História 100 days of dating - Conto de fadas

PoV Kathleen 

 

[Noite passada]

 

— Liam? — perguntei assustada e um tanto espantada.

— Kay-Kay! — ele disse e minha única reação foi fechar a porta na cara dele. Só que ele segurou a porta, forçando-a para abri-la e eu forçando-a para fecha-la.

— Sai daqui, Liam! — trovejei — Eu não quero te ver, ouvir ou falar. Some da minha vida! 

— Kay-Kay, por favor, me escuta! 

— Não me chame de "Kay-Kay"!  — mandei, sendo jogada com brutalidade para trás, por causa da porta. 

   Liam infelizmente ainda era muito mais forte que eu. Ele entrou na casa e fechou a porta, enquanto eu ainda estava parada sentada num canto. Ele caminhou calmamente até  mim e me estendeu a mão, qual eu ignorei, me levantando sozinha e correndo para o outro lado da sala.

— Você pode me escutar por favor? — perguntou

— Sinceramente, não! — eu disse — Tudo que eu precisava ouvir eu já ouvi. Os gemidos de Karen já foram o bastante para minha pessoa.

— Pelo amor de Deus, Kay-Kay.

— Eu já mandei parar de me chamar assim! 

— Eu ainda gosto desse apelido.

— Pena que eu não gosto. 

— Você gostava.

—  Ora, ora parece que gostava é conjugação no passado! — disse com meu melhor tom de obviedade — Aliás, eu segui em frente e já te esqueci! Pode, por favor, fazer o mesmo? 

— Não consigo te esquecer, e olha que eu tentei. 

— Problema seu! 

— O que eu faço para te esquecer?

— Vai numa terapeuta, quem sabe você não foda com ela também. — eu despejei, com um sorriso irônico.

— Kathleen, acredita em mim, eu estava bêbado.

   Eu gargalhei alto.

— Não jogue a culpa na vodka, Liam.

— Eu não consigo mais viver sem você.

— Aprenda então. — eu disse — Eu já te esqueci e te digo mais, foi muito fácil.

— Você foi a pessoa mais marcante que já passou pela minha vida, Kathleen! 

— Desculpa acabar com as suas expectativas, Liam, mas você não é a da minha. 

— Você não sente minha falta, Dusheens?

— Não.  — era a mais pura verdade. Não sinto a menor falta de um traste machista que me traiu diversas vezes. 

   Namorei com Liam por uns 2 anos, dos 15 até os 17. E foi aos 17 que eu acordei, 

mais  especificamente  no meu aniversario de 17. 

   Minha mãe resolveu fazer uma festa enorme em casa. Ela liberou tudo, incluindo música e bebida. Eu convidei meus melhores amigos e Karen Anderson estava incluída. Ela era minha melhor amiga na época, mas, acredite, isso não a impediu de foder  com meu namorado. 

   Sempre notei o clima estranho entre eles dois, mas não pensei que ele colocava um chifre em mim. 

   Estava perto da meia noite e eu queria cantar parabéns e comer o bolo. Porém,  percebi que ele e nem Karen estavam na sala. Resolvi procurá-los. 

   Subi as escadas e ouvi barulhos estranhos e os segui. A porta estava entreaberta e eu observei pela brecha. 

   Foi um choque, quando eu vi Karen e Liam.  Eu não fiz aquele barraco, apenas sai da festa e dirigi sem rumo. Essa foi  a primeira vez que fui presa por direção perigosa, mas fui liberada sem muitas complicações já que havia sido minha primeira infração. Logo após, fui para praia e foi aí que  conheci James.

   Conversamos um pouco e ele acabou falando sobre o teste que ia fazer para uma série de televisão. Eu fiquei curiosa e comecei a pesquisar sobre. 

Mellissa estava louca atrás de atores, e havia anunciado isso no Twitter. Lembro que em um de seus posts, ela pedia pra que qualquer interessado conversasse com ela pelo e-mail ou Twitter. 

