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História ?!. (Ziam Mayne) - Twenty


Escrita por: LarrysBundas

Notas do Autor


Olá, pela última vez... (eu acho)...

Eu quero agradecer muito a todos os favoritos, os comentários, os elogios e pelas vezes que vocês desejaram a minha morte. Agradecer também a paciência que tiveram e por não abandonarem a fic.
Obrigado por tudo e por um pouco mais.
Essa fic é realmente importante e eu não desisti dela por vocês.
Esse foi o final que eu imaginei desde o começo, me desculpem, eu não podia mudar.
Eu não sei se agradará a todos, mas eu creio que é o final perfeito para os dois.

Quanto aos outros casais, o Lemon Larry que eu prometi?
Bem, eu fiquei bem perdida quando fiquei sem notebook e por isso não aconteceu, mas deixei bem claro em todos os momentos dessa capítulo que eles ficaram todos juntos e felizes.
(eu editarei depois, não o farei agora poque eu não quero chorar em público.)
É isso...
Eu espero que tenham gostado dela por inteiro.

Capítulo 20 - Twenty


Fanfic / Fanfiction ?!. (Ziam Mayne) - Twenty

Zayn via aquilo tudo: via o irmão/amor de sua vida pálido; com sangue saindo de seu nariz e via-o sorrir. Ele tentava chegar até lá, mas ele não sabia se era Louis ou Harry que o impedia, o pediam calma, o pediam desesperadamente calma, mas Zayn, sabia o que era tudo, menos calma naquele momento. Era impossível, tão impossível que Zayn não conseguia pensar em outra coisa a não ser ir até Liam e abraçá-lo.

E foi como se o mundo começasse a desabar, ainda mais do que quando Liam disse que estava doente: Liam disse que o amava. A voz falha, sussurrada, sofrida, com os lábios manchados de vermelho, não pelo tom vermelho natural, mas sim manchados de vermelho pelo sangue que escorri de seu nariz. E foi ele terminar de dizer que o amava que seu corpo pareceu ser abandonado por sua alma.

Liam o havia deixado.

- LIAMMMMMMMMMMMMMMMM...

 

Zayn imediatamente sentiu-se morrendo, sentiu-se incompleto, seu corpo que antes lutava contra todos para chegar até Liam, agora estava sem forças para se manter em pé.

 Malik viu – ou achou que viu já que tudo ao seu redor parecia rolar e passar em borrões -, paramédicos correndo até Liam, viu Niall correndo até lá também. Escutou a longe Harry chorando e Louis pedindo calma com a voz embargada. Escutava ao longe também as pessoas comentando aquilo, alguns choravam e falavam alto. Zayn só não escutava seus gritos e seu choro compulsivo.

Zayn nem se quer percebeu que conseguiu se desvencilhar de Louis e andava entre as pessoas. Tudo parecia correr em câmera lenta, até seus batimentos cardíacos.

Mas aquela sensação de lentidão durou até quando ele percebeu que estava ao lado de Liam. Ele caiu de joelhos e foi como se tudo voltasse, seus sentidos, e ele passasse a escutar seus gritos de desespero, suas súplicas para que ele acordasse, o choro compulsivo de Niall enquanto ele pedia desculpas, os paramédicos pedindo para se afastarem para que pudessem levar Liam imediatamente para a ambulância.

- L-Li... LIAM... A-A-ACORDA, POR... POR FAVOR... – Malik jogou-se sobre o corpo do namorado, suas mãos tentando alcançar algo que nem ele sabia o que, mas achava ser a vida de Liam. A única coisa que ele sentia naquele momento além da dor inexplicável, era a pele de Liam gelada por onde ele tocava, o que fazia seu desespero aumentar ainda mais. – A-a... Amor?

- Senhor nos dê licença, nós precisamos levá-lo – Zayn negou, ele não largaria Liam, nunca.

- E-eu...

- Zayn. – ele escutou a voz falha de Niall e o olhou – E-ele precisa ir... – o moreno não soube como, mas Niall pareceu crescer perante si, o puxar de seu estado longínquo e o pôr novamente no chão: deixar Liam ir era a melhor opção. E foi ali, ainda no chão que Zayn colou seus lábios aos de Liam e se afastou.

- E-eu preciso de v-você... Eu te amo – e assim, como se fosse a coisa mais natural do mundo, os paramédicos ergueram a maca e levaram Liam. Para eles era normal, mas para Zayn era a coisa mais injusta que podia acontecer: levarem Liam de si.

E foi naquele instante que Zayn percebeu a gravidade do acontecido, percebeu que nunca mais poderia ver Liam vivo, que nunca mais poderia vê-lo sorrir, que nunca mais poderia escutar sua voz, que nunca mais poderia tocá-lo, beijá-lo, senti-lo: ele percebeu naquele momento que Liam poderia morrer e deixá-lo ali, ainda mais sozinho que antes.

 

- LIAMMMMM... – Zayn rapidamente levantou no intuito de ir em direção para onde levavam Liam, mas ele parou: seu corpo pareceu parar de responder aos seus comandos, seus batimentos cardíacos aceleraram ainda mais e ele mal teve tempo de olhar para Niall.

-M-me ajuda... – e apagou.

 

Zayn não suportou, não suportaria e não queria suportar uma vida sem Liam.

