História 100 days of dating - Operação cupido

PoV Ella

[dois dias depois] 

 

   Havíamos acabado de chegar do estúdio e o relógio marcava 9:30 da manhã. Não tínhamos muito o que fazer por lá, nem tinha cena para hoje e acabou que a maior parte do elenco principal ficou jogando conversa fora até Mellissa e George  chegarem com o resto da equipe para nos avisar  algumas coisas sobre a viagem ao Texas. 

   Isso, em outras épocas não preocuparia tanto quanto agora. Quero dizer, participo de um Reality Show cujo propósito é que o público veja Cameron e eu dentro da casa, e agora, por um imprevisto no trabalho, teremos que viajar e ficar sabe-se lá quantos dias fora. 

   Espero que isso não vire uma dor de cabeça para nós e nem para a produção de 100 days of dating. 

   Por via das dúvidas, Cameron e eu começamos a arrumar nossas malas assim que chegamos em casa. 

— E agora, o que vamos fazer? — pergunte a ele, enquanto colocava a minha mala no chão e começava a vasculhar nosso armário, a fim de tentar descobrir quais eram as minhas roupas e quais eram as dele. 

— Arrumar a mala! — ele disse, fazendo eu revirar os olhos — Vamos arrumar nossa mala, porque vamos viajar para o  Texas. 

— Sério, cowboy? — eu ironizei — Estou falando que nós participamos de um Reality Show que o intuito é ficar dentro de uma casa pelo maior tempo possível. E nós precisamos viajar, e isso significa que não vamos ser filmados...Definitivamente, isso é um grande problema! — expliquei, sentado-me de costas para ele na ponta oposta da cama. 

— Primeiro, vamos focar em arrumar as nossas malas. Depois, vemos isso. Tenho certeza que até a tarde, a equipe do 100 days of Dating vai falar alguma coisa. — ele respondeu. 

   Senti, por conta de seu peso que ele estava se sentando na cama. Na verdade, ele foi até mim e tocou meus ombros, iniciando uma massagem no local.

E ela era, realmente, ótima. 

— Você está muito tensa, querida. — ele disse de uma forma sensual no meu ouvido. — Posso te ajudar a ficar mais relaxada, se você quiser. — provocou, tirando uma mão de meu ombro e descendo ela, passando seus dedos de leve dês da minha nuca até o final da minha  coluna. Essa mesma mão, voltou e parou na minha cintura, massageando ali também. 

   Era uma massagem muito gostosa por sinal. Sua boca, que estava perto do meu ouvido, desceu um pouco e ele deu uma mordida no local. Bem, eu acho que aquilo foi uma mordida. 

   Entretanto  isso, não foi o mais surpreendente. O surpreendente foi eu deixar! Mas é como se eu não conseguisse pedir para ele parar.nEu acho que... Que estava gostando. 

   Estava tão envolvida, estava tão bom que joguei uma praga e xinguei de todos os nomes possíveis o ser humano que tocou a campainha da casa. 

   Nesse instante levantei-me rápido. Muito rápido que até tive vertigem e  acabei tendo  que me escorar no guarda-roupa para não cair, enquanto, Camella, a minha mais que maravilhosa filhote, veio em disparada para o quarto e ficou sentada na porta dele, me olhando com uma cara de "eu te amo, mamãe" 

novamente, e desci as escadas devagar. 

   Quando abri a porta, não vi ninguém. 

Ótimo! Alguma criança desocupada , veio aqui atrapalhar meu momento! 

   Olhei para os lados, na esperança de ver alguém mas encontrei um grande nada.

Olhei para o chão e vi que havia pisado numa correspondência. 

   Peguei o papel branco com uma marca de tênis e fechei a porta. 

   Comecei a abri-lo enquanto subia as escadas com Camella no meu encalço e quase que não protagonizo a queda mais épica que esse reality já viu, já que Camella insistia em andar entre meus pés. 

   A carta era da equipe do programa a respeito da viagem que faríamos a trabalho. Aprecei-me e quase cai novamente), e por fim cheguei no quarto e da porta mesmo, comecei a ler a carta. 

 

"Olá casal! Como estão? 

   Ficamos sabendo que vão a trabalho para o Texas e percebemos que há um (grande) problema. 

    Discutimos entre nós, membros da produção, até chegarmos numa solução e a para grande sorte de vocês, nós a temos! 

   O combinado é o seguinte: vocês viajam até o Texas de carro, para que possamos acompanhar todo o percurso e também enviarão para nós, TODOS os dias videos variamos que no final dia batam a marca de pelo menos 2 horas e 30 minutos. 

   Espero que arranjem um lugar para deixar a filha de vocês. 

 

               Nós amamos vocês! 

    Beijos, equipe 100 days of Dating!"

 

 

   Suspirei aliviada. Pelo menos temos a solução para nosso primeiro problema! 

— Temos que sair de casa logo, então. — concluiu Cameron 

— São quantas horas de viagem? — quis saber 

— Sei lá, umas 20 horas?

— 20 horas na estrada?

— Só você e eu. — ele disse com um olhar malicioso. Mordi o lábio inferior, tendo pensamentos nada apropriados com ele. Soltei um risinho.

— Pois é. — eu disse — Parece que vamos passar 20 horas sozinhos... — eu disse, 

não posso negar que até que gostei da ideia. 

— Vou ligar para Mellissa e avisar que não iremos com o resto do elenco.

— Tudo bem... Vou ligar para Nash e pergunta se ele pode ficar com a Camella. 

— contou, indo em direção à porta do quarto e depois de uns minutos já se era possível ouvir os passos dele na escada. 

   Suspirei e liguei para Mellissa, deixei no viva voz encima do criado-mudo e continuei arrumando minhas roupas. 

— Alô?! — Mellissa disse ao atender.

