de Kein é exatamente nada. Ele já esperava por isso.

—Se deixar alguma coisa acontecer com ele... —Ele diz pensando em uma punição.

—Já sei! Eu morro. —Kein termina sua frase. Seus pés já estão a quase um metro do chão.

—Argos. —Digo repreendendo-o. —Solta logo ele.

—Ta certo, eu fico. —Ele diz soltando Kein, que por sua vez cai sem impacto nenhum e se distancia arrumando a roupa. —Vocês são uns viciados em mistério... Não podem ver nada do tipo que já correr pra saber o que é.

—É assim que eu sou. —Kein diz e virando para Argos. —A curiosidade me move. —Termina acenando para ele com o polegar e sorrindo.

—Vamos Kein, temos que verificar isso. Está historia esta meio estranha. —Digo. Ele assente, e então nos dirigimos para a saída.

O estranho abre a porta e nós três saímos por ela, deixando para trás um Argos triste e indignado. Antes de ir, decido ter certeza de que ele vai fazer o que disse que faria.

—E se você seguir agente, eu vou saber! —Digo batendo na porta atrás de min. Acho que ele levou um susto.

 

.....

 

Depois de um tempo andando pelas ruas, chego à conclusão de que esse será um dos dias mais terríveis de minha vida. Se tem uma coisa que eu odeio de verdade, é silencio. Talvez seja por isso que ainda não matei o Argos...

Já no meio do caminho, o maldito silêncio continua a me cutucar no cérebro. O homem com o qual conversamos ainda se mantem meio distante (Aparentemente se assustou um pouco com Argos) enquanto Kein fica pensando alto, mas resmungando baixo de mais para eu ouvir.

A cidade a nossa volta, está tão depressiva que parece uma vila fantasma. Raramente passa uma pessoa nas ruas, e mesmo quando acontece, essa simplesmente passa direto e de cabeça baixa. Que saudade de Sindria.

—Kein? —Digo tentando chamar sua atenção. Ele continua a fazer seus cálculos mentais. Só o outro cara parece notar meu chamado. Sua cabeça faz um leve movimente, mas depois volta a olhar para frente.

—Kein! —Forço um grito quebrando o silêncio. Ele se vira para min assustado levando a mão até a bainha de uma de suas espadas nas costas (Agora ele tem duas espadas cruzadas, em forma de X, e o receptáculo de familiar no meio. E sim, custou caro!). O Homem que nos guia também para, parecendo tão surpreso quanto Kein.

—Calma. Só Queria perguntar uma coisa. —Digo aliviando seu estresse. Sua mão se solta lentamente do cabo da espada enquanto ele me encara.

—E que seria tão importante a ponto de atrapalhar a minha reflexão? —Diz parando de andar. Quanta arrogância...

—Já prestou atenção a nossa volta? —Digo.

—Acho que se esqueceu de com quem está falando... —Ele diz desviando o olhar e depois me encarando. —Sim, já reparei que a cidade está mais morta do que um cemitério. A alguns metros passamos por uma senhora de roupas brancas e com uma flor em sua cabeça; um pouco mais atrás, um ferreiro fechado que parecia não abrir a um bom tempo, pois não havia o comum cheiro de carvão e metal fundido, e então o homem a nossa frente pisou em um prego sem sequer notar e continuou andando de forma quase imperceptível de que isso o incomodava, mas de fato ele deve estar sentindo isso neste instante. —Ele me diz tudo isso de forma rápida e detalhada.

O nosso guia pisa com um pouco de força no chão e então faz uma clara expressão de dor. É incrível Kein ter percebido algo como isso.

—Precisa de mais detalhes de nossa caminhada? —Completa ele com um olhar claro de incredulidade. (Ou talvez superioridade. Quem sabe eu não tenha entendido direito... Pro bem dele, é melhor que seja a primeira opção a certa).

—Como pode detalhar tudo isso enquanto estava em transe daquela forma?

—Percepção. —Diz ele confiante.

—Acho que você não entendeu a minha pergunta. Vamos tentar de novo... Como?

—É simples: Eu e concentro em duas coisas ao mesmo tempo. É como lutar com duas pessoas, você não pode se descuidar de uma pra prestar atenção na outra.

