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História 13 Reasons Why - Interativa - Fita 2 Lado B.


Escrita por: Jacobhood

Notas do Autor


loglady99 - hayo melhor capítulo da fanfic aqui11!1!1

tem música, e ela inicia no (1) (ou seja, se você whatever quiser ouvir com música você pode) e a música do (1) é IDFC do blackbear, que descreve muito esse otp. Vou deixar a música nas notas finais da lyric com legenda, só pra vocês verem como é do otp.

jacobhood - bem, boa sorte à todos lendo esse capítulo, novamente fui eu que escrevi, e minha co-autora incrível deu seus ajustes e melhoras que precisava.
Boa leitura!

loglady99 - muitas melhoras(just kidding) mas o a conversa da Ash e o Chris é minha olha que lindo<3

Capítulo 7 - Fita 2 Lado B.


JOE

As minhas atitudes... Tudo o que eu fiz de uma hora para outra viraram ações que todos passaram a reprovar. E não eram poucas pessoas, eram grande maioria em peso que estavam tentando acabar comigo. Com a minha popularidade.

Eu sabia mais que ninguém que estava errado, mas essas pessoas que me julgam também fizeram o errado e estão ai voltando na sua palavra e me difamando mais e mais. Eu fiz o vídeo, não nego mas também não publiquei merda alguma e fiquei mais paranoico que a própria Jane quando soube que aquilo estava no ar, mas Chris e os outros disseram que aquilo foi uma atitude legal... eu só queria me encaixar.

Como todos aqui.

Agora eu vejo o quão idiota eu fui, o quão burro e o quão desumano. E se isso só me afetasse, seria bom, mas não, eu sei que destruí a vida de Jane e por culpa daquela discussão agora pessoas serão machucadas mais do que já foram.

Ando pelo corredor logo após fechar a porta do meu armário, depois do estalar do metal se chocando contra o armário, começo a me distanciar dali. Normalmente as pessoas me olhavam e murmuravam alguma coisa, geralmente como “olha como ele é bonito” ou “eu queria ser esse cara” mas agora pelas caras de indignação vejo que não passa de xingamentos e julgamentos sobre mim.

Mais uma vez dou de cara com o jornal, eu sempre passava por ali para ir até a minha sala e hoje não seria diferente. Como esperado, havia uma grande multidão ali em volta com os papeis em mãos fofocando sobre as noticias matinais que eu mesmo já sabia sem ao menos ler o jornal.

E cara, o encontro de ontem deu o que falar.

Pego um dos exemplares que um membro do jornal não estava dando conta de distribuir, e como todos os outros que pegavam o jornal e saia dali eu fiz o mesmo.

Era a primeira vez que o jornal estava tão movimentado, Candice deveria estar orgulhosa com o estrago que fez, e Alissa... Não pode fazer nada dessa vez.

Corri os olhos pela primeira página onde o nome anônimo não se fazia presente, não mais. Nomes familiares povoavam a página inicial, num destaque tão grande que não seria exagero dizer que nunca nem mesmo um famoso conseguia uma aparição tão grande.

Esse é o poder do colegial.

“Seria Joe Stanton inocente?” Era a mais chamativa de todo o jornal, e por ela se seguia em: “Isak Allen, o verdadeiro agressor de Alexa Bonvenour. Alissa Salls sabia de tudo.” Até “Ashley Fleming e Lindsey Soares, a grande disputa pelo coração de Christoffer Williams” ou o pequeno foco que deram para Linds, em “Lindsey Soares, a mais nova ladra de namorados! Alexa e Ashley foram as primeiras vítimas”

Sim, eu consegui rir com essa última.

E os nomes estavam explícitos, o que dizia que Alissa realmente não quis fazer nada para nos ajudar. Amasso o jornal e jogo na primeira lixeira que me aparece, mas erro a cesta e ele cai aos pés de Isak que estava há alguns metros parado perto de seu armário.

Me aproximo dele.

— Eae cara! — falo, dando um soco de leve em um de seus ombros. — Precisamos conversar.