— Oi, Mel. — eu disse dobrando um short e o colocando na mala. — É a Ella.

— Ella querida, esta tudo bem? — perguntou. Pude notar, o quão cansada ela estava. 

— Está tudo bem, sim. — confirmei — Liguei porque queria saber se tem problema, Cameron e eu não viajarmos com o resto do elenco.

— Tudo bem, sem problemas. — ela declarou. — Contanto que vocês cheguem! — completou e eu pude ouvir ao fundo pude ouvir a voz de George falando "Mel, precisamos ir." 

— Tchau, Mel. Até amanhã. — eu disse. 

— Até amanhã, Senhorita Blanchard... Ou melhor, até amanhã Senhora Dallas! 

— Meu deus, até você Mellissa!? — Ela apenas riu e desligou.

    Não pude deixar de rir também. Ser chamada de "senhora Dallas" por algum motivo não me incomoda  mais. 

    Fechei a mala e joguei-me na cama, 

aproveitar  esse tempinho antes de pegar a estrada para dormir um pouco não faz mal a ninguém, certo?! 

 

 

[...] 

 

   Acordei com Cameron dando um beijo na minha bochecha. 

— Oi, Bella Adormecida.

— Oi. — respondi — Que horas são?

— 2 da tarde. — informou-me — E nós ainda vamos viajar, temos que ir agora.

— Tudo bem. — eu disse, já levantando da cama — Só vou me trocar, Okay?

— Claro, estou te esperando lá embaixo! 

   Eu peguei a roupa que havia separado e a vesti dentro do banheiro. 

   Estava num short de tecido leve, na cor azul enquanto a blusa era uma de manga curta e larga na cor branca, com o desenho de um gato fofo que tinha um olho no estilo de mangá. O cabelo estava amarrado e resolvi calçar meus chinelos.

   Peguei meu celular e minha bolsa, a apoiando em meu ombro. Parei na metade do corredor para ver do que se tratava a foto na qual  Stacy  havia me marcado no Instagram e quase cai de costas quando vi. 

   Era uma foto minha e de Cameron, mais  especificamente, uma foto do nosso momento mega fofo na piscina a dois dias atrás.  Além de mim, ela marcou o Shawn, Kath, Cameron e o Instagram oficial do programa. 

   Como não percebi que essa praga havia tirado essa foto?

   Na legenda ela escreveu "Era por isso que eles não estavam nos ouvindo, Shawn" 

   Resolvi curtir e então, bloqueei o celular voltando a andar pelo corredor e logo a descer as escadas.

   Cameron se encontrava mexendo no celular recém comprado e  com Camella no colo. 

— Estou pronta. — disse — Quem vai ficar com ela? Nash consegue vir buscá-la? 

— Na verdade, quem ficará com Camella serás a tua irmã.

— Minha irmã?

— Sim, Stacy Marie, sua irmã e, tecnicamente, minha cunhada. — confirmou — Falando nela, você viu a foto que postou nossa?

— É, acabei de ver. — disse — Sabe, até  que somos bem fotogênicos! — brinquei.— De qualquer jeito, acredito que ela não pegou meu melhor ângulo.

— Fala sério, qualquer ângulo é o seu melhor ângulo! — ele disse, ainda encarando o celular. 

   Sorri com o elogio, e uns minutos depois, Tacy tocou a campainha e minha maior surpresa, foi ver Shawn ao lado dela e Nash a uns passos atrás deles com malas 

— Olá, irmã! — disse Stacy entrando na casa, seguida de Shawn, Nash e suas malas.

— Olá! — eu respondi, ainda meio confusa. 

   Andei até Cameron e perguntei se ele poderia me ajudar com uma coisa na cozinha. Ele se levantou, e me seguiu.

— O que significa, Nash Grier e suas malas na minha sala? — perguntei 

— Desculpe, esquecia de te avisar, ele vai com a gente.

— O que? — perguntei, confusa, juntando as sobrancelhas.

— É que ele acabou de terminar com a namorada, e eu não quero o meu macho triste. 

— E então, você resolveu que seria uma boa levá-lo com a gente? — perguntei, mais preocupada com o que seria bom para ele nesse momento, do que com ele nos acompanhar. 

— Sim...Pelo menos, ele não fica triste em casa!

— Okay, tudo certo, então! — disse, voltando para a sala.

   Cameron veio minutos depois com um pacote de salgadinho.

— Nós temos que ir, anjos — ele anunciou.

— Não vai levar minhas malas, Cam? — perguntou Nash.

— Tenha dó, homem! Levanta essa bunda branca do meu sofá e para de fazer corpo mole! — disse Cam, juntando as sobrancelhas — Vai colocar essas malas no carro, vai. — ele disse, fazendo o Nash resmungar e levantar do sofá, indo em direção a sua mala.

   Fiquei observando Shawn e Stacy conversando sobre música. Stacy estava muito animada e gesticulava com as mãos e braços, enquanto Mendes fazia carinho em Camella que estava em seu colo. Ele também  parecia animado com o que conversavam.

— Precisamos ir. — Cameron repetiu, fazendo Shawn e Stacy levantar. 

— Então, boa viagem, irmã. — Tacy disse, despedindo-se com um abraço rápido.

— Fiquem totalmente tranquilos, porque Move on e eu vamos cuidar muito bem de Camella. 

— Você vai me chamar de Move on pelo resto da eternidade, não é?

— Pois é, eu vou sim! — confirmou  sorrindo 

— Antes que eu esqueça: porque não escolheram um nome mais fácil? Camella? 

— Camella é um bom nome. — Cameron defendeu — Eu gosto de Camella.

— Para eu, isso parece uma versão feminina de camelo. — Stacy disse 

— Não fale mal do shipper alheio! — Shawn brincou fazendo com que a garota risse. 

