História 100 days of dating - Casa de Bonecas

PoV Kathleen 

 Entreguei-me ao momento. Senti o seu toque por debaixo da minha blusa, fazendo meu corpo arrepiar. Taylor apertava ainda mais minha cintura e então seus lábios gelados, pressionaram nos meus.  Nenhum de nós estava preparado para a minha resposta.  O sangue queimou embaixo da minha pele, queimou nos meus lábios. Minha respiração saiu num suspiro selvagem. 

Meus dedos se fecharam nos cabelos dele, os apertando contra mim. Meus lábios se 

abriram enquanto eu respirava o seu cheiro forte. Suas mão saíram de minha cintura, mudando-se para a meu rosto. Foi quando o beijo passou a ser mais calmo.

— Kathleen! — Taylor chamou, me fazendo sair de meu transe enquanto o encarava. 

— Obrigada. — eu disse enquanto descia do carro de Tay e voltava a minha consciência — Não precisa me esperar, eu  posso demorar. 

— Tudo bem, eu espero. Não vou deixar você voltar sozinha.

— Acho que eu arranjei uma babá! —ele revirou  os olhos e eu o deixei para trás andando para dentro do prédio onde morava. 

    Dei um "olá" para o porteiro e entrei no elevador com uma senhora muito gentil e que por acaso é minha vizinha. Dona Magda gosta de conversar e, surpreenda-se, eu também gosto de conversar com ela,  mas hoje, para meu azar,  ela falava ao telefone com a sobrinha. 

   O que fez com que eu passasse  10 andares me repreendendo pelos meus pensamentos com Taylor. Acreditem aquele não foi o primeiro e nem será o último. 

   Quando o elevador abriu a porta, eu ajudei dona Magda com suas sacolas e depois coloquei-me para dentro de casa.

   Faz uns seis dias que não venho para casa e na última vez que vim foi só para pegar mais roupa. A grande diferença é que das últimas vezes não tinha ninguém em casa e hoje a casa parece estar com todos seus moradores. 

    Respirei fundo, tentando me preparar para ouvir o maior sermão da história, porque quando junta Rei e Rainha da Razão, não dá em outra. Procurei minhas chaves em meu bolso e não as encontrei, provavelmente havia as esquecido na casa de Taylor.  

     Minha única alternativa era tocar a campainha e foi isso que fiz, durante uns três minutos. Continuei com o dedo pressionando o botão até que Cibelle aparecesse para me atender. 

     A ruiva me atendeu com a maior cara de  brava, se pudesse, ela me socaria agora mesmo.

— Onde está a sua chave? — ela perguntou — Não precisava ficar apertando a campainha desse jeito! Não sou surda, Kathleen! 

— Desculpa, eu esqueci as chaves de casa! 

— Chaves de casa...Tenha dó, você nem mora mais aqui! — deu de ombros — Não dorme em casa a um bom tempo, né?! 

— Qual é, você sabe por onde eu ando... Sem contar que eu estou aqui agora! — afirmei —  Caralho, agora tenho duas babás! — revirei meus olhos — Você está agindo como a minha mãe! 

    Belle não respondeu nada, apenas bufou, entrou em seu quarto e em menos de um minuto saiu voada dele, batendo à porta do apartamento com força. 

    Para mim foi indiferente. Cibelle é assim mesmo, às vezes da uns 5 minutos e ela sai batendo a porta toda estressada.

   Dirigi-me ao meu quarto, que ficava de frente para o dela. Peguei uma mochila e comecei a embolar  algumas roupas lá dentro. Coloquei música também.

   Perdi a hora, cantando e rebolando na frete do espelho. Não cantava como Ella e não dançava como as Menninger's ou alguma dançarina profissional, mas eu conseguia me divertido. Resolvi trocar de roupa, aproveitando para jogar a calça jeans na lavanderia e a blusa que usava também. 

     Voltei ao meu quarto e coloquei um short jeans e uma blusa caída no ombro que dava para ver a alça do meu sutiã. Prendi meu cabelo num coque e tirei os acessórios que estava usando, coloquei os mesmos num saquinho os colocando por fim, dentro da minha mochila. Tirei os tênis, mas os coloquei dentro da bolsa também. 

    A campainha tocou e eu corri para pegar meus chinelos e para atende-la. Provavelmente era Taylor querendo saber o porque da minha demora.  Sai correndo do meu quarto e abri a porta saltitante, mas foi aí que me enganei. 

— Liam? — perguntei assustada e bem espantada.

     O que ele está fazendo aqui?! 

PoV Camila

   Sophia jogou-me água de sua garrafinha em meu rosto.

