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História 10 Seconds - We're on each other's team


Escrita por: Krysliu

Notas do Autor


Depois de alguns tempos sem atualizar bonitinho, chegamos ao final dessa fanfic linda e cheirosa :(

Eu falei isso no final da minha fanfic yaoi mas esse REALMENTE foi o capítulo em que eu mais escrevi até hoje kkkj considerando que eu fiz o comecinho na quarta-feira ou na quinta /eu não lembro do dia exato, pardon/ e passei o fim de semana inteiro escrevendo, tenho fé que esse seja O senhor capítulo :')

Algumas músicas que eu ouvi durante o meu processo criativo:

Glass - Daughter (É apenas um instrumental mas me ajudou bastante a escrever a parte emotiva kkkj)
I Can't Live Here Anymore - Daughter (É apenas um instrumental mas me ajudou bastante a escrever a parte emotiva +1)
Gravel To Tempo - Hayley Kiyoko (Eu não gostava dessa música mas ???? ela é muito boa ????)
Team - Lorde (Um dos hinários da deusa gótica indie)
I Want To Break Free - Queen (Sempre que eu escuto essa música imagino a Vi de terninho no lugar do Freddie Mercury vestido de mulher AEHUEUHEHUAEU minha mente é um pouco estranha? Talvez)
Groupie Love (Feat. A$AP Rocky) - Lana Del Rey (Mais um hinário de um dos amores da minha vida)
Apocalypse - Cigarettes After Sex (ESSA É A MINHA MÚSICA FAVORITA DESSA BANDA MARAVILHOSA AAAAAAAA escutem Cigarettes After Sex sério essa banda é maravilhosa demais aff merece todo o amor do mundo)
Venus - Sleeping At Last (Eu até me emocionei vendo a letra da música e relacionando com os acontecimentos finais :') aaaaa eu fiquei muito soft)

Espero que gostem!!! Leiam com carinho, eu me dediquei bastante nesse capítulo ♥

OBS.: A parte que está toda em itálico é pra ser um flashback, não quis colocar aqueles negócios de flashback on/flashback off pq acredito que fica uma coisa meio... desnecessária >_>' eu deixei em 3ª pessoa mesmo pra ficar bonitinho já que toda a história foi narrada dessa forma :3

OBS 2.: Perdoem se tiver algum erro, eu não revisei bonitinho pra variar um pouco :')

Capítulo 12 - We're on each other's team


Fanfic / Fanfiction 10 Seconds - We're on each other's team

Alguns dias se passaram desde o término de uma história que ainda era muito difícil para acreditar em sua veracidade. Enquanto os piltovenses tentavam assimilar as infrações de todos os crimes cometidos pelo ex-Prefeito e por Jayce, Caitlyn pensava no seu futuro junto de suas maiores companheiras. Após a cerimônia fracassada, Vi quis acompanhar sua noiva até a casa dela, pois sabia que naquele momento o que ela mais queria era o seu suporte depois de tantos dias separadas em meio ao caos interminável em suas vidas. Ao mesmo tempo, Cait não queria deixar sua mãe sozinha no tempo que deu a si mesma para pensar no que faria a seguir.

Acordar ao lado de sua amada era o maior privilégio que a xerife poderia ter depois de tantas angústias, não fazia sentido dormir na cama de casal sem tê-la ao seu lado — pelo menos, não era forçada a dormir com Jayce antes do casamento, o que lhe permitiu manter as boas lembranças em momentos tão ruins, entretanto não era a mesma sensação boa de estar com Vi. Ela lembraria da sua policial favorita em qualquer lugar, independente das circunstâncias e das “companhias”.

— Bom dia, minha linda esposa. — A imagem de Vi esperando-a acordar simplesmente era a coisa mais linda que Caitlyn poderia ver no seu despertar. Os olhos azuis brilhando tanto quanto o seu sorriso, a voz rouca que era incrivelmente boa de se ouvir, os cabelos rosa-choque bagunçados de tal forma que ornavam com a expressão sonolenta, as roupas que mesmo folgadas realçavam cada detalhe do seu corpo escultural… tudo era perfeito naquela mulher. 

— Bom dia, meu amor. — Caitlyn sorriu, em seguida se aproximou para lhe dar um selinho. — Depois de tantos pesadelos, espero que esse sonho não acabe tão rápido. 

— Isso não é um sonho. Eu estou aqui, de verdade. — Disse a policial, segurando a mão da noiva com carinho. — E nós vamos nos casar.

— Antes da melhor parte, ainda preciso resolver algumas coisas. — A tristeza era visível no olhar de Cait.