   Terminamos com as despedidas e então, fomos em direção a Santa Monica, onde pegaríamos a I-10 e mais tarde, quando chegássemos no Texas pegaríamos a I-20 que nos levaria direto para Dallas. 

 

 

 

PoV Camila 

 

    E lá estava eu, no início da Operação Cupido, que para a minha sorte ou não, começava no shopping. 

   Nesse exato minuto, estou procurando Hayes com meus maravilhosos olhos míopes. Não consigo dizer com palavras o quanto estou ansiosa para que isso acabe logo! 

    E o fato de ter esquecido as lentes em casa deixa tudo muito mais difícil, já que eu não irei conseguir enxerga-lo. 

   A demora começa a me deixa um pouco estressada. Eu troquei uma tarde com meu melhor amigo para estar aqui: tentando fazer um milagre na vida do melhor amigo da minha irmã. 

Pelo menos aqui tem praça de alimentação, penso, tentando me acalmar. 

— Camila! — Hayes chamou. 

— Ahh, oi.. — esboço um sorriso amarelo 

— Tudo bom? 

— É para ser sincera? — ele revirou os olhos. — Mas, e você? Estás bem?

— Estaria melhor se Stacy fosse minha companhia... 

— Nossa! — dei de ombros, fingindo estar ofendida — Obrigada pela parte que me toca, Pequeno Grier! Se bem que estaria melhor se não estivesse nessa Operação Cupido e sim, comendo com Matt. 

— Comendo o que? — ele perguntou num tom de brincadeira 

— Bolo de Chocolate. —  sorri — Apesar de que eu poderia passar horas falando sobre o bolo, acredito que nós não viemos aqui para tratar sobre esse assunto! 

— Pois é. — ele respondeu 

— Porque me chamou aqui? Qual era a emergência? — perguntei curiosa. 

— Nenhuma! — eu não podia estar ouvindo isso. A sorte dele é que o local não é nada bom para que eu cometa um crime de ódio! — Eu só queria começar a traças um plano. 

— Plano? — perguntei e sem dar chances dele responder, continuei o meu discurso — Primeira Lição, Hayes: você não é um cavaleiro medieval e Stacy não é uma donzela indefesa que precisamos traças uma estratégia para conquista-la! — fui firme — A Blanchard também não é uma batalha para você vencer! 

— Você fala com uma certeza tão grande, Cami, que parece que você é a presidente da ASRBS. 

— Que praga é isso, garoto?! 

— Associação Secreta dos Relacionamentos Bem Sucedidos. -ele explicou, me encarando como se fosse óbvio e também o assunto mais importante de todo o universo. 

— Pode  ser! — falei com indiferença — Eu só falo com uma garota que já teve o coração quebrado e que gostaria de sido  tratada melhor. — expliquei — Por favor, não cometa com a Tacy os erros que meu ex cometeu comigo!

— Lembro até hoje dos meninos batendo nele. 

— O coitado deve ter as marcas da palma da mão do Jack até hoje. — disse rindo e balançando a cabeça em negação, apesar de tudo que ele me fez, tenho a consciência de que o que eles fizeram não foi certo — Você foi o único a não se envolver. 

— Lógico, alguém tinha que segurar o Matthew! — afirmou — Ele era o mais alterado, nunca o vi daquele jeito. 

— Proteção de melhor amigo...Você faria o mesmo ou estaria no mesmo estado se fosse a Sophia. 

— Sim, eu provavelmente estaria no mesmo estado. 

—  Ei! Precisamos voltar ao foco. Isso aqui é sobre você e Stacy. 

— Sim! 

— Vocês estão conversando por mensagem?

— Não. — arregalei meus olhos. Minha geração é conhecida pelo flerte via internet, é quase surreal que ele ainda não esteja fazendo isso. 

— Meu deus, isso vai ser mais difícil do que eu pensava! Porque não está falando com ela por mensagem, pequeno Grier?

— Porque não sei o que conversar com ela, eu realmente não tenho assunto! 

— Você não assiste série não?  — eu perguntei, não é possível que ele não tenha um assunto em comum com ela. 

— É claro que eu assisto, Camila! Pelo incrível que pareça eu sou uma pessoa normal.

— E ela também! — eu disse  — Conversem sobre série, música, livros, sobre a escola... — sugeri — Conversa com ela, como conversa comigo!

— Cami, não dá! Eu simplesmente não consigo! Eu travo! — deu de ombros — Não consigo nem falar  "oi" sem parecer um grande idiota.

— Se te consola, você parece um grande idiota sempre! — disse, recebendo uma língua em troca. 

— Você notou que ela está grudada a Shawn desde que eles se conheceram, reencontraram? Parecem amigos de infância. — eu acho que ele está com inveja da afinidade dos dois, mas eu com certeza não vou contar isso a ele. 

— Para de ser paranoico! — limitei-me a falar, tentando deixá-lo mais tranquilo e não acabar com as suas esperanças. 

— É um tal de "Move on" para um lado "Move on" para outro. Piadinhas internas e segredinhos! — Hayes com ciúmes era algo realmente engraçado — E você acredita que Shawn e Tacy que vão cuidar da Camella enquanto Cameron, Ella e Nash viajam?

— Primeiro: quem é Camella? — quis saber — E segundo: porque diabos Nash está viajando com eles? 

— Camella é aquela filhote simpática que estava na casa deles. — respondeu — E eu também não sei a resposta certa para a segunda pergunta. Só sei que ele terminei com a Taylor e que hoje o ajudei a fechar sua mala. — deu de ombros — Aparentemente ele gosta de ser a vela.

— Porque diabos o nome da cadela é Camella?

— Cameron e Ella igual a Camella. 

— Sério que eles fizeram isso?! Céus, como isso é brega! — ficamos por alguns minutos em silêncio e nossa próxima interação foi Hayes perguntando se eu tinha o telefone de Stacy. 

