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História 1 Metro e 80 de Amor - CAPÍTULO 6


Escrita por: jamssis

Capítulo 6 - CAPÍTULO 6



Como explicar os garotos? 


Eles são insensíveis, fracos, estão se descobrindo, não seguem os caminhos que querem e sim o os caminhos que os outros seguem, são manipuláveis, são conquistados por qualquer coisa insignificante que tenham uma grande reputação.


Como explicar os homens?


Eles guiam, ensinam o que demoraram para aprender, tentam sempre se desculpar quando sabem que erraram, nunca mostram fraqueza, só mostram fraqueza quando se decepcionam... e o mais importante, é que já foram garotos.


Mas o que garotos e homens têm em comum? Ambos são péssimos com suas relações amorosas.


Como posso sentir ódio de alguém mas ter vontade de beijá-lo ao mesmo tempo? Ou ter vontade de matar mas também vontade de cuidar? Na minha complexidade de opiniões, acho que só me atraio por ele, porque ainda tenho esperança de que ele não seja o que realmente é. Mas é impossível achar a sinceridade no Matthias, e aliás, não é justo que eu fique nesse ciclo de: dica feliz, fica triste, fica feliz, fica triste.


Como eu me comporto quando estou chateada: 1- Sou mega orgulhosa, 2-Não corro atrás, 3-Finjo estar bem (então eu os trato mal, e acabo me entregando), 4- Tento fazer o possível para mostrar o que a pessoa perdeu. E hoje com certeza vou usar o número 2.


Pensei seriamente em desistir de vez dessa festa, mas no fim, sei que preciso dela. Sinceramente, eu ainda não tive minha crise existencial desde que Augusto me ligou. Faz uma semana, e eu sequer parei para me analisar, entender como está meu coração. Talvez seja aquela fase de negaça, da qual você se faz forte, evitando sofrer. E para falar a verdade, as coisas estão ocorrendo rápido demais, quase não tive tempo de respirar; mal saiu uma pessoa de minha vida e outra já entrou sem ao menos pedir permissão.


Imaginando que meus pais não me deixariam ir a essa festa, usei de um truque antigo. Stella sempre esteve comigo, desde os momentos tristes, até aos que exigem muita diversão. Tentei convencê-la a ir comigo, mas agora que ela está comprometida, também está evitando sair para ambientes onde com certeza beberia e faria algo muito ruim do qual ela não se lembraria, e no fim ficaria decepcionada. E entendendo isso, pois passei por algo parecido durante esses últimos três meses. Então apenas perguntei se Jenna, sua mãe, pudesse me ajudar nessa noite. Pois é ela quem nos apóia a viver intensamente, curtindo essa adolescência que passa rápido.


– Eu queria mesmo ir com você! Até porque é sua primeira farra depois do término de seu namoro! É já é quase um ritual que sua melhor amiga esteja presente, mas hoje não será possível. — Stella diz decepcionada ao telefone.


– Tudo bem, Tell! Eu entendo isso, você sabe que entendo... Lembra como Augusto era? Não ia comigo e muito menos me deixava ir.


– Lembro bem!


Mas por outro lado, além dessa "loucura", Jenna se preocupa comigo, me trata como se eu fosse sua filha. Então se algo me acontecesse, ela se sentiria culpada, por isso sempre mantém um bom contato, arcando com a responsabilidade.


– Não importe a hora que volte, desde que me avise a hora que vai chegar, e que pelo amor de Deus, chegue viva! — ela diz toda vez que saio sozinha ou na companhia de Stella.


– Minha mãe chegou! Vou convencê-la a me deixar ir aí! O que na verdade é muito fácil, quando se trata de sua casa. — digo animada ao ouvir o som da porta de casa se abrir.


– E minha mãe disse que vai ficar te esperando!


– Você não vai estar aí?!


– Vou sair com meu Bê!


– Ai, ai! Juízo!


– Eu é quem falo... Vê se não vai beijar o senhor Greco! Aliás, é só não beber, porque quando você bebe, faz tudo o que tem vontade de fazer.


– Não vou mais beijar ele, não depois de hoje!


– Só porque ele não te deu abrigo em seu guarda-chuva? — Stella ria do outro lado do telefone.


– Isso não tem graça! — digo irritada, mas acabo me contagiando pela gargalhada da amiga. – Mas digo depois dele ter me beijado na casa do Pedro.


– Casa do Pedro?! Você foi na casa dele?


– Na mansão dele! É uma longa história...


– Conta tudo!


– Depois te conto! Preciso falar com minha mãe e decidir a roupa que eu vou.


– Tudo bem... — ela dá uma breve pausa. – Conselho de amiga... Usa o vestido vermelho.


– O vermelho?! 


– Aceite o conselho!


– Ok! Então vou usar o vermelho! 


– Beleza, beijos.


– Beijos. — finalizo a chamada.


Saí de meu quarto, alçando um sorriso simpatizante até a sala, onde minha mãe sentada no sofá, aproveitava para descansar.


– Mãe, linda do meu coração!


– Fala, Melissa... Mas já vou avisando que não tenho dinheiro! 


– Nossa, mãe! Só ia pedir pra dormir na Tell hoje!


– Virou festa agora? Todo final de semana você quer ir pra lá!


– Mãe eu dormi lá umas cinco vezes esse ano.


– Vai Melissa, mas juízo! — ela diz após ter pensando pequenos segundos.


Por que todos me dizem para ter juízo? Sou uma moça muito ajuizada.


– Te Amo gatinha! — dei um beijo em seu rosto.


– Só me ama quando faço suas vontades!


– Nem é verdade! — solto uma risada espontânea.


   

  

O horário se avançou rapidamente, beirava 19h, e já era tempo de eu pegar a mochila e me dirigir para a casa de Stella, já que a festa começaria às 22h. Eu queria me arrumar com calma, e se eu saísse quase pronta de casa, obviamente minha mãe perceberia que aquele sair tinha outras intenções.


A casa da Stella é perto da minha casa e também perto da escola, que é perto da casa do Pedro — Uffa! Preciso respirar —. Meu ser já tinha sido tomado por uma crise de ansiedade. Eu parecia uma daquelas garotas de filme, quais ficam assim em seu primeiro baile. O engraçado é que eu já havia feito isso muitas vezes, mas dessa vez, na verdade, me veio o medo de algo dar errado, de eu pagar algum mico ou talvez nem conseguir chegar a festa.


  

O relógio marcava exatamente 22h50, o que eu não havia planejado... Mas de uma forma ou outra, atrasar às vezes é uma boa opção. Até porque essas festas duram certamente a noite inteira. 


Pensei em pagar condução, mas por ser perto, imaginei que faria bem andar. E onde eu estava com a cabeça de tomar essa decisão? Apesar de adorar saltos, eu não aguento sair por aí fazendo uma caminhada. No fim acabei demorando o dobro de tempo que eu levaria, chegando até a porta do local da festa, às 23h50.


E por fim, estou aqui, parada em frente à casa de Pedro, ouvindo o som alto e vendo as luzes ofuscarem com os gritos da diversão. A festa mal havia começado e a movimentação já era muita.


– Entro ou não entro? Melhor eu ir embora! 


Mas era tarde demais... Eu havia aberto a porta.




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