 

Niall viu Zayn lentamente parecer ser puxado para fora daquela dimensão, o rosto ficou pálido e ele tão rápido quanto congelou naquele lugar, caiu. Seu coração por alguns segundos pareceu parar, e ele não soube quando ou como, mas só voltou a respirar quando Will impediu que Zayn caísse no chão.

Todas aquelas pessoas pareciam não existir, as perguntas dos fotógrafos pareciam não chegar aos ouvidos de Niall e Louis que na ocasião eram os mais próximos de Liam e Zayn.

Tomlinson que antes estava desesperado por Liam, por ver o desespero de Zayn e por ver Harry desesperado, agora estava morrendo. Viu o exato momento que que o amigo caiu nos braços do cara que estava com Niall. Ele mal teve forças de segurar no braço de Styles e ir até lá.   

  Depois deli, tudo passou como flashes para todos: Liam foi posto na ambulância, Zayn foi socorrido e também foi levado para uma ambulância, as ambulâncias saíram do local e Louis, Harry, Niall e Will, acompanharam é claro. Foram de táxi porque não tinham carro e nenhum estava bem psicologicamente para dirigir se houvesse.

Harry chorava ao som da voz de Louis pedindo calma, mas Tomlinson também chorava, ele chorava tanto quanto o seu garoto. Já Horan olhava para o nada, seus dedos se entrelaçando uns aos outros, uma lágrima vez ou outra rolava por seu rosto, seus olhos opacos pareciam ver tudo e nada ao mesmo tempo: pareciam ver a felicidade de Liam e Zayn, e ao mesmo tempo um Liam morto e um Zayn morto também. Mas ele parecia não perceber isso, Will era quem via.

Em talvez dez minutos eles chegaram ao hospital, foram imediatamente levados a recepção, onde Niall preencheu as fichas de entrada tanto de Liam quanto de Zayn. Em seguida foram duas longas horas de espera em uma sala: duas horas essas que Niall passou andando de um lado para o outro, chorava, dizia que era injusto, que aquilo não poderei a ser verdade, e voltava a chorar, perguntava de todos os médicos como estavam seus amigos, mas nenhum deles sabia; duas horas essas que Harry acabou dormindo depois de pedir a Louis que ele não chorasse e que iria dar tudo certo; duas horas essas que Louis gastou observando o seu novo sol, seu Harry; Will, durante esse tempo? Não sabia nem o que fazer.

- Familiares de Zayn Malik – Niall imediatamente olhou para a porta do local e viu um médico, o homem nem bem terminou de falar e Horan já ia até ele.

- Eu... – O médico de meia idade olhou para a prancheta que segurava e voltou a olhar para Niall.

- Zayn não apresentou nenhum tipo de alteração nos exames, não alterações graves, o que nos levou a certeza de que ele apenas teve uma emoção muito forte, a pressão subiu e o corpo entrou em colapso o fazendo desmaiar para não sofrer maiores danos. Agora ele está dormindo e assim que acordar, estará de alta.

Um silêncio esmagador se fez no local. Niall não se sentiu aliviado com aquilo, não porque era insensível, mas o motivo de sua preocupação maior era Liam, já que ele sabia que Zayn tinha desmaiado pelo que viu.

- E-e o outro homem que entrou com ele? – Horan continha o choro, ele nem se quer sabia como ainda estava de pé.

- Me desculpe, eu não sei. Com licença... E ah, Zayn está no quarto 45 – e se foi. Niall olhou para Will e deixou que o choro novamente fizesse seus olhos transbordarem lágrimas pesadas. Gorski apenas se aproximou de Niall e o abraçou, e ele queria naquele momento apenas poder sugar a dor de seu loiro. Porém ele não disse nada, não tinha nada a ser dito que desse consolação a ele, que aliviasse a dor, que desse conforto. Não havia.

Mais minutos se passaram até que Will viu outro médico chegar ali, e é ele soube na hora pela feição do médico que as notícias não seriam nada boas.

- Responsável por Liam Payne...

- Nós – fora Will a dizer já que Niall começou a chorar ainda mais, seus soluços ficaram mais altos e aquilo era tão doloroso para Will quanto para Horan.

- As notícias não são boas. O tumor cresceu e devido a pressão que isso exerceu no crânio, ele desmaiou, porém houve uma complicação, o cérebro dele foi ainda mais afetado e ele está em coma, e não a muito o que se fazer. – Niall perdeu as forças, suas pernas tremeram e a respiração travou, o corpo entrou em estado de choque e ele só não foi ao chão porque Will o segurava. Ele passou a chorar ainda mais, afinal, acabará de escutar que seu amigo estava em coma, quase morto. O médico vendo aquilo olhou para Will e negou – Sinto muito... – e se foi.

Horan voltou a gritar, chorar, perguntar o porquê, dizer que aquilo era injusto e depois de quinze minutos daquilo, ele respirou fundo e se afastou minimamente de Will.

- E-eu vou ver o Zayn. – Louis que estava em choque concordou e Will apenas segurou nas mãos do loiro e o olhou nos olhos.

- Você é o homem mais forte que eu conheço, Niall – Horan apenas o olhou e o deu um singelo selinho.

E sem dizer mais nada, Niall se foi deixando ali Will, Louis e Harry.