— O que você vai fazer? — Apesar de ser uma grande confidente, Vi sabia respeitar o espaço da companheira nos momentos em que ela não queria falar sobre os seus futuros planos.

— Visitar o senhor Prefeito antes de ser transferido ao presídio… vulgo o meu pai. — A morena suspirou, aborrecida. — Sei que tem pessoas por aí que estão em situações piores, mas é tão ruim ter assistido ele se perder desse jeito.

— O dinheiro corrompe as pessoas, Cupcake. — A mão de Vi se afundou entre o travesseiro e o rosto delicado da xerife, no intuito de acariciá-la. — Até mesmo o seu pai que só queria fazer o bem, até que o excelentíssimo Defensor do Amanhã apareceu e estragou tudo.

— Maldito. — Os olhos de Caitlyn começaram a marejar ao mesmo tempo em que sua vontade era descontar a raiva em qualquer coisa que estivesse por perto. — Tudo isso pra inflar ainda mais o próprio ego. Que ódio!

— Está tudo bem, docinho. — A rosada puxou-a pela cintura, fazendo com que os seus corpos se unissem em um abraço. — Quer que eu te acompanhe?

— Sempre. — Cait sorriu de uma forma tão bonita que a policial retribuiu no mesmo instante, nem mesmo as pequenas lágrimas que escorriam pelo seu rosto lhe tiraram o foco no sorriso dela. Aquela era uma das partes mais bonitas de Vi. — Você é a melhor.

— Sempre darei o meu melhor para você. — A poucos centímetros do rosto da xerife, Vi passou a ponta dos dedos entre a maçã do rosto até os seus lábios, como se estivesse desenhando uma linha imaginária e a sua pele fosse o suporte para uma nova obra de arte. As duas ficaram observando os detalhes de cada uma e trocando carinhos até os seus lábios se unirem em um doce beijo. O toque suave das bocas e o entrelaçar das línguas soava como uma melodia simples mas intensa. Cada uma representava uma sonoridade e, apesar das divergências, juntas elas formavam a música mais linda que já poderia ter sido produzida.

Diferente de outras manhãs, Caitlyn teve o luxo de não encontrar pessoas desagradáveis naquela mansão que a fazia se sentir tão pequena e insignificante num universo no qual ela não pertencia; no entanto, o sofrimento e a culpa estavam ali. Sentia-se culpada por ter unido todos os seus esforços para ver Jayce pagando por todos os seus delitos mas raramente pensou que isso também levaria ao cárcere do próprio pai. Sua mãe e sua noiva faziam de tudo para lhe oferecer conforto, na esperança de fazer o sofrimento acabar. Mas, não era só com o afeto que a xerife iria amenizar tal sentimento ruim.

— Estou pronta. — Caitlyn parou ao lado do sofá da sala e fez menção para que Vi se levantasse. 

— Não quer tomar um café antes? Você estava no quarto até agora e não faz bem sair de casa com o estômago vazio. — Vi bebeu o restante do seu café em um gole e só depois prestou atenção no que tinha dito. — Nossa, eu falei como se fosse a sua mãe. —  Ela concluiu o pensamento entre risadas.

— Você está influenciando a minha noiva? — Cait olhou torto para a mãe, que lhe respondeu com um sorriso.

— Minha futura nora só está falando a verdade. — Ela pegou um pequeno embrulho dentro da geladeira e o colocou nas mãos da filha. — Leve para a viagem, são os seus doces favoritos. — Naquele embrulho continha biscoitos em formato de coração, a cobertura se dividia entre chocolate preto e branco. A receita foi um marco na infância da xerife.

— Não imaginei que encontraria esses doces outra vez. — A morena sorriu de orelha a orelha e foi em direção à genitora para lhe dar um forte abraço. — Obrigada por tudo.

— Obrigada por ser essa filha maravilhosa e uma Xerife incrível. — O abraço se tornou mais demorado do que o normal, como se fosse o início de uma despedida. Vi se emocionou com a cena, ela se sentia feliz ao ver familiares tão unidos por nunca ter encontrado seus pais. A referência mais próxima de uma família era a gangue de delinquentes em Zaun, aqueles que a consideravam traidora. Ela poderia servir à Piltover, mas o seu DNA zaunita era algo que nunca poderia ser apagado.

Em razão da distância entre a mansão e a delegacia, Caitlyn aproveitou a oportunidade para usar o seu carro. Ao entrar no veículo, ela começou a se lembrar do encontro com Vi no mesmo dia em que fizeram as pazes. Era uma noite de céu limpo, a lua brilhava intensamente e o destino foi o parque localizado numa área mais afastada da cidade, longe das indústrias e de qualquer lugar que pudesse lembrar o pandemônio daquela metrópole retrógrada. Com tantas lembranças boas daquela noite, a xerife não pôde conter o sorriso que se formava em seu rosto.

