História Antissocial - Vida perfeitinha

 

 

Eu sei que todo mundo esta esperando que eu comece a minha historia dessa forma:

“Oi gente meu nome é Sakura Haruno, eu tenho 17 anos, bem... eu sou uma puta de carteirinha, uma patricinha mimada e de cabelo rosa, estranho meu cabelo ser rosa né? Eu tenho amigas  que são ainda mais putas que eu mas  eu as amo de qual quer forma, há e também eu adoooro fazer compras sabe, é tipo, tuuudo de bom. Eu tenho uma vidinha mediocremente perfeita.”

Mas minha vida não se parece nada com essa  merda ai. Meu nome: acho que não vou precisar contar a vocês, até por que isso não importa, eu estou no 3° ano do ensino médio, e não tenho amigos, e nem faço questão da companhia de ninguém. Sabe aquele ditado : “melhor sozinha do que mal acompanhada” pois é se encaixa perfeitamente pra mim. Eu não vim aqui pra contar nenhum contos de fadas ou como minha vida é maravilhosa, então se for isso que procuram, desistam, fechem  a pagina e voltem a viver suas vidas nostálgicas e idiotas.

 

Eu estou indo pra escola, com um coturno e meias pretas, eu odeio  esse uniforme que me obrigam a usar, parece aquelas roupinhas de menina inocente, uma mini saia rodada com uma blusinha social e um lacinho no lugar da gravata, que tedio. É claro que não vou usar aquele maldito laço então só o joguei no pescoço mesmo, não sou obrigada a ser igual a todas aquelas cadelas da escola, que adoram vestir o uniforme pra que os meninos olhem pras pernas delas. Que se fodam aqueles meninos retardados também.

 

Como de costume assim que cheguei vi o grupinho dos “populares” sentados  no pátio em frente à escola,  bando de vagabundos mimados é o que são. Fui direto pra sala, sentei no meu lugar de costume coloquei meus amados fones, estava tocando  “Gotta be somebody” Nickelback.

 

As pessoas logo começaram a entrar na sala e irem para seus devidos lugares, alguns fingiam que eu nem existia ali, já outros me olhavam com desdém e nojo, mas que se danem todos.

 

Não demorou muito para que o professor chegasse, trazendo com ele o cara mais otário de toda aquela maldita escola, Sasuke Uchiha, o cara tinha se mudado no começo desse semestre mais já havia se tornado o mais popular da escola, to me lixando pra isso. O verdadeiro problema era que aquele idiota além de ser popular ainda quer ocupar o meu posto de melhores notas da sala, filho da puta, no começo ele tirava notas mais altas que a minha o que me fez odiá-lo de todo o coração, agora geralmente rola um empate. Mas nem fodendo que ele vai ser melhor que eu aqui.

 

 

Ele entrou e foi pra o seu lugar sem olhar pra ninguém, com um arzinho irritante de superior, enquanto umas meninas  atiradas babavam por ele. O professor começou a aula de literatura, eu gostava muito de ler, e o livro em destaque essa semana era “A vantagem de ser invisível” de Stephen chbosky , era um dos meus prediletos já o tinha lido varias vezes, mas como sempre os sem cérebros da minha sala  não o tinha lido então o professor começou a dar um sermão em todos. Depois de todo aquele blábláblá´ ele passou uma redação, como castigo para quem não leu, dei um sorriso vitorioso com a noticia e comecei a minha redação logo terminei e quando fui entregar ao professor aquele maldito Uchiha também se levantou, o olhei incrédula, ele já terminou? Não provavelmente nem havia feito. Assim que ele entregou o dele o professor sorriu  e sussurrou um “muito bem” pra ele.  Já pra mim a única coisa que ele disse foi: - tire os fones Haruno aqui não é sua casa.

 

Filho da puta

 

Eu poderia ter dito isso, mas não disse por que, bem... Por que eu já tinha discutido varias vezes com aquele maldito e ameaçaram me colocar pra fora da escola caso acontecesse novamente. Eu não posso mudar de escola agora... por motivos além de mim...

 

Então com toda a paciência que eu tinha simplesmente sai da sala e bati a porta com força só pra deixar o querido professor ainda mais alegre. Depois de ter faltado a aula de historia, e ter mais 3 de inglês eu voltei pra casa. Esperei o ônibus por quase um século, ele aparece atrasado, como de costume.

Alguém deve ta pensando ae: “ essa menina deve ser só mais uma sem noção que quer apenas aparecer”, fodam-se vocês que pensam isso. 

 

Agora pra você que ainda continua ai.. eu vou te contar um pouco da minha alegre vida. Do começo então... eu nasci com 8 meses de gravidez, minha mãe não quis me amamentar, sei lá por que. O que me disseram foi que ela teve depressão  pós-parto. Até ai tudo bem... eu superei a primeira rejeição, de boa.

 

Quando eu tinha 6 anos e meio ... Minha mãe se matou, ela disse que queria brincar de esconde-esconde. Enquanto eu me escondia minha mãe cortava os próprios pulsos no quarto. Depois de horas me escondendo ei pensei que ela tinha desistido de me procurar, mais ao ver o corpo dela, descobri que ela havia desistido de tudo, inclusive de mim.

