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História 005 - Vendetta - Anna


Escrita por: RubyMoor

Capítulo 4 - Anna


Fanfic / Fanfiction 005 - Vendetta - Anna

I've seen angels fall from blinding heights
But you yourself are nothing so divine
Just next in line

     James havia notado um padrão no comportamento de Louise. Estando com ela há dois dias em Villach – e a observando desde o dia em que se conheceram, Louise sumia por duas horas durante a noite, passava o dia trancada no quarto lendo e, durante a manhã, saia para atirar. James não sabia se poderia confiar nela; odiava trabalhar com mulheres, teria que, mais cedo ou mais tarde, ouvir lamúrias ou salvá-las – e, com certeza, impedi-las de o matarem. Por isso as amava.

         James e Louise se reuniram em um café próximo do hotel. Sabiam que os Zamorë eram uma família rica, com ligações russas e com a máfia italiana. Não tinham alianças políticas mas possuíam contato com gente que tinha, o mais influente era conhecido com ‘Zebediah Zanuck’ – porém o MI6 não havia informações sobre ele.

         — Você pode parar de fazer barulho ao mastigar? — Louise perguntou sem tirar os olhos do arquivos que o MI6 havia dado.

         Anna Zamorë era a filha mais velha e, portanto, quem havia assumido. Eles haviam uma hierarquia na família e ela era a segunda mulher a assumir até arranjar um marido. Nick era o mais novo, como 11 anos e os dados que a CIA havia classificado como confidencial até mesmo para agentes 00.

         — Não há muito o que trabalhar.

         — Sim, mas M enviou só isso. — Ela colocou os papéis na mesa de maneira abrupta.

         Louise olhava pela janela enquanto bebia seu café, James viu ali uma oportunidade de se aproximar a ela.

         — Você era do exército? Serviu quanto tempo?

         Louise fechou a expressão, não gostava de lembrar aqueles momentos.

         — Eu tinha vinte e dois anos quando fui “convidada” a me retirar da universidade. Tentei entrar na polícia mas não me chamaram imediatamente então me alistei e me mandaram direto para o Iraque. Fiquei... um bom tempo, fui fuzileira. Com vinte e sete virei oficial e com trinta e três anos eu sai e entrei para o MI6 virando uma personagem da Agatha Christie.

         — Trinta e três. Só agora que escuto sobre você.

         — Poderia ter escutado que eu estava na explosão do MI6, mas você estava em algum bar em alguma praia com alguma mulher.

         — O que você quer dizer?

         — Eu quero dizer, Bond, é que você é intrometido. — Louise finalmente olhou para James, que estava sem reação. — Enquanto você transava, bebia eu colocava um balde de água sobre o que você fez.

         — Eu fiz? Levei dois tiros, fui deixado para morrer.

         — Dois? Sorte a sua que não queimou junto com o prédio.

         James colocou o dinheiro na mesa e levantou, Louise ficou sentada olhando pela janela.

         — Espere. — Ela disse e ele deu a volta, parando do lado dela, em pé.

         — O que diabos você olha tanto? — James disse tentando não ser ríspido demais, sem sucesso.

         — Tem um carro bomba do outro lado da calçada. — Ela disse, terminando de beber o café. — Teria notado isso se não ficasse olhando para o próprio reflexo no açucareiro.

         — A rua é estreita, queimará o que estará em volta em segundos e os estilhaços irão nos atingir. — James disse ignorando Louise. — Como sabe que é um carro bomba?

         — Tem um homem lá dentro, olhe bem. É melhor sairmos, prefiro sair logo para não ser-

         Louise não pôde terminar a frase pois o carro explodiu. Ela foi atirada longe e estilhaços de vidro caíram sobre seu rosto, cortando-o. Ela não conseguia ouvir nada e a visão estava torpe. James se levantou atordoado, havia sido jogado contra a bancada e provavelmente tinha fraturado uma costela. Assim que viu Louise no chão, foi cambaleante até ela e a ajudou a levantar. Os dois se arrastaram para fora e viram a mesma mulher da foto: Anna Zamorë estava ali, na esquina os observando.

         James foi correndo atrás de Anna enquanto Louise voltava para ver se o carro estava inteiro e acabou por roubar um de uma mulher que passava pelo local. Era um jipe, feio porém grande. Louise acelerou até Bond e diminuiu a velocidade para que ele entrasse no jipe ainda em movimento.

         — Ela entrou no carro preto.

         — Qual dos dois? — haviam dois carros pretos e sem qualquer identificação, a frente; Bond hesitou e Louise repetiu a pergunta.

         — Direita.

         O jipe não parecia obedecer aos comandos de Louise, embora ela tenha dirigido carros mais pesados antigamente. O carro da direita seguiu para a cidade. 5 PM não era um bom horário para perseguições, tendo em vista o trânsito de carros e pessoas ali. Sendo véspera de Natal, as pessoas estavam na rua, comprando e se reunindo, tornando tudo mais perigoso. 

