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História 0800-Híbrido - Prodígio mal compreendido


Escrita por: MissDMarques

Notas do Autor


Estive ausente e peço desculpas, mas em breve volto ao ritmo normal de postagens!
Boa leitura!
Saranghae!

Capítulo 4 - Prodígio mal compreendido


Fanfic / Fanfiction 0800-Híbrido - Prodígio mal compreendido

Ele era alguém realmente curioso de se observar, ou talvez, fosse apenas Taehyung analisando, como sempre, de forma minuciosa as pessoas, ou híbridos, que convivem consigo.

Os gestos de Suga, após o cheiro conhecido e bajulado de café impregnar o pequeno ambiente da cozinha, mostravam-se extremamente humanos, entretanto, possuíam certa graciosidade felina, contudo, os olhos dele muito lembravam uma serpente perigosa. Kim achou isso algo fascinante e peculiar. Mas se analisasse bem tudo naquele ser era peculiar, inclusive o emprego.

- Então…? - Suga perguntou ao que pigarreou, o silêncio era constrangedor, afinal eram dois estranhos sentados à mesa tomando café   - Me contratou, por quê?

- Bom, como eu disse, estudo medicina e na minha faculdade, a SKY, todos os alunos são obrigados a terem assistentes híbridos, mas eu não quero isso. Posso me virar sozinho - a última parte saiu de forma orgulhosa e o híbrido levou a xícara aos lábios para cobrir o risinho que gostaria de soltar: era óbvio, só pela confusão da casa, que o rapaz não podia.

- Mas, se você é tão bom sozinho, por quê me contratou? - a frase de Suga carregava certa ironia contida, se fossem íntimos e estivessem em outra situação com certeza o felino estaria rindo de escárnio do outro.

- Porque eu vou provar que não preciso de um híbrido! Que híbridos atrapalham minha genialidade!

Suga se afogou com o gole de café que estava engolindo, aquele cara era bizarro!

- COMO ASSIM? - soltou exasperado.

- Eu vou contar o meu plano! - o estudante parecia muito empolgado com a ideia que tivera assim que viu o folheto e optou por não escolher um híbrido e, sim, ter um sorteado para si, levando em consideração o fator tempo, também - Eu quero que você me atrapalhe e que eu acabe sempre salvando o dia! - a empolgação de Kim Taehyung parecia muito com a de uma criança que veste a fantasia de seu personagem heroico favorito e que acredita que assim pode salvar o mundo todinho. Seus olhos castanhos, extremamente expressivos, se tornavam doces e inocentes em momentos como aquele e se Jimin estivesse ali com certeza gravaria tudo.  

A questão é que o jovem prodígio compreendia o mundo sempre de uma maneira extremamente subjetiva e sempre, sempre e sempre arrumava uma forma de encontrar uma saída, ou um labirinto, único para solucionar seus problemas. Na maioria das vezes acabava por duplicar todas as situações tortuosas que passava, como um aluno que procrastina em realizar as lições de casa da matéria que menos gosta de estudar.

No fim, o Kim achava que poderia usar o híbrido como uma forma de mostrar que era genial e não, nem mesmo um pouco, atrapalhado ou dependente de outras pessoas.

- Ah. OK - Suga falou com os olhos minúsculos arregalados - Mas, então, como você vai fazer isso?

- Não sei - disse o Kim deixando um sorriso retangular adornar seu rosto. Suga deixou sua cabeça pender para o lado ao observar que tudo naquela criatura parecia ser singular, como um quadro de Vincent Van Gogh.

- Cara, em que merda eu fui me meter? - o híbrido falou batendo com a palma da mão grande e masculina em seu rosto.

Não podia fugir dali, por mais que quisesse, afinal aquele provavelmente seria o trabalho mais louco que faria em nome da empresa para quem trabalhava a dois anos.