— Você não tem o telefone dela?! 

— Eu não tive coragem de pedir.

— Hayes, você é um homem ou um rato?

— Nesse caso, querida, eu sou o Mickey Mouse. — Revirei os olhos.

— Não vou te passar o telefone dela! 

— Porque não? Pensei que você havia aceitado me ajudar!

— E eu aceitei. — confirmei — Apesar de saber que vou me arrepender profundamente! 

— Então me passa o telefone dela, praga. 

— Não. 

— Porque não, Camila?

— Porque na próxima vez que ver a Stacy você vai pedir para ela.  

— Pensei ter dito que eu era o Mickey Mouse. 

— Então fica esperto, porque tua Minnie vai te trocar pelo Pateta! — disse, referindo-me a Stacy como Minnie e Shawn como Pateta. 

— Tudo bem. — suspirou tudo — Eu peço.

— Ótimo! — disse — Gosto assim! — completei, no mesmo momento em que uma menina se aproximou. 

— Ah meu Deus! — ela disse — Eu sou muito fã de vocês! — ela disse e logo abraçou cada um de nós — Vocês podem tirar uma foto comigo?

— Lógico, querida! — eu disse sorrindo de orelha a orelha. — Como se chama? 

— Alyssa.

— Lindo nome! — elogiei 

   Tiramos a foto e ela nos abraçou novamente. 

— Os outros estão aqui também? — ela perguntou esperançosa. 

— Não, querida! — Hayes respondeu — Só nós dois mesmo! 

— Pera aí, vocês estão num encontro? — arregalou os olhos castanhos, erguendo as sobrancelhas e quase dando pulos de animação. Pode ser um pouco cruel, mas eu senti vontade de rir. Nós definitivamente não poderíamos estar num encontro! É clichê demais sair com o melhor amigo da minha irmã. 

— Não! — negamos —  Somos apenas amigos. — explicamos, frisando o "apenas" — Bons amigos! — nós trocamos olhares e  voltamos a observar a jovem a nossa frente, que parecia ter a nossa idade, mostrando-lhe um sorriso amarelo. 

  Alyssa ficou sem graça com a situação mas logo agradeceu e desapareceu shopping a dentro. 

— É isso que ganho, tentando te ajudar, pequeno Grier! — suspirei, assim que ela estava longe o suficiente — Então é bom que você e Stacy fiquem juntos logo, você sabe, não tenho paciência para lidar com isso! — declarei, referindo-me as suposições de estarmos num relacionamento amoroso. 

  Continuamos a andar e foi impossível não reparar na loja de vídeo game que estava totalmente vazia. A única movimentação era dos funcionários que cobriam seus turnos. 

  Reparei num vendedor, ele estava ligando o Just Dance e com certeza aquilo era uma tentativa de chamar atenção das pessoas. Eu amo Just Dance, na verdade, eu amo qualquer  coisa que envolva dança, e acabei não resistindo e entrando, arrastando Hayes comigo. 

— Posso jogar? — perguntei, atraindo a atenção dele. 

  Quando o rapaz colocou os olhos em mim, sua expressão passou rapidamente se "tédio" para "céus, eu não acredito!"

  Nunca entendi direito o motivo das pessoas gostarem tanto de mim. Sou uma pessoa normal, com problemas reais e que podem afetar qualquer um e defeitos.

— Lógico! —  disse  — Que música você quer?

— Qual a playlist? 

— É a de a 2017! — contou-me. Eu já recebi o jogo e sei todas as coreografias, então acabei escolhendo uma de minhas favoritas: 

— Into You! 

    Não demorou muito para eu estar dançando e para outras pessoas me reconhecerem. Quando dei por mim, já existia um aglomerado de pessoas ao meu redor e outras circulando pela loja. 

    Deixaram que eu escolhesse outra música e dessa vez, Cheap Thrills da Sia com Sean Paul ecoava pela loja e mais tarde era a vez de Lean On preencher o espaço e fazer com que eu e outras três pessoas que surgiram da multidão dançassem e outras pessoas cantassem. 

     Eu lembrei de Hayes um pouco depois de dançar outras duas músicas acompanhada, procurei-o com os olhos e o encontrei perto de uma prateleira onde estavam dispostos alguns jogos de tiro. 

    Andei até o jovem de lindos olhos azuis. 

— Podemos já se você quiser! E desculpa por isso...Você sabe que eu amo dançar e que eu não resisto a pistas de dança e jogos que envolvam música 

— Fica tranquila, Menninger! — pediu, dando de ombros — Está tudo na mais absoluta paz! — completou — Você está com fome? Podemos ir comer. 

— Você vai pagar? — ele revirou os olhos 

— Pago. 

     A loja estava cheia e acredito que essa seja a única explicação para ele entrelaçar seus dedos nos meus enquanto íamos para a praça de alimentação. 

 

 

PoV Ella 

 

  Parada 1. 

  Blythe, Condado de Riverside, CA.

 

  Já percorremos 237.73 milhas de carro, o que são 3 horas e 40 minutos de viagem onde Nash e eu cantamos a plenos pulmões o álbum da Melanie Martinez, que se não me engano, repetiu umas quatro vezes e  até consolei Grier durante uma crise de choro por conta da ex. 

  Nós paramos para  comer num Coffee Shop e enquanto Cameron e Nash terminavam de comer, eu fui para o lado de fora iniciar o primeiro vídeo diário que seríamos obrigados a fazer. 

— Olá, povo! — disse assim que percebi que estava gravando — Estamos na primeira parada desde que saímos de Los Angeles e Santa Monica! — comecei —  Nós nos encontramos numa Coffee Shop em Blythe, no Candado de Riverside! — fiz uma pausa para mudar para a câmera comum — Olhem como esse lugar parece aconchegante e como é tranquilo! Nem parece que ainda estamos na Califórnia! — eu voltei a usar a câmera frontal — Isso tá ficando, totalmente, horrível! Os próximo serão totalmente feitos por Cameron! — disse na mesa hora que ele apareceu e pegou o celular de minha mão.