 

Meu pai... bom, depois da morte da minha mãe ele começou a me culpar pelo ocorrido, disse que foi tudo culpa minha por eu a ter deixado sozinha... quando eu completei 12 anos achei uma caixa embaixo da sua cama, haviam varias meninas sem roupas na foto... Ele me viu enquanto olhava tudo aquilo. Ele sorriu pra mim e veio em minha direção. Eu não quero narrar o que aconteceu depois daqui mas... não foi nada legal perder a virgindade aos 12 anos.  No meu desespero eu acabei contando a uma amiga. Claro que ela contou tudo a mãe dela. Que denuncio meu pai. Ele foi preso e eu nunca mais tive contato com ele. Talvez já tenha morrido que se dane eu não ligo. Aquele pedófilo maldito.

 

Depois de tudo eu acabei vindo morar na casa de minha tia tsunade. Ela é legal. Não pega muito no meu pé. Vive viajando. E eu fico maior parte do tempo sozinha o que é bem melhor.

 

Morámos a meia hora de caminhada da escola, então de ônibus não era mais que 10 minutos. Depois que cheguei  preparei  algo e comi.  Tomei um banho relaxante e fui pro quarto terminar um trabalho que deveria se entregue amanha na primeira aula. Geografia:  O relevo.  Tedio...

 

No outro dia, acordei com um barulho na cozinha. Desci sorrateiramente pra ver quem era e encontrei tsunade  fazendo o café.

 

_bom dia. – falou ríspida, sem me olhar. Um amor de pessoa essa mulher.

 

_bom dia. – falei me sentando a mesa onde me era servido panquecas com leite. Eu amo panquecas, então né... comi pra caramba, enquanto ouvia a veia loura reclamar que eu não engordava de ruim, já que comia como uma obesa.

 

_então... – ela começou seria -  como estão indo as coisas por aqui?

 

_bem.

 

_E na escola?

 

_ bem – ela me olhou, um tanto entediada acho, e depois suspirou. Hum...

 

_já fez algum amigo? – ela perguntou, mas já sabia a resposta.

 

_não!  Por que deveria? São um bando de retardado que estão sempre presos em seus próprios mundinhos.

 

_E você acha que o fato de não ter amigos não significa que você está presa em seu próprio mundinho? – ela riu pra mim, sínica.

 

_Sou diferente deles. – afirmei. -  eles são um bando de idiotas.

 

_Se você acha... – ela pegou o jornal, coisa de velho ler jornal, mas as vezes eu gosto, admito. _ Jiraya me ligou ontem.

 

_ E o que ele queria? Não me diga que finalmente criou coragem pra te chamar pra sair.

 

Ela me olhou um tanto quanto confusa – não seja idiota não foi isso.

 

_então o que?

 

_Ele disse que naruto vai estudar na mesma escola que você a partir de hoje.

Agora sim minha vida virou um inferno.  – Que ótimo como se já não houvesse idiotas os suficientes por lá.

 

_Sakura tente ser legal com ele ok? Quem sabe você não acaba realmente virando amiga dele.

 

_Deus me livre. Não joga praga tia. – falei correndo escada acima tinha que me vestir pra aquilo que chamam de escola.

 

Eu e naruto, convivemos durante um tempo quando fui morar na casa da minha tia, ele era um grude,  apesar de sempre me fazer rir, eu  evitava ao máximo ficar perto dele. Não estava preparada pra me apegar a ninguém naquele  momento. E  agora não quero me apegar mais, nem fodendo.

 

Tomei um banho quente, depois vesti aquilo que chamam de uniforme escolar, tava mais pra uniforme de prostituta de 50 pratas. Coloquei uma meia calça preta meio rasgadinha  calcei meu coturno. Passei delineador preto nos olhos e depois sombra da mesma cor, uns colares com cruzes e caveirinhas e pronto, preparada pro inferno. Acho que depois disso não preciso falar qual meu estilo pra vocês né.

 

Quando cheguei não vi o tal naruto em lugar nenhum, obrigada kami-sama. Fui direto pra sala, onde me isolei com minhas musicas maravilhosas. Mal percebi quando o professor entrou na sala, e junto com ele o Uchiha morentoso, é admito que ele é um moreno gostoso, me apedrejem essa porra. Mas é tão odiável quanto lindo. E ao lado dele estava um loiro, de olhos azuis, alto, um pouco mais bronzeado que sasuke, na verdade até Edward Cullen é mais bronzeado que o Uchiha, e com aquele sorriso de canto a canto nos lábios, eu quase não o reconheci.

 

_Todos para os seus lugares. Vamos, hoje temos um novo aluno, que está se transferindo, o seu nome...

 

_Naruto Uzumaki – falou interrompendo o professor. Babaca como sempre.

 

_Bom,  naruto seja bem vindo, pessoal sejam legal com ele. Pode escolher um lugar pra sentar.