— Se você está sorrindo, deve ter lembrado de alguma coisa boa. — Vi se sentiu aliviada ao ver a fisionomia de Caitlyn menos tensa.

— Estava lembrando do nosso primeiro encontro depois de tanto tempo. — Disse Cait enquanto mordia um pedaço do doce que sua mãe lhe dera. — Fomos ao parque onde nos encontramos pela primeira vez na intenção de passar a noite inteira bebendo e chorando pelos problemas de nossas vidas. — A imitação perfeita das falas daquele dia fez Vi gargalhar alto. — Você está rindo porque foi exatamente desse jeito que a senhorita falou!

— Ok, eu confesso, falei exatamente desse jeito. — A rosada comeu um doce em menos de duas mordidas. — Mas, do que isso importa agora? Não precisamos mais falar dos problemas de nossas vidas porque eles já acabaram.

— Vi… — A xerife não gostou daquele comentário, o que a deixou entristecida.

— Desculpa, Cupcake. Não foi a minha intenção. — Por mais impulsiva que fosse, a policial não queria ter sido tão grosseira. 

— Tudo bem. — Caitlyn sorriu fraco, ainda descontente com a situação.

As Oficiais passaram boa parte da viagem em silêncio após aquele diálogo. Vi se culpava mais a cada minuto pelo aborrecimento causado e Caitlyn tentava não dar atenção aos pensamentos ruins que pairavam em sua mente. Vi iria tentar falar com a parceira quando foi surpreendida com o som da sua voz, acompanhando a música que tocava na rádio.

 

We've gone down every list

(Nós estamos sempre por baixo)

Stuck but I have got to begin to resist

(Presa, mas eu tenho que começar a resistir)

Caught up with the fact that life will be dark

(Desanimados com o fato de que a vida vai ser assustadora)

But can we handle being kids

(Mas podemos lidar com sendo jovens)

 

I'll do this my way

(Eu vou fazer isso do meu jeito)

Don't matter if I break

(Não importa se eu não conseguir)

I gotta be on my own

(Eu tenho que ser eu mesma)

Lost in this feeling

(Presa neste sentimento)

Don't never need a reason

(Não preciso de um motivo)

I gotta be on my own

(Eu tenho que ser eu mesma)

 

Ao invés de tentar pedir desculpas mais uma vez, a policial resolveu se juntar à cantoria. Mesmo estando junto da xerife a anos, nem sempre as suas ações eram previsíveis, o que poderia ocasionar belas surpresas como um dueto no meio de uma viagem para a delegacia.

O clima que antes era leve e divertido tornou-se algo pesado e triste no momento que Cait e Vi entraram na delegacia, aquele lugar tanto para Vi quanto para Cait causava um sentimento agridoce, ao mesmo tempo em que ambas tiveram ótimos momentos prendendo bandidos também passaram pelos piores momentos ao lado de um certo colega de trabalho. O nó na garganta de Caitlyn aumentava à medida que se aproximava das pequenas celas no interior, Vi não queria que ela sentisse tanto por algo que não era culpa dela, afinal aquela não tinha sido uma situação provocada só por ela. 

— Quer que eu vá junto? — Perguntou Vi, olhando no fundo dos olhos castanhos da xerife enquanto segurava as suas mãos.

— Não. — Cait respondeu sem pestanejar. — Eu prefiro ter um momento a sós com ele.

— Tudo bem. — A policial assentiu, depositando um beijo em sua testa. — Estarei te esperando lá fora. 

Assim que Vi saiu do local, Caitlyn respirou fundo e voltou a caminhar pelo corredor estreito. O ex-Prefeito era o único preso numa das áreas de reclusão da delegacia, logo não seria muito difícil de encontrá-lo. Ao parar em frente à cela do homem, Cait voltou a ter os mesmos sentimentos ruins. Não seria fácil encará-lo naquela situação, mas era necessário para que não deixasse qualquer mágoa pra trás.

— Minha filha. — O patriarca sorriu de orelha a orelha ao ver a xerife entrando na cela e o seu primeiro impulso foi puxá-la para um abraço.

— Meu pai. — Caitlyn se aconchegou nos braços do homem e não conseguiu reprimir as inúmeras lágrimas que escorriam violentamente pelo seu rosto. — Eu não queria vê-lo desse jeito. Não queria causar tudo isso ao senhor!

— Você só fez o que era certo, minha querida. — Se ele soubesse o quanto a sua filha se culparia ao entregá-lo para a polícia, nunca teria feito qualquer coisa fora da lei somente para defender a própria família. — Além de Jayce, eu também sou culpado. Assim como os capangas dele. 

