Eu estava sem meu celular, sem computador e sem dinheiro — Mas isso eu já estou sem há mais tempo —, fora que perdi a minha maçã e meu xixi tá fedendo no tapete. A única coisa que tenho aqui agora é minha mesa, meus trabalhos e… Um radinho com um pendrive.
Vou me entregar. Nós, jovens, não temos paciência nem pra esperar a morte vir atrás de nós, temos ansiedade, e ouvi que depressão é a doença do século. Eu não sou deprimida, costumo ser de boas, mas nessas últimas horas tem sido difícil ficar à salvo sem poder postar nada sobre…
Eu peguei o rádio e liguei em qualquer música, coloquei bem alto para não ouvir os zumbis fazerem barulho na porta. A primeira era uma música ruim, então pulei. Para a minha surpresa, não estavam fazendo som algum, então achei estranho e fui olhar na tranca... Vai que morreram do nada porque zumbis tem prazo de validade.
O que dizer sobre o que vi: estavam andando em círculos, expelindo tédio e dando suspiros altíssimos! Daí a próxima música começou a tocar e era um sertanejão raiz — claro que eu não sabia o nome do sujeito, nasci nos anos noventa, a única coisa que me lembro das antigas foi o que estudei em história —, mas eu nem ligava pra isso, estava tentando entender porque aqueles zumbis estavam agindo como verdadeiros zumbis, quando há poucas horas atrás, estavam dando à louca lá fora.
Mas quando a música chegou no refrão, eles se levantaram e começaram a dançar em pares! Estavam rebolando, fazendo o 1-2, 1-2... E sons feios que arrisco dizer que faziam parte da letra da música.
Eu estava assustada com aquilo — Fala sério, a música já era estranha o bastante para precisar de uma horda de zumbis de escritório fazendo um baile assustador.
— Espera aí... Eles estão tão envolvidos, talvez eu possa usar isso para sair daqui. Se eu conseguir me misturar... Não, não vai rolar
… Eles dançam bem.
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