Seus passos pelo corredor vazio ecoavam em sua cabeça como tambores fúnebres: seu amigo estava morrendo e ele estava indo dizer isso a homem que o amava.

Ele chegou no quarto de número 45, respirou fundo, abriu a porta e entrou. Esperava encontrar um Zayn dormindo, mas não, ele estava acordado, seus olhos fixos na parede e ele nem precisava chegar muito perto para saber que Zayn tinha os olhos inundados pelas lágrimas. Talvez ele achasse que tudo era um sonho e aquele fosse um choro preso pós-pesadelo. Foi o que Niall pensou.

Zayn, ao contrário do que Niall pensou e ao contrário também de uma grande maioria de pessoas que quando desmaia depois de um grande choque e esquecem de tudo e perguntam o que aconteceu, ele não o fez, ele lembrava de absolutamente cada detalhe do que aconteceu: lembrava de Liam falando que estava doente, a palidez dele enquanto um filete de sangue descia de seu nariz, lembrava principalmente de Liam no chão, gelado e sem vida: morto.

 - Z-Zayn... – E foi o que bastou para assistir as lágrimas de Malik descerem por seu rosto, os soluços que estavam presos em sua garganta saírem e seu corpo entrar em desespero.

- Po-por quê? – Horan nada disse, apenas foi até a maca de Zayn e o abraçou. Choraram juntos, ambos sem conseguir dizer nada, sem conseguirem consolar um ao outro, ambos injustiçados por ser Liam a estar passando por aquilo, pagando por algo que não sabiam se era a lei de Deus ou dos homens, pagando por algo que fizera, por algo que ambos sabiam que mesmo se fosse a pior coisa do mundo, ainda continuaria sendo injustiça pelo simples fato de ser Liam, a pessoa mais pura que conheciam, a pessoa mais gentil e mais verdadeira.

Só era injusto.

Quando ambos se acalmaram, Horan se afastou de Zayn, enxugou seu rosto e o do amigo, segurou suas mãos e respirou fundo.

- Vamos precisar ser fortes, eu sei que é difícil... – prendeu um soluço que sairia de sua boca e respirou fundo outra vez. – Que ele é tão importante para você quanto para mim, então vamos tentar ser fortes por ele, tudo bem? – Zayn concordou em meio a um choro silencioso. – Ele está em coma e o médico disse que... Que não podemos mais fazer nada por ele.

Zayn sentiu que morreria naquele instante, sentia como se metade de seu ser estivesse sendo arrancada de si sem piedade, parecia sim que seu corpo estava sem sua essência; seu corpo já sentia a perda de Liam, sua metade, a metade que o fazia ser o Zayn de Liam e não só Zayn. E foi assim que ele se sentiu novamente: sozinho; incompleto.

O mundo repentinamente pareceu maior, ou Zayn se sentiu diminuir, se sentiu vulnerável e tudo ao seu redor pareciam lâminas afiadas prestes a atravessar seu corpo. Zayn estava sozinho, sem Liam para protegê-lo, sem Liam para ampará-lo.

- E-e... Eu quero vê-lo... – Malik não quis saber se era ou não permitido, ele apenas anunciou a Niall de um jeito tão seguro que ele nem foi capaz de negar aquilo ao outro. Ele levantou, estava com suas roupas e mesmo se não tivesse, sairia daquele quarto, levantou da cama sem se preocupar com nada.

- Eu não sei aon... – Niall agora até tentou impedir Zayn depois de perceber que não sabia aonde o amigo estava, mas bastou apenas um olhar para ele ter certeza que aquilo era o de menos.

- Nem que eu tenha que abrir porta por porta eu vou encontrá-lo. – E saiu do quarto. Alguns segundos depois o loiro também saiu do quarto e já viu Zayn falando com um médico. Ele até pensou em ir até lá, mas Zayn começou a correr, seu choro ecoava pelo corredor vazio como seus passos antes ecoavam, e era tão triste quanto antes: Zayn chorava pela morte do amor de sua vida.

Malik enxergava tudo embaçado devido as lágrimas, mas quando passou por uma porta que ele não viu, mas era a da ala do CTI, viu por uma janela de vidro do primeiro quarto, seu Liam. Por alguns segundos tudo o que ele sentiu foi um vazio, uma falta do que sentir, para logo depois tudo ficar escuro e um choro como nenhum outro o atingiu. Seus soluços eram misturados a palavras desconexas, a respiração puxada entre os dentes e gritos vez ou outra. E foi quando ele achou que iria cair, que sentiu braços ao seu redor, eram Niall e Will.

Quando sua visão apurou, ele viu: lá estava Liam, um Liam diferente de todos os Liam’s que tanto Zayn quanto Niall já tinham visto em todos os anos que o conheciam. Aquele Liam estava cheio de fios pelo corpo, estava sem cor naquela maca, os lábios brancos. Ele não tinha os olhos abertos, olhos esses que Zayn ama, ama os ver brilharem, ou nebulosas quando estavam com raiva, sorrindo junto com os lábios. Liam não estava ali do jeito que Zayn amava.

Zayn queria seu Liam de volta.

Seus pulmões pararam, um soluço foi cortado ao meio e Zayn viu tudo ficar escuro.

