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História 10 Seconds - Burn it down


Escrita por: Krysliu

Notas do Autor


Aparentemente a fanfiqueira Krysliu é uma morcega pra gostar tanto de atualizar fanfic a essas horas (se fosse 18+ até seria compreensível né mas nesse caso é pq terminei o capítulo agorinha mesmo)

Eu continuo cismada em escrever um capítulo que dê 3000 palavras ao mesmo tempo que fico pensando se não to revelando muita coisa num capítulo só e isso vai trazer o final da história mais rápido :') só que porém todavia entretanto eu não sei se a fic dura mais que 13 ou 14 capítulos (ih rapaz vou ter que separar os lencinhos pra quem for sofrer antecipadamente (que nem eu COF COF))
Sobre a essência do capítulo: tá bem sofrência-Pablo.mp3

Espero que gostem e boa leitura ♥

Capítulo 8 - Burn it down


Caitlyn passou um bom tempo refletindo sobre a mensagem que Jayce lhe enviara. Em tantos anos de carreira na polícia, aprendeu a desconfiar de tudo e todos principalmente quando o suspeito decide se mostrar compreensivo e apto a ajudar no que for preciso, entretanto isso não anula o fato de que ainda é marcado como suspeito. Jayce não iria dar o seu braço a torcer desta maneira… a não ser que tivesse um bom motivo.

A xerife encarava o celular posto em sua mesa, imersa em seus pensamentos. Nas observações, Jayce pediu para que não contasse à Vi sobre a mensagem, entretanto a punk era sua confidente. Seria muito difícil esconder segredos de Vi, porém o medo de acontecer algo ruim com a noiva superava o medo de acontecer algo ruim para si mesma. A partir do momento em que Caitlyn foi admitida como xerife de Piltover, estaria disposta a qualquer coisa para proteger aqueles que fossem dignos de seu amparo.

— Alô, Caitlyn. O expediente já foi encerrado. — Vi deu um peteleco no nariz de Caitlyn para lhe despertar do estado de transe, fazendo-a resmungar.

— Sabia que tem maneiras mais agradáveis de chamar a atenção de outra pessoa? — Cait permaneceu sentada, observando-a sentar em sua frente.

— Eu sei, queria testar se você ainda iria continuar perdida nos seus pensamentos como tem acontecido bastante ultimamente. — A policial pousou a sua mão por cima da mão da xerife.

— Olha, eu não devia te contar isso, mas você é minha companheira de tantos anos e não é justo eu mentir mesmo que seja na tentativa de te proteger. — Cait estava tão ansiosa que acabou falando tudo de uma vez, sem pestanejar.

— O que foi, Cupcake? 

— Eu recebi essa mensagem do Jayce durante o trabalho. — Disse a Xerife, virando o celular para que a companheira pudesse ler a tal mensagem.

— Não acredito que esse cara é tão insolente a esse ponto! — A rosada esbravejou, cerrando um de seus punhos. 

— E eu decidi que vou encontrá-lo. — Era muito difícil para Caitlyn aceitar tal decisão, todavia nada seria resolvido se não tivesse coragem o suficiente para tomar a iniciativa.

— Caitlyn, você vai se arriscar muito! Nós duas sabemos do que ele pode ser capaz, o dossiê é a maior prova disso! — Vi se ajoelhou na frente da noiva, fazendo as suas mãos ficarem entrelaçadas. — Por favor, não faça isso.

— Bem que eu gostaria. — Cait encarou a policial com os olhos marejados. — Se acontecer algo comigo, avise à Camille. Ela pode ter alguma coisa que ajude nessa situação.

— Espero que não aconteça nada de ruim com você. — Vi sentou no chão e puxou a Xerife para poder deitar a cabeça em seu colo enquanto abraçava a sua cintura.

— Também espero, meu amor. — Caitlyn sorriu fraco, afundando a sua mão nos cabelos rosados da noiva.

 

 

Apesar da melancolia predominante na despedida, Caitlyn permanecia focada em seu objetivo. Sabia que o apaziguamento de Jayce poderia ser mais uma de suas estratégias, a sua sagacidade era algo de se admirar — o que acabou tornando-o “podre”. Depois de fechar a delegacia, Caitlyn observou a silhueta de Vi se tornar cada vez mais distante à luz do entardecer. O alaranjado combinava perfeitamente com os seus cabelos rosa, lhe trazendo esplendor como recompensa por tantos momentos de penumbra. “Ah, como eu odeio ver você assim…” pensou, suspirando com uma certa tristeza.