—Isso é humanamente impossível... —Nós todos voltamos a andar, agora com um guia manco.

—Em todo caso, é sempre bom tomar cuidado extra com certas coisas... —Ele se vira para trás por um segundo, mas depois decide esquecer o que quer que tenha chamado sua atenção.

—Já chegou a alguma conclusão não é? —Pergunto. É realmente inacreditável, mas tenho certeza de que já.

—Creio que sim. —Ele diz olhando para o homem com o pé ferido. —Só não tenho certeza se isso é uma coisa boa... —Kein para novamente, e começa a encara o homem.

—Como podem saber de algo sem sequer terem visto o local do acontecimento? —O homem pergunta surpreso, mudando o peso do corpo para o pé bom.

—É simples. Eu calculei cada uma das possibilidades em minha mente, e então descartei as mais improváveis de acordo com as suas descrições do acontecimento e com minha intuição. Depois só precisei analisar sua forma de agir para perceber. —Diz ele encarando o homem que agora parece ter medo da próxima resposta de Kein.

—Você mostra claros indícios de mentira, ou de incerteza. Só não sei qual deles é. —Diz Kein decidido. O guia engole seco.

—Como pode achar isso? —O homem diz desviando o olhar.

—Das duas uma: Ou você esta mentindo para nós, ou nem mesmo você sabe o que realmente aconteceu. —Diz Kein sorrindo.

Depois de um tempo de silêncio, cheio de trocas de olhares desconfiados, e aflitos, nosso guia decide mudar de assunto.

—Estamos próximos do local, por favor, me sigam. —Ele interrompe a conversa e então continuando a andar mancando com o pé esquerdo que está ferido com o prego.

Quando finalmente chegamos a grande mansão depois do que pareceu ser uma marcha fúnebre, o homem triste (e manco) finalmente se pronuncia parando em frente aos portões e se virando para nós.

—Eu realmente vos agradeço muito por tentar ajudar, mas peço que tenham paciência com o cônsul, ele esta instável desde que seu filho foi levado. —Ele diz virando-se novamente e abrindo o portão dourado para que entremos. Kein continua a analisa-lo com o olhar desconfiado.

—Não se preocupe, sem Argos por perto diplomacia não vai ser um problema.

—Não é com ele que estou preocupado. —Diz o homem.

Sou surpreendido por um objeto voador que atravessa a vidraça de uma das janelas e vem em alta velocidade em minha direção. Antes de eu reagir, Kein estende sua mão parando a centímetros do meu rosto o objeto que mais tarde revelou-se ser uma faca.

—Obrigado. —Digo tocando a ponta da faca afastando-a de meu rosto. Ele leva a lâmina até perto dos olhos e a examina por um segundo, então joga para trás das costas como se não tivesse valor algum.

—Parece que alguém esta de mal humor. —Kein diz, irônico.

—Sério? Nem reparei.

—Acho melhor não utilizarem de sarcasmo e esse tipo de coisa enquanto estiverem lá dentro. O cônsul não parece gostar muito disso. —Diz o homem caminhando em direção à porta. Da janela quebrada vejo o rosto de uma pessoa. (A certos momentos na vida, que todo mundo passa por uma situação em que gostaria de “desver” alguma coisa... Esse sem duvidas é um deles pra mim... seguido do labirinto de Sheeva).

—Kein, eu espero que já tenha decifrado os fatos. —Digo cutucando ele. —Já percebi que não vou gostar de ficar perto desse cara.

—Só preciso analisar o cônsul agora. —Diz ele de volta olhando pela janela. Também não parece nada contendo em ver o cônsul.

Assim que entramos pela porta, percebemos quase que imediatamente o homem enorme e gordo deitado em um sofá com uma mesa a sua frente entupida de comida. Isso definitivamente não é um trabalho para o Argos, se ele estivesse aqui seria difícil segura-lo.

—Com licença senhor. —Diz o homem dirigindo-se ao cônsul. Ele para de comer seu enorme pedaço de carne e então passa a encara o guia. Não parece nada contente em ter visita em sua casa. —Eles estão aqui para ajudar.