- L-Le-Lee? – ele sabia que não teria resposta, mas aquele chamado não precisava de uma resposta, Zayn não estava chamando apenas Liam em corpo físico, ele estava chamando a alma de Liam, a chamava, implorava para que ela não o deixasse.

Zayn não percebeu, e nem tinha capacidade para isso, mas se livrou de Will e Niall, andou sem rumo certo até a porta do quarto e a abriu. Os outros homens não o impediram, não tinham forças para isso. Zayn voltou a caminhar cambaleante até a maca aonde seu irmão/amor de sua vida estava. Sua mão tocou na de Liam e ele sentiu tanta coisa naquele simples toque que preferia não tê-lo feito, mas a coisa que mais o abalou foi senti-la gelada, sem o calor que o aquecia, sem o aconchegante calor que o confortava.

- Por... Por favor, n-nã... N-ão me deixa... – Seu corpo caiu sobre o de Liam e naquele momento Zayn queria que fosse possível passar metade de sua vida a Liam, não se importava em viver vinte anos a menos se vivesse ao lado de Liam. Mas não era possível, a única coisa que ele podia fazer era pedir um milagre, e era a isso que pedia, pedia a todos os Deuses de todas as suas religiões.

Ele não soube quanto tempo ficou ali chorando e pedindo o milagre, ele só acordou de seu momento de inércia quando sentiu um braço passar por suas costas e apertar sutilmente sua cintura.

Ele conhecia aquele toque.

Ele conhecia aquele calor.

Zayn abriu os olhos e olhou para Liam.

Não era alucinação.

Ali estava Liam sorrindo, o brilho no olhar que Zayn tanto amava.

Liam estava ali, agora sim, o Liam que Zayn amava.

- Eu te amo... – O sorriso de Liam aumentou ainda mais, as ruguinhas ao redor dos olhos e ainda mais brilho no olhar. Zayn estava sem reação, assim como Niall e Will que viam aquilo e não acreditavam. Mas quando Zayn iria responder, quando ele começava a ficar feliz ele foi interrompido. Tão rápido quanto aquilo começou, ele viu os olhos de Liam irem perdendo o brilho, o sorriso se desfazendo, o braço ao seu redor ir perdendo a força, o calor sumindo do corpo do outro. Liam estava o deixando e enquanto aquilo tudo ia acontecendo um barulho ensurdecedor fazia seus tímpanos doerem.

 

“PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...”

 

Zayn não teve tempo de reagir, não teve tempo de se agarrar a Liam e gritar para que ele não o deixasse, implorar para que ele ficasse ali. Ele fora arrancado brutalmente de Liam assim como sua alma estava sendo com Liam morrendo. Médicos aparecerem sabe Deus de onde e gritavam para se afastarem, para ficar longe.

Ele escutou ao longe Niall o chamar. Viu os médicos tocarem algo no peito de seu namorado, viu o corpo dele subir e nem percebeu, mas um grito alto saiu de sua boca, um grito de dor como se ele fosse quem estivesse no lugar de Liam. Niall tentava o tirar dali com a ajuda de Will, mas não conseguiam, Zayn parecia não sair do chão, algo parecia o prender ali.

O barulho continuava, Zayn gritava toda vez que o desfibrilador tocava no peito de Liam, sentia aquele dor, sentia Liam morrendo e o levando junto, e aquilo durou oito longos minutos. Oito minutos em que Zayn se contorcia de dor em todas as partes de seu corpo.

Repentinamente os médicos de afastaram, Zayn já agonizava quase sem vida nos braços de Niall e Will, o desfibrilador foi deixado de lado, o “piiiiiiiiiiii...” continuou incessante.

- Perdemos o paciente...

Zayn escutou aquilo, escutou e sentiu uma diariamente o chão se quebrar de baixo de seus pés, sentiu-se vazio, nada parecia certo dentro de si, tudo parecia pela metade, Zayn sentiu como se metade de si tivesse morrido junto com Liam. Ele olhou para Niall e viu nos olhos azuis do loiro o reflexo de sua própria dor e aos poucos a imagem de Niall fora se afastando ao que a dor aumentava, e bastou poucos segundos para Zayn ser outra vez engolido pela escuridão da dor.

 

.

Horan não deixou que levassem Zayn para um quarto novamente, pediu para que Will o levasse para casa junto de Louis é Harry que mais parecia um robô.

E assim Will fez.

Já Niall ficou ali, passou mais de uma hora chorando em uma cadeira em um corredor qualquer: tinha perdido seu melhor amigo, um amigo de uma vida inteira.

Depois disso ele se ergueu da cadeira e fora cuidar dos papéis da liberação do corpo e todos os outros trâmites. Chegou no apartamento de Liam por volta das sete da manhã e deu de cara com Will dormindo no sofá, depois foi até o quarto do amigo morto e viu Zayn dormindo entra Louis e Harry que o abraçavam. Ficou alguns minutos observando aquilo e voltou a sair do apartamento. Foi para o seu, tomou um demorado banho, vestiu um terno escuro e pegou o envelope marrom aonde estava o testamento que ele redigiu e algo que talvez Liam tivesse colocado ali depois, o envelope marrom aonde estavam os últimos desejos de Liam, o envelope marrom que era a única coisa que ainda restava de Liam: uma pequena faísca de sua vida.

