História In Between Love And Hate - São pequenas coisas que mudam

O Garotinho corria feliz na sala de estar, de longe se podia ouvir seus gritinhos animados e extremamente gostosos. Não parentava ter mais que dois anos, mais era tão energético que quem o visse duvidaria disso.

Seus cabelos claros reluziam em contraste com a luz do sol que atravessava a persiana da janela em frente a escada e faziam o castanho de seus olhos brilharem em um perfeito dourado. A criança perfeita.

Alheio ao seu redor ele tentava alcançar o ar com suas pequenas mãozinhas, e soltava uma gargalhada quando seus pés se embolavam uma na outra e o fazia cair no tapete no chão, a inocência exalando de si.

A figura estranha de uma pessoa na escada observava de longe a criança brincar e tentava ao máximo não deixar as lágrimas rolarem por sua face pálida e ossuda, maltratada ao longos dos meses em que esteve naquele estado. Observava a criança sem alguma mínima emoção, raiva, tristeza, mágoa, alegria talvez?

Nada.

Não sabia distinguir aquele choro de alegria ou de raiva. Só queria que aquilo acabasse de vez. Tinha que acabar com aquilo.

Porém, mesmo que quisesse muito,   tinha medo de tal ação, e se alguém a visse? Seria presa por se desfazer de algo tão puro e que não tinha a menor defesa contra a imensidão do mundo? Não que isso importasse muito, mais não era tão cruel a ponto disso

Tampava seus ouvidos quando ouvia os gritinhos alegres da criança, como se os mesmos sangrassem arduamente, sentia seu corpo tremer e as finas gotas de suor atravessarem seu rosto e cair suavemente, quase em câmera lenta na madeira da escada.

Sem mais pensar, ou ter mais tempo para mudar de idéia, fez o trajeto até a criança e a pegou no colo, sentindo a criança se remexer mais feliz no colo da mulher.

As delicadas mãos dele pousaram na face da mesma e deslizaram até sua boca, sorrindo ao reconhecer a figura, em seguida deitando sua cabeça na curva de seu pescoço e soltando um dos seus lindos sorrisos banguelos.

A Mulher de cabelos loiros respirou fundo e pegou sua bolsa no chão ao lado do sofá, caminhando até a porta, antes pegando o ursinho jogado na mesinha de centro e saiu pela porta, decidida a fazer aquilo. Era o melhor para ela.

E mesmo assim a criança ainda sorria, alegre,  sem saber que aquela seria a última vez que veria tal figura.

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Sentia calor, muito calor.

Algo pesava sobre minha cintura e rodeava a mesma, me mantendo presa no lugar. Tentei me mover para o lado, mais desisti logo depois, uma luz forte atravesava minhas pálpebras incomodando os mesmos. Bufei e abri meus olhos decidida a empurrar o que fosse e voltasse a dormir, me virei sem delicadeza alguma mais paralizei ao ver a face de Justin ao meu lado, sem camisa e com o braço sobre mim.

 Seu rosto estava contorcido em uma careta, seus lábios entreabertos me fazendo sentir sua respiração lenta na direção dos meus lábios.

Olhei por baixo do cobertor e graças a Deus nossas roupas estavam no mesmo lugar.

Lembrei do surto do pesadelo do Justin e de como ele havia ficado, nunca o tinha visto daquela forma, tão sensível, assustado, confuso, tão...outra pessoa.

Ainda confusa me levantei devagar sem acorda-lo e sentei ma cama tentando me lembrar do que tinha acontecido e como eu vim parar no quarto - que tecnicamente era meu - e com o Justin. Comigo.

Caminhei pelo quarto para achar meu celular e o achei na mesinha em frente a cama, eram quase nove horas. Havia umas três chamadas perdidas da Claire e uma mensagem.

" Onde você se meteu louca? Sua mãe me ligou perguntando de você. Eu disse que você tinha saído pra comprar café. Podia ter me avisado que não ia voltar pra dormir né? Quero detalhes desse seu caso misterioso viu mocinha?!

Xx me liga. " 

Droga tinha me esquecido de avisar a ela que não iria mais pra sua casa. Bom depois eu conversava com ela.

Precisava ir embora, não queria estar aqui quando o Justin acordasse, ontem a gente estava meio estranho e possívelmente ele voltaria ao grosseirismo dele e eu queria estar bem longe daqui pra comprovar isso.

Peguei minhas coisas, parando antes para pegar um moletom do Justin ja que não teria como ir pra casa com aquele vestido senão minha mãe iria desconfiar, e sai em passos lentos dando uma última olhada para o ser que dormia quase como um anjo na cama.