— Não acredito que você e Hayes fizeram isso! — ela disse referindo-se à noite passada, quando todos nós deixamos ela e Aaron irem sozinhos ao parque.

— Lógico, eu precisava de uma noite de paz. — eu brinquei. 

— Podia ter sido a pior noite  da minha vida e da dele também! — ela disse indignada enquanto arrumava o cabelo num rabo de cavalo. — De início foi tão constrangedor... 

— Mas já tava mais do que na hora! — eu disse — Sophia, você é irritante e é ainda mais irritante quando fica falando dele. — comecei — Porém isso me deixava mal, porque você só falava de coisas que nunca tinham acontecido. Agora, você pode pelo menos falar de uma coisa que aconteceu! —  pisquei meus olhos, plenamente. 

   Sophia arregalou os olhos, quando filmou alguma coisa atrás de mim. 

— Depois falamos disso. Alerta Vaca de Prada. — ela comentou. — Alerta Câmeras! 

   Verei-me e dei de cara com Lorena, uma  de nossas primas. Ela é melhor amiga da Emily e fazem de tudo para aparecer na mídia. Minha convivência com Lorena não é das melhores, mas em frente às câmeras precisamos passar a imagem de "primas unidas!". 

   É como se em frente das câmeras tivéssemos que fingir que somos uma família perfeita. Como se vivêssemos numa casa de bonecas, onde cada um tem seu lugar e suas roupas e isso fosse uma regra a ser seguida. Todos acham que somos perfeitos, então, não podemos deixar que eles vejam nossos bastidores. 

   Vivemos  numa casa de bonecas e é quando as câmeras saem que nos "brincamos" de verdade. Não sei porque minha família tem tantos admiradores. A única coisa que fizemos de diferente foi vir da Alemanha e abrir uma empresa de moda. Só.

   Eu nasci numa família extremamente fútil e que desconhece o significado de privacidade. Fui obrigada a ter minha vida exposta nas televisões de várias partes do mundo. Eu só queria que não existissem câmeras em todos os lugares.

   Menninger não é uma família pequena, porém tem a parte principal que é composto pelos irmãos  Verena, Charles e Hans, e seus filhos. 

   Minha mãe é Verena, nascida na Alemanha, a mais nova dos três. Casou com meu pai, Thom, que tem ascendência  alemã, mas que nasceu no Novo México.  Minha irmã e eu herdamos as características físicas da família de nosso pai: cabelos e olhos castanhos, pele bronzeada. 

    Sophia é minha única irmã, meus pais não querem mais ter filhos e acredito que isso seja o motivo de nós duas sermos tão unidas.

   Outro fato curioso a respeito de minha  família é que eles são obcecados pelo  nome "Ann". A maioria de nós é  "Ann alguma coisa, por exemplo: Sophia é Nina Ann Sophia e eu sou Camila Ann Vivienne.

   Lorena, é filha de tio Hans e ela  tem um irmão gêmeo, Lancelot (tipo  o de Merlin). E engana-se você acredita que Lance age como a irmã. Para falar a verdade, Lance é um dos meus primos favoritos. 

— Estão todos aqui? — Sophia perguntou, fazendo com meus pensamentos fossem embora me puxando novamente, para a vida real.

— Sim! — Lorena respondeu, prendendo seu cabelo ensebado. 

— Todos em seus lugares então. — mandou Sophia. 

   Praticamente todos os dias alguns membros da família se reúnem para dançar. Nós temos um canal no YouTube para toda a família e nele colocamos os vídeos de nós dançando e fazendo outras atividades como nadar e jogar tênis.

   Sophia e eu somos as únicas que tem outro canal e nele, postamos vídeos de nós duas cantando e tocando. O último vídeo que postamos foi da coreografia de Summer Love de Grease e como a vida de uma Menninger não para, já criamos outra. Na verdade, Sophia criou. É sempre ela quem  cria. 

   E dessa vez, atendendo a pedidos insuportáveis de Tia Leslie, estamos dançando " Your Body" da Christina Aguilera. Sophia sempre arrasa, gosto bastante das coreografias que ela faz. 

   Todos em seus lugares, começamos a dançar. Os passos não eram tão difíceis, mas eram cheios de sensualidade e eram, ao meu ver, bonitos. Perguntaram-me uma vez, se eu deixaria de dançar ou cantar. Eu respondi que não. Eu não me sentiria viva se não praticasse essas artes.

   Era típico de quando terminarmos a coreografia, batermos palmas uns para os outros. E hoje não foi diferente. 

