História 10 rosas para Lu Han - Terceira rosa

Terceira rosa

SeHun entra no quarto silenciosamente, tentado não acordar o chinês que parecia sereno, deitado na cama do quarto. Os braços estavam se recuperando aos poucos, mas ainda estavam machucados demais. Lu Han tinha feito um belo trabalho ali. SeHun fecha a porta devagar, chegando perto da cama aos poucos.

- Trouxe a minha rosa? – Lu Han pergunta de repente, ainda de olhos fechados e assustando SeHun.

- Cristo, você não estava dormindo?! – SeHun pergunta ainda assustado, seu coração estava à mil.

- Eu não sou Cristo e não, estava apenas com os olhos fechados. – Lu Han responde calmo, abrindo os olhos e fitando SeHun. – Minha rosa?

- Aqui. – SeHun mostra a rosa, vendo o olhar admirado de Lu Han. Ele ficava tão lindo assim.

- Linda. – Lu Han sussurra, olhando maravilhado para a mesma.

- Bem, você ganhou sua rosa, mereço minhas respostas. – SeHun comenta, colocando a rosa junto as outras duas rosas. – Não acha?

- Claro, fizemos um acordo. – Lu Han concorda. Achava bom conversar com SeHun, ele não o pressionava como todos os outros, sabia respeitar seus limites. Mas isso não mudaria seus planos.

- Como são seus pais? – SeHun pergunta, vendo Lu Han murchar um pouco.

- Horríveis, próxima pergunta. – Lu Han responde rápido. 

- Só isso? – SeHun fica confuso. Não podia ser uma resposta mais completa?

- Sim, próxima pergunta! – Lu Han insiste. SeHun não precisava saber mais do que isso. Talvez SeHun seja um pouco como os outros, porque sim, ele estava o pressionando.

- Lu Han, me responda, por favor. – Se Hun pede. Sentia que precisava saber, que aquilo era importante.

- EU NÃO QUERO FALAR! – Lu Han grita, já com algumas lágrimas correndo por seu rosto magro. O chinês sentia uma angústia crescer dentro de si, se sentia sufocado. – EU NÃO QUERO, SEHUN! EU NÃO QUERO ME LEMBRAR DELES! EU ODEIO ELES! EU QUERO QUE ELES MORRAM! EU QUERO MORRER! – Lu Han começa a se debater, arrancados as faixas e todos os fios que estavam grudados em seu braço.

SeHun vê Lu Han pegando uma das agulhas que estavam em seu braço e apontar para o próprio pescoço. O coreano se assusta e segura a mão que segurava a agulha, se assustando mais ainda com a força que Lu Han tinha. Com a mão livre, Lu Han agarra os cabelos de SeHun, os puxando e gritando furiosamente. Não queria lembrar do que o machucava, do que o havia feito se tornar assim!

- LU HAN, LU HAN! – SeHun chamava desesperado, e em um momento de lucidez, Lu Han o solta por segundos. O suficiente para SeHun tirar a agulha de sua mão e apertar o botão que havia do lado da cama do chinês, chamando os enfermeiros. – Lu Han, calma! – SeHun via o chinês puxar os próprios cabelos, murmurando coisas desconexas. Os enfermeiros entram e Lu Han olha para eles, arregalando os olhos.

- Não, não. – Lu Han murmura, se debatendo mais enquanto os enfermeiros o seguravam, e SeHun precisou se afastar da cama por causa da grande movimentação. – NÃO, NÃO, SEHUN! NÃO, NÃO, NÃO QUERO!

- Podem injetar. – um dos enfermeiros fala, enquanto outro enfia uma agulha com algum medicamento na veia de Lu Han.

- NÃO, POR FAVOR! NÃO, DÓI! – Lu Han chorava desesperado, e SeHun começava a se desesperar junto com ele. Mas aos poucos, Lu Han vai ficando quieto e fecha os olhos, parecendo desmaiar.

- Ele... está bem? – SeHun pergunta baixo.

- Sim, ele vai acordar só amanhã, provavelmente. – um enfermeiro fala.

- Eu posso passar a noite com ele? O programa do hospital diz que voluntários podem acompanhar o paciente, se for preciso. – SeHun argumenta, esperando que pudesse ter uma resposta positiva. Usaria mais argumentos, se fosse preciso.

- Claro.

Dessa vez o final do dia não saiu como sempre. SeHun não estava preparado para tudo aquilo, ele apenas achava que estava.

Se soubesse como o tema “pais” para Lu Han o afetava, nunca tocaria no assunto. Ver ele quase enfiando a agulha em seu próprio pescoço, lhe deixou apavorado. SeHun achou que, por segundos, não fosse conseguir impedir Lu Han de fazer alguma besteira. Foi uma das poucas vezes que sentiu medo por alguém.

- Você não pode morrer. – SeHun murmura, chegando perto da cama e segurando a mão pálida de Lu Han. Seus braços estavam muitos machucados, e por causa da movimentação brusca, sangravam um pouco. Uma enfermeira precisaria limpar e arrumar os curativos ali. SeHun iria chamar uma enfermeira logo. – Se você morrer, para quem eu irei dar rosas? – sussurra, quase desolado. Não conseguia mais se imaginar sem comprar uma rosa e trazer para Lu Han.

SeHun sabia que agora era tarde demais para voltar atrás com seus sentimentos.