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História Hanna-Barbera


Escrita por: emdji

Fanfic / Fanfiction Hanna-Barbera
Sinopse:
Essa é uma história com várias camadas e questões complicadas como super-heróis poderosos escondidos debaixo da cama e uma Barbie viciada em chiclete de melancia. No entanto, ela fala, essencialmente, sobre como você deve amar a si mesmo antes de qualquer coisa.
Iniciado
Atualizada
Idioma Português
Visualizações 1.853
Favoritos 131
Comentários 18
Listas de leitura 10
Palavras 2.015
Concluído Sim
Categorias Histórias Originais
Personagens Personagens Originais
Tags Claude, Comoeueraantesdevoce, Desafiodefanfics, Emdji, Hanna, Original

NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Gêneros: Comédia, Ficção, Lírica / Poesia, Romântico / Shoujo
Avisos: Homossexualidade
Aviso legal
Todos os personagens desta história são de minha propriedade intelectual.

Lista de Capítulos

Capítulo
Palavras
1
Capítulo único
18
1.853
2.015

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Comentários em Destaque

Postado por Scarcely
Capítulo único
Usuário: Scarcely
Usuário
Você pode começar um relato falando de coleções de quadrinhos, mães que não aceitam envelhecer e permanentes errados. Você pode começar falando de adolescência, coleções, abstração. Pode até mesmo narrar na pele de um tal de Claude Barbera que está alheio ao mundo, ao mesmo tempo em que participa ativamente deste. Então continue contando até o ponto em que ele encontra uma tal Hanna. Não, a descobre. Aí ele se perde e se encontra várias vezes durante o caminho, mas ainda está lá. E ela sempre esteve lá. Comece relatando sobre salão, beleza, vidas de papel e mentiras descaradas, marido ausentes e esposas/mães vaidosas que vivem de nariz em pé tentando esconder outro lado de suas vidas típicas de mulheres perfeitas.

Mostre-nos mais um pouco, ainda não é o bastante; nos dê uma boa pedida, uma refeição completa e repleta de seres que não são, então brinque conosco e nos ensine a esperar amor. Romance. Conto de fada. Por fim, nos dê uma boa dose de realidade, adolescência agridoce e sonhos não tão doces quanto os de padaria. No fim é tudo questão de um amor em monólogo, é que ele aprendeu a se amar. Amar os dois lados da moeda que era, de abrir e aceitar que nunca seria o que as pessoas chamam de filho perfeito. Mãe de mente pequena, cabeça cheia de permanente e tinta platinada. Sociedade estagnada, dedo em riste.

Ele poderia guardar Hanna dentro do bolso, mas ele sempre sabia que não poderia se livrar dela tão facilmente. Talvez nem quisesse, estava apegado demais. Era uma ideia fixa, abstrata. Quem vê de fora, pensa; Mas ele se vê por dentro, no meio da bagunça e das caixas de mudança nomeadas de Claude e Hanna. Ele não sabia qual levar, então pegou as duas. Amontou tudo em um canto, mas ás vezes queria ser simplesmente Claude. Hanna por vezes não queria ser vista com ele, não queria que soubessem. Era um segredo meio escancarado, mas que ainda queria guardar. Medo, receio, pavor. Confusão. Quando se é jovem, tudo parece mais assustador. É como aquele monstro debaixo da cama que nunca puxou seu pé, mas mesmo assim você continua escondendo os dois. Vai que...

Ei, então você conta que essa tal Hanna demonstra algum vício por chiclete de melancia, mas eu odeio melancia. Isso não é relevante, mas na mesma hora ela passou a ter esse aroma para mim. De repente, eu passei a não odiar tanto a fruta, nem o fato do chiclete derivar dela. Gosto de Hanna. Gosto do que ela representa, do ser independente que denota ser, mesmo sendo só outra parte. "Só"... Não. Ela é bastante, sem diminuir. Ela é tudo o que ele não pode ser, mas quer. Tudo o que parece ser aquela bagunça organizada onde você sabe exatamente onde está tudo, então pensa que não vai precisar arrumar nunca.

