História 10 rosas para Lu Han - Segunda rosa

Segunda rosa

- Então você veio, de novo. – Lu Han fala, comendo a gelatina que a enfermeira tinha trazido minutos antes. Seus braços doíam pelos cortes recentes. Realmente tinham sido fundos dessa vez, mas ele ignorava a dor. Lu Han não saberia dizer se isso era sorte ou azar seu

- Eu disse que iria vir. – SeHun fala, dando de ombros e com a segunda rosa na mão. Ele desvia o olhar para o lado da cama de Lu Han e vê uma cômoda com o vasinho ali, onde estava a primeira rosa.

- E o que vai ser hoje? – o coreano pega poltrona que havia no quarto e arrasta para perto da cama de Lu Han, vendo o chinês com uma sobrancelha arqueada.

- Respostas pela rosa. – SeHun fala com um pequeno sorriso. Dessa vez tinha listado mentalmente perguntas para fazer à Lu Han. Esperava que ele respondesse todas elas. – Pronto?

- Claro. – Lu Han resmunga, comendo mais uma colherada de gelatina. Pelo menos era boa, pensava.

- Do que você gosta?

- Rosas, número dez, futebol e cubo mágico. – Lu Han responde, um pouco surpreso por essa ser a pergunta. Normalmente iriam lhe fazer perguntas chatas que já estava cansado de responder. "Por que você faz isso?", "Você tem que viver mais, não acha?", "Seus pais ficariam orgulhosos disso?". Blá, blá, blá.

- Vou trazer um cubo para você. – SeHun murmura, vendo Lu Han concordar com a cabeça. – Qual a razão da vida para você?

- O que? – Lu Han pergunta confuso, quase se afogando com a gelatina. O que ele tinha na cabeça?

- Qual a razão da vida para você? – SeHun pergunta de novo. Talvez SeHun tivesse uma ordem aleatória de perguntas... ou simplesmente perguntava qualquer coisa já que sua mente havia dado um branco total.

- A minha vida não tem uma razão, SeHun. – Lu Han responde calmo. – Eu não vejo nenhum sentido nela, na verdade, eu nem precisava estar vivo agora. Eu preferia não estar. Eu não sou uma pessoa dramática, que quer chamar atenção e por isso tento me matar. O problema é que eu não tenho razão para viver, mas acabei achando uma: planejar a minha morte. Eu tento de várias maneiras, mas até agora nenhuma funcionou. Só que eu  andei planejando um jeito mais simples de morrer, e até agora está indo tudo bem.

- Você quer tanto que isso dê certo? – SeHun pergunta, não demonstrando emoções.

- Sim. Minha morte se tornou a razão da minha vida. Isso faz sentido?

SeHun concluiu que Lu Han era maluco.

- E você não tenta encontrar uma outra razão? – Lu Han chega perto de SeHun, assustando-o.

- Qual é a razão da sua vida? Você conseguiria trocar ela tão facilmente? Conseguiria achar outra à altura? Nem todas as pessoas conseguem fazer isso, SeHun. Acho que a minoria das pessoas consegue. E eu não sou uma delas, tenho certeza de que você também não é. Não tente mudar meus planos, não vai conseguir. – Lu Han sussurra, olhando dentro dos olhos de SeHun que sentiu um arrepio subir por sua coluna. – Também não goste de mim.

- Gostar de você? – SeHun pergunta confuso, vendo LuHan se afastar e voltar a comer sua gelatina.

- Sim, gostar de mim, se apaixonar. Essas coisas. – Lu Han fala, dando de ombros.

- E quem disse que eu estou apaixonado por você? – SeHun se sentia nu na frente de Lu Han, como se ele conseguisse o ler de todos os modos.

- Ninguém, eu apenas mencionei. – o chinês arqueia uma sobrancelha. SeHun bufa e coloca a segunda rosa no vaso, se levantando bruscamente.

- Eu estou indo. – SeHun resmunga mal-humorado, ouvindo Lu Han dar um risinho enquanto abria a porta.

- Não esqueça a minha rosa amanhã, preciso dela.