—Quem foi que te deu permissão de trazer estranhos a minha mansão? —Diz o gordo repreendendo nosso guia.

—Meu senhor... —Ele começa dizer, mas o cônsul o interrompe.

—E quem te deu permissão para falar? —Ele diz jogando o pedaço de carne no homem, que sequer faz questão de desviar. —Saia daqui agora, e leve essas pessoas com você!

—Já entendi o porquê da faca. —Digo olhando para Kein. O Consul parece me perceber assim que falo, e então se dirige a min.

—E você quem pensa que é para invadir meu território assim? —Diz coçando a barriga.

—Não acho que invadimos nada. —Digo.

—Saiam daqui agora! —Grita o homem. —Todos vocês!

A reação de Kein a isso é surpreendente. Andando lentamente até a mesa de cabeça baixa, ele se prepara fazer uma burrice (Com certeza uma burrice, disso eu tenho certeza).

—Olha. —Ele então bate com força na mesa usando uma das mãos, fazendo toda aquela comida voar longe, e cair no chão, mas principalmente sobre o enorme homem gordo. A reação do cônsul é gritar imediatamente. Ele não esperava por essa, e nem eu.

—Não se engane. Eu nunca faria nada por você seu porco, eu farei isso pela cidade. —Ele diz furioso, e então se vira e começa a andar. Assim que passa por min acena com a cabeça e então Saímos.

Ouço o homem gritar quando a porta se fecha atrás de nós, algo como “Executem, executem!” Felizmente não é a primeira vez que ouço isso. Mas é a primeira em que estou acompanhado de Kein (Quando estou com Argos, coleciono mandados de execução).

—Gostou da encenação? —Ele diz começado a andar mais rápido, se distanciando rapidamente da mansão. Parece querer voltar logo para a pousada, ou então simplesmente sair de perto desse homem estranho.

—Eu sabia. Você é esperto de mais para arrumar uma briga assim por nada com um cônsul. —Digo esclarecendo minha duvida de que ele havia perdido o juízo. —E então? Conclusão. —Continuo para saber sobre sua analise.

—Dentro da casa haviam inúmeras janelas quebradas, mas nenhuma delas foi quebrada por fora. Percebi isso quando o cônsul arremessou a faca em nossa direção. Todas as outras possuíam cacos do lado de fora, assim como a que ele quebrou com a faca. Além disso, tanto na mesa quanto o resto da casa, não havia indícios de que alguém brigou ali, e nem mesmo há nada fora do lugar. Não a sequer arranhões. E mais, acha que alguém entraria na casa de um cônsul e não roubaria nada? Todas as coisas de ouro estavam em seus devidos lugares e ele tinha joias em seu corpo. —Diz ele detalhando sua analise. —Isso foi uma armação, e das muito mal planejadas.

—Então foi armado...

—Fizeram o possível para que se parecesse com um sequestro. O cônsul não sabe de nada, como eu esperava. Analisei sua expressão quando o encarei, e por mais que por fora se parece incrédula e raivosa, por dentro havia incerteza e duvida sobre o desaparecimento de seu filho. O que significa que foi outra pessoa.

—O guia?

—Exato, por que acha que ele veio primeiro a nós quando supostamente soube do ocorrido?—Diz Kein me encarando.

—Ele colaborou, mas não consentiu? —Percebo que esta parece ser a única alternativa viável.

—Ele fez parecer com que foi um interrogatório, mas quando veio a nos, não estava sequer cansado, e pelas expressões, as pessoas ao nosso redor também desconheciam o assunto. O que significa que ele veio primeiro a nós. Ele nunca saiu pela cidade para fazer perguntas.

—Então temos uma pista sobre o menino. Mas por que o guia iria querer esconder uma coisa dessas? —Viro para trás por um segundo. Tenho certeza de que já deveríamos estar sendo seguidos por guardas ou algo do tipo, mas mesmo assim não há ninguém lá.

—Não se preocupe, se ele estiver realmente interessado em nossa ajuda vira nos procurar novamente mais cedo do que você pensa. —Diz Kein correndo em direção à pousada agora próxima.