— Qual é a sua hein, Stanton? — Isak me olha. Um frio tremendo percorre por toda a minha espinha, foram raras as vezes que Isak me tratara com tanta... antipatia. E de certa forma, aquele sentimento doía em mim.

Ele concertou a alça da mochila preta que estava em suas costas.

— Podemos conversar? — digo, receoso de levar mais algum fora.

Hoje o dia estava difícil.

— Diz isso logo. — ele responde, indiferente.

— O que aconteceu na festa... Você sabe.

— Aconteceu alguma coisa? — ironizou Isak, e pela primeira vez eu não sabia se ele estava falando sério ou não.

— A gente... a gente se beijou e... eu te contei uma coisa, não é? — complementei, esperando que ele me desse respostas já que preferi acreditar que ele só fingia não saber.

— Contou? Sério? — ele riu em desdém. — Eu não lembro, bebi muito pra saber.

— Mas a Ali disse que você não tinha bebido nada, e estava procurando se divertir. — argumentei, com esperança de que ele parasse com aquele joguinho.

Se era um joguinho.

— Tudo bem Joe, a gente se beijou e fim. Você estava bêbado e acabou, ninguém precisa saber. Assunto encerrado.

Eu não sabia o porque, mas as palavras de Isak cortavam mais que cacos de vidro espalhados ao chão.

E nesse caso, os cacos já eram o seu coração.

— E... — continuei. — Você gostou ou algo do tipo?

Sim, eu estava curioso. Apenas curioso.

— Do segredo ou do beijo? — ele perguntou, deixando de lado aos poucos sua pose fria.

— Dos dois. — mordi o lábio inferior.

— Hmmm, o que eu posso te dizer Joe. O segredo, assumo que fiquei surpreso de saber que Joe Stanton é bissexual, é uma informação para se levar em conta. — ele sorriu torto, mostrando os dentes brancos enquanto o seu tom ficava cada vez mais irônico e insuportável. — E o beijo, bem estávamos bêbados e todo aquele blá blá blá cliché. Supera isso Joe.

— Uh, você é incrível Isak. — falo, aliviado por saber que ele entendia a parte do “você não queria me beijar” que em parte era mentira, mas só talvez.

...

— Tudo bem, Joe. — ele se preparava para dar meia volta. — É só isso?

Ele bate os pés no chão, impaciente quando eu demoro mais que alguns segundos para responder.

— Sim, só isso. Valeu.

— Sem problemas. — finalmente ele deu meia volta, me deixando novamente sozinho no meio daquele mar de cobras que era o corredor de um colégio de ensino médio.

 

ASHLEY

(1) Sinceramente, ter ido para a escola depois de uma noite daquelas não era a melhor coisa que eu havia feito. O efeito do álcool das várias bebidas que bebi logo depois que me livrei de Chris ainda fazia certo efeito em meu sangue e o enjoo era nítido.

Eu estava enjoada o bastante para não querer ver aquelas pessoas, ou socializar com eles. Eu só queria sumir dali e nunca mais olhar para ninguém, ou ao menos um dia off.

Tell me pretty lies
Look me in the face

(Me conte lindas mentiras
Me olhe no rosto)

Logo eu sou recebida por Chris, o cara mais idiota de toda Brooktown que só erra na vida, mas que eu sou “apaixonada” é, acho que é essa a palavra. Desde que eu e Chris começamos a sair, mais ou menos um ano atrás, eu sempre soube que não passaria de uma noite. Conheço vários como ele, e é surpreendente que eu ainda esteja com ele, mesmo sendo tão... insensível, ele ainda é o cara pelo qual eu caio de amores.

Tell me that you love me
Even if it’s fake

(Diga-me que você me ama
Mesmo que seja falso)

É uma droga se sentir assim.

— Ei, rainha do drama. — ele me chama, quando eu tinha acabado de dar as costas para ele só para fingir que não o vi.

Me viro, mesmo internamente não querendo fazer aquilo. A nossa convivência estava ficando tão insuportável que eu nem ao menos sabia o olhar nos olhos e dizer que o amava, ou pegar em sua mão sem sentir alguma culpa dentro de mim. E eu não sabia o porque de eu mesma não terminar, isso é uma briga interna que nunca vai se resolver...