— Mas que sorte a minha de lhe encontrar aqui! — Jayce comemorou, estacionando seu carro na frente da delegacia.

— Gostaria de dizer o mesmo, porém isso não vai ser possível. — Caitlyn retrucou com um sorriso sarcástico estampado no rosto.

— Como eu sou um rapaz muito atencioso, hoje eu decidi que iria buscar minha linda noiva após o trabalho. Me arrisco a dizer que sou um exemplo de benevolência. — A malícia em suas palavras causava um enorme desconforto na Xerife. — Vamos lá, não seja tão difícil…

— Tanto faz. — Cait deu de ombros, abrindo a porta do carro e em seguida se ajeitando no banco traseiro.

O silêncio foi absoluto durante a viagem, Caitlyn olhava para os piltovenses transitando nas ruas movimentadas da cidade e se preocupava ainda mais com sua companheira, enquanto Jayce sorria ao lembrar do que foi decidido em sua última conversa com o prefeito. O tempo do percurso foi mais longo do que o esperado, ainda assim não se ouvia outro barulho que não fosse o próprio motor do carro. Passaram-se mais alguns longos minutos até chegarem na mansão da família, sem trocar nem uma palavra sequer. 

— Até que enfim, vocês chegaram. Já estava indo para o terceiro copo de whisky. — Resmungou o prefeito, deixando o copo vazio na mesinha que se localizava no centro da sala. 

— Tivemos de enfrentar o trânsito congestionado, sogro. Por isso demoramos. — Jayce se sentou ao lado de Caitlyn e passou o braço em volta de seus ombros, o que a fez se afastar um pouco. Como se não bastasse o contato físico e todas as indiretas em seu local de trabalho, ainda era obrigada a suportar o rapaz chamando seu pai de “sogro”.

— Cadê a mãe? — Caitlyn olhou para todos os lados, esperando que sua mãe aparecesse.

— Está no quarto. — A resposta do homem foi extremamente ríspida. — Escolheu se poupar das barbaridades que a própria filha cometeu.

— O que quer dizer com isso? — Cait e Jayce se entreolharam, Caitlyn estava prestes a ter um acesso de raiva caso suas suspeitas se confirmassem e Jayce sorria vitorioso.

— Caitlyn, minha querida… você é tão inteligente. Sabe interrogar pessoas e assimilar informações como ninguém, não é necessário fazer perguntas tão estúpidas assim. 

— Não… 

— Eu já suspeitava que você iria me apunhalar em algum momento, hoje eu tive a mais absoluta certeza que minha filha é uma traidora. — A xerife mal conseguia acreditar no que estava ouvindo, e o patriarca continuou a falar com seriedade. — Jayce me contou que você foi ao Clã de Ferro nesta manhã. 

— Sabia! — Caitlyn esbravejou, cerrando os dentes ao olhar diretamente para o rapaz.

— E ainda assim você caiu na minha conversa. Tão inocente a Xerife… — Afirmou num tom de desdém. — Sogro, você esqueceu de mencionar isto. — Bastou alguns toques em seu celular para reproduzir a gravação da briga que tiveram na mesma manhã.

— Não é possível que isso está acontecendo. — Caitlyn olhava para os dois homens e sentia vontade de esganá-los se não tivesse que zelar pela própria imagem. — Vocês são horríveis!

— Falou a Xerife que bate no próprio noivo e mantém um affair com a colega de trabalho. — O cientista protestou, se colocando frente a frente com a mulher. — Diga-me, querida, a Camille também é sua amante?

— Não ouse tocar no nome da Camille! — Cait desferiu mais um tapa no rosto de Jayce, mais forte do que o anterior. — Infelizmente acabei me acostumando com a sua mania de julgar a Vi somente pela ficha criminal, mas você não tem o direito de falar da Camille Ferros que pode destruir você num piscar de olhos!

— Está vendo, Prefeito? Como pôde colocar uma inconsequente dessas para proteger a Cidade do Progresso? — Ele queria provocá-la ainda mais para fazer com que chegasse ao seu limite.

— Eu te odeio! — A xerife o estapeou com tanta força que suas mãos começaram a doer. 

— Caitlyn, não precisa de tanto escândalo… — O patriarca tentou tirá-la de cima de Jayce, quando sentiu um golpe certeiro no lado esquerdo de seu rosto. — Agora você passou de todos os limites! — Vociferou, segurando a filha pelos braços e arrastando-a pelo corredor.

