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História 1 Metro e 80 de Amor - CAPÍTULO 4


Escrita por: jamssis

Capítulo 4 - CAPÍTULO 4


Fanfic / Fanfiction 1 Metro e 80 de Amor - CAPÍTULO 4

Eu me achava grande de mais para sentar no tubo superior da bicicleta, mas como mágica, consegui me encaixar. Após ajeitar-me, Pedro começou a pedalar sem perder o equilíbrio e o ritmo da velocidade. A chuva estava mais forte, forte e intensa.


– Você gosta de voar? — Pedro me perguntou ofegante.


– Nunca voei na minha vida! Isso por acaso é pergunta de doido?


– Como não?! Isso é um absurdo!


– Nunca viajei de avião, ou em algo que tenha asas. Nunca tirei meus pés do chão!


– E quem disse que precisamos de asas pra voar?


– Viu?! Isso é pergunta de gente doida!


– Confia em mim?


– Confio! —respondo com convicção, mesmo que eu não o conhecesse tão bem.


– Não ouvi sua resposta! — ele deixa sair um riso, um riso leve, mostrando que apenas que ele estava me zombando.


– Confio! — dessa vez falei o mais alto que pude.


– Então abra os braços...


– Sério isso?! — digo incrédula, como se eu achasse estranho viver aquele clichê, da garota sobre a chuva, de braços abertos, andando de bicicleta.


– Vamos! Pare se fazer perguntas... Abra os braços, e feche os olhos! — ele diz empolgado.


Abri meus braços, e depois de analisar aquela situação, decido enfim, fechar os olhos... E foi quando eu pude sentir com mais intensidade, meu cabelo molhado livremente se balançando; era como se eu pulasse de uma montanha bem alta ou fugisse da minha gaiola! Naquele instante eu soube que nada é impossível desde quando possamos sonhar, e inventar novos modos de representação de um desejo.



– Chegamos! — após diminuir a velocidade gradativamente, ele anuncia nossa chegada, com sua respiração ofegante.


– Já?! Estava uma sensação tão boa... — digo ainda com os olhos fechados.


– É... Realmente moro muito perto da escola!


– Nossa que bairro lindo! — digo enquanto eu descia da bicicleta, pois tive visão de todo o meu lado esquerdo.

– Também gosto de observar-lo!

– Céus! — digo ao me virar, para meu lado direto, onde pude ver a fachada de sua casa.

Aquele imóvel, com certeza seria sonho de consumo de qualquer pessoa: A casa era tingida de branco, sob um gramado verdinho, que em um lado estava demarcado com um piso claro, indicando uma vaga de carro; dois dos cômodos do andar de cima, possuía sacada (uma imensa sacada), e a última janela, indicava o sótão, pois era pequena assim como a divisão daquele espaço.

Andamos rapidamente até a porta de entrada que era composta inteiramente por vidro; então não pude mais prestar atenção nos detalhes do lado de fora. Assim que pisei no tapete de boas vindas, tive acesso a sala de estar e a cozinha. O piso era composto de madeira bege rústica, quais combinavam com o par de sofás da cor marrom, no centro, entre um sofá e outro, uma mesa de vidro, ligeiramente bagunçada por revistas. Mais a cima, se podia ver o enorme lustre branco e dourado, e além de outros armários e estantes, abaixo do espelho (enorme espelho), havia uma estante que guardava diversas garrafas de vinho. Ao lado ou em frente (dependia do ângulo que se via), a cozinha americana se dava por um espaço grande, onde nos balcões estavam pequenos bancos, como aqueles de bar. Mas além de toda a grife, a casa tinha o essencial, não era nada exagerado, e sim completamente planejado e belo aos olhos.

– Tem um banheiro aqui em baixo, mas é apenas para as visitas... não possuí chuveiro. — ele joga a bolsa no chão, e tira a blusa de frio. – Aí você pode tomar banho no banheiro do meu quarto.

– Que coisa mais linda! — digo com admiração.

– Obrigada! E olha que nem cortei meu cabelo ainda!

– Bem... Eu estava me referindo a casa! — digo envergonhada.

– Que pena! Porque já estava quase me conquistando. — ele sorri gentilmente, mas podia ver o quanto ele estava me gozando.

