História -Obra do Destino- - Capítulo 2 - Amora -

  

Estava tão distraída que nem vi os dois chegarem e só fui perceber isso, quando fui empurrada pelo Matheus pra dentro da piscina.

 

Matheus- Ha!

 

Eu bufei e logo vejo o mesmo cair sobre mim. A Pandora tinha empurrado ele.

 

Pandora- Ha!- comemora.

 

Vou até a beirada e estico a mão pedindo ajuda à morena pra sair da piscina.  A mesma, ingênua, vai me ajudar e eu num rápido movimento a puxo pra dentro da piscina.

 

Eu- Ha!

                                                  *

 

*POV Amora*

 

Acordei e o meu celular marcava que eram 7:48, pra mim isso é muito cedo, tipo muito cedo mesmo, por que eu geralmente acordo lá pras onze, mas como ontem eu não fui dormir muito tarde (22:40) eu não tive muito sono. Olhei pra cama do lado e meu irmão dormia que nem um anjo, ele foi dormir mais tarde do que eu porque foi andar na pista de skate que tem aqui no condomínio.

 

Ontem a gente nem fez muita coisa, ficamos quase o dia todo dentro da piscina, sai parecendo uma velinha de tanta ruga por causa da água. Assisti a um filme, pra ser mais específica eu vi Invocação do mal 2, comi pizza, enfim, nada demais.

 

Meu quarto ainda estava uma zona dês de a hora do chilique de ontem, então resolvi colocar tudo em ordem logo.

 

Desfiz mala por mala e guardei coisa por coisa. Quase não coube dentro daquele guarda roupa, já que eu tinha que dividi-lo com meu irmão, que mais parecia uma menina de tanta roupa que tinha.

 

Exausta de tanta arrumação eu me joguei na cama e fiquei pensando na vida, nos meus amigos que tinha deixado pra trás, em coisas bem aleatórias e em meio a esses pensamentos, estava o menino da casa do lado. Aquele que me observava enquanto estava na piscina. Nem reparei muito na fisionomia dele, só lembro que era moreno (em relação ao cabelo) e que tinha um sorriso maravilhoso.

 

Resolvi dar uma volta pelo condomínio e já eram quase 8:30, tomei um banho rápido e assim que sai vesti um shorts jeans cós alto, uma camiseta larga verde água e um tênis branco. Eu quase nunca uso maquiagem, só em ocasiões muito especiais, então só passei rímel e já estava pronta. Por fim peguei um elástico de cabelo e coloquei em meu pulso, nunca se sabe né?

 

Como meu irmão já tinha falado da pista de skate, eu peguei o skate dele emprestado e desci as escadas até o segundo andar.

 

Não tinha ninguém lá, exceto eu, a Pandora e o Matheus, pois nossas mães haviam ido trabalhar.

 

Passei direto pela sala, deixando o skate encostado em uma parede próximo à cozinha e fui até a mesma.

 

Abri os armários um por um em busca do que comer e a única coisa que tinha e eu tive vontade de comer na hora foi uma barra de cereal, então peguei a mesma, e a devorei em segundos.

 

Peguei uma garrafinha qualquer e coloquei Coca cola dentro, sim, coca cola, porque eu sou muito fitness e saudável.

 

Voltei até a sala e com a mão livre sai carregando o skate para fora da casa.

 

 

Logo na saída de casa eu subi no skate e fui todo o percurso em cima do mesmo. Aquele condomínio era muito bonito, e era bem verdinho, tinha arvores e plantas pra todo lado, aquilo dava um ar mais calmo, era muito bom andar por ali e sentir o cheiro de natureza.

 

Em menos de cinco minutos cheguei a pista e não era maior pista que eu já tinha visto, mas com certeza era grande. Pelo menos era bem cuidada, sem pichações como todas as outras em que eu já fui.

 

Desci do skate e peguei o mesmo num só movimento. Andei até a beirada da rampa e me posicionei no skate para realizar a descida.

 

3. 2. 1. Fui. Fazia tanto tempo que eu não andava no mesmo. Era tão bom sentir o vento batendo no rosto. Continuei fazendo umas manobras simples, bem simples, até porque eu não era a melhor skatista do mundo e nem queria ser. Era só uma diversão. Nem saber nome de manobra eu sabia.

