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História 10 lições para ser uma boa menina. - Seja obediente


Escrita por: Alice90

Capítulo 3 - Seja obediente


Me ajoelhei aos teus pés, e como um animal que perdeu uma batalha por território, deixei exposto o meu pescoço, para que você finalizasse o seu golpe. Dói não morrer, depois do fim.

Fui submissa por pura opção, desejei te ter como meu dono e coloquei teu nome na minha coleira imaginária, por puro prazer. Abdiquei da liberdade e dos outros, para servir você da forma mais apaixonada, devotada e insatisfeita.

Dei-me conta de minha arrogância de achar que você estava em minhas mãos. E te implorei que não me deixasse sem um caminho preparado.  

Quando, o senhor não mais me quis, me vi sozinha. Como se vive sem ter a quem servi? Já não servia mais ao propósito mais desejado em toda a minha vida. Ser a tua amada era tudo o que eu queria, e pelo o que eu me sacrificava.

Ajoelhada na sala, em cima do tapete macio, chorando o desespero pelo fim. Tive de suportar o buraco que ficou com a sua saída. O buraco que tentei preencher com outros donos que vinham em muitas formas. Líquidos, gasosos e gostosos. Até que me dei conta, de que nem você me preencheu.

Foi andando perdida entre as ruas, me sentindo amordaçada e anestesiada por algum consumo desenfreado, onde encontrei a mim mesma, triste e trágica em algum espelho. Uma pequena criança perdida de seu pai, que recebeu uma ordem alta e clara.

“Não venha atrás de mim”

No início, devo confessar que não estava disposta a obedecer a sua ordem. Mesmo ela tendo sido dada de forma tão violenta e fria por você. Fui atrevida, fui atrás do teu consolo, e me vi muitas vezes sendo castigada pela minha desobediência.

Aos poucos fui te obedecendo, quando tua ordem parou de acessar o meu ouvido. E comecei a ouvir uma senhora velha, que aparecia de madrugada em meu quarto, ela falava de amores e outras coisas, coisas que apenas as mulheres falam. Acolhi a velha em minha vida, ela quem me deu conselhos de avó ancestral. E aos poucos fui obedecendo a mim mesma.

Sinto-me prazerosamente obediente a uma força que me movimenta, que me faz dançar ao redor do buraco da tua ausência. Sinto no meu corpo, em meu cabelo, perpassa pelos meus pensamentos e sentimentos, minha fé, meu apetite. Tudo isso pertence a outra pessoa, a pessoa que sou.

Obediente outra vez, resolvi atender a ordem mais difícil de sustentar. Mas a ordem foi dada com tanto vigor, que não pude escapar da sua exigência.

“Você não terá mais nenhum dono”

E assim liberta e sem limites, me entreguei, e arranquei a coleira que me prendia. Tornei-me selvagem.

 


Notas Finais


Beijos povo espero que gostem


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