Cause I don’t fucking care
At all

Porque eu não ligo
Nem um pouco

— O que quer, Williams? — pergunto, impaciente por uma resposta. Querendo que aquela conversa fosse curta demais para que eu pudesse aproveitar, e ver os motivos pelo qual eu tanto me segurava para não terminar o nosso relacionamento.

Ele riu.

— Ah, qual é. — ele me abraçou pela cintura, nos deixando mais perto. — Agora vai fazer a mesma coisa da Ali? É sério, detesto que me chamem pelo sobrenome. — ele colou nossas testas, a proximidade já era o bastante para que eu sentisse o cheiro de menta atravessar meus sentidos.

Ah merda, e a vontade de beijar ele nem faltava.

— Você adora quebrar o clima falando da sua amante, não é? — me separei dele, cruzando os braços e o encarando com a pior cara que eu poderia ter.

E por sua vez, ele olhou para mim por um minuto inteiro e depois desviou o olhar para o chão, para só ai rir.

E como eu odiava a droga daquele sorriso.

— Precisamos dessa conversa de novo? — ele se sentou na escada, do corredor em que estávamos.

Não tinha gente para nos ver, já que todos deveriam estar em aula. Eu não estava na turma porque o professor simplesmente me tirava do sério e o Chris, eu já poderia imaginar. Afinal, ele é ele.

— Precisamos dessa conversa de novo! — me aproximei dele, ficando em sua frente enquanto ele estava sentado alheio para aquela conversa. — Chris! Qual é a sua? Você sai com garotas, faz o que bem entende e eu fico em casa pensando em como você é um bom namorado! Eu posso ser muito trouxa, mas não cega por amor a esse ponto! Eu, eu só queria que você mudasse, ao menos um pouquinho... Mas agora eu vejo que isso é impossível. Completamente impossível para alguém como você.

— E o que você espera de um cara como eu, Ashley? — me surpreendo com sua resposta, afinal tudo o que ele deveria fazer é se desculpar, não me confrontar com uma pergunta tão insensível.

— Chris! Eu só queria que você falasse que me amasse, olhasse nos meus olhos e refletisse tudo o que eu sinto por você! — eu segurei as lágrimas que já pesavam em cair. — Eu te amo, e sei que eu não sou boa o suficiente para alguém como você e por isso eu te deixei ser livre por todo esse tempo. Ficando com três ou quatro meninas em uma festa porque eu realmente achava que aquilo te fazia feliz, que daquela forma você nunca iria terminar comigo, mas porra olha como isso machuca! Isso machuca como o inferno! — respirei fundo. Vendo que ele não iria responder nada, continuei.  — Você sai durante toda as noites e depois me liga falando coisas sem sentido algum e eu ainda continuo acreditando que um dia você vai mudar! Porque eu te amo! Porque eu sempre fiz o melhor para nos dois, mas eu nunca fui o suficiente, porque você Chris, é um tremendo de um idiota com uma droga de pose!

E quando eu mal dei conta, eu estava chorando, borrando toda a maquiagem que eu havia feito só para encaixar naqueles padrões ridículos de beleza de Christoffer Williams.

E Jane só estava me alertando...

— Ei, ruiva. — sinto o calor de seu corpo me abraçar. Eu quebraria aquele abraço, se não fosse por suas palavras a seguir. — Eu gosto muito de você, muito mesmo. Não quero te perder, você é sensacional e me faz me sentir diferente.

Limpo as lágrimas na manga da blusa branca que eu vestia, sim aquilo ficaria borrado com delineador, rímel e algum bocado de sombra, mas eu não ligo.

— C- como todas as outras, Chris... Esse é o problema... — murmuro só para mim mesma, mas eu sabia bem lá no fundo que ele havia escutado e também preferira ficar calado.

— Eu não sou o melhor, você sabe disso. Todos sabem. — ouço sua risada sem graça ecoar, aperto mais o abraço quase que com medo de ser deixada quando eu mais precisava. — Me dá uma última chance, pela a última vez.