   Eu conversei com ela e a mesma me passou o dia, local, horário e o texto.

Eu fazia aula de teatro como aula extra no colégio, mas não sabia que trabalharia e identificaria tanto a essa arte. 

   No dia do meu teste, eu cheguei atrasada por causa do meu voo é um tempo depois, conheci Ella que, morrendo de vergonha, me perguntou: "Você sabe onde é o banheiro?".

  Umas horas depois, eu reconheci James e nós voltamos a conversar, ficamos  amigos e eu me mudei para a casa dele e de Cibelle, que passou a ser minha  amiga também.

— Na verdade, Liam, eu preciso te agradecer!

— Agradecer por ter sido seu grande amor? — ele perguntou esperançoso.

— Não, imbecil. — revirei os olhos — Se não fosse você, eu não teria conhecido James. 

— Quem é James? Seu namorado?

— Não, foi a pessoa que me ajudou a  a ser essa ótima atriz que sou hoje! 

— Uffa! Então você tá solteira?  Lógico que está! Ninguém mais quer você. 

— Menos, Liam. — eu disse — Como eu disse, segui em frente. — expliquei — Não namoro com James, mas... — antes que pudesse terminar a frase, Taylor entrou no recinto.

— Kath, tá tudo bem? — ele perguntou entrando na sala, logo encarando Liam. —Quem é esse? — Tay perguntou 

— Ex namorado. — contou Liam — Quem é você? — Liam perguntou, Taylor  olhou para minha cara, que era com certeza de incomodo e de "ajuda-me por favor". Ele sorriu de lado, e ainda olhando para mim, disse 

— Sou o atual. — ele disse, passando as mãos por minha cintura, me puxando para perto e beijando meu pescoço. 

— Atual.. — Liam repetiu com a cara no chão.

— Amigo, não sei o que você fez para perdê-la, mas, de qualquer jeito, eu preciso de agradecer! Se não fosse você, não estaríamos juntos. O que você dizia sobre ninguém interessar-se por Kath? — Taylor perguntou. 

   Liam estava com a cara no chão. Ele sempre foi assim, namorávamos e brigávamos ele jogava isso na minha cara. Que ninguém nunca suportaria minhas manias e que não gostariam da minha personalidade. Colocava-se como um santo por namorar com alguém tão irritante e imperfeita como eu.

— Eu acho que o Liam já tem que ir embora. — eu disse — Temos planos para essa noite. 

— O que vão fazer? 

— Não é da sua conta. 

— Duvido que seja melhor que nossos programas de casal, Kay-Kay! 

— Na verdade, é muito melhor! 

— Cara, agora, você pode ir embora? Nós vamos viajar e estamos não podemos ficar aqui perdendo tempo.

— Tudo bem! Eu vou embora! — ele disse se virando, mas logo voltou — Você é mais feliz com ele do que era comigo? — perguntou 

   Taylor não deixou que eu respondesse.

Ele apenas me beijou e foi exatamente como eu tinha imaginado. Como se fosse o último beijo que daríamos e era  incrível o poder que ele tinha sobre mim.  Já beijei muitas bocas, inclusive a de Liam, mas nem todos os beijos da minha vida, se comparam a esse. Era intenso e fazia com que eu só pensasse em nossas línguas. 

   Havia me esquecido de Liam e só me lembrei dele quando a porta do apartamento bateu. Pensei que ia acabaria com o beijo. Como um "corta" acaba com uma cena durante as gravações, mas nós continuamos até perder o fôlego. 

   E depois de recupera-los, já estávamos nos engolindo novamente. Senti meu sangue ferver, quando senti as mãos dele na minha  cintura. Esse contato me fez arrepiar. Ele não pôde deixar de sorrir. 

Depois, quando não tínhamos mais forças para continuar, fui para o meu quarto terminar de arrumar minha bolsa para podermos sair. 