Saiu de seu apartamento trancando todo seu lado emocional ali, agora era o advogado, o representante de um Liam morto perante sua família de uma pessoa.

Assim que abriu a porta viu Will sentado no sofá, olhava para o nada e suspirava pesado.

-Will?  - O homem o olhou, levantou rapidamente e o abraçou.

- Ele está acordado, não lembra de nada, Louis e Harry estão conversando com ele e acho que você é quem vai ter que dizê-lo. – Gorski estava daquele jeito porque sabia que Niall ficaria destruído.

- Que droga... – Horan abraçou Will e escondeu seu rosto na curva do pescoço do homem, não chorava, mas isso não significava que não sofria, ele apenas sentia todo o peso em cima de si, e ele não aguentaria tudo sozinho. – Eu achei que chegaria aqui, leria o testamento e choraria com ele pela morte de Liam... Mas contá-lo?!

 

- Eu sinto muito, sinto mesmo, mas ninguém pode ajudá-lo a não ser você, Louis e o garoto... Eu sinto muito.

O loiro não disse nada, apenas suspirou, se afastou de Will, deixou o envelope não mesinha de centro e foi para as escadas. Não leria aquilo, não naquele dia porque sabia que seria injusto com Zayn e consigo mesmo.

Ele entrou no quarto de Liam e Zayn e não pode não sorrir: Zayn sorria para Harry que mexia nos próprios cabelos dizendo que fazia tal coisa para os cachos ficarem daquele jeito, via Louis sentado na poltrona que fora arrastada para perto da cama olhando aquilo com um fascínio enorme, mas Niall também via olheiras enormes ao redor dos olhos dele.

Niall pigarreou e todos os olhares se voltaram a si, os sorrisos sumiram dos rostos e o clima mudou completamente.

- Hey... – fora ele a dizer, viu Harry e Louis mudarem de postura e Zayn o olhar confuso.

- Hazzy, hm... Vamos para a cozinha? – Harry só concordou.

- Até mais, Zayn – o menino deu um beijo rápido na bochecha de Malik e seguiu Louis que já estava perto da porta.

Ambos olharam compassivos para Niall, e Louis o deu um tapinha no ombro.

- Boa sorte... – Tomlinson saiu e levou consigo Harry deixando ali no quarto apenas Zayn e Niall.

Horan caminhou até a cama, tirou o blazer e olhou para Zayn ao que se sentava na cama.

- Oi? – Zayn levantou as sobrancelhas em confusão.

- Oi... – O moreno pigarreou. – Liam já chegou? – Niall vacilou, sentiu a dor ser jogada em sua corrente sanguínea e fazer sua cabeça latejar. Ele olhou para o chão tentando controlar o choro, mas lágrimas caíram em suas bochechas fazendo Zayn perceber que tinha algo errado. – N-Niall, cadê o Liam... – ao pareceu o dizer que tinha algo errado, seu coração acelerou e ele só via Niall chorar silenciosamente. Horan enxugou o rosto e o olhou, ele viu a dor nos olhos do homem e passou a chorar também.

- Lembra de ontem? Ontem foi o lançamento do livro do Liam... – Niall não sabia como estava conseguindo falar aquilo sem gaguejar, mas conseguia e agradecia. – Ele foi fazer o discurso de agradecimento, só que ele disse outra coisa: Liam disse que estava doente, que tinha um câncer no cérebro... – Zayn já lembrava, ele via as cenas em sua cabeça, mas Niall o impediu de falar qualquer coisa. – Ele foi levado para um hospital e você também. Liam entrou em coma, você foi vê-lo, estou no quarto e eu... Eu não sei se aquilo era possível, mas ele acordou, te abraçou, sorriu, disse que te amava e... E teve uma parada cardíaca...

- N-ão... – Não passou de um sussurro, Zayn ofegava, as lágrimas rolavam em seu rosto sem trégua. – É MENTIRA...

- Liam morreu, Zayn...

Malik se encolheu na cama, seu choro não era alto, mas Niall tinha certeza que a dor poderia ser sentida por todos daquele apartamento. Ele sussurrava que era mentira, que não podia ser verdade, que aquilo era brincadeira, mas ele sabia que não era, ele lembrava, lembrava da cena do médico dizendo que tinham perdido Liam. Sentiu braços ao seu redor, sabia que era Niall e chorou ainda mais.

Chorou até não conseguir mais, gritou até e perder a voz e depois que não consegue fazer mais nada a não ser respirar, começou a se perguntar aonde estava seu Deus naquele momento, o Deus que era misericordioso e apaixonado por suas criações, começou a se perguntar que tipo de Deus era esse que levava alguém tão maravilhoso quanto Liam. E chegou a uma conclusão: Deus era injusto.

- O enterro? – Niall até se espantou com aquilo, mas se afastou um pouco de Zayn o olhou nos olhos: Zayn estava morto, ele via isso nos olhos dele.

- Temos que marcar... Só que... Tem o testamento, temos que...

- Você sabia, não sabia? – Zayn não o julgava, ele na verdade não sentia nada.

- Ele me pediu segredo, eu sinto muito...

- Tudo bem... V-você pode me dar licença? – Horan concordou, levantou da cama e saiu do quarto.