— Realmente, pequena Ella. Você é horrível fazendo vídeo! Querida, você é uma grande atriz, porém uma péssima vloger...Telespectadores, perdoem o meu amor! — pediu, fazendo uma pausa longa  — Agora, vamos falar sobre o quando ela e Nash me enlouqueceram cantado Melanie Martinez! Meu deus, eu acho que já decorei todos as músicas da mulher e se duvidar, sei cantar até de trás para frente! — lamentou — E o pior? Eu absolutamente amei e aquelas musicas ficam na cabeça, entretanto, espero que possamos ouvir minha playlist agora.

— Quem sabe, algum dia... — dei de ombros. 

— Bem, agora, nós precisamos ir! Ainda temos mais algumas horas de viagem. 

— Qual nossa próxima parada, Cam?

— Provavelmente Avondale  ou Guadalupe em Phoenix! — contou 

— Então é isso, amores! Até a parada dois! — disse e ele encerrou o vídeo. 

    Alguns minutos depois do vídeo ser encerrado, Nash voltou com algumas  sacolas cheias de tudo que há de mais rico em glicose e colesterol. Voltamos ao carro quase que de imediato. 

— Pelo amor de Deus, posso colocar, sei lá, qualquer coisa que não seja Melanie?

— Qual o problema com o álbum dela? — Nash perguntou diretamente do bando  de trás. 

— O problema é que eu vou enlouquecer se eu ouvir aquela música da bicicleta outra vez! —  reclamou enquanto eu, rapidamente, liguei o rádio, colocando em Training Wheels  propositalmente, fazendo com que o mais velho choramingasse.  Nash e eu cantamos o começo da música juntos e também colocamos nossas cabeças para fora do vidro para gritar o refrão da música pela I-10. 

— Não tem outra playlist para ouvirmos? Qualquer uma serve! — perguntou Cameron 

— Tem a playlist da Stacy, também é boa 

— Você tem a playlist dela aí? — perguntou 

— Claro! 

— Podemos, por favor, ouvi-la? — ele pediu e eu posso jurar que se ele não  estivesse dirigindo estaria implorando ajoelhado na minha frente. Eu quis rir imaginando a cena e logo segui a súplica de Dallas e mudando a playlist. 

 

PoV Kathleen 

 

— O que significa isso? — Gabie perguntou, quando botou os olhos em Taylor no aeroporto 

— Significa que ele vai conosco! 

— Significa que vocês não vão se livrar de mim nem tão cedo! — ele explicou 

— E aonde ele vai ficar? — ela perguntou 

— Na mesma casa que a gente.

— Mellissa e George sabem disso?

— Claro que sabem, Saint Louis! — afirmei — Avisei de última hora, mas o que importa é que eu avisei! 

— Se soubesse que era essa festa, teria trago o Sammy. 

— Pelo amor de Deus, nós não aguentamos mais vocês dois se comendo em todo lugar! — Taylor disse — Já nos basta os gritos durante toda semana! — ele choramingou.

— Olá, Kathleen. — disse George enquanto  se aproximou  — Olá, Err.. Taylor??

— Olá, Gege, onde está o resto? — perguntei 

— Já estão no portão de embarque! — explicou — Só falta a Isabelle e o August.

— Só elenco principal? E quem é August?

— Sim, apenas o elenco principal, os outros vão depois de amanhã e também ficarão numa casa em outra cidade. — explicou — Você não vê mesmo seu e-mail, não é Senhorita Dusheens? 

— Não! 

— August Miller é o ator que fará Henry.

— Posso fazer só mais uma perguntinha, quem é Henry?

— Kathleen, você  decorou suas falas ultimamente? — ele perguntou totalmente  indignado e recusando-se a dar-me uma resposta. — Vocês tem notícias de Ella e Cameron?

— Pelo que vi na internet, estão indo para o Arizona. E estão acompanhados.

— Acompanhados? Acompanhados por quem? — Geor arregalou os olhos

— Por um amigo nosso.

— Pois é, mais um pepino para Mel! — suspirou 

   Isabelle apareceu. A morena vinha correndo e estava totalmente descabelada e sem fôlego. 

— Desculpa pelo atraso, Geor! — pediu — Já está tudo pronto e nós podemos ir! 

 

 

   Primeira chamada para o nosso vôo foi anunciada e até então nada do novo ator. Segunda chamada para o nosso vôo foi anunciada e George já estava estressado. 

Na terceira chamada, ele não aguentou e nos arrastou para a sala de embarque, se ficássemos mais um pouco à espera do tal August, nós iríamos acabar perdendo o voo. 

   Minha poltrona estava localizada ao lado de Cibelle, que também tinha Gabie ao lado. 

   O resto do elenco estava distribuído pelo avião: James estava numa das primeiras poltronas, enquanto Isabelle e Michael estavam algumas atrás de nós. 

   Taylor estava ao lado de uma garota que aparentava ter uns 15 anos. Quando a ela percebeu que Taylor estava ao seu lado, não controlou o grito e eu tive que morder meus lábios para não começar a gargalhar. 

    Eram só duas horas de voo e seria tempo suficiente para para decorar umas três cenas ou mais. Se minhas companheiras fossem espertas, já estariam fazendo o mesmo.

    Tiramos uma foto no celular de Bay e eu voltei aos papéis que estavam em minhas mãos. 

 

[...] 

 

   Quando desembarcamos era umas 8:50 da noite e acabamos sendo atacados por uma legião de fãs texanos. 