 

[...] 

 

   O caminho até a casa de Caniff foi normal. Agíamos como se nada tivesse acontecido. Não quero pensar muito nisso agora, mas é inevitável que alguma hora as consequências daquele beijo (maravilhoso) iriam aparecer. 

 

 

PoV Ella.

 

[Dia Seguinte à noite do filme "A Bela e a Fera"] 

 

 

   Acordei com um barulho.

   Depois de irmos trabalhar, voltamos e eu dormi. Meu único pensamento naquela hora era: Céus, minha casa está sendo invadida! 

   Calcei meus chinelos e desci as escadas correndo.  Passei pela sala e entrei na cozinha, que estava  totalmente cheia. 

   Vi Aaron, Gabie, Sammy, Aaron, Matt, Camila, Carter e alguém que acho que se chama Jacob e todos fuçavam os armários, pegavam alguma coisa e iam para fora.

— Olá, El! — Gabie disse, enquanto abria a geladeira e pegava o refrigerante levando-o para fora. 

— Olá! — eu disse, meio baixo, ainda confusa com o fato de tantas pessoas estarem em minha casa.  

   Senti um cheiro bom de comida  vindo da área externa da casa e resolvi seguir o  cheiro e a multidão.

   Lá fora tínhamos: Maho conversando com Cameron perto de uma mesa cheia de comida e bebidas; Sophia, Hayes e Tacy estavam dentro da piscina brincando um com uma bola de plástico;  Kathleen pegava  sol do outro lado da piscina e conversava com  Taylor.

   Andei até Cameron.

— Querida! — ele disse — Ainda bem acordou! Ia perder a festa toda.

— O que tá acontecendo? O que diabos significa tudo isso aqui? 

— Uma espécie de encontro entre amigos. — ele disse se levantando. — Agora, vá pegar seu biquíni e relaxar! — ele disse quando uma nova música começou a tocar. 

   Eu o fitei por uns minutos, mas logo sai andando indo em direção ao meu quarto.

Troquei meu pijama por algo mais leve e aproveitei para  prender o cabelo, minutos depois eu estava de volta a piscina. 

   Ninguém notou que eu havia voltado, então resolvi ficar quietinha perto de umas plantas.

— Tudo bem? — Nash perguntou, se sentando ao meu lado. 

— Ótima, e você?

— Contando com o fato de que acabei de terminar com minha namorada, sim. — ele disse com um sorriso fraco no rosto. 

— Acredite, você supera... — eu disse 

— Eu espero.

— Porque terminaram? — questionei — Se não quiser responder, eu entendo... 

— Porque ela não confia em mim. — resumiu — Desculpa por não dar detalhes, mas acho que não consigo falar sobre isso sem chorar horrores. — contou — Olhando pelo lado bom, pelo menos eu não sou corno! — ele brincou se referindo a Cameron, fazendo com que eu também risse — Porque não vai se divertir como os outros? 

— Porque você não vai? — retruquei, logo depois me encarando com aqueles seus olhos azuis. — Você faz bem à Cameron.

— Que? — perguntei sem entender muito bem.

— É como um suporte... Você está roubando meu macho, Ella.

— Não posso fazer nada se ele está preferindo meus olhos castanhos do que os seus olhos azuis! 

— Em outros tempos, ele não estaria tão bem. Quero dizer, a uns meses atrás Emily era tudo para ele e com certeza ele teria ficado pior. Agora é como se ele simplesmente não ligasse e eu estou atribuindo isso a você, porque tu  és a única coisa diferente que aconteceu na vida dele! 

— Talvez ele ainda não tenha parado para sentir falta de Emily, ou seja difícil assimilar tudo que aconteceu...Uma hora ele vai sentir...É inevitável! — expliquei — Podemos mudar de assunto? — perguntei 

— Como quiser, senhorita Blanchard...