 

         A visão de Louise estava prejudicada, o sangue jorrava de seu supercilio cortado. James tentava parar o sangramento de seu braço com a própria gravata.

         — Pelo menos essa gravata estupida azul marinho serviu para algo. — Louise disse rindo. — Corte um pedaço do meu blazer.

         James arrancou um pedaço e, antes de entregar a ela, perguntou:

         — Você vai conseguir conduzir com apenas uma mão?

         — É o que vamos descobrir.

        Louise segurava o pedaço do blazer contra o olho enquanto tentava ao máximo deixa o carro inteiro – admitia que não conduzia muito bem com uma só mão no volante. Mas nada durou muito tempo: o carro preto perdeu o controle debaixo do viaduto e capotou, passando por cima de outros dois carros que viam em sentido contrário. Louise e James saíram do jipe e foram direito para o carro preto, sem deixar as armas a mostra. Quando chegaram perto do carro, que estava virado ao contrário, começaram a se abaixar a procura de Anna.

         — Ela não está aqui.

         — Sério James? Quem sabe ela está no carro da esquerda, provavelmente fora da cidade!

       — Qual o seu problema? — James estava furioso, vindo ao encontro de Louise. — Eu não tenho culpa de que seu namorado tenha sido morto em...

       Louise deu um soco no rosto de James e ele agarrou o braço dela com força e a fez olhar em seus olhos. Estava pronto para revidar mas a polícia começou a chegar e ele preferiu a arrastar para o jipe e dirigir para o hospital.

 

       Pontos foram dados, remédios foram receitados e aconselhamentos foram ignorados: Louise e James estavam juntos no hotel Warmbaderhof com M na linha. Louise se queixou pela falta de informações, James pela falta de contato e ambos pela falta de localização. Não comentaram sobre a discussão e, quando saíram do hospital, ficaram no mesmo ar frio de antes do acidente – não tinham tempo para frivolidade.

         — Quem sabe Rússia? — James perguntou.

         — Se você pensa que ainda estamos em plena Guerra Fria, tenho péssimas notícias para dar... — Louise disse; estava deitada no chão, com o telefone em uma mesinha ao lado.

      — Quero que você se dirijam até Braunau am Inn. Recebemos de um informante que Anna chegou até lá de helicóptero. Acreditamos que estejam relacionados com os novos eventos na cidade. Um jato irá leva-los até lá. Quando chegarem, irão direto a Salzburger Vorstadt. Existem tuneis subterrâneos que vocês conseguirão entrar pela casa número quinze. — M limpou a voz e continuou. — Não teremos contato lá em baixo.

 

         Louise escutava No Good de um tal de Kaleo, batia a mão na perna conforme o ritmo da música. James estava na poltrona ao fundo, bebendo seu Vodka-Martini – batido, não mexido. As poltronas brancas de couro do jato eram desconfortáveis, porém a aeromoça não enchia o saco. Estavam chegando em Braunau am Inn pela noite.

         Quando aterrissaram, eram duas da manhã. Louise preparou a arma e pegou algumas munições a mais. Bond estava pronto, apenas fechou o ultimo botão de seu casaco antes de partirem. Ele não reclamava, mas os remédios para dor não estavam funcionando muito bem e ele se perguntava o porquê de não ter aceito o conselho do médico.

         Chegaram na casa, amarela desbotada e judiada pelo tempo, e a primeira coisa que notaram foi a porta aberta. Assim que seguiram, notaram que a casa fora reformada por dentro, as janelas fechadas por tijolos e algumas paredes haviam sumido, sendo substituídas por lonas brancas. A iluminação era pouca. James prestava atenção para ninguém os atingir por trás e Louise manteve a preocupação estendida para a frente.

         — Iremos perder o contato assim que descerem. — Alguém avisou pelo comunicador.

         A escada para o subsolo era a única coisa bem iluminada. Começaram a descer e o interior abaixo se mostrou feito por tijolos e barro. Ratos subiam e, quanto mais afundo iam, um cheiro de carne podre subia. Quando chegaram era como se estivessem em um açougue: pessoas mutiladas, com órgãos para fora, decapitadas. Dois ainda respiravam e era possível ver fraturas expostas e falta de membros. Louise vomitou. Nem o inferno da preparação do exército a preparou para ver a mesma cena duas vezes na vida.

         James percebeu que Louise ficou afetada mas continuou. Chegando ao fundo leu uma mensagem:

“Pelos erros do passado, irão­ pagar”

         James se virou e viu a expressão horrorizada de Louise e ali soube que ela já sabia do que se tratava. Ela balançou a cabeça e puxou James para fora da casa. A última coisa que sentiu foi algo atingir sua pescoço; Louise e James foram pegos e atirados para dentro de uma van. E a noite continuou calma, sem dar problemas ao sono de ninguém.

 


Notas Finais


Demorei para postar e mudei o nome da história. Eu realmente tinha esquecido de postar, estava pronto desde 23/dec :P
Espero que tenham gostado.


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