 
Subimos as escadas de madeira, da mesma cor bege, deixando um rastro de água no chão. Andando entre o corredor, podíamos ver diversas portas, e na última, o seu quarto.

– Não repare na bagunça! — ele me olha por cima do ombro, e sorri

Ao entramos, com sempre adoro fazer, comecei a observar os detalhes (culpa da Stella, que sempre me faz reparar em todos os detalhes possíveis). As paredes eram da cor azul claro, e havia uma parede branca, ocupada por desenhos, frases, posters... o que sinceramente me deixa a mercê de um clichê. Era tudo muito perfeito, com fotografias em quadros — quais retratavam momentos felizes —, a cama de casal estava simetricamente arrumada ao centro do cômodo, ao lado da janela.

– Nossa! Que grande bagunça! — digo com tom de ironia. – Deus! Um closet?

– Sim um closet! Um closet cheio de espaço, já que eu não gosto de sair para comprar roupas.

– Ah... Pois esse closet não daria conta dos meus trapos! Eu não consigo desapegar, às vezes a roupa nem mais caber, ela cabe, porém eu faço questão de deixá-la lá!

– Minha mãe... ela fazia o mesmo! Ela dizia: "Jogar roupa fora, é jogar o dinheiro que gastei nela". Soa fútil, eu sei! Mas no fundo ela tinha razão.

– Sem querer ser intrometida... porque todos os verbos foram jogados no passado? — digo após um espaço de silêncio.

– Um acidente... de carro, para ser mais específico. — eu pude ver seus olhos reprimindo a tristeza.

– Sinto muito!

– Faz alguns meses, não o suficiente para me fazer esquecer.

– Eu só acho que você deve deixar cicatrizar! Porque feridas são assim: doem no começo, depois cicatrizam, e no fim você terá aquela marca para te fazer lembrar de tudo o que você passou!

– Obrigado! Obrigado mesmo! — ele se dirigiu ao closet, mas voltou rapidamente.

– Já tomou banho numa banheira? — Pedro segurava uma toalha em suas mãos.

– Não! Só de bacia mesmo. — digo num tom zombeteiro, fazendo Pedro rir brevemente por alguns segundos.

– Quer experimentar? — fico parada apenas observando seus movimentos.

– Não brinca!

– Pode vir aqui. — ele me chama de dentro do banheiro.

– Meu Deus! Só o seu banheiro é minha casa! Isso é fora do normal, Pedro! Você vive num sonho.

– No fim, você percebe que nada disso te faz falta. — ele diz após ligar a torneira.

– Talvez não mesmo... Mas essa banheira com certeza faria falta!

– Juro que após tanto tempo usando, você praticamente a deixaria de usá-la! Para mim só funciona no frio, apesar de que a água esfria rápido.

– Então você quase não... — a campainha me interrompe.

– Vou ver quem pode ser, mas por favor fique à vontade! — ele sacode as mãos para seca-las, já que ele havia acabado de checar a temperatura da água. — Vou deixar uma camisa do lado de fora, aí você veste ela. E não se preocupe, porque minhas camisetas tão gigantescas!

– Ah, claro! Obrigada! — digo gentilmente agradecida.

A água estava perfeitamente boa e relaxante (não tive vontade de sair daquele lugar), mas não quis parecer abusada, então logo me enrolei na toalha (que parecia um cobertor de tão felpuda) e saí do banheiro. Olhei em cima do pequeno sofá, que ficava de frente para a televisão, também ao lado da janela, e encontrei a camiseta qual ele havia me emprestado.

Coloquei minhas mesmas peças íntimas, que ainda estavam úmidas, junto com a vestimenta emprestada. Como o Pedro era de estatura alta, suas roupas eram baseadas no maiores tamanhos possíveis; então o que servia de camiseta para ele, servia de vestido para mim —mesmo eu também sendo consideravelmente alta —, o cumprimento ficou exatamente na medida de duas palmas do meu joelho. Aproveitando que a chuva havia cessado, e o sol aparecia timidamente, estiquei minhas roupas na janela para que pudessem secar.

Já que não tenho o costume, ou melhor, já que não lembro de ingerir água, uma hora meu corpo teria de me cobrar por isso; minha garganta estava seca. Então decidi descer as escadas para procurar Pedro, que aliás, havia demorado para voltar ao quarto.