Mas não é que ele acaba sendo?

Tem também a tal de Nancy, uma espécie de mapa, visando encontrar algo que ele não sabia estar procurando. Talvez a certeza de ser ou não, de continuar sendo Hanna, ou apenas Claude. Ele não está brincando de ser coisa que não é, a verdade é que é os dois, por isso fica complicado se entender e deixar de querer ser metade, sabendo que tem uma parte importante faltando. E por que ser uma parte se ele pode ser inteiro? Parece complicado, mas é mesmo. Complexo e simples. Uma mistura de bom gosto, que te faz pensar em uma coisa e ser outra no fim.

Algumas pessoas precisam de tempo para se encontrar. É bem mais do que saber de cor seu nome, comida preferida e onde mora. É uma questão de saber dizer com certeza quem é, mesmo quando criado num ambiente tão pouco favorável ao que ele está descobrindo. A verdade é que somos programados para enxergar de forma exageradamente superficial tudo aquilo que nos cerca. É como ver água funda como sendo rasa, mas depois não saber nadar. Nunca se sabe o que as pessoas são por dentro, o que elas realmente querem ser. Ás vezes é bom olhar para umbigos que não os nossos, tudo para ter certeza de que o mundo não gira ao nosso redor, nem que é fácil dizer o que alguém realmente é só de olhar. Não sabemos que nomes, aparências e anseios alguém tem só de observar de fora, tal como não podemos dizer se o dia ficará ensolarado o tempo todo, ou se pode nublar de uma hora pra outra apenas olhando as nuvens. Tommy é um exemplo vivo disso. O estereótipo que deixa de sê-lo a partir do momento em que se revela.

Então você pode começar um relato como quem não quer nada, falando de um adolescente comum e meio simples demais. Continue contando como ele conhece Hanna, uma menina loira de trança e durona com roupa rasgada, sutiã rosa e mania de mascar chiclete sabor melancia. Então nos mostre como pessoas tão diferentes podem se interligar, ou ter algo em comum. Por fim, me faça ver que a partir de hoje Hanna-Barbera não é mais apenas ligado a desenhos que passei a infância assistindo, mas agora é uma história que demonstra sensibilidade e ensina um pouco mais do amor próprio e o orgulho de ser quem é.

Muito se fala do ato de amar. Muito se enfeita e se ensina sobre amar alguém, mas pouco se diz sobre se amar. Talvez esta história seja ainda mais bonita por não ter o intuito de ensinar ninguém, mas acabar trazendo algo de diferente, algo de bom. Não estou mentindo quando digo que amo o que você escreve. Tudo porque, acredite em mim, você tem mesmo linguagem própria e originalidade e mereceu muito o primeiro lugar, Karine. E o recebeu escrevendo do jeito que sabe então, por favor, não desista de escrever e nem desanima. Não jogue fora seu jeito bonito de abordar coisas que a sociedade vê de forma tão bruta. Seu jeito racional e sensível é algo que faz disto aqui ainda mais especial, então não se deixe levar. Seja como Claude e aceite que você é como é, que escreve do jeito que escreve. E é isso que te faz especial. Talvez esse seu jeitinho de escrita seja sua incrível Hanna, agarre isso e cresça. Nenhum pássaro voa conforme quantas pessoas o estão vendo voar, certo?

Isto aqui é abstrato, inteligente, metafórico e rico em conteúdo. Percebi agora que senti falta das suas histórias, de comentá-las. Quando comecei a ler, senti um sentimento bom de nostalgia, como se estivesse lendo um livro do meu autor favorito depois de tempos. E talvez seja isso mesmo. Parabéns não só pelo primeiro lugar, não só pelo texto, mas por escrever tão bem sobre um assunto tão delicado e ter esse dom incrível.