Malik ficou ali na cama, sua mão passeando pelo lugar onde Liam dormia, o cheiro dele se espalhando por ali, as lágrimas rolavam em seu rosto, a saudade fazendo seu corpo todo latejar. E Zayn sabia, aquilo acabaria, com o tempo nada mais teria o cheiro de Liam, nada mais estaria do jeito que ele gostava de deixar, nada mais teria o jeito de Liam, porque Liam tinha morrido.

Liam estava morto.

.

 

Dois dias depois.

 

 

Foram os piores dois dias que aqueles quatro homens já tinham vivido na vida, não só pela perda de Liam, mas por Zayn também.

Niall, Louis Harry já quase moravam no apartamento de Liam, não conseguiam mais trabalhar, não cio seguiam sair dali para nada, não por opção, mas por Zayn. O homem estava destruído, não levantava da cama, não comia quase nada, só chorava e as vezes quando conseguia dormir, acordava aos gritos, chamava Liam, dizia que não conseguiria viver sem ele, que era injusto, que só voltaria a dormir se ele estivesse ali. Mas o cansaço o vencia, ele dormia e tudo acontecia de novo.

Aquilo não estava só matando Zayn, mas também os outros quatro homens, e se não fosse Will para mantê-los vivos, eles nem sabiam como estariam. Will era a porta do mundo fora daquele lugar, era ele quem estava cuidando de tudo, inclusive de levar roupas, comida, remédios, tudo.

E fora Will também a ler o testamento de Liam quando Zayn pediu, implorou depois que acordou as duas da manhã depois de dormir meia hora. Claro que ele leu a partilha dos bens, e para a surpresa de todos, Harry e Louis foram inseridos, mas aquilo não importou muito, já que Niall finalmente descobriu o que Liam tinha posto ali dentro: uma única folha, uma carta a todos. Will se sentiu mal momentaneamente, mas Zayn implorou para que ele lesse, então ele leu.

 

Eu poderia começar a escrever isso dizendo isso: Quando vocês lerem isso eu estarei morto. Mas eu não vou, porque isso é óbvio.

Vou começar dizendo que eu não apenas morri, eu vou começar a dizendo que eu fui para um lugar melhor aonde esperarei vocês. Sim, eu passei a acreditar em Deus, em todas essas coisas que a ciência não consegue explicar porque não tem explicação, é algo além da capacidade de provar, e algo além do visível, é algo invisível que só você pode sentir e dizer.

Eu passei a acreditar quando você Zayn, quando você correspondeu meu amor, e não porque eu sou egoísta, mas porque eu pedi tanto a Deus por isso, e ele me atendeu. Ele me deu outro milagre, me deu mais semanas do que os médicos me deram, e essas semanas eu passei com você.

Mas voltando ao foco dessa carta: eu não quero que você, nem o Niall parem de viver porque eu morri. Eu quero que vocês vivam, vivam por mim e por vocês.

Não vou pedir para que não chorem, porque eu sei que já o fizeram, mas não percam muito tempo nisso, eu não vou voltar, não vou ressuscitar, eu morri e não a nada que possam fazer.

Harry e Louis, eu sei que vocês são inseparáveis e iram se consolar, então cuidem desses dois para mim, por favor.

James, pois é, eu quebrei uma promessa James, mas você sabe que não foi uma escolha minha, ou talvez um pouco. Mas se cuida, cuida de Zayn por mim e, por favor, não deixe Will esperando muito. Desejo a vocês toda a felicidade que considerem felicidade.

Zayn, meu irmão/amor da minha vida/o pintor mais lindo desse mundo, eu te amo, você talvez não imagine o quanto, então eu te peço, não faça nada contra si mesmo, não faça porque eu te amo tanto que seria como se você tivesse me matando outra vez se o tentasse.

Eu sei que não faz sentido algum, essa carta, mas eu não me importo, eu só estava sentado no sofá quando comecei a escrevê-la. Algo casual, de verdade.

Ahh, ia esquecendo, quero que meu corpo seja enterrado junto com o corpo da minha a mãe, talvez assim eu a encontre mais rápido.

Eu amo todos vocês, e Zayn, você é, sempre foi e sempre será o único amor da minha vida.

Leia os livros.

 

Isso é tudo, não sou exigente.

Fiquem bem e espero encontrar vocês um dia.”

 

Ele terminou de ler e não pode não ficar emocionado, assim como todos estavam.

Depois daquela carta Zayn pareceu finalmente se conformar de que Liam tinha morrido e nada podia ser feito para reverter essa situação.

E ele parecia ainda mais conformado por estar ali, em um cemitério ao lado do corpo de Liam em um caixão.

Era o enterro de Liam, seu Liam. Ele estava tão lindo, parecia dormir em um sono profundo, parecia que acordaria a qualquer momento e o daria um beijo. Malik esperava que sim, mas sabia que não iria acontecer.

Ali só estavam ele, Niall, Will, Harry, Louis e alguns amigos próximos, que não chegavam a vinte. Ele já tinha chorado assim que virá o corpo do amor de sua vida, mas agora apenas o admirava, precisava, precisava porque não iria querer esquecê-lo mesmo sabendo que nunca o faria.