Ele não tinha motivos para me amar, nem ao menos gostava de mim...

— Para que eu vou te dar outra chance? — escondi meu rosto em seu pescoço, ignorando todo o cheiro daquele perfume. — Para só daqui umas horas você estar na cama de Lindsey, ou com Ali? Ou com alguma garota do clube de culinária? Pelo amor de deus Chris, tenha pena de mim... do meu coração...

Eu o abraço com mais força.

— Não, eu vou ficar com você. Se tem alguém que me faz feliz é você, e não pense que sou egoísta ao ponto de não querer te ver sorrir também, ruivinha. — sinto sua mão percorrer da minha cintura até meus cabelos, como num afago amigável. Sem malícia, o que já era alguma coisa quando se tratava de Christoffer.

Ele insistia, insistia e insistia. Eu sabia que sempre depois daquilo vinha alguma coisa que superava a outra, mas o que eu poderia fazer se ele mexia comigo? Eu não sabia explicar qual era a ansiedade que me preenchia, qual era o sentimento que fazia questão de revirar todo o meu estômago e me fazer voltar sempre atrás.

Eu sabia que deveria deixar ele e acabar com tudo aquilo, deixar ele livre para quem ele quiser pegar.

Mas eu era tão egoísta com meu coração...

— É a última vez que eu vou voltar atrás com minha palavra Chris, não me faça querer terminar com você de novo.

— Pode anotar, você não vai precisar. — ele separa o nosso abraço, limpando uma única lágrima que descia de um de meus olhos. E quase como se não se importasse com a maquiagem borrada, me beija.

JACOB

Após o primeiro horário, saio da sala e ando sem nenhum lugar em mente para ir. Mas, de qualquer forma o destino sempre me jogava para qualquer canto que a nossa abelha rainha ia.

Ela parecia mais perdida que nos outros dias, mas também demonstrava estar sendo mais forte que todos os outros ali.

— Ah... Jake. — ela fala, ao me ver.

Ela olha para os dois lados, para ter certeza que alguém não estaria ali ou algo do tipo.

— Está tudo bem? — pergunto, seguindo seu olhar para encontrar o que ela estaria procurando.

— Tudo, eu só... passei a primeira aula fugindo de idiotas que queriam saber o que aconteceu com aquele grupo do Joe e coisas assim. — ela responde, logo também encarando seu rosto vejo claras marcas de uma noite bem mal aproveitada.

— Dormiu bem? — pergunto, a pegando de surpresa já que ao meu ver ela já estava abrindo a boca para falar alguma coisa. Alissa fecha seus lábios com cautela, os umidece e volta a falar comigo.

— É... Não. — ela riu, pondo uma mecha de cabelo castanho atrás das orelhas. — Passei a noite tentando fazer ligações e mais ligações, acabei dormindo lá paras cinco da manhã.

— Uh, não sabia que essa vida de popular era tão ocupada assim. — ela riu mais aberta. — O diretor não te procurou?

— Sim, queria saber o que tinha acontecido na reunião já que todos os calouros recusavam a falar alguma coisa e bem, os culpados diretamente estão bem mais focado no bullying que estão sofrendo do que qualquer coisa. — ela explicou, como se fosse óbvio. — Eu ainda tenho os calouros em mãos, mas o resto... E você, ele veio falar com você?

Neguei com a cabeça.

— E... Você mandou ele ir atrás do jornal?

 

— É, exatamente isso. — ela me olhou com curiosidade. — Como você sabe disso?

— Eu só imaginei. — comento. — E ele aceitou isso como resposta? Sabe Alissa, todos te veem como uma abelha rainha. Não seria diferente na diretoria.

— E não é. Ele tem que ter cuidado com o que fala, eu ainda tenho algum poder ali e além disso conheço muita gente que me deve favor. Eu me garanto, mas ao resto...

— Você fala de Isak e Joe? — pergunto, afinal eram eles dois os culpados.