– Pe! Estou com uma sede! — digo olhando as notificações em meu celular. – O que você está fazendo aqui? — digo ao me surpreender com a imagem de Matthias, sentado despojado no sofá.

– O banho foi bom?! — Pedro tenta não deixar o clima mais tenso do que já estava.

– Foi ótimo! — tento não demonstrar tanta fúria, já que Pedro não era obrigado a entrar nesse drama.

– Ele veio me ajudar com os preparativos da festa! Tem muita coisa para fazer ainda. — Pedro diz me trazendo um copo de água, aparentemente, gelada. – Ual! — Pedro finalmente havia me visto de corpo inteiro.

– O quê? — digo confusa, não entendo aquela expressão.

– Não imaginei que ficaria... — o jovem de olhos claros, mostrava um pouco de timidez.

– Que ficaria tão bom! — Matthias diz um pouco mais alto dr onde estava, me encarando com um olhar malicioso.

– Você é ridículo, Matthias! — digo com os olhos semicerrados.

– Vocês dois não vão começar a brigar, não é?! — Pedro diz, me puxando delicadamente pela mão, me levando até a sala. – Temos muito a fazer! E a Senhorita pode ficar aqui sentada, enquanto arrumamos as coisas.

– Com certeza! É melhor deixá-la aí, porque é capaz que ela escorregue de algum jeito é estrague a decoração. — Matthias di num tom zombeteiro.

– Eu vou fingir que não ouvi isso! — digo entendendo a referência.

– Mas se você quiser ajudar, aceitaremos na boa! Aliás, quem se importaria com ajuda? — Pedro ignora a pequena discussão.

– Eu vou ajudar sim! — digo sorrindo.

   
Para uma boa iluminação, pensamos em algumas equipamentos de balada, quais eu sinceramente não sabia o nome, a não ser o globo de luz, que mais tarde um dos meninos iriam colocar. O teto ficava muito longe do chão, isso óbvio! E para me ajudar, peguei uma pequena escadinha, porém, mesmo que eu alcançasse o ligar determinado, percebi que eu não poderia levantar muito os braços, senão eu ficaria completamente "exposta".

– Matthias, me ajuda aqui?! — digo a única pessoa que ainda estava na sala.

– Desce logo daí! — ele diz rudemente, colocando uma caixote de bebida no chão, qual haviam acabado de entregar. – Tem outros milhares de caixotes para eu trazer aqui para dentro! E você não da conta disso?

– Não estou alcançando! — digo revirando os olhos.

Cuidadosamente fui descendo a pequena escada, e no penúltimo degrau escorreguei caindo para trás, e quando achei que sentiria o gelado do chão, senti na verdade meu corpo nos braços firmes do rapaz. Olhei em seus olhos (mesmo com seus defeitos, nunca deixaria de notar seus olhos brilhantes), que também me fitavam. Já seu lábio inferior sendo mordido pelos próprios dentes, me atraia; me deixava hipnotizada. De repente, como eu esperava, ele gentilmente segurou minha nuca e se aproximou na intenção de me beijar, e mesmo que meu desejo era afastá-lo, meu corpo não reagiu contra, na verdade, meu corpo não tinha ações. Pois suas mãos acariciava toda a extensão de minha perna, e aquilo com certeza não me faria parar de beija-lo.

– Sério isso? — Pedro parou a nossa frente com uma expressão de deboche, fazendo com que eu me afastasse daquele envolvimento.

– Você é muito estúpido, Matthias! — digo frustrada, pois eu queria de fato ter evitado aquela cena

Desapontada e ao mesmo tempo furiosa, subi rapidamente as escadas da casa e me dirigi novamente ao quarto do Pedro, peguei meus pertences, vesti apenas a roupa da parte de baixo para fugir o quanto antes daquilo tudo que além de me deixar uma pilha de nervos, me deixava confusa.

– Até mais tarde, Pedro. — digo olhando para o mesmo que se encontrava sentado no balcão da cozinha, mas ignorando o fato de Matthias estar parado no último degrau da escada.

– Espera, Melissa! — o rapaz segura em meu braço, fazendo com que nossos olhos cruzassem novamente.


Notas Finais


Espero que estejam gostando!! E se não estiverem, por favor me digam o que precisa melhorar ❤
Beijoos


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