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História 005 - Vendetta - The Murder


Escrita por: RubyMoor

Capítulo 2 - The Murder


Fanfic / Fanfiction 005 - Vendetta - The Murder

When the storm arrives

Would you be seen with me?

By the merciless eyes I've deceived

 

Londres, contagem: 20 dias antes da missão.

         Louise estava acordada mais uma vez às 4 AM. Ela encarava Londres pela janela do loft, enquanto o marido dormia. A brisa gélida entrava pela janela entreaberta e a lua iluminava por completo o grande loft. As mãos dela tremiam e o coração palpitava, e nem com a janela entreaberta ela conseguia respirar – era mais uma das crises. Ela queria se acalmar o suficiente para poder correr antes dos carros invadirem as ruas – mas as palavras de James ecoavam em sua cabeça.

         — Lou?

         Louise estremeceu – ela odiava o apelido, não gostava quando preferiam encurtar o seu nome.

         — O que foi John? — Ela disse se virando para cama.

         — Faz o que acordada a essa hora? — John Kardof perguntou.

         — Ah... nada. Realmente, nada. Vá dormir, eu vou sair um pouco.

         John mal ouviu as últimas palavras e já havia voltado a dormir. Louise foi para o banheiro trocar de roupa. Os círculos negros abaixo dos enormes olhos verdes estavam aumentando e o seu corpo havia sofrido com as mudanças – ficou um tempo parada, para recuperar o ombro e relaxou completamente. Essa seria a primeira corrida dela.

         Quando saiu para rua, já eram 4:30 AM e nem os cachorros de rua da região perambulavam por ali. Era apenas ela, a música que quase arrebentava os fones de ouvido e a pequena mochila onde estava a Glock.

 

         5 PM.

         — Eu não preciso te ensinar o bê-á-bá novamente, Louise. É só apontar e puxar o gatilho, você sempre fez isso. E nunca faz para errar. — George Calvett falava.

         George Calvett era o pai de Louise e provavelmente o único membro da família que não a chamava de Lou – e nem demonstrava nenhum tipo de afeto. George era um inglês frio, que havia trabalhado infiltrado na KGB por anos, até ser descoberto. Isto custou a vida da mãe de Louise e um ano de tortura. Depois foi atirado em uma vala e o MI6 nem se importou em tentar troca-lo. George ainda tinha asco do MI6 e não gostava da ideia de Louise fazer parte daquela “organização corrupta”.

         — Atire logo, pare de frescura! — George ralhou.

         O primeiro tiro Louise errou, o que resultou no pai bufando feito um touro. Já o segundo ela acertou em cheio o meio do mamão – George odiava mamões. Eles estavam em uma fazenda, não muito longe de Londres, que era da família dela. A casa era imensa e tinha uma curiosa coleção de tacos de baseball, embora ninguém entendesse o porquê.

         — Acho que vou jogar o John de uma ponte. — Louise reclamou enquanto bebia o chá e observava o pai atirar.

         — Você esperou demais de um americano. — George grunhiu.

         — Já ouviu algo do 007? — Louise mudou de assunto.

         — Quem?

         — James Bond.

         — Obviamente, o imortal e imoral James Bond. O que você quer com ele? — George perguntou.

         — Vou trabalhar com ele.

         — Não vá para a cama com ele e nem diga o seu nome. Embora eu ache que ele saiba. — George disse.

         — Por quê?

         — Porque ele já deve estar te seguindo. — George respondeu ríspido e deu um pigarro.

         — E o Kevin? — Louise perguntou e foi atirar.

         — O Kevin? — George repetiu e a esperou atirar. — Kevin desapareceu, eu soube que ele havia ido para o treinamento em solo. Esperou ter quarenta anos para querer brincar de ser espião.

         — Ele tem 32 anos, pelo amor!

         — É um trabalho para jovens sem perspectiva de vida.

 

10 PM.

         Após Louise guardar parte do armamento em um depósito, ela seguiu para casa. Lá John a esperava para jantarem. Fazia um ano que estavam casados, ele era americano e haviam se conhecido na guerra. John perdeu parte da perna em uma explosão que vitimou mais da metade do batalhão que Louise comandava. Ele era como uma lembrança do erro que ela havia cometido.

         — Você foi na entrevista de emprego? — Louise perguntou enquanto assistiam TV.

         — Fui, acho que consegui um emprego. Comecei a cogitar abrir um posto ou fazer contrabando. — John riu.

         — Eu falei que não precisava fazer faculdade para ser designer de internet.

         — Cala a boca. — John disse rindo.

         A campainha tocou e os dois se entreolharam. Ninguém os visitava, até porque ninguém sabia onde moravam. John disse que iria ver o que era e Louise foi para o quarto para pegar sua arma. Os dois desconfiavam até de sacolas plásticas, achando que eram bombas. O que os deixava mais alerta era o fato de hijabs terem colocado preços em suas cabeças.

         Enquanto ela tirava a arma da gaveta, John deu grito e foi seguido de um barulho de vidro quebrando – clássico. Louise empunhou a arma e foi atrás de John, porém ele estava sendo moído por um cara de dois metros de altura. Junto dele, havia mais duas pessoas.

         Louise hesitou e isso custou o fêmur de John. Ela não tinha chances de vencer alguma coisa – era alta e forte, mas contra homens que mais pareciam montanhas era impossível; ela não é a Ronda Rousey.

         — Sett pistolen eller han vil drepe din kjæreste*

         — Eu não sei o que você disse...

         Louise mal terminou a frase e o homem loiro deu um tiro na cabeça de John.  Aquilo bastou para que ela saísse do transe e começasse a atirar neles, porém só um tiro foi fatal – justamente quem tinha matado John. Os outros fugiram e ela não se preocupou em segui-los.

 

         M chegou no loft pouco tempo depois da polícia. Ele viu o estrago — só na entrada, todos os móveis haviam sido quebrados, livros jogados e sangue coloria o piso branco. Louise estava sentada na varanda, de costas para tudo. Ele sabia que ela não iria se recuperar facilmente, uma vez que ela já havia reprovado nos exames psicológicos, tanto do MI-6 quanto os da Polícia.

         — Você tem cinco minutos até o meu pai entrar por aquela porta. — Louise disse quando M sentou ao seu lado.

         — Sinto muito.

         — Não, não sente.

         M respirou fundo; era mais fácil falar com uma porta do que com ela.

         — Vamos adiantar a missão. Quero você composta no MI-6 amanhã, seis da tarde. — M disse e foi embora.

         Para sua infelicidade, cruzou com Geroge Calvett, que seguia pelo corredor fumando um charuto e usando um chapéu.

         — Olá, M. Bela noite, não?

         — Faça um favor a si mesmo e...

         — Eu sei, sei. — George deu uma risada baixa. — Tenha uma boa noite, M. Nunca se sabe o que pode... ocorrer.


Notas Finais


*A arma, ou ele vai matar seu namorado.


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