— Por que você teve que ceder a algo tão sujo? Você é melhor do que isso. — Embora não fosse impossível de pensar em uma futura prisão, Caitlyn sofria todos os dias só de imaginar o pai naquela situação, enquanto estava no mesmo teto que ele e Jayce, sendo a noiva do Defensor do Amanhã.

— Ganância. — O mais velho suspirou, aborrecido. — Do que isso adiantou? Nada. 

— Adiantou 'pra alguma coisa sim. Adiantou 'pra você não se associar com pessoas desconhecidas sem saber suas verdadeiras intenções. Não precisávamos de mais dinheiro e sim da sua atenção! — Cait deu um soco no ombro do homem. — Você fez um contrato justamente com o homem que te sequestrou!

— Que história é essa?! — Aquela revelação o deixou muito surpreso.

— Isso mesmo que você ouviu. Jayce é o “C”, o principal envolvido no seu sequestro. Fez isso sabendo que futuramente você poderia ficar dependente dele e aí poderia estabelecer um contrato. — A xerife cerrou os punhos, tentando não desferir outro golpe nele. — Que ódio desse homem!

— Pelo visto, ele ficará um bom tempo na cadeia. — O ex-Prefeito não sabia lidar com a forte mágoa de sua filha, era um assunto que não se resolveria apenas em uma conversa a poucas horas de ser transferido para o presídio.

— Espero que ele não saia de lá. — Cait murmurou, em seguida deu mais um abraço no patriarca. — E eu espero que você não fique tanto tempo nesse lugar horroroso.

— O tempo de visita acabou, Cait. — Vi anunciou, esperando-a do lado de fora da cela.

— Até breve. — A morena acenou para o mais velho, antes de sair acompanhada da policial.

— Até breve, minha filha. — No fundo, ele estava um pouco feliz por ter recebido a sua primeira visita da única pessoa que estaria disposta a tal feito.

Uma mistura de emoções tomou conta de Caitlyn ao sair daquele local frio e soturno. Por um lado, ela estava feliz por ter se livrado de uma parte de sua angústia; por outro, sua preocupação só aumentava. Torcia para que o seu pai não fosse ainda mais influenciado por outros criminosos, embora a influência de Jayce fosse inofensiva perto de outros bandidos reincidentes.

— Ele vai ser transferido ainda hoje? — Perguntou Caitlyn assim que chegou no seu escritório junto de Vi.

— Sim. — A policial confirmou o fato. — Você quer acompanhá-lo?

— Não, ver o meu pai em uma cela dentro da minha delegacia já foi… triste o bastante. — Antes que pudesse voltar a ter pensamentos ruins, Vi lhe abraçou.

— Ele vai ficar bem, Cupcake. E você também. 

— É claro, impossível não ficar bem tendo uma noiva maravilhosa como você. — A morena passou os braços em volta do pescoço da companheira e se aproximou para selar os seus lábios com os dela em um beijo delicado.

— Caitlyn? — Aquele breve momento de afeto teria durado mais se não fosse pelo aparecimento de Camille, que deu leves batidas na porta do escritório antes de entrar. — Desculpe, eu não queria atrapalhar.

— Tudo bem, pelo menos hoje você não apareceu numa hora que poderíamos estar dando uns amassos no escritório. — O comentário malicioso de Vi rendeu um forte beliscão. — Ai!

— Fez bem, Xerife. Você nem imagina o tipo de comentários que ela faz quando você não está por perto. — Por mais que ela fosse amiga de Caitlyn há muitos anos, certamente os detalhes da sua vida sexual com Vi não seriam um dos seus maiores interesses.

— Se não sou eu pra dar um jeito nessa mulher… — Cait fez a ex-delinquente estremecer com seu olhar de soslaio. — Mas então, qual o motivo da sua visita?

— Vim comunicar que o ex-Prefeito irá ser transferido para o presídio agora, já que não podem fazer isso de tarde e eu nem sei o porquê. — Camille bufou, irritada. Ela detestava mudanças de última hora sem justificativas. — Fizeram a mesma coisa com Jayce, ele devia ter sido transferido ontem à noite.

— De certo ele queria aproveitar a repartição da delegacia que ainda não era conhecida pra ele. — A expressão da Oficial se tornou séria no mesmo instante que o nome do rapaz foi mencionado. Jayce não valia nem a sua risada após tal fala, ironizando todas as vezes em que ouviu ele falar para o seu pai que deveria ser o dono da delegacia, já que ele conhecia aquele local como ninguém.

— Quanta crueldade, Xerife. — A Chefe se surpreendeu com a maleficência da amiga, justo ela que também era muito cruel em determinadas ocasiões.