— Também, mas vazou que Lindsey e Ashley trocaram alguns tapas. O diretor quer saber se foi só isso mesmo, o resto que só ajudou vai ser chamado só se ousar se pronunciar, não sei se alguém vai, mas eu duvido daquele tal de Edward.

— Você não gosta dele mesmo, não é?

— Ninguém gosta dele. — Alissa me corrigiu. — Depois do que ele fez com Alexa, eu acho difícil alguém que realmente ficou por dentro da história gostar dele de verdade. Você joga com ele no basquete, sabe me dizer o porquê dele ter ficado todo depravado e estranho nessas três semanas?

Neguei com a cabeça novamente, e sinceramente eu também achei que Edward estava estranho para o caralho desde a morte de Jane.

Talvez a culpa estivesse o corrompendo, ou a culpa é só de Ali. Eles namoravam até alguns meses atrás até um certo boato se espalhar pela escola, desde ali Ali vem sendo outra Lindsey da vida.

Ou não, comparação idiota.

— Cada louco com a sua loucura. — eu falo.

— Você tem razão, e cada um com sua guerra. — ela complementa, me arrancando outra risada. — Você está rindo? Eu já disse que vou derrotar qualquer um que tentar derrubar Alissa Salls! — Alissa ri.

— É Alissa, você vai. — concordo com ela, entrando no clima que lá no fundo eu sabia que tinha algo mais sério.

— Bem, de qualquer forma eu preciso trabalhar pelo meu reinado. As meninas estão me esperando, é aula de educação física agora. — Alissa começa a se distanciar, depois que o alarme soa mostrando que a segunda aula começaria.

E afinal, ninguém derruba Alissa Salls.

ISAK

— Você é um covarde! — uma garota aleatória grita para mim, assim que saio do laboratório de química.

Pego o meu toca fitas, acompanhado de um par de fones de ouvidos e me apresso em por aquilo para tocar.

— Você vai ser expulso! — um garoto,  que eu reconhecia ser um daqueles que andava com aquele garoto do bolo, gritou enquanto andava com seu grupo.

Eu já passei por coisa pior, desde trote até humilhação pública. Aquilo não era nada, eu não poderia deixar ser nada.

— Olá Jane, quanto tempo. — digo, dando play no lado B da fita.

Eu diria que estou me sentindo mais livre contando tudo isso, deixando para alguém tudo o que eu passei e tendo a certeza que alguém fará justiça. Pode ser uma percepção ruim,  mas eu adoraria ver a mudança nessas pessoas.

Dizendo isso, me sinto mais... Leve, e a sensação de estar sendo sufocada já não existe mais. Bem, paramos com  Joe. Grande Joe. Eu não queria ter que citar ele aqui de novo, mas já que citei vamos a explicação.

A melhor parte dessa fita.

Ou não, eu poderia enrolar e dizer o quanto confiança significa. Eu estou inspirada, mas acho que essa fita conterá um pouco sobre confiança.

Joe é um grande idiota. Um grande idiota que deu corda a tudo isso e que agora me deu mais um motivo pra beber as cinco cartelas de remédio que comprei hoje para dor, sabe, tem um lugar aqui doendo mas não importa quantos comprimidos que eu tome que essa dor insiste. É perto do coração, na verdade é bem lá. Acho que esses remédios não servem para manchas na alma.

Mas enfim, deem um desconto para esse tal Stanton. Eu dou dez por cento, igual aquelas lojas do centro da cidade que tentam dar descontos para produtos defeituosos. Minha mãe, gostava de ir lá para conseguir guardar algum dinheiro. Eu tinha uma bota de uma daquelas lojas, foi a melhor que eu já tive...

Vou sentir mais falta da minha bota do que de vocês, disso eu tenho certeza. Eu descobri da pior forma que aquele vídeo lá em que eu estou gemendo que nem uma vadia não foi postado por ele.

Mas ele...

Então, você deve estar mais desorientado do que eu quando soube. Afinal, quem também não jurava que era Joe a fazer aquilo?

Mas, como posso apresentar aqui, essa é sua fita. Miranda. A autora da publicação daquele vídeo postado naquela rede social famosa e maravilhosa que é o facebook.