   A maioria foi muito gentil e simpática, mas sempre tem aqueles que puxam meu cabelo para saber se é peruca ou não. Após as fotos e autógrafos, nós pegamos nossas malas e seguimos a encontro do carro que nos levaria até Victoria. 

   Demoraríamos um pouco mais 4 horas para chegarmos. A única coisa que eu queria, além da possibilidade de tirar essa roupa e tomar um banho, era uma cama para poder relaxar. Eu estava realmente exausta!

 

 

PoV Ella 

 

  Parada 2. 

  Phoenix, Arizona.

 

   Nossa última parada foi as 8 horas da noite, por conta de Nash que bebeu muito refrigerante e estava quase fazendo suas necessidades nas calças! 

   Fico cansada só em lembrar que ainda nem chamou em Novo México, não vejo a hora a de chegarmos em Las Cruces. Quero tomar um banho e esticar as minhas pernas! A pior parte é que ainda faltam umas 5 horas de viagem...Saber disso faz com que eu queira chorar de desespero!  

   Uma hora dessas, o resto do elenco já deve estar a caminho de Victoria. Quero chorar. 

   Às vezes eu me pergunto o que diabos tinha na cabeça quando decidi assustar o contrato com 100 Days of Dating! 

   Pensar nisso, faz com que eu lembre de Stacy e sua crença no destino. Minha irmã mais nova costuma dizer que quando é para conhecermos alguém, o destino dá um jeito e que nós não entramos ou saímos da vida de alguém sem um propósito. 

    Seguindo a filosofia de vida de Stacy, penso também no porquê de eu ter entrado na vida de Cameron e visse versa. Eu adoraria saber e não ter essa resposta é torturante. A única coisa qual tenho certeza é que tenho sorte por tê-lo por perto. 

    Gosto de Cameron ao meu lado. É como se eu tivesse encontrado uma espécie de farol ou uma âncora. Por algum motivo confio muito nele, mesmo com o fato de nos conhecermos a pouco tempo. 

    Tudo me leva a crer que eu estou gostando de Cameron Dallas mais do que deveria. 

 

 

[...] 

 

 

  Cam está fazendo o vídeo  para o programa, e dessa vez falava como estava sendo maravilhoso fazer essa road trip ao nosso lado. O vídeo só encerou  quando Nash saiu do mercadinho trazendo consigo mais coisas gordurosas e, diga-de de passagem, deliciosas! 

   Dessa vez, eu fui no banco de trás e acabei cedendo ao cansaço e dormindo.

 

   Acordei em Deming e com o pescoço doendo.

— Olá! — disse Nash do banco da frente — Ta com o pescoço dolorido, não é?

— Infelizmente! — confirmei — Falta muito para chegar?

— Na verdade não! — Cameron surpreendeu-me com a resposta — Só mais uma hora. — completou

— Ainda bem que você acordou, estava chatíssimo aqui só com o Cameron.

— Quando foi que você perdeu o interesse em mim?! — nós rimos e logo resolvi mudar de assunto. 

— E então, como se sente Nash? — perguntei me referindo a como ele se sentia em questão a Taylor e ao término.

— Estou melhor do que quando estava na Califórnia. 

— Nunca mais vai chorar por ela, certo?

— Não te prometo nada, mas pelo menos vou tentar! — ele disse com os olhos fixos na estrada. 

  Não consegui responder, porque logo foi possível ouvir o meu celular tocando e eu não tardei a atender a ligação. 

— Quem é? — perguntei curiosa, já que não conhecia o número. 

— A irmã que você mais ama! — respondeu Stacy 

— Menina, cadê seu celular?

— Está sem bateria.

— Você conhece uma coisa chamada carregador? Então, serve exatamente para você ter bateria! — não sei tempo para que ela respondesse — Aliás, de quem é esse número a propósito?! 

— Shawn. 

— O que a madame está fazendo na casa alheia a essa hora? — perguntei 

— Quem disse que eu não estou em casa? 

— Você e Mendes estão na vovó? — perguntei fazendo com que Nash me olhasse com uma cara de curiosidade. 

— Sim, estamos! — confirmou — Vovó adorou ele! — eu conseguia imaginar  o sorriso que ela tinha no rosto enquanto falava — Enfim, liguei para saber como você está?

— Estou ótima! — dei de ombros — Também  estou muito bem acompanhada, então não tem o que temer! 

— Falta muito para vocês chegarem? 

— Pouquíssimo, graças aos céus! 

— Estão em qual cidade?

— Estamos a caminho de Las Cruces. 

— Acabei de falar com Kathleen pelo telefone! 

— Como ela está? — quis saber — Queria ter ligado, mas tenho pouca bateria...Aliás, seja lá o que você quer me falar, tens exatos 10% de bateria. 

— Kath disse que chegou a uma hora em Victoria e que é bom vocês se apressarem, porque Mellissa e George já estão bem nervosos. 

— Nervosos? Uh, por qual motivo? 

— Pelo que entendi, um novo ator não embarcou e sumiu do mapa! Não atende aos telefonemas, não não atende o telefone e nem responde aos e-mails e mensagens! 

— Isso quer dizer que não é para demorar na parada e seguir com força total pela interestadual?

— Sim! —  bocejou novamente — Agora eu vou desligar, estou totalmente cansada! — avisou e em seguida despediu-se mandando beijos e desejando uma "boa viagem". 

— Shawn está com Stacy? — Nash perguntou, com um tom um tanto malicioso — Eles não se desgrudam mais né?

— Pelo visto, não! — disse — Espero que ele a convença de remover aquelas fotos e posters da parede! 