Ser híbrido  já é algo complicado e se torna ainda pior quando não se quer ter um amo a quem servir, afinal, contava a quem o híbrido pertencia em todos os documentos de registro que possuía e geralmente testas franzidas e narizes enrugados era o que recebia por dizer que não pertencia, muito menos queria, a alguém. Em todos os seus documentos jazia a lacuna de a quem pertencia e mesmo, desde muito pequeno, sempre quis preencher ali com o seu próprio nome.

Ele fazia música, rap, hiphop, para ser mais específico; gostava muito da batida e da revolta expressiva que cada beat e rima revelava ao decorrer do curto período de tempo em que uma música durava. Na mão de um bom músico quatro ou cinco minutos de batida contavam a história da vida de alguém e ainda mandava muito filho da puta baixar a cabeça e lamber o chão por onde pisa aquele que narra a história.

Conseguir emprego, um comum e sem muito destaque, já era uma árdua tarefa, quem dera entrar para alguma empresa, nem as mais furrecas o queriam, mesmo tendo um puta talento.

E por falar em emprego teve vários: faxineiro, bába, eletricista assistente, ajudante de jardineiro, balcões de padarias, entregador de pizza e outros bicos por aí. Era difícil conseguir algo que não fosse temporário, que não pagasse um salário em dia ou que não lhe deixasse cansado e frustrado.

Ele viveu em um abrigo, desses sombrios onde as próprias cuidadoras roubam aquilo que é dado de caridade para os pequenos seres que ali habitam sem nunca lhes darem em troca um carinho ou algo do tipo, até que ao completar oito anos de idade entrou na pequena sala de porta cinza no fim do corredor da ala administrativa do lugar e ficou esperando lá, sentado na poltrona de couro preto velho puído, ouvindo o tic-tac do relógio que jazia em uma das paredes de cor bege encardida, mas que era de longe melhor do que as paredes do restante do lugar, até que a porta do lugar foi aberto e lá entrou a mulher que, aproximadamente seis meses depois, pode chamar de mãe.

A Sra. Jung Hye havia lhe dito que estava sozinha naquele dia pois seu marido estava cuidando do filho, Hoseok, que era um ano mais novo que ele. Naquele dia ele não sabia nada da adoção, apenas sabia que havia achado o sorriso daquela mulher uma das melhores coisas que já havia visto na vida e o perfume que ele sentiu, quando abraçou ela ao ter que sair da salinha por ter sido avisado a eles que o horário havia acabado, foi uma das coisas mais docinhas e maravilhosas que já tinha sentido na vida.

A família Jung era a sua família, não seus donos e sua mãe, sim, sua mãe sempre havia deixado aquilo extremamente claro.

Foi ideia de Hoseok, seu irmão e melhor amigo, o trabalho na empresa como um híbrido de aluguel, ele trabalhava lá também, mas era no call center. O salário era alto, muito alto e ele ainda teria todos os seus direitos assegurados. Não pensou duas vezes em aceitar, mesmo sabendo do tipo de pessoas que teria que atender.

Até então todos os seus trabalhos haviam sido escolhidos minuciosamente, fugindo de todos os possíveis tipos de maníacos, nunca ficando hospedado na casa dessas pessoas e sempre mantendo seu verdadeiro nome em segredo, para evitar perseguições futuras. Para seus clientes era Suga, apenas Suga e sempre Suga.

Entretanto, naquele mês, ficar no setor de aleatórios estava pagando mais por ter falta de pessoas e por isso resolveu aceitar o trabalho, dando de cara com o maluco, vulgo, Kim Taehyung.

- Olha - o menino mais novo ali dizia com uma feição tremendamente infantil e que muito se diferia com o porte de modelo que seu corpo emanava ao ficar sério - Eu sei que eu pareço meio doido, mas, eu só quero realizar meu sonho sozinho, sabe? Sem precisar me curvar para ninguém, saber que eu trabalhei nele por mim mesmo, sem regalías.

 

Suga sorriu de canto e analisou o cara bipolar em sua frente, constatando que ele era até meio bonitinho e que de certa forma tinham algo em comum: Não queriam seu sucesso atrelado a ninguém, menos serem guiados pela sociedade em que viviam, não queriam ser apenas classes, nomes, números.

