História In Between Love And Hate - Eu estou aqui.

Sabe aquele momento em que você para e olha profundamente nos olhos de uma pessoa? Não como se faz normalmente, mais sim com um olhar tão significante que você é até capaz de descrever minimamente os detalhes de sua alma.

Eu sempre me perguntei o porquê dos 'casais clichês' estarem sempre mantendo contato visual, talvez não fixamente, mais aquele olhar inocente por detrás dos seus longos cílios, retraído e criminoso - como se você estivesse cometendo um dos piores crimes do mundo. 

Eu pessoalmente nunca consegui manter um contato assim - achava , tão íntimo com outra pessoa, achava que ela poderia penetrar o fino véu dos meus pensamentos e chegar em um lugar impenetrável. Por isso sempre que algum menino tentava olhar nos meus olhos eu automaticamente desviava o olhar. Sempre.

Mais o engraçado era que com ele,  a coisa mudava um pouco de ângulo. Aqueles olhos tão hipnotizantes,  de um dourado líquido mexia comigo em lugares estratégicos, e eu nunca conseguia desviar.

Sim, eu era fraca. Tão fraca que nem me lembrava mais o por que ou o que acontecia a minutos atrás. Eu devia estar o espancando, o socando até ele me chamar de louca e me mandar embora. Dar um basta ou um ponto final,  dizer chega.

Por que na verdade era isso que eu precisava, por que eu já não  conseguiria por mim própria.

Não quando ele me olhava daquele jeito, aquele jeito que apenas ele me olhava.

Mais não se engane, por Deus não, não havia amor ou qualquer coisa do tipo nele, era mais como luxúria, desejo e raiva envoltos em uma enorme bola de algo "mais." Eu sabia que ele me odiava,  não era a grande descoberta do ano ou algo que merecesse o prêmio Nobel, até por que eu o odiava na mesma intensidade.

Não sei quando começou, mais era como um jogo de 'gato e rato' .

E eu acho que era aquilo que nos atraía tanto um ao outro. Só não imaginava o quanto.

                  - Jane Somers .

[   ]

-  Claro, vamos conversar. Você quer conversar?! Então vamos conversar...-  já não controlava as palavras que escapavam da minha boca,  Eu estava entupida e ia botar tudo pra fora. Comigo era direto .

- Você tá nervosa...

- Nervosa? Eu? Oh não!...Por que eu estaria Bieber? Por que eu transei com você é logo depois sua...como eu posso me expressar....sua 'amiguinha' aparece pra se divertir com a gente? Você não acha isso super legal? Sinceramente Bieber, eu não sei por que eu ainda me surpreendo. - 

Ri secante no final, tomando fôlego.

- Não me venha com seus chiliques agora Somers, você sabe muito bem que nos não temos nada, sem compromisso se lembra? - ele caminhou até o outro lado da sala e colocou um pouco de wisk em um copo com gelo, abrindo um botão de sua camisa de linho.

- Muito engraçado você falando isso quando praticamente me arrancou do lado do Tomaz no salão de dança...

Ele me interrompeu rindo debochado.

- Tomaz? Então já sabe até o nome do idiota? Que rápida Somers. - Se sentou no sofá em minha frente me olhando fixamente com um olhar um tanto quando sombrio digamos.

- Não tanto quando você Bieber, achei que você tinha mais bom gosto pra mulheres. - 

Ficamos nos encarando durante alguns segundos, sem desviar, logo ele foi abrindo um sorriso irônico.

Arg!!! Como eu odiava aquilo. 

- Olha Somers se você quer mesmo saber, eu não tenho nada com a Kattie. Ela é só uma amiga, não precisa ficar com ciúmes. - riu

Meu sangue ferveu, de verdade eu não era obrigada a escutar as asneiras do Bieber. Não era mesmo.

- Eu nunca vou ter nada por você além de um grande e profundo ódio Bieber, e se contente por que nem isso você merece de mim - disse.

Pode ser engano meu, um reflexo da luz ou eu tinha bebido mesmo e nem havia percebido, mais eu pude jurar que vi algo como mágoa em seu olhar. Mais em todo caso eu fiquei com o reflexo da luz mesmo.

