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História Summertime Sadness - Decode.


Escrita por: besidetodemi

Capítulo 25 - Decode.


Uma porta se abriu.

Minha boca e garganta estavam secas, e a claridade repentina irritou meus olhos. Pisquei algumas vezes tentando me acostumar com a luz. Uma senhora que me pareceu levemente familiar entrou no cômodo em que eu estava. Ela trazia uma bandeja com comida e bebida em cima. Meu estômago se retorceu.

Há quanto tempo eu estava desacordada?

Eu não fazia ideia. Fechei meus olhos, me sentindo um pouco mais confortável com a escuridão e tentei lembrar de algo. Lembrei de estar com Percy, dormindo tranquilamente até alguém me acordar e me arrastar pelo quarto, forcei minha mente a lembrar de algo que não fosse roupa preta ou Percy dormindo como um anjo, mas tudo o que havia em minha mente era escuridão.

Me encolhi contra a parede enquanto a moça avançava em minha direção. Não queria nada daquele lugar, nem de ninguém dali. Eu queria voltar para casa, para o acampamento. Isso era tudo. Choraminguei baixinho.

- Ah, criança… Tome essa sopa, beba um pouco de suco. Garanto que você se sentirá melhor. - a senhora disse enquanto se ajoelhava na minha frente.

- Estou bem assim. - menti. Minha voz me entregou no momento que decidi falar algo: rouca e áspera.

- Tsc tsc, mentir é feio… garanto que seus pais te ensinaram isso. Agora, Annabeth, se alimente! - ela ordenou, a voz firme - Não irão gostar de vê-la desidratada desse jeito. - ela aproximou a bandeja de mim, depositando-a no chão, entre nós duas. Suas mãos enrugadas destamparam o prato, que continha uma sopa com um cheiro ótimo. Meu estomago se revirou novamente, entregando a fome que eu sentia. - Você dormiu por muito tempo, caso queira saber. - ela disse me entregando uma colher.

A sopa era de frango, e estava deliciosa.

- Por quanto tempo? - perguntei, já me sentindo melhor do que antes.

- Dois dias. - ela disse com uma careta - Exageraram com você. Eu os avisei para não serem tão rudes, mas parece que ninguém me ouve aqui!

- Quem? - perguntei deixando a sopa de lado por um momento. Ela franziu a testa, confusa - Quem me trouxe para cá?

Sua expressão endureceu, mas seus olhos amendoados estavam tristes.

- Não posso falar nada sobre isso, criança. Na hora certa você saberá de tudo.

- E quando será a hora certa?

Ela soltou uma risada e negou com a cabeça.

- Você saberá. Agora, coma!

Revirei os olhos, sentindo-me derrotada.

Peguei o prato de sopa novamente e forcei todo o conteúdo a descer pela minha garganta. De repente me sentia enjoada. Peguei o copo de aço, minhas mãos tremiam. Senti a água descendo pelo meu corpo, me dando energia e ao mesmo tempo sono. Passei a mão pelo meu corpo, enquanto via a senhora recolher meu copo e prato, e se levantando. Procurei pelo meu celular, mas então senti o tecido fino que cobria meu corpo. Eu estava de pijama.

- Você precisa de um banho, criança?

- Ahn, sim, acho que sim.

Ela assentiu com a cabeça.

- Perguntarei ao senhor se banho está permitido.

E então ela andou rapidamente até a porta e a fechou. Tudo ficou escuro novamente.

Senhor? Mas que porra!

Me levantei devagar, sentindo minhas pernas bambearem e andei me apoiando na parede. Passei minhas mãos pelos tijolos que pareciam velhos e tentei achar qualquer abertura possível para me tirar dali. Eu precisava sair. Todos deviam estar loucos. Minha mãe provavelmente já havia se internado em um hospício. Meu coração se apertou. Eu não podia imaginar esse tipo de coisa com as pessoas com quem me importo - primeiro preciso pensar em como sair daqui.