— Me larga! — Caitlyn se debateu várias vezes, tentando se soltar do homem mais velho.

— Espero que se arrependa de sua rebeldia, pois eu não vou lhe dar sossego. — O prefeito empurrou a xerife para o seu quarto. — O casamento acontecerá em poucos dias, até lá você não vai sair de casa. — Em seguida, fechou a porta com força total e a trancou por fora.

— Não! — Cait bateu na porta várias vezes. — Vocês não podem fazer isso comigo! — Ainda tentou chamar a atenção até que não se escutava mais nada no outro lado. 

Esse foi o estopim para Caitlyn, que foi se arrastando pela porta até que o chão fosse o seu único “apoio” naquele momento. A Xerife estava ali, sozinha em seu quarto, aos prantos. Sentia-se inútil por não poder decidir o que gostaria da sua vida sem que lhe controlassem a cada passo. 

Olhava para todos os cantos de seu quarto, como se estivesse desnorteada. A cama de casal estava vazia, provavelmente ficaria isolada até o dia de seu casamento. Caitlyn permanecia encostada na porta, abraçando seus próprios joelhos quando avistou uma meia garrafa de vinho ao lado do criado-mudo, a mesma que comprara num mercado perto da casa de Vi.

— Parece que você é a minha única companheira agora... — Suspirou, inclinando-se em direção ao criado-mudo até alcançar a garrafa.

Sem qualquer cerimônia, a xerife puxou a rolha da garrafa e bebeu grande parte do vinho em apenas um gole. Sentia um pouco de fome, mas não tinha a menor vontade de pedir para jantar, não queria compartilhar o mesmo lugar com aqueles que mal conseguiam respeitar as suas decisões. O sabor intenso e levemente azedo proveniente do vinho conseguia ser mais saboroso que o amargor da sua derrota pessoal. Talvez não fosse definitiva, entretanto não era possível confrontá-la naquele momento. 

Pouco tempos depois de terminar a garrafa de vinho, Caitlyn se entregou ao cansaço físico e mental e adormeceu. Não faria diferença se ela iria sofrer os efeitos do álcool nas próximas horas, era a única maneira de fugir de sua cruel realidade.

 

 

O mesmo horário rotineiro marcado no alarme, seis horas da manhã. Ainda era dia de semana e nem a imensa preocupação de Vi poderia lhe impedir de levantar e se arrumar para mais um dia de trabalho. Sentia-se apreensiva, tentando imaginar o que aconteceu com a sua noiva após tanto tempo sem dar notícias, embora soubesse dos riscos do encontro marcado por Jayce. Não era como se Caitlyn não conhecesse o seu inimigo, só não poderia evitá-lo da maneira que gostaria — afinal ela estava muito ligada a ele, querendo ou não. Isso era o que deixava a policial ainda mais inquieta, a teia de aranha que o Prefeito estava tecendo para capturar a própria filha como a sua presa, no intuito de usar a sua imagem assim como estava fazendo com Jayce, para enriquecer sua carreira política.

A policial vestiu as primeiras peças de roupa que encontrou em seu armário, sendo estas uma camisa de mangas curtas com estampa de alguma banda de rock que a mesma gostava, uma calça jeans tão folgada quanto a própria camisa. Completou o visual com uma camisa xadrez amarrada em sua cintura e o velho par de tênis que molhavam facilmente em dias de chuva pelos buracos localizados na sola. As olheiras eram evidentes, assim como o cansaço. Seu maior desejo era passar o dia inteiro dormindo para não sofrer com os próprios pensamentos negativos, ao mesmo tempo que queria vigiar cada passo de Jayce, aguardando pelo seu primeiro deslize para enquadrá-lo e acabar com toda aquela farsa. Nenhum sentimento ruim daquela dimensão poderia ser evaporado tão facilmente como a fumaça dos cigarros de Vi.

Ao chegar na delegacia, não havia ninguém além de Jayce carregando alguns compartimentos para o escritório de Caitlyn, aparentemente estava transferindo as suas coisas para a sala da xerife — o que já era uma atitude muito suspeita.

— Cadê a Xerife? — Vi se intrometeu no caminho do cientista quando estava voltando para a sala carregando o último compartimento.

— Bom dia pra você também, Oficial Vi. — Jayce enfatizou a nomenclatura “Oficial” num tom de deboche. — A Xerife não estava se sentindo bem nesta manhã, então eu decidi tomar conta desse lugar que ela tanto ama, não é mesmo?

