História Little Bunny - 01.

Baekhyun

Acordei ofegante, assustado. Meu coração estava a mil por hora. Sentei-me na cama coçando os olhos, enquanto bocejava por conta da preguiça que me consumia aos poucos. Mais um pesadelo, para variar. Isso estava ficando normal, ultimamente; pesadelos, pesadelos e mais pesadelos. Me levantei da – não tão – grande cama e caminhei até o banheiro, ainda coçando os olhos. Entrei e me apoiei na pia, enquanto o espelho refletia minha imagem.

Eu estava tão mal cuidado. Meu cabelo continuava seco e precisando de tinta e hidratação, pele sem brilho, olheiras, corpo magro. Eu, literalmente, não estava bem.

Tomei outro susto, mas dessa vez foi com o celular, que estava tocando em cima da minha penteadeira. Caminhei até o móvel, lento e calmo, enquanto bocejava mais uma vez. Eu estava repleto de sono. Peguei o celular de cima da madeira branca, desbloqueando a tela e vendo o nome “Sehunnie” no centro da mesma.

Sorri pequeno, sentindo uma pontadinha de felicidade atingir meu peito. Logo deslizei o dedo e levei o celular até minha orelha direita.

– Oi, SeHun-ah! Estava com saudades, é? – disse com a voz baixa, porém com um tom brincalhão de sempre. Claro, eu tinha acabado de me levantar da cama.

 Caminhei até a mesma, não aguentando a preguiça, me jogando sobre o colchão macio e fofo.

– Não me venha com “SeHun-ah”, Byun Baekhyun. –Soltou sério, do outro lado da linha – Bom dia para você também,viu. – Emitiu em um tom sarcástico, não contendo a risada baixa logo em seguida.

Sorri de orelha a orelha.

– Bom dia, SeHun. – Falei com a voz mais doce, talvez um pouco sonolenta, quase adormecendo em meio aos lençóis da cama. – Você me acordou, SeHun-ah! Eu estou tão cansado.. – Emiti em um tom mais irritado, formando um bico nos lábios secos.

– Perdão, Baekkie. – o Alfa se desculpou, acabando por gargalhar. Sorri automaticamente, como o esperado – Não queria acordar meu menino. – Respondeu baixo – Mas então, queria saber se estava ocupado e pelo jeito estava. – Gargalhou novamente – Posso ir até ai? Sei que fui meio idiota, mas realmente quero te ver.

– Se você trouxer o café da manhã junto, eu posso pensar no seu caso. – Sugeri, sorrindo pequeno com a idéia ­– Talvez um café, duas rosquinhas.

– Ótimo! – Riu baixo, como se escondesse algo. – Sorte sua que eu passei na padaria antes de vir te ver. Sabia que iria me pedir comida. – riu do outro lado da linha – Então venha aqui em baixo, não tenho a chave do seu apartamento, esqueceu? E o porteiro ainda não me deixa entrar, mesmo eu dizendo que sou quase seu irmão mais velho! – Bufou, indignado com o fato de não poder subir.  

– Calma, você está aqui? AGORA? – Gritei, assustando Wisty, que pulou da pequena poltrona – Estou descendo, fique aí! – Desliguei, sem nem ao menos ouvir o que o outro ainda tinha para dizer.

Joguei meu celular sobre a cama, pronto para ir tomar um banho rápido. Mas antes ouvi um miado, claramente alguém estava brava comigo.

Olhei para a poltrona e encontrei a gata sentada, me encarando; Wisty era assim, sempre foi. Se eu fizesse algo que incomodasse seu descanso, obrigatoriamente teria que pedir desculpas. Gata mimada. 

– A, foi mal, tá? Eu não fiz por querer! – Coloquei as mãos na cintura, olhando respectivamente para a direita e para esquerda, tentando procurar argumentos válidos. – Culpe o SeHun, entendeu? – A gata continuou a me encarar – Esqueci que você é uma gata, você não entende o que eu falo, não é? – A gata continuou – Acho que me tornei o louco dos gatos, minha nossa. – Abanei o ar com mão, fazendo um gesto qualquer.

Caminhei até o banheiro e entrei.

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Fui até o guarda roupa, com a toalha em volta das cintura, jogando praga nos sabonetes líquidos que eu havia comprado; ninguém merece. Abri as duas portas do móvel e, praticamente, me enfiei dentro dele. Fiquei um tempinho olhando minhas opções de roupas, eu não tinha tantas opções.