Minhas mãos encostaram em algo gélido - aço. A porta. Procurei desesperadamente pela maçaneta, mas quando a achei, toda minha esperança se foi quando vi que a porta estava trancada. Soltei um choramingo e minha garganta arranhou. Me senti sufocada com o bolo de gritos e choros que estavam estocados dentro do meu corpo. Respirei fundo, tentando controlar minha respiração falha. Me concentrei no barulho do meu coração batendo, e no ar entrando e saindo do meu corpo. Me senti mais calma.

Apoiei-me na parede de tijolos e voltei devagar para onde estava. Sentei no chão sujo e fechei meus olhos. Lembrei do acampamento - o cheiro de campo, árvores, flores e lavanda que inundavam qualquer canto daquele lugar. Lembrei-me do cheiro e do som da chuva batendo na terra nos últimos dias. Mesmo com o tempo fechado, não existia qualquer lugar no mundo que pudesse ser mais bonito do que o Acampamento. Todos de lá eram como uma família para mim, uma nova e grande família. Aquele lugar era minha casa. Havia se tornado meu lugar favorito no mundo sem que eu ao menos percebesse a tempo, antes de perder quem me mantinha salva.

Dois dias sem as pessoas que se tornaram, de repente, tudo para mim, e eu já estava com esse gosto amargo na boca. Eu sempre falei que sentia saudade de momentos passados, de pessoas que fizeram parte da minha vida e se foram; mas agora eu via que o que eu sentia naquelas horas, não se comparava com a dor que inundava meu corpo neste momento. Isso era saudade? Dor? Ou é apenas pânico? Medo de não conseguir sair viva de seja lá onde eu esteja, medo de nunca mais ver as pessoas que eu amo - minha mãe, Thalia, Luke, Nico… Percy. Lágrimas surgiram nos meus olhos e eu os fechei com força. Não poderia chorar agora, ninguém poderia me ver tão fraca.

Igonorei minha vontade de chorar, me encolher e ficar em um canto até diminuir e simplesmente parar de existir. Seria tão mais fácil. Mas como dizem: a vida não é fácil para ninguém. Eu precisava reunir todas as minhas forças e habilidades para montar um plano rápido, prático e infalível. Ou algo parecido com isso.

Ouvi um barulho do outro lado da porta. Me levantei rápido demais e minha cabeça começou a letejar. Outro barulho.

Fechaduras.

Estavam destrancando a porta.

Mais um barulho.

Meu estomago embrulhou-se em expectativa para saber quem estava do outro lado. E se fosse o filho da puta que me sequestrou? Bom, ele ou ela iria ver quem manda. Isso.

Mais um clack.

Eles me trancaram com quantos cadeados? Mil? Comecei a bater o pé no chão, não mais em expectativa e sim impaciente. Santa demora para abrir uma porta. Eles pensavam que eu era o que? Uma hidra?

Finalmente a porta se abriu. A luz incomodou meus olhos, mas não tanto como a primeira vez. A mesma senhora de antes me olhou da porta e estendeu a mão.

- Venha criança, já preparei seu banho.

Andei até ela e a senhora segurou minha mão com força, me levando para fora do quarto onde eu estava.

A primeira coisa que eu vi foi nada. Exato: nada. Não tinha nada do lado de fora além de chão batido, mas a senhora me levou para o lado oposto do meu quarto, passamos por três carros e então viramos onde tinha uma porta de madeira avermelhada e outra branca. Fui guiada até a porta branca.

- Te espero aqui fora. Seja rápida. - advertiu-me.

Assenti com a cabeça e entrei no pequeno banheiro. Havia uma toalha branca em cima da pia, junto com um vestido xadrez de alcinhas. Um par de sapatilhas pretas estavam no chão. Virei-me novamente para a senhora.

- Obrigada. Por tudo.

Um sorriso dançou em seus lábios.

- Sem problema, Annabeth.