— Crueldade é pouco pra esse homem. — Ao terminar a conversa, ela deu falta da policial no escritório. — Cadê a Vi?

— Estou aqui. — Vi apareceu assim que ouviu o seu nome na conversa, o que fez a sua noiva esboçar um sorriso. — Chegaram as viaturas.

— Que demora, hein? Tudo isso só pra transferir dois presidiários… — Camille saiu do escritório para acompanhar os policiais que estavam indo em direção às celas. Caitlyn iria fazer o mesmo quando a rosada parou em sua frente.

— Você não precisa ir se não quiser. — Gentileza não era um dos pontos fortes de Vi mas ela tentava ser o mais gentil possível com a xerife naquele momento.

— Pelo menos eu já conversei com o ex-Prefeito. — Tal denominação gerou um enorme desconforto na xerife. — Quanto ao Jayce, eu não quero nem ver a cara dele.

— Então fique aqui, não há necessidade de encontrá-lo. — Vi segurava as mãos de Caitlyn, o que a fez sorrir radiante, cada gesto de carinho da policial lhe deixava muito feliz.

Vi e Caitlyn ficaram no escritório observando o movimento dos policiais durante a transferência na delegacia. Aquele era o dia de folga para os funcionários, por isso o local estava quase vazio. Os detentos saíram ao mesmo tempo, contudo Jayce viu as Oficiais e parecia estar com muita raiva por não ter conseguido usar a Xerife para crescer ainda mais como cientista, visto que já tinha feito com os seus pais quando mandou sequestrá-los sob a identidade de “C”. O famoso Defensor do Amanhã estava mais para Defensor do Próprio Amanhã.

— Você está tão quieta hoje. — Vi iniciou a conversa depois de alguns minutos em silêncio. — O que houve, Cupcake?

— Este lugar me traz tantas lembranças boas, porém as ruins se sobressaem as boas e isso me faz pensar que vai demorar um bom tempo até me sentir bem de novo aqui. É como se eu não pertencesse mais a este universo. — Era muito difícil para Caitlyn admitir que não se encontrava no lugar que era a concretização de muitos sonhos. Para os outros, era só uma delegacia qualquer.

— Por que você não larga o emprego e tira um tempo para criar outras memórias boas com uma certa policial de cabelo rosa? — Camille não pôde deixar de ouvir a conversa das duas na volta para o escritório. — É natural que esteja abatida com todas as situações que têm enfrentado, mas até a xerife de Piltover merece descanso.

— Ela tem razão. — A rosada concordou com cada palavra dita pela Chefe. — Talvez seja necessário se desligar de tudo por um tempo.

— Olha só, vocês me convenceram. — Caitlyn sorriu ao ver a preocupação das suas companheiras. 

— Estamos aqui por você, Cupcake. — Vi abraçou a noiva e Camille demorou um pouco até que decidiu abraçar as duas. Ela não gostava muito de abraços.

 

 

Semanas após o acontecimento mais marcante de toda a trajetória que Caitlyn percorreu em nome da lei, finalmente chegou o dia em que ela não se sentiria triste ou ansiosa em relação ao seu futuro pois estaria realizando um antigo sonho: se casar com a pessoa que sempre esteve do seu lado.  

Era uma bela manhã de sábado, marcava oito horas no relógio e os poucos convidados já estavam a postos. Apesar da inexatidão com o número de pessoas que iriam assistir a cerimônia, a mãe de Caitlyn e Camille se encarregaram de preparar a noiva e só restou para Ezreal acompanhar Vi nesse dia tão aguardado pela policial.

Vi estava de frente para o espelho e apesar do seu rosto sorridente, seus nervos estavam a flor da pele por ser o dia do seu casamento. A única coisa que não fazia ela ter um colapso nervoso era um certo investigador policial lhe incomodando por qualquer coisa.

— Aqui está o noivo mais gato que Piltover já viu! — Apesar do tom irônico em sua fala, Ezreal estava boquiaberto com o visual da colega. O modelo do terno era idêntico ao que usara no último casamento, a diferença estava na predominância do preto no colete, na calça e na gravata e a camisa social era branca. O penteado era o mesmo assim como os seus sapatos ela imaginou que não precisava de tantas novidades se o traje principal já estava muito diferente. Ao contrário da outra cerimônia, ela não precisava disfarçar suas tatuagens, até porque seria estranho se disfarçar no próprio casamento.

— Noiva. — Vi se admirava no espelho quando desviou o seu olhar para o rapaz após tal comentário. — Apesar de não ter as atitudes condizentes com as de uma dama, eu continuo sendo uma mulher. Inclusive posso te quebrar em dois se você ousar falar isso outra vez.

