História Caminhos da Perdição - A volta do pesadelo e a verdade

Hinata:

Eu e o Sasuke estamos namorando há 3 meses e eu ainda não tive coragem de contar para ele sobre Hiashi (que ainda está desaparecido) e muito menos de me entregar para ele. Mesmo confiando nele de olhos fechados, eu ainda não arranjei coragem para contar. Fui tirada de meus devaneios com o toque do meu celular.

Ligação On:

- Alô?

- Hina? Bom dia

- Bom dia, Sasuke-kun

- Quer vir passar a tarde aqui em casa?

-Err, na verdade eu já tinha combinado de ir 'pro cinema com a Hana.

- Ah...

- Mas você pode passar aqui em casa mais tarde. Ok?

- Tudo bem. Tchau.

- Tchau.

 Ligação Off

Suspirei e me levantei, indo para o banheiro. Minha irmã me mataria se eu me atrasasse, por isso tomei um banho rápido e vesti uma roupa simples: uma calça jeans, uma blusa de manga comprida um casaco azul bebê e botas de cano alto. Peguei uma bolsinha com meu celular, documentos e dinheiro, saindo do quarto logo em seguida e dando de cara com uma Hanabi toda arrumada prestes a bater em sua porta.

- Vamos?

- Vamos.

Após o término do filme, minha irmã arrastou-me pelas lojas, obrigando-me a opinar sobres todas as roupas que vestia. Foi em uma loja de vestidos de festa que Hanabi encontrou algumas amigas e disse que ficaria com elas, e que eu estava livre para voltar para casa, se quisesse. Claro que fui correndo para casa, minhas pernas pareciam em chamas de tanto que eu havia andado.

Como ela consegue?

Eu já tinha tomado banho e vestia uma calça moletom e uma regata, estava deitada no sofá assistindo à um programa de culinária, quando meu celular apitou, sinalizando uma mensagem.

Mensagem on:

- Estou à caminho. -U.S.

- Chego aí em uns 30 minutos, tenho que resolver umas coisas com meu pai. - U.S.

- Estou te esperando. H.H.

Mensagem off

Dez minutos depois, ouvi um barulho de chave e a porta abriu-se com um estrondo.

- Hana? - Chamei

- Hmm. Acho que não. - Respondeu uma voz grossa

Quem...

Espera, eu reconheço essa voz.

Não... Hiashi voltou.

- Vejo que cresceu, Hinatinha. Estava com saudade da nossa diversão.

- Não. Não, por favor. De novo não. - Disse me levantando do sofá rapidamente e procurando uma saída.

Meu celular.

Passei os olhos pela sala e vi meu celular na mesinha. Me aproximei para pegá-lo, mas Hiashi foi mais rápido, pegando-o e colocando-o no bolso em seguida. Suas mãos correram até seu cinto, desviando seu olhar para o mesmo. Aproveitei o momento de distração e corri para o quarto da Hana, já que no dela os armários tinham tranca. Entrei no armário, girando a chave na fechadura e colocando a mão sobre a boca para tentar diminuir o som de minha respiração ofegante.

Uns dez minutos se passaram e eu ouvia Hiashi destruindo as coisas no quarto ao lado, à minha procura.

- Hinatinha, não adianta se esconder. se você não aparecer agora, quando eu te achar vai ser pior...

Meu corpo tremia e eu podia sentir o suor escorrendo pelo meu pescoço. Ouvi a porta do quarto ser aberta e arfei, levando a outra mão à boca para conter o som. O Hyuuga riu pelo nariz.

Merda. Ele ouviu.

Me encolhi ainda mais naquele armário, rezando para que ele não me encontrasse. Mais alguns minutos se passaram até que eu ouvi a porta do armário ser puxada.

- Te achei, mocinha!

Ele arrombou a porta e me puxou pelos cabelos até a sala. Eu gritava implorando para que ele parasse, mas ele apenas deu um sorriso maldoso e puxou meu cabelo ainda mais forte.

- Você é uma vadia! Igualzinha a sua mãe. Aposto que adora a sensação de ser fodida por seu próprio pai! - Gritou

Ele me jogou no sofá, levantando seu punho e socando fortemente meu rosto. Hiashi fez isso inúmeras vezes e por todo o meu corpo, por vezes eu sentia chutes em minhas costelas e no meu estômago, até que tudo virasse um borrão e logo estava inconsciente.

