História || Toy || -- (Imagine Suga/Min Yoongi) - Eight-- Meu Tudo--P.OV (S/n) AND SUGA

                          P.O.V SUGA

                 Coréia do Sul/Daegu

             03/04/16--12:45AM--Quinta

             (Quase um mês depois)

Eu não tinha culpa, aquele era meu jeito de viver, aquele era o monstro que eu tinha me transformado, na verdade me transformaram naquilo. Ouvindo minha mãe reclamar, desligo o telefone na cara da mesma. As coisas já não estão bem, e ela ainda vem com frescuras pro meu lado, ai complica. Depois daquele dia, um dia bem marcante aliás, (S/n) não falou mais comigo, eu acho realmente que fui grosso com ela, mas é que eu estava de mau humor, já não sou muito carinhoso e ela também resolve me acordar, além disso, meu pai resolve queixar-se de tudo que aconteceu nesse dia, eu claramente não respondi, e a partir dai, não parei em casa, eu deixei completamente de existir na vida dele, é como se eu fosse um estranho que mora na mesma casa. A mãe, como sempre estar do lado dele, mas como toda mãe, não consegue ficar sem falar com o filho.

Meu irmão mais velho resolveu aparecer no domingo. Ah meu irmão... Eu não gosto muito de falar sobre ele, pois ao mesmo tempo que meus pais estavam trabalhando, ele estava comigo se fazendo de santo, você deve está se perde "como assim?", simples, tudo ele colocava culpa em mim, fazendo eu me ferrar sempre, aos 15 anos, foi morar com minha avó, por causa dos pais que não paravam em casa, mas como sempre, minha vó não me quis, fui praticamente rejeitado, ela só queria o netinho santinho, que iria fazer faculdade no EUA, e ele conseguiu, prestou concurso e foi embora de vez por todas da minha vida, ou não, ai que as coisas pioraram, todos os dias meus pais colocavam ele como exemplo em tudo, porque eles não conhecem a verdadeira face do mesmo. Resumindo tudo, eu odeio meu irmão mais velho, por motivos óbvios.

A volta dele só piorou mais a situação, eu não sei que porra meu pai queria fazer, se era 'ciúmes', 'raiva' ou acabar de vez com a minha 'vida', meu irmão se achando, meu pai usando ele pra tudo e minha mãe só concordando, isso, perfeitos idiotas! Almoço em família, na qual eu não fazia parte na minha visão, uns dos piores momentos da minha vida, e a única coisa que me fez distrair esse pensamento negativo, foi (S/n), eu não sei por que, mas eu me sinto mal por ter "apostado" isso, eu sinto que não vale a pena eu ficar com ela e depois terminar, (S/n) merece tudo ou nada, me sinto no direito de escolher uma das duas opções.

Após desligar na cara da minha mãe, que estava reclamando por eu não ter feito várias coisas em casa, como se eu fosse empregada doméstica, sinto alguém me puxar pelo braço e quando vejo é Minah, ela vai me puxando e eu me deixo por levar... Quando de repente estou num corredor escuro e vazio, e ela me olha maliciosa.

—Quanto tempo não aproveitamos esse horário né?-falou sorrindo e piscando devagar ao mesmo tempo.

—Eu não sei se é uma boa ideia, sei lá, acho que é melhor eu ir pra sala...-falei já virando de costas.

—Não acredito Min Yoongi, que a gente não vai se pegar hoje!-pegou na minha mão novamente me puxando.

—Para Minah, eu não tô bem...-menti pra ver se ela me deixava em paz, mas ela me puxou bem forte me colocando contra a parede.

—Você não vai resistir!-falou de um jeito sedutor, e logo pegou no meu pescoço iniciando aquele típico beijo intenso, mas sei lá, eu não estava sentindo nada, aquilo não me deu nenhuma vontade de continuar, eu... Não sei.

—Para Minah!-falei parando aquilo na hora. —Vai pra sala!-falei saindo daquele lugar e indo até minha sala.