 

Depois de um tempo subindo e descendo por ali, parei e me sentei na beira de uma das rampas, deixando meu skate de lado. Observar a vista dali era tão bom, dava pra ver todas as casas do complexo, as outras áreas de lazer, umas árvores ao fundo de tudo.

 

Tirando de meus pensamentos uma mão toca meu ombro e eu me levanto num pulo por causo do susto.

 

Eu- Ai! – coloco a mão no peito e respiro fundo – ta querendo me matar do coração?

 

O menino sorri. Aquele sorriso... Era o menino da casa do lado!

 

???-  Desculpa, não foi minha intenção menina da piscina. – se sentou e apontou o chão do meu lado para que eu fizesse o mesmo.

 

Eu- menina da piscina? – fiz uma careta – Jura? – me sentei ao seu lado.

 

???- Não sei seu nome ué – deu de ombros.

 

Eu- Amora – ele me olhou confuso – Amora, meu nome é amora.

 

???- Sabia que eu adoro comer amora? – fez uma cara maliciosa e eu revirei os olhos – É brincadeira loirinha, meu nome é Thomas.

 

Sorri de canto e um silêncio perturbador tomou conta do lugar.

 

Eu- Porque me olhava ontem, na piscina? – Cruzei as pernas, tipo perna de índio, ficando de frente pra ele.

 

Thomas- Eu?... Por nada ué, só estava sentado na varanda e de repente uma loirinha gostosa sai de biquíni... – Ele também sentou de frente pra mim.

 

Eu- Gosto da tua sinceridade – sorri e o mesmo também – Saiba desde já, se é que a gente vai se falar de novo, que eu falo sem pensar, então não se zangue se eu falar algo que não devia.

 

Thomas- Por mim a gente vai se falar todos os dias – pegou o skate do Matheus e se levantou. – Você anda bem, quem te ensinou?

 

Eu- Meu irmão, você tava me vendo andar? – ele assentiu e desceu a rampa com o skate, mas acabou derrapando no final da descida.

 

Não machucou nem nada, ele se levantou e eu só dava risada.

 

Thomas- Só vai dar risada mesmo? – subiu de volta ao topo e preparou-se para descer novamente.

 

Eu- Sim, e, você vai ir de novo? – Ele nem respondeu e fez a descida mais uma vez, desta vez conseguiu, mas o skate não tinha força suficiente para subir do lado oposto, então o mesmo deslizou em cima da ‘prancha’ de volta, caindo de bunda no chão.

 

Eu fui até o mesmo e peguei o skate de suas mãos.

 

Eu- Deixa a profissional mostrar como se faz. – Subia até o topo da rampa e em seguida trilhei um caminho em cima do skate, arriscando umas manobras um pouco mais radicais do que o habitual, mas por sorte consegui todas, se não ele jogaria na minha cara. Parei em frente a ele e ao mesmo tempo peguei o skate – Aprendeu?

 

Thomas- Sim. – Pegou o celular no bolso de sua calça e pareceu checar as horas. – Loirinha, infelizmente vou ter que ir. – Fez cara de triste.

 

Eu- Tem Whatsapp, pra gente ir se falando? – apontei pro celular em suas mãos e ele esticou o braço entregando o mesmo pra mim.

 

Thomas- Anota seu número que eu te chamo.

 

Sorri, entrei nos contatos e adicionei meu número como Amora <3. Entreguei o celular pro mesmo e ele fez um não com a cabeça. Mecheu alguns segundos em seu celular e depois virou a tela do mesmo para mim. Ele mudou o meu contato para Loirinha<3.

 

Sorri e o mesmo foi se aproximando de mim, beijou minha bochecha e saiu por uma das laterais da pista, sumindo da minha vista depois de um tempo.

 

Em seguida eu peguei o skate e voltei pra casa andando, porque queria que o percurso durasse mais.

 

Passei direto pela sala deixando meu skate na beira da escada e subi para o meu quarto em busca do meu celular pra ver se ele tinha mandado mensagem.

 

Entrei em meu quarto e o Matheus estava deitado brisando como sempre.

 

Eu- Oi Matheus  -me joguei em cima dele – Que fez hoje de bom?