— Só estou brincando. — Ez sentiu um frio percorrer em sua espinha e sorriu envergonhado com a situação. 

— Acho bom. — Ela ficou satisfeita com a apreensão do rapaz e voltou a olhar para o espelho. Odiava quando faziam piadas sobre a sua aparência masculina, sendo que isso não iria desqualificá-la como uma mulher. 

— Mas, tem uma coisa que eu queria saber. 

— Está querendo me investigar? — Vi continuava ríspida, o que deixou o loiro ainda mais desconfortável. — Brincadeiras à parte, pode perguntar. — A sua "acidez" logo se dissolveu em um sorriso.

— Como você e a Xerife se conheceram? — Feita a pergunta, a policial pediu para que ele se sentasse em um lugar confortável pois a história seria um tanto demorada.

 

O fato de Vi ser uma bandida que só roubava de outros bandidos, além de ter salvo vários mineradores em um acidente ocorrido na indústria de mineração que ela iria assaltar junto de sua gangue, deixou Caitlyn muito intrigada a ponto de quase se tornar uma obsessão devido ao seu comportamento fora do normal e ao atrevimento de manter as armadilhas intactas pois ela se interessava apenas nos cupcakes postos nas armadilhas de urso. Por estas razões, Caitlyn queria capturar Vi apesar dela não ter se envolvido em outros assaltos. Todos lhe diziam que não valia a pena gastar tanto tempo pensando naquela delinquente, pois o seu futuro era como detenta. Para a xerife, poderia ser muito interessante ter uma mulher tão ardilosa em sua equipe.

Caitlyn pôs a armadilha no beco que era muito frequentado pela bandida e ficou à espreita, atrás de uma pilha de caixotes velhos que parecia ser um estoque de bebidas. Havia um pequeno bar ali, provavelmente os funcionários esqueceram de pegar os caixotes ou não foram avisados da possível entrega. Passados alguns minutos e nada. No estabelecimento ao lado havia mais deslocação de pessoas do que na ruela em si. A desistência era quase certa até o momento em que ela ouviu um barulho da armadilha sendo desarmada, e só conhecia uma pessoa que teria a audácia de desvendar as suas estratégias.

— Parada! — Ordenou Caitlyn, apontando o rifle para a mulher agachada em frente a sua armadilha, enquanto saía lentamente do seu esconderijo. 

— Oh Céus, a Xerife me encontrou. — Vi zombou de Caitlyn, se levantando após tirar o cupcake de forma meticulosa. — Admita, você não tem coragem de atirar em mim.

— Não me subestime. — Boa parte da paciência da morena já tinha sido gasta naqueles primeiros minutos de conversa com a delinquente. — Na verdade, eu tenho uma oferta a fazer para você.

— Uma oferta? Ok, eu não esperava por isso vindo da Xerife. — Disse a rosada, saboreando o cupcake de chocolate com chantilly. — Você vai absolver minhas dívidas contra a sociedade em troca de uma noite com esta gostosa que vos fala?

— Eu estou falando sério! Por favor, tenha a decência de me ouvir e sem comentários maldosos! — Cait sentiu o seu rosto corar rapidamente e ficou ainda mais irritada, fazendo a punk rir baixinho.

— Me perdoe pela falta de educação. — Vi se recompôs e terminou o seu cupcake, limpando os cantos da boca sujos de chantilly e arremessando o pequeno papel até a lixeira em um ângulo perfeito. — Então, qual é a sua oferta?

— Ao invés de te prender, eu lhe ofereço uma maneira de pagar pelos seus crimes e que envolve suas habilidades para uma causa mais nobre: trabalhar pela lei de Piltover. — Caitlyn não entendeu o motivo das risadas de Vi ao terminar sua fala. — Por acaso eu estou contando alguma piada?

— De forma alguma. — Afirmou, tentando se acalmar outra vez. A Xerife foi a primeira e única pessoa a lhe oferecer uma oportunidade daquelas, ninguém acreditava em seu potencial devido a sua ligação com uma das gangues mais conhecidas de Zaun mas que tinha muita influência em Piltover. — Você está oferecendo um trabalho que me permite surrar bandidos sem ser forçada a correr dos tiras. É claro que eu aceito! — Ela se mostrava tão entusiasmada que nem parecia a mesma pessoa que estava zombando da maior autoridade de Piltover. A oportunidade de trabalho era muito interessante para a delinquente, assim como a própria Xerife que era uma linda mulher.

— Ótimo. Começaremos amanhã, esteja na delegacia às 06h. — Caitlyn sorriu satisfeita com a decisão da rosada e estava quase saindo quando se virou para ela. — Não se atrase. 