- O que tem atrás da outra porta?

- Ah, não é nada, criança. O senhor apenas está tendo uma reunião. Agora, - ela sussurrou - preste bem atenção. Se arrume rápido e iremos voltar para o quarto antes que Frederick termine a reunião com a outra menina. Irei fingir que você me atacou, então pegue a chave do meu carro. Está no meu bolso direito. Me deixe falar! - ralhou quando tentei interrompe-la - Meu carro é o cinza. Dirija na direção do acampamento, você saberá o caminho. Peça por ajuda lá, seus amigos e sua mãe te ajudarão. Chame a polícia o mais rápido que puder. Agora, banho. Rápido.

Fui empurrada para dentro do banheiro e tranquei a porta. Encostei-me na parede branca e tentei respirar normalmente, mas era impossível.

Frederick?

Meu pai?

Lágrimas involuntárias inundaram meu rosto, soluços baixos saiam, roucos, da minha garganta. Eu não conseguia raciocinar. Eu precisava me acalmar, precisava sair dali. Tirei meu pijama imundo e me enfiei debaixo do chuveiro. A água morna aqueceu meu corpo e disfarçou minhas lágrimas. Enxuguei as lágrimas, mas de nada adiantava. As mesmas continuavam caindo, me destroçando por dentro.

Meu próprio pai… Como ele pôde?

Eu não confiei nele quando ele tentou voltar a ter contato comigo… Será que esse era o motivo pelo qual ele havia me sequestrado? Eu não via mais nenhuma razão. Mas se fosse por me manter perto dele, tudo o que ele conseguirá será repugnância, nojo.

Lavei meu cabelo o mais rápido possível e me sequei, sentindo, finalmente, minha lágrimas cessarem. Eu não estava mais triste. Eu estava com raiva, muita raiva.

Saí do banheiro e como esperava, a senhora estava lá me esperando. Ela sorriu ao me ver limpa e arrumada.

- Vamos.

Ela pegou minha mão novamente e me levou pelo mesmo caminho de antes.

- Eu vou gritar, então você tem que ser rápida, entendeu?

Assenti com a cabeça e limpei minhas mãos suadas pelo nervosismo na barra do vestido. Dobrados a casa e quando estávamos perto da porta, ela segurou minha mão, impedindo-me de avançar.

Suas mãos trêmulas depositaram uma chave prateada na minha mão.

- Corra. - ela disse com um sorriso.

E foi exatamente o que eu fiz. Corri na direção do carro, tomando todo o cuidado para não fazer muito barulho, mas logo não adiantou de nada. Um grito de socorro saiu de sua garganta e mesmo sabendo que era fingimento, me senti tentada a voltar. Destranquei o carro e entrei dentro do mesmo, rodando a chave e escutando o barulho do motor. Quando ergui minha cabeça, não pude deixar de conter o terror dos meus olhos quando vi a menina da pele pálida e cabelos negros em frente a porta avermelhada. Meu pai estava ao seu lado, totalmente surpreso e revoltado por me ver prestes a escapar dele. Mas Bianca parecia até aliviada em me ver indo embora.

Pisei firme no acelerador e fui em direção ao nada de terra batida. Não ousei olhar para trás.


Notas Finais


Olá olá eu sei que vocês querem me matar esfolar transfigurar decapitar esquartejar etc etc MAS eu realmente não tive tempo nenhum de postar sábado passado porque tinham visitas aqui em casa e eu não parei quieta um segundo, então mil perdões desculpas etc etc etc amo vcs nhonhonho bebes E EU JURO QUE VOU TENTAR RESPONDER A TODOS OS COMENTÁRIOS OK TENHAM PACIENCIA KFJDLKRGHSDJH perdão
E PRA QUEM QUER O LINK DA MINHA FIC NOVA ENTÃO TA AQUI http://fanfiction.com.br/historia/472422/Sweet_Madness/
BEIJOS ATÉ AMANHÃ


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