   Depois de passar umas 5 vezes, fizemos uma pausa. Alguns foram ao banheiro, outros foram à suas casas repor as energias e outros ficaram por lá fazendo snaps e tirando fotos no espelho da sala de dança. 

   Eu me sentei no chão e apoiei minhas costas na parede. Lance, se sentou ao meu lado esquerdo e Soph do outro.

— Você não me contou, como foi no seu encontro.

— Encontro? — Lance perguntou confuso, franzindo o cenho — Sophia teve um encontro? Com quem, Jesus?

— Não foi um encontro, Lance. 

— Não? — eu perguntei arqueando uma sobrancelha.

— Não! — ela afirmou — Eu só sai com o garoto que eu gosto, porque todos os nossos amigos em comum, incluindo minha irmã menor e meu melhor amigo, não apareceram no parque! —  explicou 

— Isso, tecnicamente, é um encontro.

— Não, não é! — ela disse — Só vai ser um encontro quando ele me  chamar para sair, ou eu criar coragem para fazer isso. 

— Independente da denominação, como foi? — eu perguntei 

— Foi legal.

— Foi legal?! — eu perguntei indignada. — Legal, Sophia? 

— Ué, você  quer o que? Quer que eu diga que foi ruim? 

— Não, engraçadinha! Eu quero que você nos diga até os detalhes sórdidos! 

— Não teve nada de anormal. — disse — Foi como sair com um amigo. Só que com o coração mais acelerado, óbvio.

— E o que vocês fizeram 

— Fomos nos brinquedos, comemos e tiramos fofos com fãs e de nós dois. — deu de ombros 

— Em quais brinquedos?

— Você tá querendo trabalhar no FBI?

— Não, eu só quero saber como foi! Andaram de mãos dadas?

— Sim. Não. Quer dizer, quase... Eu acho. 

— Como assim “você acha que andaram de mãos dadas”? 

— Por um momento, enquanto estamos no carrossel...

— Carrossel? — a interrompi 

— Cala a boca, e deixa ela continuar, caramba! — disse Lance, num tom  irritado. 

— Enquanto estávamos no carrossel, as mãos dele ficaram por cima da minha. —ela disse olhando para o nada, provavelmente estava lembrando do que sentiu quando isso aconteceu 

— Eu peço a Deus todos os dias, para eu não ser assim, toda melosa quando tiver um novo namorado. Para falar a verdade, acho que eu prefiro um piano novo do que um amor. — eu disse juntando as sobrancelhas. 

   Lancelot e Soph riram. 

   Logo, voltamos a ensaiar. E no final, do ensaio nós decidimos as roupas que usaríamos no dia da gravação do vídeo. 

PoV Ella.

   Depois de mais um dia no hospital, Cameron recebeu alta.  Arrumamos as coisas e voltamos para nossa casa de táxi.

Quando chegamos em nossa residência, ele foi dormir e eu recebi uma mensagem da produção, pedindo para eu ir olhar a caixa do correio imediatamente. 

   Quando eu abri a mesma, tinha um recado.

"Olá, casal Camella! 

   Nós sabemos que o tempo que passaram no hospital foi por causa do acidente, então estão quase totalmente perdoados! Vocês vão ter uma missão! 

   Fiquem atentos!” 

   Terminei a leitura, fechei a porta e subi as escadas tranquilamente indo em direção ao meu quarto. Dei uma última olhada em Cameron antes de pegar minha toalha e entrar no banheiro. 

   Após o banho, eu sequei meu corpo e depois vesti um roupão e fui até o guarda roupa procurar por algo para vestir. 

— Oh meu Deus! -Cameron.

— Meu deus digo eu! — afirmei — você estava dormindo! — eu continuei a procura de uma calça e calcinha. Peguei minhas coisas rapidamente e voltei para o  banheiro. 

   Não encontrei uma calça ou short de dormir, então resolvi dormir sem. Deitei-me na cama,  ao lado de Cameron, puxando a minha coberta para cima do meu corpo. 

— Sem parte de baixo?

—Você tá sem camisa, não vejo problema em ficar sem minhas calças. 

— Porque não tiramos tudo? Fica mais fácil! — ele disse, mas  eu ignorei novamente. Na verdade, estou tentando ao máximo ignora-lo. 

   Senti  os braços de Cameron ao redor de mim, e, assim como no hospital, eu deixei. Isso, de dormir perto dele, faz com que eu senta algo diferente. Estar perto dele faz com que eu me sinta diferente, algo como uma explosão de sentimentos dentro de meu peito. 

[...] 

   Levantamos atrasados e assustados por causa do meu despertador que estava bem alto. Eu sou o tipo de pessoa que tem varias despertadores, mas mesmo assim não conseguimos acordar na hora certa. 