Subi as escadas até a minha sala, já estava acabando o almoço e eu entrei, estavam todos lá, menos (S/n), eu não vi ela hoje, nem ontem, nem anteontem, nem essa semana, eu não sei o que estar acontecendo. Eram 12:55, quase pra bater, estavam todos agitados e eu estava lá no final, pensando, e decidi ir atrás de Sun Hee, eu preciso saber, me levantei e fui à outra sala. Entrei e vi Sun sentada, iria até ela mas fui impedido.

—O que faz aqui?-falou Kim Seokjin, Ou Jin mesmo.

—Preciso conversar urgente com uma amiga, não que eu te deva satisfação. -falei, andando novamente até ela.

—Fale depois! Vai já começar a aula!-Falou me segurando.

—Quem disse que eu estou preocupado? Me deixa!-falei empurrando-o. E finalmente chegando até ela.

—Oi Sun, cadê a (S/n)?-falei bem rápido.

—Nossa, oi pra você também... Eu também não sei, eu também gostaria de saber, e hoje eu vou na casa dela. -falou pegando no celular. —A última vez que eu falei com ela foi há uma semana e meia atrás, eu deixei ela no vácuo por algumas horas e quando respondi, ela respondeu: me esquece. É... Hoje vou tentar falar com ela.

—Que bela amiga você, hein?-resmunguei virando de costas.

—Você também não é nada agradável, Min Yoongi. -falou e eu não respondi, apenas sai.

Quando cheguei na minha sala, já tinha professor, então não entrei, sentei do lado da porta, só... Fiquei lá.

O que eu faço? Por que parece estar tudo acabado? Ela está bem? Af. Me odeio. Eu preciso ir atrás dela.

   P.O.V (S/N)

Coreia do Sul/Daegu

04/04/16--6AM--Sexta

Droga! Acordei mais uma vez, parece que os remédios não fizeram efeito. Terceira tentativa de suicídio em uma semana. Primeira vez, não acertou a veia, segunda vez, a corda quebrou, terceira vez, esses remédios não fizeram efeito, pelo menos não o efeito que eu queria.

Corro imediatamente para o banheiro, me ajoelho e meto minha cara naquele vaso nojento, vômito, bastante vômito, olhar aquele vômito, que por acaso é meu, me dá mais vontade de provocar. Quando isso vai acabar? Eu só existo pra sofrer. Não aguento mais.

Levanto, passando a manga da minha camisa de manga comprida na boca, me olho no espelho, cada vez mais acabada, cabelos para cima, olheiras enormes, que horrível (S/n), você é extremamente ridícula. Escovo esses dentes amarelos de vômito, e coloco meu braços sobre a pia, afasto um pouco a manga e vejo, cortes, uns profundos, outros leves, no que estou me tornando? Saio do banheiro para o quarto, Kyung Ji Soo estava toda arreganhada na cama dela, resmunguei e me joguei na minha cama, aliás eram 6:00AM, olhar aquele solzinho radiando pela janela é uma sensação boa.

Peguei meu celular, e vi uma mensagem, era do... Jungkook? Hm, quanto tempo, será que devo responder? Ele fazia a determinada pergunta: "Estou em Seul, posso ir te visitar?" E essa é minha resposta à essa pergunta: "Melhor não, prefiro ficar sozinha."

Ao desligar a tela do celular, ouço barulhos na porta, pelo visto, sou a única acordada nesta casa. Desço as escadas e vou em direção à porta, abro-a, e me dou de cara com Min Yoongi. Meu coração disparou, minha mente desapareceu, o desespero me dominou completamente por dentro, e comecei a suar frio.

—É... Oi (S/n), tudo bem?-ele falou, sem nenhuma expressão.

—... -nem ao menos respondi.

—Vamos sair pra tomar um café?-Perguntou estendendo a mão.

—... -continuei intacta, o nervosismo tomou conta de mim. Foi então que ele me puxou pelo meu pulso machucado para fora, me fazendo desmoronar. Oqueeufaço? Oqueeufaço? Oqueeufaço? Borbulhava meu pensamento acelerado, eu não quero sair dessa casa, que não é minha por sinal.

—Precisamos conversar (S/n), você está quase um mês sem ir pra escola, perdeu vários trabalhos e provas, conteúdos e etc... Você não atende as ligações da Sun, o que você tem?-Falou estou me soltando um pouco.