 

[...] 

 

— O maior mico que paguei com Tacy? — repeti a pergunta de Nash. 

— Sim! — confirmou — Já te disse os meus, nada mais justo do que você me falar os seus! 

— Todas as vezes que íamos a shows juntas, acontecia algo um tanto vergonhoso. 

— Continua. — ele disse com um sorriso no rosto. 

— Estávamos num show de um cantor que a Stacy gosta, Sean...Shawn...  — disse tentando me lembrar o sobrenome dele, que na hora me fugiu da cabeça.

— Shawn Mendes?

— Isso! — confirmei — Estávamos num show dele e teve uma música em que ele pediu para fazerem silêncio ou pelo menos tentou, e estava um pouco antes de cantar o refrão. Estávamos bem perto da grade e ela deu um berro cantando desafinado "Move on". — contei — E foi muito alto, porque esse tal de Shawn olhou para baixo com uma cara de "o que foi isso, praga?". As pessoas a nossa volta começaram a olhar e a cochichar. Foi horrível, não sabia onde enfiar a minha cara.

— Meu Deus, Blanchard! — ele disse rindo alto e eu tive que rir junto. A risada dele era muito mais  engraçada que  história que eu havia contado, foi impossível não rir junto. 

   Atraímos  vários olhares e não eram olhares de "ah nossos amigos estão rindo", mas sim de "meu deus, como são louco!" 

   Continuei conversando com Nash, só que dessa vez conversávamos sobre o YouTube. Fiquei sabendo que o canal da minha irmã já estava com milhares de  inscritos. Nem para essa pega me contar.

 

 

PoV Camila. 

 

— Que? — eu perguntei para Hayes.

— É sério, Cami. — ele falou — Eu preciso de ajuda! 

— Ué, pede  para minha irmã, ela é sua melhor amiga.

— Ela tá ocupada demais pensando no Carpenter.

— Ahh isso é verdade! — ponderei — E porque não pede ajuda para seu irmão?

— Porque ele acabou de terminar com a Taylor.

— E porque não pede ajuda para o Cam? Ele tecnicamente é cunhado dela.

— Tá ficando louca? 

— E para Ella Florence? Ela é irmã da Tacy. 

— É sério mesmo que você tá falando isso?

— Porque tem que ser eu?! — eu perguntei indignada,  eu realmente não queria fazer parte disso.

— Porque você é a melhor amiga da Stacy. Por favor, Cami. Eu nunca te pedi nada.

— Haha! Mentiroso, você me pede alguma coisa toda hora! — eu disse 

— Por favor, Camila! — ele disse — Eu faço o que você quiser.

— Qualquer coisa? — perguntei, agora sim estava começando a gostar  disso é a ficar um pouco mais interessada. 

— Qualquer coisa. — ele confirmou — Só  me ajuda a fazer ela gostar de mim. 

Eu suspirei fundo e então disse: 

— Eu certamente vou me arrepender de falar isso, mas tudo bem! Eu te ajudo. 

— Valeu! — ele disse me abraçando fortemente

— Tá, agora me solta! — mandei e assim ele fez. 

— Você é a melhor pessoa do mundo, Cami! 

— Eu sei! — afirmei. — Eu sou maravilhosa, Pequeno Grier.

   Ele revirou os olhos e entrou na piscina novamente. 

   Olhei ao redor. Não vi Matt. Como pode senhor? Aquele gordo estava aqui até agora pouco. Deve estar na cozinha, só pode! 

   Peguei minha toalha e dei uma secada no meu corpo e no cabelo e fui andando em direção à casa. 

   Dito e feito, o gordo estava comendo, mas a cena atrás dele era mais estranha. 

   Parece que qualquer lugar é bom para Sammy e Bay darem uns pegas, e dessa  vez, escolheram a bancada da Ella e gente, se eles tirassem as roupas a cena daria no mesmo. 