 

Ele percorreu o olhar pela  sala, eu me afundei ainda mais na cadeira rezando para que ele não me visse – OI SAKURA-CHAN  - o idiota gritou, fazendo todos olharem diretamente pra mim. Logo os sussurros começaram, e eles não falavam coisas boas. Caralho naruto, valeu.

 

_uzumaki sente-se logo, a aula vai começar. – ele então foi sentou-se atrás de sasuke, desde quando eles eram amigos?...tá né.

 

Depois de quase uma eternidade tivemos o intervalo. Eu estava bem distraída mexendo no meu armário quando vejo um doido gritando ao meu lado.

 

_OI sakua-chan, nossa quanto tempo né. – o olhei de cima a baixo.

 

_te conheço? – ta maldade, mais eu queria sumir, tava todo mundo olhando pra gente de novo.

 

_não se lembra de mim? – ele fez um biquinho. – poxa pensei que você ia lembrar-se daquela vez que você perdeu a parte de baixo do seu biquíni na praia ai você teve que vestir minha cuec- caralho. Não perguntem como isso aconteceu nem eu mesma sei...

 

_cala boca naruto. – falei tampando sua boca, ele então abriu um sorriso ridículo.

 

_Eu sabia que você lembrava Sakura-chan. – aquele idiota me abraçou,  eu não tenho mais que 1,63 de altura, já naruto... acho que tem uns 3 metros comparado a mim, então aquela sena foi ridícula. Mais só quando o dito cujo se abaixou para tentar um abraço estranho. Eu vi o Uchiha atrás dele. Ele olhou pra mim. E foi a primeira vez durante todo o ano que tivemos o contato do olhar. Por que né... eu o odeio e não gosto de olhar pra gente que odeio.  Separei-me de naruto imediatamente.

 

_Não faça isso nunca mais. – falei voltando a ajeitar meu armário que tava uma zona de guerra.

 

_oh vejo que continua a mesma antissocial de sempre sakura-chan. – o fuzilei com os olhos, ele  sorriu e colocou uma mão na nuca.  Sussurrei-lhe um “vá se foder”  e ele riu ainda mais. Retardo mesmo esse menino.

 

_naruto poderia me deixar em paz? Eu to ocupada.

 

_é que... – o olhei já sem paciência pra aguentar qual quer fala daquele idiota – hoje vai ter uma reunião lá em casa, por ter entrado nessa  escola. E a sua tia me obrigou a te levar.

 

_obrigou? – lancei um olhar assassino.

 

_não, é que, eu ia te chamar de todo jeito, mais ela disse que se eu não te convencesse ai ela tomava o violão que meu deu...

 

_ que legal... minha tia agora ta chantageando as pessoas para saírem comigo.

 

_ né... ela é bem esperta – outro olhar assassino. – então Sakura-chan, poderia quebrar essa pra mim?

 

Pensei um pouco... eu não era obrigada a ir. – o que ganho com isso?

 

Ele suspirou. – além da minha adorável companhia?  - ri muito com essa. Mas parei assim que percebi que o retardado do Uchiha não parava de me encara, tomar no cu não posso rir não é?  Eu ia falar, mas não estava muito afim de briga hoje.

 

_serio naruto. O que ganho?

 

_ta... te dou 50 pratas.

 

_só isso? Suspeito que seu violão vale mais. – sorri sádica, adoro ser má.

 

_caralho... ta eu te dou 150 ta bom?

 

_hum... não muito bom... minha cama é bem mais chamativa do que ir a um lugar cheio de idiotas.

 

_mas o sasuke vai...

 

_ como eu disse um lugar cheio de idiotas. – olhei pro Uchiha que parecia irritado comigo, mas estou nem ai nem to chegando pra você Uchiha.

 

_pow Sakura... o que você quer afinal...? – ta ai, boa pergunta... pensei um pouco.... voltei a cutucar o armário.

 

_hum... Pode... Cantar pra mim? – ele ficou calado, tempo demais eu diria, eu não ia olhar pra cara dele, por que... por que eu estava com vergonha ta, caramba eu sou humana também sabia.

 

 

_ta bom, eu canto. – soltei um suspiro de alivio, não que eu quisesse mesmo ir. A questão é que quando eu era mais nova,  tinha pesadelos todas as noites. E as vezes naruto deitava ao meu lado e cantava pra mim até eu dormir. Sinto falta da voz dele.

 

_hum...  já vou indo então.  – já estava prontíssima pra sair, juro.

 

_espera... hã... Eu passo lá, na sua casa pra te pegar, as 6 ta bom?

 

_otimo.

 

_Sakura - quase dei um pulo com o susto, me virei devagar, sem demostrar a tamanha surpresa por sasuke Uchiha ter falado comigo, não que eu esteja feliz e vou morrer por ele a partir de agora, nada disso. É que é a primeira vez que ouço sua voz falando meu nome, e caralho, aquilo foi bom. – seu armário... vai deixar aberto?

 

Olhei pro armário. Eu não tinha fechado?... Caramba, eu quem to parecendo uma retardada. Voltei e bati o armário pra que fechasse, olhei pra ele e sorri. Não foi um sorriso do tipo “te quero nu na minha cama” foi mais um  “valeu idiota”.