— Como quiser, Xerife. — Vi se curvou diante da mulher, que apenas lhe respondeu com “Não seja ridícula” e saiu do local.

 

Durante a narrativa, os dois gargalharam por conta das grandes diferenças entre o perfeccionismo de Caitlyn e a inconveniência de Vi. 

— Me admira você ter cativado justo a Xerife de Piltover. — Ezreal achava engraçado a composição da dupla mais temida da cidade e como elas funcionavam tão bem apesar das diferenças. — Quanto tempo você demorou para conseguir tal feito?

— Foram longos meses pra entender aquela mulher. — Vi sorriu envergonhada ao lembrar de todas as broncas que recebeu da Xerife no tempo em que a relação delas era apenas pelo trabalho. Ela ainda recebia alguns puxões de orelha mas não era tão frequente, visto que já tinha aprendido parte da sua lição.

— Imagino que tenha sido difícil de conquistá-la. Você gosta de uma boa encrenca, não é? — O loiro gemeu de dor em resposta ao impacto do pisão que sentira em um dos seus pés.

— Não chame a minha futura mulher de “encrenca”. — Resmungou, defendendo a Xerife. — Foi difícil a aproximação mas não teria a mesma graça se ela não fosse durona. — A policial sorriu de orelha a orelha ao lembrar de como Caitlyn lhe fazia feliz, o que deu ainda mais motivos para Ezreal retomar as brincadeiras.

Ambos só terminaram a conversa quando faltava menos de uma hora para a cerimônia. Vi e Ezreal foram de carro para o pequeno salão alugado pela mãe de Caitlyn num local mais reservado. A xerife não queria atrair curiosos pois já se expôs o suficiente com a sua investigação sobre o ex-noivo e o ex-Prefeito, por isso optou por uma cerimônia muito íntima. Ambos ficaram em silêncio durante o longo percurso até o salão, contudo Vi se mostrava eufórica só de pensar que em poucos instantes ela estaria prestes a se casar com a mulher da sua vida.

O salão só não estava completamente vazio pois ali estavam Camille e o juíz que iria realizar o matrimônio, Vi os cumprimentou e permaneceu em silêncio, ela sorria tanto que suas bochechas começaram a doer. A ex-delinquente poderia ter atitudes de um troglodita mas o seu comportamento mudava em uma questão de segundos quando estava perto da sua amada. Mais precisamente em dez segundos.

As poucas conversas paralelas se encerraram quando a noiva apareceu acompanhada de sua mãe. Caitlyn usava um vestido deslumbrante e que realçava cada detalhe da sua beleza. O traje era longo e branco, havia vários desenhos com detalhes em brilhantes e um grande decote revelando toda a extensão das costas. Seu cabelo estava disposto em um coque arrumado de tal forma que os cabelos pareciam estar bagunçados, a maquiagem foi feita apenas com boas aplicações de máscara para cílios e os lábios vermelhos como a xerife tanto gostava. Todos estavam muito bonitos, entretanto o casal era a mais perfeita obra-prima. 

— Eu não costumo elogiar as pessoas, mas vocês estão muito lindas. — Camille sorriu ao ver Caitlyn e Vi juntas no pequeno altar. 

— Só resta saber qual é a noiva mais bonita. — Ezreal riu baixinho, em seguida levou uma cotovelada da mãe de Caitlyn.

— Não seja malcriado, rapaz. — O comentário da mais velha fez todos rirem e o loiro sentiu suas bochechas corarem levemente.

A cerimônia em si não foi tão longa, teria sido ainda mais rápida se uma das noivas não tivesse pedido para fazer os seus votos de casamento.

— Por mais ridículo que isso possa soar, eu gostaria de falar um pouco sobre como eu me sinto em relação a essa Xerife maravilhosa. — Vi estava um tanto nervosa mas não queria deixar de falar sobre a sua noiva tão amada.

— Eu gosto quando você demonstra seus sentimentos. — Caitlyn sorriu, entrelaçando as suas mãos com as dela. Na maioria das vezes o sorriso dela tranquilizava Vi, no entanto não foi isso o que aconteceu naquele momento.

— Ok… eu vou tentar. — A punk respirou fundo. — Eu sabia que tinha algo especial antes mesmo de ver a Xerife pessoalmente. Aqueles cupcakes eram divinos. — Tal comentário fez todos rirem outra vez.

— Não acredito que você vai querer falar dos cupcakes da minha mãe justo no dia do nosso casamento! — Cait se espantou com o atrevimento da punk, mas ainda assim queria ouvir o que ela tinha a dizer.

