História 10. From The Dining Table - Capítulo Único

“Um olá não seria um bom jeito de iniciar isto. Creio que nunca irá chegar a ler, pois provavelmente não irão mostrar para ninguém assim que tudo acontecer.

Eu era acostumado em uma rotina, porém, acostumei-me com uma nova nos últimos meses. Tive um mundo novo em minhas mãos e, devido a um pequeno empecilho, ele todo escorreu por meus dedos em um piscar de olhos, não pude nem como me defender de tudo o que aconteceu entre nós dois, C.

Eu acordei sozinho neste quarto de hotel, pensando em tudo o que vivemos por mais uma vez. Meus pensamentos eram impertinentes e faziam-me desejar a morte por completa, por não aguentar a corda que me sufoca todas as noites sem sentir sua presença ao meu lado.

Segurança em nós mesmos nunca tivemos. Você me ensinou a ser forte e eu ensinei você a viver. Mesmo aprendendo a ser forte, a falta que eu sinto de você me faz perder todos os meus controles e, por mais uma vez, acabo envolvendo-me com meu próprio corpo, pensando em você.

Disseram-me que bebida não me ajudaria a esquecê-la. Neguei todas as hipóteses de embebedar-me, até acabar com a garrafa de vodka antes do meio dia. Eu me sentia tão mal.

Meu quarto era quieto, aquele de hotel mais ainda. A chuva em São Francisco era calma, silenciosa e úmida. Ela lembrava-me você pela frieza em cada gotículas de água, a frieza que eu consegui apagar com o início do verão em Londres.

Nosso amor iniciou-se num verão. 26°C na terra da Rainha era muito, mas eu gostava do calor e queria que você sentisse o mesmo. Lembro-me do primeiro vestido que você usava no primeiro encontro quando voltei para o restaurante que fomos na última vez que estive em Londres, era amarelo, uma cor que você odiava e sua amiga fez-lhe para parecer apresentável para mim, ele acabou sendo tirado de seu corpo ao chegarmos em minha casa quando ouvi o Sim como resposta para namoro.

Ah, o primeiro mês com você não fora o melhor, porque a minha certeza era de que a primavera era a melhor fase, pois só de ver seu sorriso desabrochar como as flores naquela estação me alegre.

Nas últimas semanas em Londres, acabei passando por onde você trabalha. Soube que estava bem a partir de Martin, seu melhor amigo, dois dias fui lá novamente e vi você de longe conversando com ele. Você sorria. Ele também sorria, usando a minha camiseta do Queen que ficou em sua casa da última vez que fui lá.

Por que deixou-se ser consumida por o inverno? Por que deixou seu coração congelar por pequenas coisas? Sei que não foram pequenas coisas, mas eu acreditei que estaria disposta a perdoar-me, porque eu estava pronto para aceitar seu perdão.

Penso todas as noites antes de dormir que você irá me ligar, que ouvirem sua voz por mais uma vez e meu telefone também. Aquela voz que me faz sorrir, que me faria sorrir mais de um pedido de desculpas surgisse. Poderia ser hoje, poderia ser amanhã, eu não sei, mas eu sinto falta da sua voz. Aliás, até meu telefone sente falta das suas ligações, mais do que eu.

O silêncio era desconfortável, igual as nossas últimas conversas. Eu traí, não tenho medo de assumir, mas você também traiu. Por que deixamos o frio tomar conta da nossa relação e consumir ela por completo sem fazer nada para trazer o calor de volta para ela?

Eu sei que nunca irá ler isto. Eu sei que nunca irá me ligar de volta, só sei que meus sentimentos por você ainda são os mesmos e percebi isso apenas quando perdi você.

Não deixe ser consumida pelo frio novamente, não volte a ser como o inverno, talvez deve voltar ao restaurante que fomos no nosso primeiro encontro como eu fiz e sentar-se naquela mesa de jantar, lembrando das milhões de coisas boas que fizemos juntos.

Eu amo você, C.

Com todo amor, H.S

Xx”