— Jayce, não tente me fazer de idiota. Mesmo que você fosse encarregado de tomar conta da delegacia na ausência da Xerife, não poderia transferir as suas coisas para a sala dela. — A punk encarava o rapaz que não se sentia nem um pouco intimidado.

— E se eu estiver fazendo isso mesmo? Você não pode me impedir, policial. Seu único trabalho é patrulhar as ruas de Piltover, não a minha vida e muito menos a de Caitlyn. — Jayce deu de ombros, colocando o último compartimento em cima do gabinete.

— Tem razão, não posso patrulhar a sua vida mas você não pode negar esses hematomas em seu rosto. — Vi apontou para o rosto inchado do rapaz e saiu rindo baixinho.

— Maldita… — Bufou, passando a mão pelo rosto marcado, consequência de um dos momentos mais impulsivos de Caitlyn.

Toda aquela conversa foi muito suspeita para Vi, relacionando com o que acabara de presenciar e com outros fatos anteriores. O modo com que Jayce conseguiu mostrar um lado mais pacífico e, consequentemente, atraiu Caitlyn com facilidade, ele transferindo seu material para a sala da Xerife… tudo estava muito confuso, ao mesmo tempo que muitas dúvidas se esclareciam. Vi precisava falar com Camille urgentemente, todavia os funcionários chegaram à delegacia no exato momento em que iria sair. Para não deixar Jayce ainda mais desconfiado, optou por encontrar Camille no horário de almoço. Teoricamente, ele não iria seguí-la assim como fazia com a Xerife.

 

 

Vi foi uma das primeiras a sair da delegacia quando foi anunciado um intervalo para o horário de almoço. Estava tão ansiosa que esbarrou na maioria das pessoas que passavam pelas ruas mais movimentadas coincidentes com o seu percurso, sem se importar com aqueles que se voltavam à ela para reclamar sobre a sua falta de educação. Na pressa, a rosada comeu uma porção de um doce que comprou de uma senhora que sempre passava pelo centro com seu carrinho de guloseimas — aquele era o seu “almoço”. Caitlyn estava fazendo muita falta, não só pelo seu afeto mas também pela autoridade que influenciava a policial a conter seu desleixo. 

À medida que a sede do Clã de Ferro se aproximava de sua vista, muitos piltovenses se aglomeravam no local. A sede parecia estar em perfeitas condições, até observar uma grande nuvem de fumaça preta saindo pelas janelas laterais.

— Não é possível… — Vi sussurrou, não conseguindo acreditar no que estava presenciando. 

— Infelizmente, essa é a realidade. — Camille apareceu ao lado de Vi, aborrecida. — A Sede do Clã foi incendiada nesta madrugada. Ao que tudo indica, foi um incêndio criminoso.

— Todo o material da investigação foi perdido? 

— Sim. — A mulher de cabelos grisalhos suspirou, ainda mais aborrecida por lembrar de tal fato.

— Pra melhorar a situação, a Caitlyn está sumida desde ontem à noite. — A policial cerrou um de seus punhos. — É muita coincidência!

— Acalme-se, Vi. — Camille a levou para um lugar reservado para que não pudessem escutar a conversa. — Nós precisamos manter a cabeça fria, apesar de todos esses eventos.

— Como posso manter a calma, sabendo que minha noiva pode estar presa e aqueles babacas não vão parar até destruírem tudo que coloque em risco o império sujo deles?! — O desespero no tom de voz da Oficial era evidente, como se estivesse prestes a chorar.

— Sua noiva… uau, eu não esperava ouvir isso. — A Chefe se surpreendeu com a declaração de Vi. — Não podemos acusá-los sem ter alguma prova concreta. No caso, todos os dossiês relacionados ao Prefeito e ao Jayce foram queimados.

— Temos uma exceção. — Vi afirmou, enquanto Camille esperava pela continuação da sua frase. — Quando o primeiro dossiê foi entregue na delegacia, Caitlyn me pediu para fazer uma cópia dele e manter guardado caso o original fosse perdido outra vez. O original está com ela, mas não resta dúvidas de que ele será destruído assim que for encontrado.

— Nesse caso, o Dia do Progresso está mais próximo do que eu imaginava. — Camille sorriu satisfeita ao receber tais informações.

— Nós vamos acabar com eles. — Decretou Vi, com um grande sorriso estampado em seu rosto.



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