[  ]

- Isso e hora de chegar em casa dona mocinha? - ouvi alguém dizer.

Chaz tomava café sozinho na mesa enquanto mexia no celular, nem olhava em minha direção.

- Bom dia pra você também maninho...- disse me sentando ao seu lado e pegando uma xícara de café.

Ele riu.

- Me diga, como foi a noite das garotas? - 

- Noite das garotas? - O olhei confusa.

- Sim. Não é isso que vocês garotas fazem? Se juntam pra falar do quando nós do sexo masculino somos altamente gostosos, enquando comem porcarias gordurosas assistindo filminhos de romance com lenços e tudo mais...? - disse rindo enquando me olhava. 

O estapeei enquanto ele gargalhada mais ainda tentando se desviar sem sucesso.

- Deixa de ser idiota garoto, não teve nada de ' noite das garotas'. A gente apenas conversou e mais nada.

Ele arqueou a sobrancelha.

- Claro. Como é mesmo o nome dessa sua amiga? - perguntou 

- Claire. Por que quer saber? - perguntei. 

- Nada.

Fiquei o olhando por um tempo. Não sabia qual seria a reação do Chaz se um dia ele soubesse que eu e o Justin. Pior que eu tranzava com seu amigo. Chaz e Justin sempre foram amigos, não se viam sempre , mais lembro que sempre que podiam estavam em algum juntos.

Chaz sempre dava um de Irmão super protetor comigo, tanto que em algumas vezes eles brigavam quando o Justin fazia alguma coisa comigo, não só ele como todos que mexiam comigo na escola. Tinha medo da reação dele, pois por mais que não tenhamos nada eu sei que ele não ia ficar nada feliz com isso.

Depois do café ele se despediu dizendo que tinha um compromisso e saiu, decidi tomar um banho pra despertar melhor e tirar o excesso de ontem.

Por toda manhã não recebi nenhuma mensagem do Justin, achei até melhor ja que eu não sabia o que falar pra ele. Queria saber se ele ms lembrava do pesadelo, se estava bem ou...

Epa!. Pode ir parando.

Não sei porque me preocupava com isso, isso era problema dele eu não tinha que me meter. Querendo ou não Justin e eu nunca manteriamos um convívio de paz, nada havia mudado eu sabia bem disso, quer dizer eu não esperava que depois de ontem ele me pedisse perdão por todas as nossas brigas e então eu o perdoaria e assim viveríamos felizes para sempre.

O melhor que eu tinha a fazer era esquecer isso.

De tarde sai pra caminhar um pouco não tinha nada pra fazer e meus pais e Chaz não estavam em casa, Coloquei meus fones e sai .

Decidi fazer o trageto pequeno do parque, intercalava entre corrida e caminhada quando já não sentia minha respiração.

Tocava uma música aleatória, sentia o suor descer por meu pescoço e  por fim acabar entre meus seios.

Murmurava a letra da música baixinho totalmente desligada  quando meu celular vibrou.

"  ta sozinha em casa? " 

           Justin.

Como ele conseguiu meu número.

" Sim por que? " 

Algumas segundos depois ele respondeu.

"Chego aí em vinte minutos ."

 O que? Como assim? Mais...o que ele queria? Tirei o fone e corri o mais rápido possível de volta a minha casa nem o respondi. Ele era louco ou o que?  

As pessoas me olhavam estranho enquanto eu esbarrava nelas. ' mal educada' ' presta atenção garota' 'mais que ****'  e essa era uma das muitas outras coisas que ouvi naquele momento, eu tinha que chegar antes daquele imbecil.

Depois de quase morrer atropelada duas vezes , e ser quase assassinada por uma velhinha cega, cheguei em casa como um furação. Ele ainda não tinha chegado, e agora parando pra pensar,  Por que eu estava tão ansiosa? Era só o Justin. Mais o que ele queria,  será que veio brigar comigo por ter ido embora sem o avisar? Não ele viria pra isso. E se aconteceu algo com ele? 

Ok! Agora sim eu pirei mesmo.

Até tentei subir e dar um jeito no meu cabelo mais logo a campainha ja era tocada. Eu estava nervosa. Ele nunca em toda sua miserável vida tinha vindo me ver pra alguma coisa.

Ok?!Respirei fundo antes de caminhar até a porta e a abrindo,  só pra ficar desacreditada em  ver aquilo.

Mais que merda.

- Olá de novo Somers...- 

Continua.....