Retiro o meu fone rapidamente, e me apoio na parede. Eu realmente estava crente de que era Joe, e tratei ele com indiferença desde cedo. Cá estava Jane realmente fazendo uma puta diferença sobre as coisas.

— Ei Isak, te procurei pelo colégio inteiro. — chamou Ali, acompanhada de seu mais novo brinde, Josef.

O dia após a festa foi bem, tirando a parte de que todo o colégio estava de ressaca e depois do vídeo ser postado e enviado para cada celular.

JANE

Algum tempo atrás.

A raiva em mim só crescia, o quão infantil e manipulador Joe era? Eu não conseguia parar de pensar que eu tinha me deixado fazer aquilo, me levar pela festa e acreditar que Joe era alguém melhor foi a pior coisa que eu já tinha feito. Eu sempre faço tudo errado, e nunca sei superar as coisas.

Eu não deveria viver.

Afasto qualquer tipo de pensamento quando noto Candice se aproximando, ela sorri como uma criança que sabe de alguma informação que ninguém mais sabe. Eu já sabia que tinha estória ainda para render.

— Ah, Jane! Me desculpa, mas tá tudo tão corrido na redação. — ela mexe na mesa onde eu identifiquei que seria na qual haviam vários jornais espalhados. — Precisamos editar o nosso material e soltar de novo, mas você sabe que noticias são noticias.

— É, eu sei. — digo, afinal eu sabia que de qualquer forma ela iria se aproveitar. Todos do jornal eram assim, todos são aproveitadores e manipuladores da verdade. — É tudo culpa daquele merdinha do Joe.

— Joe é um babaca, você deveria saber. — ela arruma mais dos exemplares.

— Você é amiga dele, sabe porque ele postou aquela merda? — pergunto.

— Ele postou? — ela riu. — Não, não foi ele. Aquele lá nem sabe por um vídeo no youtube, imagina no facebook. Não se preocupe, afinal é só vocês transando, quem não faz isso?

Ignoro o dito, e saio dali com aquela questão em mente. Então não seria Joe a postar o vídeo, eu não tinha provas mas eu iria ter em pouco tempo.

— Bela posição. — vejo Chris dizer, mordendo o lábio inferior só assim para umedecer os lábios e mostrar a droga do sorriso colgate que ele tinha consigo. — Se quiser tentar mais tarde, vai ser mais que os dedos de Joejoe.

Ele riu.

— Idiota. — falei, desviando dele e continuando até o vestiário feminino a procura de Alissa. Eu precisava dela pra tirar aquele vídeo do ar, e eu sabia que só ela poderia fazer isso.

Mas para ir onde Alissa poderia estar, eu precisava passar pela quadra onde um certo casal mal assumido estava conversando. Joe estava sentado mais largado, usando a jaqueta do time e o cabelo bagunçado enquanto segurava uma garrafa d’agua e Isak por sua vez, sentado com suas pernas próximas quase como se tivesse as abraçando enquanto segurava outra garrafa de água. Eles riam de algo que pareciam divertido, até eu passar e arrancar a atenção menos desejada.

A de Joe.

— Uh, gostou do vídeo? — ele riu. — Acho que o ângulo não ficou muito bom, quer tentar de novo, gracinha?

Passo reto sem nem ao menos dar satisfação, ignorei também Isak que ao menos não ousou fazer nenhuma piada.

Está vazio o vestiário, o que eu estranho, já que sempre encontro Alissa aqui depois das aulas, mas por contrapartida ouço uma voz conhecida falando ao que parecia um telefone.