Peguei dois cabides, um com um moletom e outro com uma camisa verde pastel. Acabei pegando o moletom, já que estava frio. Em uma das gavetas, peguei uma calça. Retirei o cabide da peça de roupa e joguei o tecido grosso sobre a cama, juntamente com a calça. Abri uma gaveta e peguei uma box, junto com uma meia roxa. Eu, com certeza, era o estilo em pessoa.

Vesti minhas roupas e por fim a meia roxa totalmente estenosa. Calcei minhas pantufas, aquelas que estavam ao lado da cama, e corri até a porta, destrancando-a. SeHun com certeza já devia ter perdido a paciência comigo; ou simplesmente estava devorando meu café da manhã.  

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Eu tenho compromissos e coisas para fazer.– Fechei a porta – Eu nem havia tomado banho ou coisa do tipo. – Falei sonolento.

– Compromissos com a cama, é? Interessante, em. – Ele riu. O Alfa se direcionou ao sofá, se sentando ali. Seu olhar caiu sobre mim, descendo e subindo devagar. – Você está magro, Baekkie. Acho que já percebeu isso. – Abaixei a cabeça e sorri minimamente. Eu sabia que tinha que ficar saudável, mas eu não conseguia. 

– Primeiro, meu compromisso com a cama e algo só meu, então não se meta, sua escada de bombeiro. – Ele colocou a mão sobre o peito, claramente indignado. – E, bom.. eu juro que venho tentando ganhar peso. Mas, Sehunnie, não dá. – Bufei. 

SeHun bateu no estofado ao seu lado. Caminhei até o mesmo e me sentei. Logo ele deixou meus pedidos sobre a mesinha central; ele cumpriu em me trazer café da manhã.

– Baekkie – O encarei – Está tudo bem? – Concordei positivamente. Quem diz que está mal? – Não parece, sabe? Seu cabelo está desbotado, está com olheiras, parece cansado. – Falava com calma, mas conseguia sentir a pontada de preocupação que ele estava sentindo.

– Está sim, SeHun. – Fiz um bico pequeno, enquanto encarava minhas mãos – Não diga que estou mal, pois não estou. Estou bem, eu juro. Estou muitíssimo melhor. – Sorri em sua direção, mas parece que isso não o fez acreditar nas minhas falas.

– Você, realmente, não sabe mentir. – Sorriu sem abrir os lábios. – Você sempre mente com assuntos assim, sempre usa os mesmos argumentos. – Apoiou sua mão em me ombro – Ele veio atrás de você? – Neguei rápido – Então?

–Não é nada, SeHun, que saco. – Continuei, desviando meu olhar para a cozinha.  

Ele, provavelmente, iria protestar, mas apenas se ajeitou no sofá.

Ás vezes eu sou irritante, chato, grosso. Eu tenho culpa de ser assim, sei disso, mas ás vezes sai sem eu querer. E no final, pra variar, eu magôo alguém; nesse caso, magoei o SeHun.

– Perdão, SeHun. – Olhei para ele, que apenas sorriu para mim.

Eu precisava parar de ser chato, precisava começar a tratar o SeHun melhor. Não só ele, mas todas as pessoas que eu conheço.

Ouvi alguns passos de longe e me assustei assim que a companhia foi tocada. Normalmente, os empregados não tocam a companhia, eles batem na porta. Estranhei.

– Fique aqui, vou ver quem é. – Me levantei – Talvez seja a TaeTae.

TaeTae era uma das moças que limpavam o edifício. Seu nome real é Taeyeon, mas chamo-a de TaeTae. Ela é a mulher mais doce do prédio todo.

Fui até o interfone e apertei o botão que permite a comunicação de ambos os lados.

— Olá, quem é? – Perguntei, mas não ouve uma resposta sequer. – Olá? Alguém? – Aproximei a orelha do aparelho, mas nada escutei.

Soltei o botão e passei a encarar a porta. Fiquei esperando que algo acontecesse. E foi aí que ouvi três batidas leves na madeira clara.

Encarei SeHun de longe, ele apenas observava, não dizia nada.

– Um momento. – Falei com um tom mais elevado, para quem estivesse do outro lado ouvir. Peguei a chave e destranquei a fechadura.

Puxei a porta devagar, talvez um pouco curioso para saber quem bateu na porta; provavelmente errou o apartamento. 

– Me desculpe, acho que esse é o.. – Permanecei com a boca entreaberta, travado no lugar. – ...apartamento errado.

– Oi, Baekhyun.