   Cameron e eu tivemos que usar o banheiro juntos e eu nem levei minhas coisas para tomar banho para dentro do banheiro, não conseguiria fazer isso com ele aqui dentro. Eu sinto vergonha demais. 

   Cameron por outro lado, parecia estar bem à vontade. Nem ligou para minha presença. Tentei ao máximo, não olhar. Às vezes dava uma disfarçada e acabava olhando. Que homem é esse, senhor? 

   Sai do banheiro e fui à procura de meus sapatos: calcei um tênis preto. Até  que meu look não estava tão ruim. 

   Amarrei o cabelo e desci para tomar café levando junto comigo  meu celular e  roteiro. Cameron apareceu alguns minutos depois e nós corremos para encontrar um táxi já que o nosso carro antigo ficou totalmente esmagado por conta do acidente. 

   Quando chegamos, fui surpreendida por Gabie, que pulou em cima de mim e depois  abraçou Cameron. Por fim, eu fui para o camarim e Cam para a parte jurídica. Pelo que entendi  ainda precisava assinar contratos e preencher outros documentos.

   Percebi, durante a maquiagem que Kathleen estava um pouco aérea, mas  quando fui perguntar, Bay disse que era melhor não, que  já tinha tentado e ela não quis falar, então era melhor deixá-la quieta. 

   Cibelle e Kath mal trocaram olhares, me deixando intrigada. Perguntei a James o que havia acontecido e pelo que entendi, elas brigaram ontem.

   Uns minutos depois, Cameron chegou e disse que começaria hoje e que gravaria  algumas partes do Teddy e da Avalon para o teaser. 

   Depois da hora do almoço, Mellissa e George vieram falar com o elenco principal. 

— Primeiramente: Cameron, seja 

bem-vindo a família "Where is Katherine"! — ela disse — Como vocês sabem, uma hora iríamos precisar viajar para o Texas e essa hora chegou! — contou — Agora  que temos um elenco completo, já podemos nos deslocar até outro estado para gravar as cenas urgentes. — explicou — Nós vamos no final de semana. Não tem como desmarcar, por isso, não vou dar espaço para objeções! 

— Os detalhes da viagem serão enviados para seus e-mails, fiquem atentos! — disse George 

— Agora, Blanchard, nós precisamos conversar! — disse Mellissa, fazendo eu me levantar num pulo e no outro instante estar com Mel e Geor numa outra sala. 

— Quando você começou a atuar na série, eras muito nova e por isso, gravamos uma dublê de corpo para poder gravar as cenas de sexo ou de nu. — começou Mel — E como você só passou a gravar cenas assim na última temporada, que mal a envolveram em essa assim, nós temos poucas cenas sua, sem roupa. — continuou, parceria receosa e no fundo eu já sabia o que ela iria me pedir, só continuei ouvindo para ter absoluta certeza — Queríamos saber se você topa fazer um uma cena, onde tem um nu de costas da Katherine. — perguntou 

— Nós vamos dar um tempo para você pensar nessa proposta, mas seria muito interessante que você topasse. 

— Eu faço.

— Como? — George perguntou 

— Estou dizendo que faço um nu de costas para série. — afirmei — Estou dizendo que vou passar por cima da vergonha que tenho do meu corpo, porque ele é o meu instrumento de trabalho e eu preciso honrar o contrato e a expectativa que existe em mim. — completei —  Então sim, eu faço! — eu disse. 

   Eu sabia que ia me arrepender profundamente, mas era preciso.

[...] 

— Eu não sei o que fazer, Cameron. — eu disse, enquanto esperávamos um táxi para voltar para casa.  — Eles queriam que eu fizesse um nu de costas e eu disse que faria.

— Não precisa ter vergonha. Você dá conta, qualquer coisa é só você recusar. Eles certamente vão entender! 

— Mas é que eu tenho vergonha... 

— Não deveria! Você é muito linda, Ella Florence — abriu a porta do taxi para mim. 

   Nós seguimos para casa e quando chegamos resolvemos  fazer pipoca e assistir a algum filme. Vasculhamos algumas  por alguns canais e acabamos achando A Bela e a Fera. 

— Meu deus! Esse é definitivamente o meu filme preferido — disse a Cameron 

— Sério?

— Sim.— eu disse 

   Entre nós só tinha o balde de pipoca e quando a pipoca acabou, Cameron colocou o balde no chão e me puxou para mais perto. Eu repousei minha cabeça em seu peito sem nenhum tipo de reluta.  

   E então, adormeci assim. Totalmente entregue a ele.