— Ah meu Deus! — disse rindo, quando vi Ella entrar na cozinha e de quebra dar de cara com essa cena.

— Ah não! — ela disse — Isso já é demais para minha cabeça. — comentou balançando a cabeça — Vocês estão usando minha bancada para a fornicação? — ela perguntou, recebendo um "Uhum " de Sammy.  — Vocês sabem que têm crianças assistindo isso, não é? — logo depois recebeu um "Uhum"  de Bay.

   Arregalou os olhos eu voltou lá pra fora. Onde pude ver ao longe, Kathleen e Taylor.  Eles estavam sentados e encostado na cadeira de tomar sol, enquanto Kathleen tinha uma perna de cada lado e estava praticamente no colo do rapaz e tinha o celular voltado para o abdômen dele, provavelmente registrando o momento. 

   Nessa mesma hora, voltei meus olhos para Matt, que continuava a comer. Acabei pegando uma colher e fazendo o mesmo. 

   Uns minutos depois, a campainha tocou.

— Gabie, vai atender a porta por favor.

— Vai você Camila. Estou fazendo uma coisa mais importante. 

— Eu estou comendo e não vou parar! Você pode muito bem sair daí e andar  até a porta! Tenha dó, desde quando ficar se pegando com o namorado é uma coisa tão importante? — eu disse, enviando mais uma colher de pavê na minha boca e saboreando aquela delicia de sobremesa. 

   Ouvi Sammy rir, e no outro segundo Gabie já estava no chão caminhando em direção à porta. Minutos depois, ouvimos um berrinho da Bay e logo em seguida ela dizer algo como: 

— Shawn, seu filho da mãe! — provavelmente o abraçou — Porque não avisou que viria?

— Desculpa, Bay — ele disse — Queria fazer surpresa. 

— Ahh quem foi o outro demônio que compactuou com isso? — ela perguntou e ambos entraram na cozinha.

— Oi, Shawn — falei assim que coloquei meus olhos nele. 

— Oi, Camilinha. — respondeu — Olá, Espinosa! — Matt só acenou,  pois estava com a boca cheia de pavê e não conseguia falar nada. 

— Olá, Samuel! — ele disse 

    Nessa hora, Tacy entrou na cozinha e ficou totalmente paralisada quando viu Shawn e ele a olhou como se já se conhecessem. Depois, com as sobrancelhas juntas ele perguntou: 

— Move on?

— Ah meu Deus! — ela disse, parecia envergonhada — Você lembra! — Mendes riu 

— Impossível de esquecer. — declarou e ambos passaram a se encarar, gerando uma certa tensão no ar.   Quando Gabie saiu de perto de Shawn, Tacy aproveitou para andar na direção dele o abraçar com muita força. 

   Ele corou e um tempinho depois já a abraçava também.

— Meu deus, eu não quero mais te soltar.  — ela disse 

— Tudo bem, bebê, não precisa me soltar. — ele respondeu, fazendo com que eles continuassem no abraço por um bom tempo e que eu tivesse certeza que a fofura desses casais me dá ânsia de vômito. 

   Voltei a comer o pavê, antes que Matt o comesse todo. 

 

 

   Quando deu 19:30 todos nós resolvemos ir embora, com exceção  de Shawn, que  ficou conversando com Stacy. Hayes pareceu não gostar muito disso e eu resolvi ir o mais rápido possível  para a casa do Matt, apesar de ter dado minha palavra que iria ajudar Grier com suas questões amorosas, não estou a fim de começar a operação cupido agora. 

  Quando cheguei a primeira coisa que fiz foi tacar aquele sapato para longe e ir direto para o banheiro. Depois de tomar banho, vesti uma das minhas roupas que havia deixado no quadra-roupa de Matt a alguns dias. 

   Joguei-me  na cama dele e dormi. 

 

 

PoV Ella. 

 

Era uma bagunça, mas uma bagunça gostosa de se participar. 

