História 1 único motivo para amar Kim Taehyung - Único

Ainda não sei ao certo se foram seus olhos largos de cor mel que fitaram os meus no instante em que pisei naquela escola ou se foi seu sorriso de formato engraçado e peculiar quando respondeu-me onde ficava a sala doze, entretanto devo admitir que ambos arrancaram-me suspiros e alguns batimentos acelerados em meu coração, o que me fez indagar se você era uma boa companhia ou não.

E de fato a primeira opção estava válida.

Ao longo de toda aquela primeira semana de aula chata para um novato como eu, nossos olhares se encontravam em quase todas as manhãs, assim como, gradativamente, outras coisas começaram a se encontrar também.

Inicialmente foram nossas mãos, com um toque qualquer que você insistia em fazer quando nos víamos, alegando ser algo que amigos devem ter entre si; após isso foram nossos corpos, chocando-se com afeto ao nos abraçarmos em meio ao longo corredor, você sem se importar com os olhares feios, eu, tremendo de nervosismo e com o rosto ardendo de vergonha. E por fim, o tão esperado dia para mim — e aparentemente para você também — chegou; quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez, eu pude realmente saber e confirmar que, de fato, eu havia me apaixonado por você.

Eu havia me apaixonado por Kim Taehyung, e não, não me arrependo nem um pouco.

Curtíamos como podíamos, beijávamo-nos quando dava; amávamo-nos sempre.

As horas pareciam brincar conosco em época de aula e com nossa rotina corrida; lembro-me do quão agoniante era esperar até o fim de todo aquele inferno para que pudéssemos nos ver e finalmente nos tocar, nos beijar, nos amar.

Você me ensinou a não se importar com alheios e eu aprendi da melhor forma possível: com você ao meu lado, seu calor me acolhendo e seus lábios me amando.

Com o tempo as críticas aumentavam, muitos nos apontavam nas ruas e nossos pais não nos aceitavam, mas mesmo apesar de tudo e todos a gente continuava firme e forte.

Ou ao menos eu esperava que continuássemos.

No dia quinze de setembro do ano passado você me disse que precisava ir, e eu, curioso e confuso, perguntei para onde. Você apenas sorriu e se afastou de mim após um rápido roçar de lábios.

E foi naquela noite que eu chorei como nunca imaginei que choraria e descobri o verdadeiro significado da palavra dor psicológica; dor da perda.

Hoje, carrego em minhas mãos magras pela falta de nutrientes uma rosa vermelha, a sua favorita, caminho em direção ao seu túmulo e sorrio na medida que me aproximo mais até estarmos conectados; fisica e psicologicamente. Mesmo que contra as leis impostas pela vida.

— Oi Tae. Hoje é um dia triste, né? — indago ao me ajoelhar e depositar a flor em cima do concreto cinzento. — Mas espero que você esteja bem. — olho para baixo e deixo uma lágrima escorrer de meu olho. — Sei que digo isso sempre que venho aqui, porém nunca vou me cansar. Eu queria ter impedido aquela doença idiota de ter te tirado de mim. Ela não tinha esse direito! Foi injusto, uma troca injusta. — fungo baixo e sinto a dor em meu peito aumentar. — E mesmo depois daquela sua carta que li sobre o quanto você me amava e que desejava que eu continuasse forte por nós, pedindo para que eu prometesse, estou aqui descumprindo essa promessa. — suspiro antes de continuar. — Peço desculpas por isso, mas a dor de ter você longe de mim é grande. Eu sei que você virou uma linda estrela e que agora está me olhando como sempre esteve, entretanto eu também quero ser uma linda estrela, e, mais que isso, quero estar perto de você; quero viver contigo, independente da situação. — encaro a garrafa com o líquido que irá me levar para perto de Taehyung e pego-a em mãos, abrindo-a. — Você sempre me perguntou por qual motivo eu te amava e ainda amo. E eu te digo agora, Tae; o principal motivo pelo qual eu te amo, é por ser você. Por simplesmente você ser você. — sorrio triste e, antes de levar a garrafa até meus lábios e ingerir o líquido ruim, murmuro. — Um único motivo para te amar é pouco demais. — realizo a ação e fecho os olhos, sentindo tudo rodar. — Eu amo você, por favor, me espere.

E então tudo o que vejo é o breu que me apanha, juntamente à mão de Taehyung que agarra a minha; sim, eu sinto isso.

Um único motivo é pouco demais, Tae.