— Isso faz eu lembrar de uma ex minha! — disse Cameron, fazendo Nash sussurrar um "e lá vamos nós". Abafei um riso com a mão e deixei Cameron continuar. — Ela era fã da One Direction e tinha tudo deles em seu quarto. Era estranho demais beija-la com o Harry Styles olhando! — contou, fazendo eu soltar um riso escandaloso 

— Isso me lembra a Angela! — foi a vez de Nash se pronunciar — Minha primeira paixonite! — explicou — Eu tinha uns 10 anos e foi decepcionante quando eu descobri que ela só era minha amiga para se aproximar do meu irmão! — suspirou e eu não aguentei, continuei a rir. 

— Eu nunca tive esse problema! 

— Nunca teve uma paixonite, Ella? — Nash perguntou, curioso. 

   Eu pensei bem, e não demorou para que eu me lembrasse de Eliot Levebvre. 

— Sabe sim! Eu já tive um crush. — pude perceber um suspiro pesado vindo de Cameron — O nome dele era Eliot! 

— Conte-nos mais sobre isso! 

— Eu tinha um crush nele dês dos meus 12 anos quando ele me acertou uma bola de vôlei na cabeça durante uma aula de educação física. 

— Então, se eu quiser que você se apaixone por mim, é só jogar uma bola de vôlei na sua cabeça? — Cameron perguntou e eu não entendi se ele realmente falava sério ou se estava brincando com os acontecimentos, mas isso não impediu que eu pensasse em responde que ele não precisava acertar a bola de vôlei na minha cabeça, é só continuar agindo normalmente que daqui a pouco vou estar totalmente é irreversivelmente apaixonada.  Porém, a única coisa que saiu de minha boca foi: 

— Tecnicamente! — após a pausa dramática, continuei a contar sobre Eliot e minha paixonite —  No dia dos namorados daquele ano, eu mandei uma cartinha para ele. — Nash me olhou como se eu fosse de outro mundo.

— Não posso fazer nada se eu gosto de coisas minimamente romântica! — me defendi, fazendo ele balançar a cabeça em negação e pedir para que eu continuasse a contar sobre — No dia seguinte, ele me deu um selinho na frente da escola toda e acho que isso foi o auge da minha pré-adolescência! 

— Fofos. — disse Cameron, num tom enciumado. 

— E vocês namoraram? — Nash perguntou numa tentativa sútil de provocar o amigo.

— Não! — respondi sem hesitar — Na verdade, eu nunca namorei.

— Como assim?! Impossível! 

— Sim, o pior que é! Nunca tive um relacionamento amoroso com alguém. 

— Mas vocês se gostavam e podiam ter tido algum tipo de envolvimento quando mais velhos...Qual foi a razão de não terem investido nisso?! 

— Porque ele se mudou e eu fugi de casa! — dei de ombros — E bem, acho que só o achava bonito. Amor deve ser algo muito maior do que a Ella de 12 anos sentia. 

— Chegamos! — Cameron disse, mudando totalmente de assunto — Niños, sejam bem vindo a Las Cruces, Novo México! 

 

[...] 

 

  Paramos numa pousada que ficava quase que na saída da cidade e quando falei para Cam a situação em que se encontravam Mellissa e George, ele não quis ao menos dormir. Decidimos tomar banho, comer e pegar a estrada. 

    Separei uma blusa regata branca, minhas roupas íntimas e um casaco fino, e parti para o banho assim que Nash saiu do banheiro. 

     Não demorei e em menos de 20 minutos eu já estava pronta e à espera de Dallas (que havia aproveitado os minutos para fazer um novo vlog). 

       Quando estávamos todos de banho tomado e barriga cheia, acertamos com a pousada e nos colocamos a andar em direção ao carro. 

— Faltam muitas horas? — Nash perguntou antes de entrar no veículo 

— Umas 10 ou 11 horas de viagem! — Cam respondeu — Nash, você pode trocar comigo? Estou cansado de dirigir... 

     Grier fez bico e choramingou, mas no fim aceitou dirigir por um tempo. 

     Não demoramos mais em Las Cruces. Nash deu partida no carro, seguindo para a próxima parada: Victoria, Texas. 

 

 

 

    Muitas e muitas horas, músicas, risadas, vídeos, mensagens trocadas com Izzy e fotos, chegamos em modo destino. . 

    Mellissa ficou aliviada quando liguei pedindo o endereço e parecia que um peso havia saído de suas costas. Quando chegamos na casa onde ficaríamos hospedados o único problema foi o lugar para o nosso acompanhante dormir, mas não demoramos muito nesse assunto já que Isabelle o arrastou pada o quarto dela onde ainda havia espaço. 

     Nash não se incomodou em dividir quarto com Izzy e nem com o ator novo que apesar de ainda não havia dado notícias, ainda tinha sua vaga no beliche. 

     Meus colegas de elenco comentaram que Geor estava muito estressado, afinal, por conta do ator irresponsável as gravações podiam ficar mais atrasadas do que já estavam. Sem August, não conseguimos filmar a maior parte das cenas que viemos para fazer. 

     Segui para o meu quarto e tentei desligar dos problemas com o elenco. As últimas coisa que eu me lembro antes de deitar em minha cama e dormir foi de sentir o corpo de Cameron ao meu lado. 

    Acho já estou começando a me acostumar a dormir com ele. Se eu dormisse sozinha, provavelmente sentiria sua falta.

 

 

     Acordei às 6 horas da manhã, com um beijo no topo de minha cabeça.

— Dormiu bem, Angel? — ele perguntou 

— Sim! — eu disse, com um sorriso fraco. 

— Precisamos levantar, as cenas nos esperam. 

    Soltei um suspiro pesado, antes de correr para o banheiro e para meu banho.

    Enrolei-me em uma toalha e fui em direção a minha mala, buscando por minhas roupas e logo vestindo-me com minhas roupas íntimas e uma saia qualquer com uma blusa azul. 

— Como você pode ter vergonha disso? 

— Disso o que, Cameron? — perguntei, sem entender a pergunta 

— Do seu corpo, Ella! — usou o tom de obviedade — Quer dizer, seu corpo é lindo e não precisa ter vergonha dele. Você é perfeita, senhorita. 