- Zayn... O padre... – Malik apenas concordou. Viu um padre se aproximar e se erguei ao lado do caixão já que ele que seu corpo estava debruçado sobre o se Liam.

Eles ficaram ali por uns dez minutos escutando o padre dizer coisa bonitas e tentando consolar os próximos a Liam. Porém Zayn ignorava a aquilo, ele só tinha olhos para Liam.  Já Harry chorava, Louis chorava, Niall chorava, todos choravam menos Zayn. Zayn estava inerte.

- Alguém quer falar algo? – O padre perguntou.

- Eu... – todos olharam para Zayn no mínimo chocados. Todos já estavam por ele não estar mais chorando, e agora isso? O padre concordou e Zayn se aproximou da cabeceira do caixão. – Eu sei que é estranho, não só para vocês me verem aqui sem estar chorando minha vida para fora, mas também pra mim estar aqui velando o corpo do amor da minha vida, o homem que além de meu namorado era meio irmão. Eu não vou dizer que eu não aceito, porque Liam conseguiu me acalmar mesmo estando longe, então agora eu aceito. Não vou dizer que não estou sentindo nada, porque eu estou completamente quebrado por dentro, a falta de Liam está me matando e eu nem sei como estou de pé. Ninguém me entende, e ninguém vai entender a minha dor, nunca, mas eu agradeço o apoio e agradeço por virem.... – Zayn suspirou fundo. – Eu não sei como terminar isso, então, vou dizer uma coisa que ele me disse assim que chegamos na Índia, eu estava inseguro e ele como sempre me acalmou: Primeira carta aos Coríntios, capítulo 13: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.  – E agora sim, Zayn chorava, não só por dentro, mas se chorava na frente te de todos, porém era um choro silencioso, não havia soluços, apenas lágrimas grossas. Tão grossas quanto os pingos de chuva que caiam do céu. Ele pareceu sentir o peso da morte de Liam novamente, agora sem máscaras. Ele só sentia e mostrava aquilo a todos.

Niall foi até ele e o abraçou, ficou ali por talvez três minutos e Will o olhou, olhou para o caixão e negou: era a hora.

- Zayn, temos que fazer... – Malik suspirou fundo ainda chorando, se aproximou do corpo de Liam, segurou em suas mãos geladas e sorriu.

- Até logo, amor. – Ele beijou ali e sorriu. – E não pense que eu esqueci que te devo cinco libras... Porque sim, eu dormi naquele ônibus... – Sorriu e levou uma de suas mãos até o bolso de seu terno, puxou dali cinco libras e a colocou no bolso do terno de Liam. – Dívida paga. Espero que me perdoe o tempo que demorei para pagar, mas eu estava esperando um momento certo e cá estamos no momento errado e eu não tenho escolha. – Ele largou as mãos de Liam e tocou em seu rosto, seus olhos fecharam e ele tentou imaginar a pele quentinha, nos lábios de Liam um sorriso e não a expressão sem vida dos lábios. Seus ombros tremiam e todos preservavam aquilo com dó, e Zayn não queria que sentissem dó de si. – Eu te amo, muito. – Seus lábios tocaram na testa de Liam e ele deu um passo para trás, seus dedos correram pela pele do pescoço de Liam e quando ele deu outro passo, não mais tocava em Liam, assim como sabia que nunca mãos tocaria.

Ele não quis olhar mais nada a partir dali. Não viu o caixão ser fechado, não o viu ser posicionado na cova da mãe de Liam, não viu o caixão descer até o fundo daquilo e não viu a pedra do túmulo ser posta depôs de jogarem flores ali. Ele não queria ver, não queria sentir: Zayn queria morrer.

Ele também não viu e nem escutou o padre dando a bênção final, não viu as pessoas começarem e ir embora e não viu que em pouco tempo só estavam ele, Niall, Will, Louis e Harry.

- Vamos pra casa... – Não fora uma afirmação qualquer, já que Niall disse e já começou a caminhar com Zayn.

Ele não relutou, não questionou e só deitou-se levar.

Quando chegou no agora apenas seu apartamento, foi para seu agora quarto, tomo banho no seu agora banheiro e vestiu uma roupa que ainda era de Liam e tinha seu cheiro. Deitou na agora apenas sua cama e suspirou.

Viver não parecia mais uma opção.

Zayn não queria mais viver.

Não sem Liam.

Não sozinho.

Ele rolou na cama e pegou “?”. Começaria a ler. Precisava. Tinha feito uma promessa a Liam depois que Will leu a carta.

.

 

Um mês depois.

Zayn suspirou. Estava exausto mesmo que não soubesse o que era sair daquele apartamento desde o enterro de Liam. Niall era o único que tinha mais contato com ele já que estava morando ali, Louis e Harry o visitavam todos os dias, mas era o loiro que dormia na mesma cama que Zayn, era o loiro quem acalentava Zan depois de seus pesadelos ou de acordar gritando, porque sim, Zayn tinha requentes ataques da síndrome do quarto estranho, porque fora isso que aquele quarto se tornou desde que Liam se foi: um quarto estranho.

Horam já não trabalhava, Zayn disse que ele não precisaria, que teria eu ficar ali com ele porque ele estava com medo, e realmente estava, afinal, sem Niall ali ele ficaria ainda mais sozinho do que estava.