— Desculpa, eu tinha que falar sobre eles. Afinal, ela sabe fazer ótimos cupcakes, tanto que ela fez essa Cupcake linda e maravilhosa. — Mais uma gracinha e Vi iria ganhar um belo soco em seu ombro por parte de Caitlyn, os convidados só estavam rindo baixinho. — Voltando ao assunto, desde o primeiro dia eu me encantei por sua beleza, e depois a conhecendo me encantei por sua personalidade, seu jeito e suas manias, seu sorriso, seu jeito de rir e tantas outras coisas que me fazem apaixonar por ela todos os dias. E é por isso que eu quero passar com ela todos os outros dias da minha vida. 

— Eu… nem sei o que dizer. — A morena estava muito emocionada antes mesmo de fazer os seus votos.

— Se acalme, Xerife. — Vi encarou os olhos marejados de Cait no instante em que tirava as alianças do seu bolso com uma das mãos. — Com esta mão, espantarei suas tristezas. Sua taça nunca ficará vazia pois eu serei o seu vinho. — A rosada gesticulava de acordo com os seus votos, fazendo referência a um filme que as duas gostavam muito. — Com esta vela, iluminarei seu caminho na escuridão. — Depois de fazer um gesto como se estivesse segurando uma vela, ela segurou a mão da Xerife e colocou a aliança com o formato de uma engrenagem na parte superior. — E com esta aliança, eu peço a você que seja minha. 

— Não precisa nem pedir. — Caitlyn estava indo ao encontro da noiva para beijá-la quando foi impedida pela mesma.

— Faça os seus votos primeiro, Xerife. — Ela queria muito beijar a Xerife ao mesmo tempo que queria ouvir os mesmos votos por parte dela.

— Ah, certo. — Cait sorriu envergonhada e então começou a fazer tudo do mesmo jeito que Vi, inclusive os seus gestos. — Com esta mão, espantarei suas tristezas. Sua taça nunca ficará vazia pois eu serei o seu vinho. Com esta vela, iluminarei seu caminho na escuridão. — Em seguida, colocou a outra aliança no dedo anelar da policial. — E com esta aliança, eu peço a você que seja minha. 

— Esses foram os votos de casamento mais bonitos que eu já ouvi. — O juíz se impressionou com os votos da policial, o que a fez sorrir satisfeita com o resultado. — Eu os declaro casadas. — Após a assinatura dos termos, Vi puxou Caitlyn pela cintura e a beijou com ternura, em seguida todos aplaudiram muito emocionados.

Antes de sair de Piltover junto com a sua esposa alguns dias após o casamento, Caitlyn investiu o que sobrou da fortuna da família em uma loja de venda de materiais e confecção de ferramentas Hextec, no intuito de continuar a sua vida sem precisar do dinheiro que era fruto da corrupção do ex-Prefeito, além de não deixar a mãe desamparada. Camille recebeu a difícil missão de manter a cidade em ordem durante o tempo em que Cait estaria fora da cidade, viajando por todo os territórios de Valoran em busca de materiais Hextec e para se aprimorar no ramo tecmatúrgico.

Nos últimos 9.8 segundos, Caitlyn e Vi definiram o renascimento daquilo que elas sentiam, o que ocasionou na eternidade do seu amor tão intenso quanto os headshots de Caitlyn e as pancadas certeiras de Vi.


Notas Finais


Agora sim, chegamos ao final :(((

Bom, eu queria dizer que fiquei muito feliz em poder desenvolver bonitinho o plot da história e como ela seguiu um rumo que nem eu imaginava. A bae também me ajudou bastante nesse processo e eu queria muito agradecer a ela ♥ Obrigada por todas as vezes que eu pedi tua ajuda por causa dessa fic e desculpa pelas vezes que eu te deixei de lado pra escrever kkkkjjjkkj sério, obrigada por tudo ♥ não poderia esperar outra coisa vindo da Vi da minha Caitlyn ♥♥♥
Obrigada a todos que acompanharam essa fanfic e que gostaram dela ♥♥ estou um pouco triste por ser o final e também feliz por ter feito um bom trabalho :')

Mais uma vez, agradeço a todos que esperaram por cada atualização da fic, inclusive no hiatus de seis meses KKKKJJKJKJKJJJJK essa não vai ser a minha única fanfic de CaitxVi (a prova disso é aquela one-shot que eu postei junto com a atualização NÉ) já que eu amo demais esse otp só pra ficar com apenas uma fanfic ♥♥♥ vcs são mó daora e é nóis nas quebrada da Summoner's Rift /que

[EDIT] Crédito pelas fanarts usadas nas capas: https://envyra.deviantart.com/ eu amei o estilo dessa artista e qUERO QUE ELA DESENHE CAITXVI PRA SEMPRE AAAAAAAAAA


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