Sasuke:

Após mandar as mensagens para Hina, eu peguei as chaves do carro, entrei no mesmo e dirigi até a empresa do meu pai. Chegando lá, estacionei o carro na vaga e segui em direção ao elevador, apenas acenando para a recepcionista que já me conhecia. Parei em frente à porta do escritório e bati.

- Entre

Abri a porta vagarosamente e dei de cara com meu pai, Uchiha Fugaku, sentado em sua cadeira, vestindo um terno perfeitamente alinhado e me encarando seriamente.

- Sente-se, por favor. - Pediu apontando para a cadeira

Puxei a cadeira, sentando logo em seguida e encarando meu pai.

- Eu te chamei aqui para conversar sobre um assunto sério. - Começou - Vou pedir que pense seriamente sobre o que vamos conversar.

- E o que é?

- Tudo bem, vou ser direto. Seu irmão, Itachi, renunciou o cargo de presidente da empresa e o cargo passou para você. Mas se você recusar, teremos que fazer uma reunião com todo o conselho para escolher um novo presidente, mas isso vai sair caro e eu realmente espero que não tenhamos que fazer isso.

- Tudo bem, pai, quer dizer, Sr. Uchiha.

- Você tem uma semana para pensar. Temos um acordo?

- Claro. - Respondi apertando sua mão. - Vou indo, pai.

- Tchau, filhão.

Eu entrei no carro e uma sensação estranha tomou conta do meu corpo, e de repente meu corpo começou a agir sozinho. Eu pisei no acelerador com toda a minha força, seguindo direto para a casa de Hinata, ultrapassando semáforos e buzinando para os carros. Poucos minutos depois, já estava saltando do carro mal estacionado na frente da casa de minha namorada. Corri até a entrada e entrei pela porta que fora deixada aberta. Cada vez mais eu me preocupava e a adrenalina parecia ter tomado conta do meu corpo, esquentando meu sangue e fazendo com que meus sentidos ficassem mais aguçados.

Corri para a cozinha e vi o local vazio, então fui para a sala, tendo uma visão que ficaria marcada na minha memória por muitos anos. Hinata estava inconsciente no sofá, somente de roupas íntimas, revelando seu corpo cheio de hematomas e ferimentos e Hiashi estava em sua frente com a calça abaixada e pronto para tirar o membro da cueca.

De repente me vi em sua frente, acertando minha mão fechada em punho direto em seu nariz com toda a minha força. O Hyuuga caiu no chão desnorteado com a mão sobre o nariz recém-quebrado. Subi em cima do mesmo, dando uma série de socos, porém, por um descuido meu, ele conseguiu inverter a posição ficando por cima de mim acertando três socos em minha face, me deixando com um corte no lábio e outro no supercílio. Levantei meu joelho com força batendo em suas costas, o que o fez se contorcer e cair no chão ao meu lado.

Eu me levantei rapidamente e o imobilizei, tendo tempo para me recuperar, até que ouço passos vindo da entrada e policiais adentram o recinto me tirando de cima do homem e o algemando. Corri direto até Hinata e a cobri com meu casaco, e a levando até a ambulância que esperava do lado de fora. Após colocá-la na maca e me certificar de que os médicos cuidavam dela, me permiti analisar o local e avistei Hanabi em prantos sendo amparada por um policial.

- Hanabi? - Chamei

- S-sasuke. - Disse ela tentando controlar o choro

- Foi você que ligou para a polícia?

- S-sim. Fu-fui eu.

- Você viu algo? - Perguntei preocupado

- Não. Eu só ouvi minha irmã gritando, então me escondi e chamei a polícia. - Disse ela chorando ainda mais. - Eu fui tão covarde.

- Não, Hana, você vez bem. Se você não tivesse se escondido algo poderia ter acontecido com você também. Obrigado.

- Com licença. Qual é seu nome? - Perguntou um policial se aproximando.

- Sasuke. Uchiha Sasuke. Ela é Hyuuga Hanabi.

O policial arregalou os olhos ao ouvir meu sobrenome.

-V-vai acompanhar a garota na ambulância?

- Vou. Pode pedir a algum policial que a leve para o hospital, por favor? - Pedi apontando para a garota ao meu lado

- C-claro, Sr Uchiha.

Dei um sorrisinho. Meu nome é bastante influente. Corri até a ambulância e me sentei ao lado da maca.