Malik terminara de ler os três livros de Liam, chorou tanto quando descobriu que Robert na verdade havia apenas fantasiado Beatrice, sim, ela não existia. Robert na verdade tinha sido apunhado por seu pai que descobriu que ele estava pensando em não assumir o trono, e acabou ficando em um estado complicado e acabou entrando em coma, e fora nesse coma que ele criou Beatrice: Beatrice era um sonho, e Zayn queria que aquilo que estava vivendo fosse um sonho e quando ele acordasse Liam estaria ao seu lado sorrindo e desejando bom dia. Mas isso não aconteceria, e nem aconteceu no livro já que Robert morreu, morreu gritando o nome de uma mulher que não existia.

Zayn também ligou os pontos: os personagens que eram na verdade ele e Liam, o nome dos livros que eram na verdade a sua promessa com Liam, e aceitou que o livro era sua realidade agora, que ele era Beatrice e que ao contrário do livro, onde ninguém além da mãe de Robert sofreu a sua morte, ele, Beatrice, sofria a morte de Robert, Liam.

Ele não sabia por em palavras tudo que sentiu quando descobriu aquilo, ele não soube como chegou até o banheiro e tentou se matar pela primeira vez desde que aquilo aconteceu e não soube explicar como Niall chegou a tempo de impedir. Ele só sabia naquele momento um dia depois da tentativa de se matar, ali deitado na cama que agora mais que nunca era só sua, depois de levar uma bronca de Niall, que ele estava fadado a morte e que ela não iria custar a levá-lo. Ele pedia por isso todos os dias.

- Você não lembra do que ele pediu na carta não é? – Niall fala aquilo pela quinquagésima vez, e Zayn só fingia escutar.

- Lembro, mas ele está morto, Niall... – e lá estava Zayn chorando outra vez – Será que você não entende que eu não sou obrigado a viver? Que eu não quero viver sem ele aqui? Será que você n-não vê que eu estou morrendo? – Horan fungou. Ele via sim, via Zayn definhar bem diante de si, Malik estava mais magro do que era, a pele antes em uma cor viva agora estava pálida, os lábios ressecados, as bochechas fundas e as olheiras ao redor dos olhos.

- V-você não pode desistir...

- Eu já o fiz... Me deixa sozinho, por favor.

- N-não... – Malik levantou, foi até Niall, segurou em seu braço e o começou a puxar para fora do quarto. – Zayn, por favor...

- EU SÓ QUERO MORRER – ele segurou nos ombros do loiro e ele viu nos olhos castanhos agora cheios de lágrimas que ele estava desistindo. Porém, ele não se mexeu, as lágrimas rolavam pelo rosto magro e ele desabou novamente no choro.

 

.

Aquela tarde foi horrível depois daquilo. Zayn desmaiou, quando acordou começou delirar, estava queimando em febre e começou a dizer que Liam estava vivo. Horan não sabia o que fazer, nem Will, muito menos Louis que conversava com o amigo e a única coisa que conseguia em troca era choro e pedidos para que Liam voltasse. Harry, o pobre garoto preferia não ver, ele ia para o ateliê de Zayn e ficava ali, os ouvidos sendo pressionados contra almofadas.

Zayn foi internado e já fazia uma semana, uma semana em um hospital com o diagnóstico de saudade.

E agora Zayn estava ali, deitado na maca, sorrindo para os amigos como se nada tivesse acontecido. Falavam sobre irem a uma viajem a Irlanda, já que ele adorava o lugar. Dizia que iria pintar as paisagens e fazer uma exposição, que tentaria melhorar.

Mas em meio aquilo tudo, Zayn começou a convulsionar, seu corpo batia contra a maca e aquele maldito barulho do monitor cardíaco ecoava pelo lugar.

“PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.”

Zayn havia morrido, não de uma doença que os médicos poderiam tentar algo para curá-lo: Zayn morreu por amor a Liam que havia morrido e o deixado.

Poderia parecer até rude da parte de todos naquele quarto, mas eles agradeceram por aquilo, afinal, não aguentavam mais ver Zayn sofrendo, agonizando por algo que não o podiam dar: o amor de um Liam morto.

 

...?!....

 

Zayn sentia uma brisa leve bater em seu rosto, escutava ao longe o barulho do vento, e misturado ao vendt uma risada conhecida. Ele lentamente abriu os olhos e nunca, nunca mesmo tinha sentido algo tão forte quanto aquilo. Ele sentia uma paz descomunal, seu corpo inteiro parecia uma esfera de energia boa, e aquilo se intensificou quando ele olhou para o lado e viu Liam: Liam estava deitado em uma grama tão verde que doía nos olhos, sua pele estava corada, seus lábios vermelhos, um sorriso tão lindo quanto Zayn jamais vira. Era Liam, seu Liam.

- Oi amor... – as mãos se tocaram e fora o que bastou para Zayn se aproximas de Liam e o abraçar. – Falei que iria te esperar, e olha, eu estou aqui – Zayn olhava nos olhos de Liam, não havia ali nada além de amor, e era isso que Zayn também sentia.

- Eu te amo...

- Eu também te amo, Zayn...

...?!....

 

The End.

 

?!.

 


Notas Finais


Cambio, desligo...

beijos e braços bem apertados...

Alice Reis.


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