 

Matheus- Dei uma volta com a Pandora e conheci o vizinho, ele é bem legal, devia conhecer ele.- eu ri e ele ficou sem entender.

 

Eu- Sabe de nada inocente! – Sai de cima dele e deitei ao seu lado – Eu já conheci ele, na pista... – ele me interrompeu.

 

Matheus- Ah é... Posso saber. Quem deixou. A mocinha. Pegar. Meu skate? – Pausou a quase cada palavra.

 

Eu- Não sabia que precisava de permissão... – enrolei meu cabelo em um dos dedos.

 

Matheus- Tá, agora voltando ao caso: Amora apaixonada... – dei um tapa na sua coxa.

 

Eu- EU NÃO ESTOU APAIXONADA! – Cruzei os braços emburrada – Conheci o menino hoje, não sou que nem você. – Sai da cama dele e fui até a minha, onde meu celular vibrava repetidamente.

 

Matheus- Não quer admitir não admita.

 

Eu- Eu acho melhor você calar essa sua boquinha! – Peguei o celular e desbloqueei a tela do mesmo.

 

Mensagem no WhatsApp.

 

*WhatsApp ON*

 

 

Número Desconhecido

8 novas mensagens

Eloah

2 novas mensagens

 

Abri primeiro a conversa com minha mãe.

 

Eloah: Amora, avisa pro seu irmão e pra Pandora que a gente vai chegar mais tarde porque ta tendo uns problemas aqui na empresa.

Eloah: Eu deixei dinheiro na cômoda no meu quarto, só pegar e comprar pizza ou alguma coisa assim.

Eu: Ok, Beijos.

 

Depois fui pra conversa com o número desconhecido já imaginando quem era.

 

Xxx: Oe :3

Xxx: Eu acabei de descobrir que não vou mais sair

Xxx: Então da pra gente conversar *emoji feliz*

Xxx: Amora

Xxx: Lorinha

Xxx: Sou eu o amor da sua vida

Xxx: Caralho responde

Xxx: To te vendo pela janela sabia?

Eu: Meu deus Thomas, calma homi, posso nem respirar mais?

Eu: E quem te deu permissão pra me olhar pela janela?

ThomasGataun: Quem é esse moleque que você tava deitada em cima? E eu não preciso de permissão!

Eu: Meu irmão... Tá com ciúmes de mim?

ThomasGataun: lógico que n, tá louca?

ThomasGataun: Ow, sai ali em baixo pra gente conversar

Eu: Já ta com saudades? A gente acabou de se ver

ThomasGataun: vai ir ou n?

Eu: Descendo

ThomasGataun: Bom memo

 

*WhatsApp OFF*

 

 

Sai do quarto, deixando meu irmão sozinho e desci as escadas na velocidade da luz, ao abrir a porta dou de cara com o Thomas.

 

Eu- Já aqui?

 

Thomas- Como se minha casa fosse longe – apontou pra casa dele. – E ai fazendo o que da vida? – Entrou na minha casa sem nem pedir.

 

Eu- To falando com você ué, e você está muito folgadinho né? – Fechei a porta atrás de mim.

 

Thomas- Tem videogame? – ignorou tudo o que eu falei.

 

Eu- Que jogar? – o puxei pelo braço até a sala onde tinha meu Xbox. – Tem esses jogos olha – Entreguei uma pilha de jogos e me sentei no chão encostada no sofá.

 

Thomas – Se tem um sofá, pra que sentar no chão? – disse enquanto olhava os jogos um por um – Guittar Hero! – gritou ao ver o jogo.

 

Eu- Acho o chão mais confortável. – Peguei os controles e liguei o console – Eu quebrei a guitarra então vai ter que ser no controle mesmo – entreguei um dos controles para o moreno.

 

Thomas- Pelo menos no Guittar Hero eu vou ganhar de você.

 

Eu- Veremos – Iniciei o jogo e depois de muita discussão escolhemos tocar Hit Me Whit You Best Shot.

 

Eu estava ganhando, mas nos segundos finais eu me compliquei toda e ele virou o jogo.

 

Thomas- Ganhei! – comemorou.

 

Vi a Pandora e o Matheus descendo as escadas e vindo até nós.

 

Pandora- Sou a próxima!