 

- Sei, sei, sim - respondeu o felino levando sua xícara de café meio morno até os lábios e fazendo um sinal mudo com os dedos para que o menino prosseguisse e contasse por fim seu mirabolante plano de não precisar de um híbrido.

 

[...]

 

Era algo que já havia assimilado em seu interior, já havia passado pela fase de negação, aceitava que o  que sentia por Jungkook era muito mais que o desgosto de não ser aceito como dono, era também a rejeição de si mesmo como um homem perante o outro, a rejeição de não poder ser visto como um amante em potencial.

Olhava-se arduamente em frente ao espelho trajando apenas uma cueca e mais uma vez, como em outras que vieram antes mesmo do híbrido, se questionou o porquê de não ser uma garota bonita, mesmo que não tivesse o real desejo de ser uma.

Seu tórax era plano, seu peitoral pouco definido carregava pequenos mamilos morenos, mas não apresentavam nenhum volume que pudesse ser realçado por algum decote bonito, afinal: era um homem que se analisava ali.

Sua cintura era fina e delineada, entretanto seu quadril não convergia para que parecesse um violão acinturado em contraste com suas pernas e nádegas volumosas, era curvilíneo de um modo masculino, um tanto andrógino, mas mesmo assim quem o visse de costas saberia de longe que era um homem.

Seu rosto era delicado, o maxilar longo, o queixo não muito afilado como um v, era algo que ficava no meio termo, seus olhos eram amendoados e pequenos, transmitiam fofura e sexualidade viril, como um homem, seu nariz era delicado, fino e contrastava com as bochechas que era um tanto mais cheias, era fofo, mas mesmo assim masculino. De longe uma das características mais marcantes em si, além dos olhos, era aquela boca cheia que era algo incrivelmente peculiar e marcante. Indescritível.

Seus cabelos tingidos de um loiro claro o fazia lembrar um anjo, ainda mais quando ondulava ao vento aparentando uma maciez quase que sobrenatural.

Suas mãos lembravam suas madeixas, mesmo que limpasse mesas o dia inteiro, cozinhasse e lavasse pilhas e mais pilhas de louças do café ainda eram macias, bonitas, além de se igualarem muito a de um bebê. Eram às vezes agraciadas com veias mais sexys dependendo do quanto sua pressão subia e do que estava fazendo.

E falando no verbo fazer, explorando um de seus sentidos mais pecaminosos, o que tinha no meio das pernas foi o que o catalogou como um homem: seu pênis. Seu pequeno falo masculino que era grosso, entretanto curto, e possuía de acompanhamento dois testículos.

Suspirou: Jungkook gostava de meninas, de peitos, corpos que se desenham mais delicados, cinturas mais finas e finalmente, vaginas.

Continuava encarando-se tentando sair da pequena bad em que sua mente havia se colocado, decidiu por fim ficar apenas olhando seus pontos positivos e pensando que eles eram, realmente, extraordinariamente, positivos.

Ele era um homem, muito, muito e muito bonito. Mas deveria ter trancado a porta do quarto, para mostrar que também era inteligente.

- Jimin, eu queria…- Jungkook vinha falando sem parar enquanto escancarava a porta do quarto do mais velho sem nem ao menos bater o deixando assustado e estático no meio do recinto enquanto era encarado, apenas de cueca box cinza grafite, pelo mais novo.

Sua garganta secou e suas mãos tremelicaram ao que os olhos cor de jabuticaba deslizaram por seu corpo seminu deixando as bochechas do mais novo avermelhadas e sua respiração ofegante, parecendo estar muito bravo consigo, mesmo sem razão pois aquele era o recinto particular de Jimin, saiu do quarto pisando duro e batendo a porta de forma violenta atrás de si fazendo até mesmo o marco da porta chacoalhar.  


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Até o próximo!
Saranghae!


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