Assim que chegamos perto da porta, ela se abre e Argos aparece de pé em frente à entrada.

—Vocês voltaram!

—Ficou esperando aqui esse tempo todo? —Pergunto não acreditando nos meus olhos. Ao menos não quando se trata de Argos. Ele pode ter qualquer coisa da lista de virtudes (se é que ele tem uma), mas paciência não será nunca uma delas.

—Não... Mas ouvi vocês chegando. —Ele diz virando-se e andando para dentro.

—Sério? —Diz Kein olhando para min.

—É... Parece que agora os “poderes” de localização e rastreamento dele estão melhorados.

—Isso explica por que ele estava nos vigiando. —Diz Kein. A frase parece chocar Argos, um arrepio sobe suas costas provocando uma vibração em seus pelos.

—Argos? Não quer nos dizer nada? —Pergunto. Ele se vira e então me encara por um segundo, e logo depois desvia novamente o olhar. Indicio claro de culpa.

—Não.

—Então olha pra min. —Kein diz. Argos obedece fazendo novamente como fez comigo. —É. Ele ta mentindo. —Fico surpreso de saber que ele pode analisar expressões até mesmo de um rosto incomum como o de Argos.

—Ta certo, fiquei a uma distancia que pensei ser imperceptível para vocês, mas os segui sim. Nada de tão perigoso assim. A pergunta é como você descobriu! —Diz ele enfatizando a ultima parte querendo mudar rapidamente o assunto.

—É simples. —Kein diz apontando para Argos. —Estarei mentindo se disser que está não é a maior expressão de culpa que eu já vi.

—Argos, da próxima vez que eu dizer que é pra você ficar em um lugar, é pra você ficar no lugar! —Digo cutucando ele.

—Nem morto! —Ele retruca, virando-se e andando em direção a uma mesa pronta com algumas coisas, em quantidade o suficiente para alimentar o mundo inteiro. Realmente, como esta é a resposta que eu esperava, não estou bravo.

—Você já é um caso perdido, só ouve quando quer.

—Olha quem fala. —Kein diz com um risinho de canto.

—Mas diferente dele, eu não devo satisfação a ninguém. —Digo apontando para Argos. —Já ele, precisa me escutar!

—Estou com fome demais para dialogar agora... —Diz Argos sentando-se no chão ao lado da mesa e pegando uma peça de carne gigante (Não existe um banco que suporte ele, então ele tem que ficar no chão).

—Não pense que vou esquecer isso. —Digo. Sento-me em um dos bancos a volta da mesa e então começo a comer também, afinal... Saco vazio não para em pé, não é?

Kein se junta a nós puxando um banco para ele também.

—O que acha que vai ser agora? —Pergunto. Kein simplesmente aponta para a porta, ainda mastigando um pedaço de uma fruta estranha que eu nunca vi na vida (Até mesmo deduzi ser uma fruta).

Olho para ela e então ela se abre revelando o homem que nos interrogou esta manhã com uma expressão de alivio ao nos ver. Kein sorri olhando para min e então se volta para a comida. O homem vem em nossa direção e então se pronuncia.

—Viajantes. Nós realmente precisamos de sua ajuda.

 


Notas Finais


Pessoal, gostaria de dar um comunicado importante...
(Relaxem!!! não é nada ruim, e eu não pararia essa fic por nada nesse mundo!!! kkk).

A algum tempo atrás, tipo muuuuito tempo, fiz uma promessa pra um dos meus leitores, mas não tive tempo de cumpri-la, felizmente, finalmente encontrei o tempo e a inspiração necessária pra cumprir essa promessa. Digamos que será um presente de fim de arco para vocês!

~mikawolfsberg, não sei se você ainda está ai, mas os desenhos estão chegando!
Para os desinformados, estou desenhando os nosso queridos protagonistas! No fim do arco disponibilizarei o desenho como um bônus!

Obrigado a todos!

Ps: vou dar meu melhor nos desenhos! E caso queiram contribuir com a aparência dos personagem, como estilo e roupas, também seria bem legal! quero que possam ver o personagem, e dizer que era assim que o imaginavam!
Bom, é isso, até a próxima!


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