- Vai ficar tudo bem. - Disse apertando a mão de Hinata que continuava inconsciente.

- Acompanhante de Hyuuga Hinata. - Ouvi

- Estou aqui. - Disse me levantando e indo em direção ao médico que me chamava

- Ela acordou e disse que queria falar com Uchiha Sasuke.

- Sou eu.

- Sou o Dr. Harold. Me acompanhe por favor. - Disse o médico se virando e andando

Paramos em frente a um quarto branco e o médico bateu na porta, abrindo-a em seguida.

- S-sasu-ke-kun. - Disse Hina com dificuldade

- Oi Hina.

- Vou deixá-los sozinhos. - Disse Dr Harold saindo do quarto

- Hana está bem? - Perguntou

- Sim. Ela deve estar a caminho.

Ela suspirou aliviada.

- Me desculpa, Sasuke-kun

- Não precisa se des... - Fui interrompido

- Por favor. Eu preciso te contar. O Hiashi ele... ele me es... - Ela caiu no choro soluçando, sem conseguir terminar a frase.

- Está tudo bem agora, Hina. Ele nunca mais vai te incomodar de novo. - A tranquilizei passando a mão no seu cabelo

- A primeira vez foi quando eu tinha 15 anos, uma semana depois de minha mãe ter morrido. Ele apareceu lá no quarto e começou a passar a mão pelo meu corpo, estava bêbado. Eu tentei lutar, mas ele ameaçou a Hana e disse que faria o mesmo com ela, então eu implorei que ele a deixasse em paz, sabe, ela só tinha 12 anos. Ele não poderia fazer isso com ela, não mesmo. Então, eu já estava acostumada com as surras de cinto, mas a dor que eu senti nessa noite nem se comparava com qualquer machucado. Foi a pior sensação de todas. Ser usada por seu próprio pai, mesmo que ele não tenho o direito de receber esse título.

Eu cerrei minhas mão com força e travei meu maxilar.

Eu quero matar esse homem.

- Não precisa dizer mais nada, Hina.

- Só deixe-me terminar. Há uns 4 meses ele foi embora. Simplesmente desapareceu, e então começamos a namorar. Eu só aceitei namorar com você, pois ele estava sumido, caso contrário eu iria me sentir suja. Eu estaria te traindo. Me desculpe, Sasuke. - Terminou ela

- Está tudo bem, pequena. Eu te amo. - Disse beijando sua testa

- Eu também te amo.

Hinata:

Depois de um tempo o médico chamou Sasuke dizendo que era a vez da minha irmã.

- Oi, Hina. - Disse ela entrando no quarto de cabeça baixa.

- Olá, Hana.

- Você está bem?

- Sabe, já estive melhor, mas poderia ter sido pior. - Disse dando um sorrisinho mínimo

- Não, Hina. Não poderia ter sido.

- Hana! - Exclamei

- Você passou todos esses anos sofrendo calada na mão desse monstro. SÓ PARA ME PROTEGER. Sabe o quanto dói saber que eu sou a causa de tudo isso? - Disse ela alterada. - Deveria ter sido eu. Deveria ter sido eu.

- Hyuuga Hanabi! Nuca mais repita isso. Está tudo bem agora. Está tudo acabado. Eu estou bem. Você está bem. - Disse acalmando-a - Mas me conte. O que aconteceu com ele?

- Ele morreu. Overdose. Estava drogado. Eu perguntei se iríamos para um orfanato, mas disseram que como você já tem 17 anos poderemos morar sozinhas. - Respondeu ela.

- Hmm. Isso é bom. Viu como tudo está se resolvendo?

- Sim...

Autora:

Depois de algumas semanas de recuperação no hospital, Hinata pode voltar para a escola. Era sempre seguida de perto por Sasuke, que estava sempre à disposição. Sakura e Naruto começaram um relacionamento ás escondidas, mas quando descobriram disseram que não era nada muito sério. Tenten e Hinata ficavam mais amigas a cada dia que se passava.

O único problema era Karin, que ainda cismava com a perolada e tentava armar contra ela, mas a diretora já sabia como era sua aluna e nunca acreditava em uma palavra da ruiva. Embora ela ainda conseguisse agredir a outra, verbal e fisicamente, antes que Sasuke ou a diretora aparecesse.

A vida de Hinata finalmente começara a dar certo.