— Ah, obrigada. — respondi, provavelmente com as bochechas vermelhas. — Mas mesmo achando cada uma das palavras de apoio tão bonitas, eu ainda não acredito  nelas! Pelo menos não totalmente! — afirmei, fazendo ele suspirar e entrar para o banheiro. 

     Saímos do quarto e andamos em direção ao café da manhã e quando chegamos fomos surpreendidos por uma Mellissa descontrolada e nervosa, que não perdeu tempo a dar suas notícias importantíssimas. 

— É o seguinte: August está oficialmente demitido e nos precisa.... — foi aí que ela colocou os olhos em Nash  — Como se chama, pessoa dos olhos azuis maravilhosos? — perguntou 

— Nash, Nash Grier. 

— E você é ator, querido?

— Sim! 

— Quer entrar para o elenco? — todos nós arregalamos os olhos 

— Quê? — ele perguntou confuso.

— Você se encaixa no perfil, é ator e o melhor? Esta aqui! — explicou, fazendo com que ele nos olhasse, como se pedisse aprovação e quando obteve (em forma de sorrisos de apoio), ele finalmente deu sua resposta: 

— Quero! 

— Ótimo! — a mulher suspirou aliviada — Vamos tratar das burocracias quando voltarmos para Califórnia, vou imprimir seu texto e daqui a pouco vamos gravar um vídeo teu falando que vai entrar para o elenco! — contou — Enquanto isso, eu vou mandar a demissão de August e pedir para começarem a produzir o seu contrato. — respirou fundo antes de dar as próximas coordenadas — Hoje vamos gravar as primeiras cenas Bryan e Avalon na praia; as de Natalie, Henry, Ethan e Teddy no café e mais tarde, perto do por do sol vamos gravar o segundo flashback do Teddy com a Katherine. Saímos daqui a 10 minutos!

 

 

[...]

 

— Ella Blanchard. — disse George — Eu amo a capacidade de atuar! Quer dizer, a uns dias atrás você era a poderosa e segura de si, Katherine e agora é uma garçonete indefesa! — foi impossível não rir  — E saiba que eu não teria te contratado para ser minha melhor personagem se você não fosse tão maravilhosa! 

— Obrigada, Geor! — respondi. 

   Tínhamos acabado de terminar de gravar na lanchonete, minha primeira cena oficial como Natalie. 

— Nash Grier! — pronunciou num tom animado — Eu devo confessar que você acabou de salvar minha série e que se estivéssemos no início da série, o papel do Ethan seria seu! — o diretor condessou, fazendo Jay o olhar com uma cara de 

"você só pode estar bêbado" — Cameron Dallas, sua química com essa senhora é maravilhosa, quase palpável! — completou. 

   James ficou bons minutos esperando um elogio, mas o máximo que ganhou foi um sorriso. 

— Os garotos já estão liberados e quanto a Camella, vocês já podem  ire até as figurinistas e pegar as roupas para a próxima cena. — informou 

 

 

  Não vou reclamar da roupa, afinal elas combinam com a personalidade de Katherine. Algo que eu acho sensual e sexy demais para Ella Blanchard. 

   Após terminar de arrumar o cabelo segui para onde as estruturas de filmagem estavam postas. 

   Tive de esperar um pouco já que ainda filmavam com Gabie e Mike, e assim que a cena deles foi terminada Cameron e eu fomos posicionados e começamos a fazer um pequeno ensaio do que iria rolar. 

    Os últimos retoques para a cena foram da maquiagem em Cameron: passavam  um óleo em seu abdômen e eu posso garantir que ele estava adorando. 

    

 

 

— Ação! — disse George fazendo meu coação acelerar. Respirei fundo, lembrando que naquele momento eu não era Ella e sim Katherine Harris. 

  Caminhei, até a minha marca e sentando-me ao seu lado. 

— Sabia que ia te encontrar aqui, Teddy! 

— Você sempre sabe onde me encontrar, Katherine! — ele disse observando o horizonte. Aquela era a minha deixa para me sentar no colo dele. 

    Um sorriso malicioso tomou conta de seu rosto, mas eu sou totalmente incapaz de saber se ele vinha de Cameron ou do personagem que ele interpreta. 

— Onde está o dono de todas as galhas?

— Não gosto quando você fala assim de Ethan! Não seja maldoso, Theodore! 

— Mas é isso que ele é mesmo... — deu de ombros — Ou eu estou errado? 

— Não, você não está errado. 

— Só me pergunto, o porque de não terminar com ele.

— Se terminar, o nosso lance deixa de ser bom.  Duvido que você não ache gostoso ter algo escondido  escondido? 

— Você sabe que eu não gosto de enganar minha irmã e nem o resto da nossa família por conta disso. — falou — Sem contar que eu sou o melhor amigo dele e...

— Você fala demais! — o interrompi 

   Beijo.

   Essa era a hora do beijo.

   Quando trabalhamos na televisão, sabemos que o povo gosta daqueles beijos técnicos onde os atores viram e viram a cabeça num quase  cosplay da menina do exorcista e nós  teríamos feito isso, mas isso só funciona para beijo técnico. O que não foi nosso caso.

   Eu pensei em recuar, mas por algum motivo permaneci e gradativamente nossos olhos fecharam e nossos lábios se encostaram e não demoro muito para nossas línguas estarem em contato. 

   Eu não sei quanto tempo durou, só sei que aquele beijo foi indescritível. 

   George ficou lá, igual um trouxa gritando "corta" e só parou quando viu que nosso beijo iria demorar para ter um fim e que não era mais sobre Teddy e Katherine, e sim sobre Cameron e Ella. 

     Não sei como seria daqui para frente. Só sei que queria ao máximo aproveitar esse momento.