Todos, com exceção de Mendes e minha irmã, que ficaram conversando dentro de casa, enquanto Cam e eu tentávamos arrumar lá fora, já haviam ido para suas casas. 

— Legal saber que você se dá bem com meus amigos! — Cameron disse 

— É... Eles são ótimos amigos. Apesar de serem um pouco doido, eles são ótimos. — eu disse rindo.  — Olha, acho que vou demorar para me acostumar com essa bagunça toda. — declarei — Porém confesso que é bagunça muito boa de se participar! 

— Você e Nash ficaram bem amigos, né?— ele perguntou olhando para os sacos de salgadinho que jogava no saco de lixo. 

— Sim! — eu disse — Adorei conversar com ele... Você não se incomoda de eu roubar seu melhor amigo para mim, né?

— Na verdade eu me importo sim! — brincou — Você está querendo roubar meu macho, Florence? — nós rimos com o comentário. 

— Você não entrou  na água hoje. Para falar a verdade, achei que te veria de biquíni. 

— Você sabe, eu me sinto confortável de biquíni. — ele revirou os olhos e andou em minha direção. 

— Como você não entrou na água hoje de tarde, vai entrar agora! — ele disse, colocando as mãos na minha cintura e me dando leves empurrões até a piscina. Minha primeira e única reação foi levar meus braços até seus ombros, rodeando seu pescoço e em pouquíssimos  segundos e sem poder protestar, eu senti a água fria contra minha pele fazendo com que eu me arrepiasse totalmente. 

  Para minha surpresa, eu o agarrei mais, num movimento parecido com um abraço, colocando meu rosto no ombro dele, assim como ele fez o mesmo. 

— Céus, Cameron — disse — Você é muito doido! 

— Vai me dizer que você não gosta? 

— O que deu na sua cabeça? — perguntei, mas ele não respondeu.

   Então ficamos assim, abraçados dentro da água,  por um tempo. O momento estava perfeito e o silêncio era como as  música clássica que eu gosto.  Nesse momento, o silêncio não era constrangedor ou algum tipo de incomodo. Era algo confortável, na  verdade, acho que "confortável" é melhor para descrever o abraço, não o silêncio.

   Em minha mente, aquele momento tinha como trilha sonora Canon de Johann Pachelbel. 

— No que está pensando? — quebrou o silêncio 

— Em Pachelbel, Canon para ser mais exata.

— Quem? — ele questionou  confuso. 

— Um músico e compositor. Gosto bastante de Canon, uma das músicas dele. 

   Novamente, ficamos nesse silêncio gostoso. Só ouvindo a respiração um do outro.

 

 

 

[...] 

 

   Mais tarde, saímos da água e percebemos que Stacy e Shawn haviam ido embora sem se despedir. 

   Subi para o quardo e tomei um banho quente, aproveitando para lavar o cabelo.

Depois, voltei a vestir meu pijama. 

   Podia ser um engano enorme, mas eu ouvi Canon tocando no andar de baixo e quando dei por mim, já estava indo em direção a escada. 

   Percebi então,  que a eram as lâmpadas que iluminavam a escada, mas sim velas. Curiosa, eu comecei a descer e deparei-me com uma sala totalmente iluminada por velas e a televisão estava no YouTube, onde tocava Canon. 

   Ele estava no meio da enorme sala e tinha uma rosa vermelha na mão qual eu não faço ideia de onde tenha surgido. 

Cameron sorriu para mim e eu fiz o mesmo.

   Como continuei parada na escada, ele começou a se aproximar e acabou "tirando-me" para dançar. 

   Passou os braços pela minha cintura e eu pelo seu ombro. Ficamos ali, dando passos lentos para esquerda e para direita. 

   Estava tudo perfeito e eu me senti num verdadeiro conto de fadas. E nesse conto de fadas, eu era a princesa e Cameron era meu príncipe.