—Não te interessa!-Falei rápido passando a mão em meu pulso, já me virando para entrar novamente.

—Pera aí!-puxou novamente minha mão, afastando a manga e vendo as terríveis marcas ainda recentes. —Que porra é essa, (S/n)?

—Não te interessa!-Disse tentando me soltar dele, mas ele, obviamente, é mais forte.

Ele então, andando, me leva... Eu tentando sair das mãos dele, ele está me levando pra algum lugar, no qual eu não sei qual é. Meu coração está acerelado. Naquela mesma rua, ele estende o braço e para um táxi.

—Entra. -falou bem curto.

—Não. -falei desafiando-o.

—Você não vai me fazer te obrigar, (S/n). Vão pensar que é sequestro. -falou abrindo a porta de trás.

—Se você está me obrigando, é sequestro. -falei com a cara inexpressiva.

—Okay. -rapidamente segura minhas pernas e em um piscar de olhos, estou dentro do maldito táxi. O taxista olha para a gente meio confuso, e o Yoongi sussurra em meu ouvido: "Por favor (S/n), só hoje.". Eu acho que não tenho escolha, fico paralisada. —Moço, pode ir para o Shopping central? -o taxista acena positivamente.

Depois de alguns minutos, cá estou, em um Shopping, que desconfortável. Saio do táxi, e espero de braços cruzados, o Yoongi pagar o moço, e então noto que estou com roupa de dormir. Como assim? E agora? O que eu faço?

—Yoongi, eu estou de pijama, como você tem coragem de me levar pra um lugar desses?-falei furiosamente.

—Não me diga que você dorme assim. Nada a ver, está de boas, relaxa! -falou pegando na minha mão, e me levando para dentro do Shopping, logo de cara, tem a praça de alimentação. —Você já comeu?

—Não. -falei já de saco cheio. Ele vai até uma das lanchonetes e eu o acompanho.

—O que você quer?-falou com uma placa na mão dizendo alguns dos lanches que aquela lanchonete servia.

—Não estou com fome. -falei e ele bufou.

—Me dê dois King, mesa 12, por favor!-falou já indo para a mesa.

—Eu não quero comer. -falei apenas o seguindo.

—Se você não comer, eu como por você. -fala dando uma piscada, que cafona.

Ele se senta e eu sento também, ele olha ao redor e depois no fundo dos meus olhos, fechou e respirou fundo, pediu minha mão e eu dei.

—Você está suando frio. -falou, mexeu um pouco a cabeça e retornou. —Eu sinto muito a sua falta. Por mais que a gente não tenha feito nada de especial, você é diferente. Sun sente sua falta, Jungkook sente sua falta.

—Jungkook já voltou?-falei balançando a perna.

—Sim, mas você não atende a ligação de ninguém, o que está acontecendo, (S/n)? -disse e eu não respondi, depois de alguns segundos. —O que você tem? Me responde.

—Eu estou acabada, Yoongi. -então falei, sem hesitar. —Minha vida está acabada, eu estou morrendo, você não entende. Acharia melhor a gente sair daqui agora, e todos vocês me deixarem em paz, me deixarem morrer completamente.

—Não fale asneiras, (S/n)! Muita gente se importa com você!-falou apertando um pouco minha mão.

—Ah é, se importam tanto que nem se deram o trabalho de vim me ver. -falei virando a cara.

—Eu sou o quê? O que eu estou fazendo aqui?-falou, me fazendo calar. —Eu estou do seu lado, (S/n), você mexe comigo de um jeito inexplicável.

—... -respirei fundo. —Eu tenho leucemia, não tenho família, não tenho amigos, não tenho nada, minha mãe morreu, minha melhor amiga só pensa no seu namorado, naquele dia da festa, eu me estraguei tanto, mas tanto. A única coisa que me resta é acabar com tudo logo. -falei, falei, falei. E ele pareceu pasmo. De boca aberta, olha para o teto, e olha novamente para mim.

 —Prazer, Tudo. Agora você me tem. -disse, essas palavras. Essas mesmas palavras. Neste momento estou desabando, será que deixo me levar?