- Faço de suas palavras as minhas Somers. - disse levando mais uma vez à bebida em seus lábios.

- Eu não...

 Não pude falar mais nada pois logo depois ouvi o barulho estridente do meu celular.

- Alô?! -

- Filha? Ah que bom que atendeu, como ta ai na casa da sua amiga?tudo bem? - mamãe disse assim que atendi.

- Ah! Mãe?! Tá tudo bem sim...bem não se preocupe. - disse ainda olhando ele que me encarava.

- Tem certeza? 

- Sim mãe, daqui a pouco eu vou pra casa ok? Não se preocupe eu pego um táxi - 

- Por que não dorme ai? E muito perigoso sair a essa hora meu bem...Eu ia ficar mais tranquila aqui. -  disse com um tom preocupado.

Olhei para Justin que ainda permanecia me olhando, como se tentasse desvendar algo que apenas ele sabia.

- Ok mãe pode deixar. 

- Te amo meu bem.

Sorri.

- Também te amo mamãe.

Desliguei pensando em uma forma de ir para cada da Claire aquela hora, não queria ficar com o Bieber brigando a noite toda. Deu por hoje!

Peguei minha minha bolsa/carteira e rumei até a porta da sala que dava que dava direto ao elevador.

- Olha Bieber, eu adoraria passar a madrugada toda discutindo com você, mais eu tenho que ir então...

Caminhei até a porta.

- Espera Somers.

Me virei quando o ouvi me chamar e esperei pacientemente ele dizer algo, já que ele parecia fazer muito esforço pra dizer o que quer que fosse.

- Pode ficar...se quiser e claro. Não me importo, aliás você tem o seu 'quarto', e está tarde pra ir sozinha até em casa. - disse como quem não queria nada. Se eu não o conhecesse....deixa pra lá. 

Caminhei um pouco desconfiada até mais próximo dele e parei em sua frente, já que o mesmo tinha se levantado e me encarava sem expressão alguma.

E eu o olhei. Apenas um olhar.Por alguma razão eu queria que ele fosse sincero, queria poder ler algo dos seus olhos, algo, alguma chama seja lá do que fosse, por que eu sei que aquilo seria algo impossível de dizer assim, sem merecer ser vinda acompanhada de alguma reação. E eu queria desesperadamente poder ler aquelas íris douradas que tanto mexiam comigo.

- Você quer que eu fique? - 

Ele olhou para baixo, mais especificamente nos meu lábios, depois voltou a me olhar se decidindo o que falar ou fazer. Ele respirou profundamente antes de balançar os ombros e caminhar rapidamente até as escadas, parando para dizer antes de subi-lá.

- Faça o que quiser. 

Fiquei ainda alguns instantes parada olhando idiotamente para o lugar que antes ele estava, indignada.

Bufei, por que sabia que não acharia táxi a essa hora - infelizmente - e sem saída resolvi que uma noite não me faria ser presa por assassinato.

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   Meu quarto era bem perto do do Justin. Ele devia querer suas garotas bem perto de si caso ele acordasse animado a noite, ele apenas bateria na porta um pouco a frente. Não conseguia dormir, o quarto era bem grande para uma pessoa, bem elegante, mais não era minha cara.

Depois que subi ,  vesti uma camisa grande que ia até meus joelhos - devia ser do Justin - que o mesmo me fez o favor de entregar e me deitei. Só deitei mesmo por que não havia nem cochilado até agora. 

Estava divagando pelos acontecimentos da noite, acho que foi por isso que me assustei com o barulho que ouvi no silêncio da noite.

Um grito.

Nem esperei ouvir de novo, joguei os cobertores pro lado e corri descalça e assustada pro quarto ao lado.

Justin se debatia soltando pequenos murmúrios incompreensíveis e suava embolado nos cobertores.

- Ei!!!...Ei!!..Justin ta tudo bem...ta tudo bem.. acorda...acorda e só um pesadelo... Eu estou aqui shiiii- 

Segurei seu corpo contra o meu até ele se acalmar e acordar desorientado, eu nunca tinha o visto daquela forma, acho que por isso fiquei tão preocupada.

Ele olhou ao redor do quarto ainda meio grogue e pousou seus olhos em mim ali em cima dele.

- Jane?! - ...

Continua...