— Tudo bem, eu vou te pagar logo. Sei que foi difícil atrair a atenção de Joe pra isso. — ok, ela parecia estar devendo dinheiro ou algo do tipo para alguém e isso não podia ser boa coisa. — Vou te dar a metade, não era pra ser a droga do vídeo dessa tal de Jane. Como você pode confundir essa garota com a Alissa? — ela continuou. — Também, essa sua namorada é burra viu — trovejou Miranda ao telefone. — O que? Ela nem sabe olhar a droga se é Alissa ou não, qual é o nome dela mesmo? Ali? Você deveria terminar com alguém tão incompetente assim.  — ela riu logo em seguida. — Uma hora você vai ter que terminar com ela, boatos estão surgindo meu bem. Não importa se ela é gostosa, ou bonitinha. — ela fez outra pausa. — É, eu sei que Lindsey está forçando a barra com você, mas você é o que mais sabe que Linds é a garota certa para você e não um palmito como essa tal de Ali Bonvenour.

Ela desligou o telefone, e eu... estava atrás dela.

— Oi Jane! — ela forçou um sorriso sem graça.

— Por que você fez isso comigo? — pergunto, ignorando toda a ceninha que ela queria cobrir.

— O que? — ela riu. — Não se preocupe queridinha, só foi um engano. Não era pra você como você pode ver, deveria me agradecer, agora as pessoas vão te dar atenção.

— Por que? Por que Miranda? Eu não sou uma peça do seu xadrez! — eu era tão fraca ao ponto de chorar por qualquer coisa. — Eu... Eu sou diferente desse império ridículo!

— Meu único objetivo é o topo, claro que uma hora eu precisaria derrubar alguém para subir mais. — ela piscou.

— Eu pensei que você era diferente...

— Todos são iguais, todos. Não tem um que não namora por interesse por aqui, já viu Chris e Ashley? Ou Ali e Edward? São todos em busca de fama alheia!

— Eu vou contar para Alissa o que você fez, daí você vai estar acabada!

— Vai contar? Alissa protege Joe com todas as mãos que pode. No máximo, ela vai é sentir pena de você. Você é ridícula Jane. Pensar que alguém como Joe transaria com você por vontade própria! É hilário. Se você contar pra alguém, Joe estará acabado e junto com ele Isak... Seu pobre amigo Isak! Você não ia gostar de ver ele triste não é? Amigos são para essas coisas. É melhor você fingir que gostou do vídeo, ou se não suicídio tá ai pra isso.

Covarde.

— Você...

— Eu nunca dou um passo em falso, eu tenho tudo para mostrar que essa realeza vai cair. Só assista.

Miranda me deixou sozinha. E eu, não tinha mais chão. Não sabia como olhar para Isak e ao menos para os outros, iria ter que levar as piadinhas de Chris por toda a vida? Iria ter que ter amigos falsos que nem Lindsey e Miranda, ou teria de ser alguém manipulada por todos?

As lágrimas são tudo o que me restam.

ISAK

Então é isso, Miranda divulgou aquele vídeo justamente para ficar próxima do topo. Ela acabou com minha vida porque quis. Porque deu na telha e era a coisa certa a se fazer, mas eu espero mesmo que alguém como ela se foda muito ainda. Não deixem alguém como Miranda no topo, a sociedade está bem com Alissa. Tomem cuidado com essas falsas amizades, que te derrubam por um jogo que você nem está competindo. Miranda é pior que Joe, mas não é pior do que muitos aqui que eu espero contar um pouco sobre.

Ninguém é mais importante que ninguém, tenham cuidado com os tiros que vocês dão e as transas que fazem. Alguém sempre pode estar gravando.

Eu acho que é só isso, qualquer coisa eu volto para complementar.

Fiquem bem, ou não.

— Diga o que quer, Ali. — falo, sem muita paciência já que ao citado Ali também está envolvida. Eu sabia que não iria demorar para que eu visse uma fita só dela.

— Eu conversei com a Alexa, tem algo que ela deve lhe contar sobre o vídeo. — Josef fala no momento em que Ali abre a boca para falar, ela pareceu incomodada pelo primeiro momento. Não por aquilo parecer expressamente uma ordem, mas sim por ser chamada por seu nome que não é nada usual.

— Então... Você sabe que eu namorava o Ed naquela época, não é? — ela começa, meio insegura e receosa. Vejo isso até em suas ações, quando ela aperta a mão que segurava de Josef.

— O cara do basquete?

 — pergunto.

— Sim, ele. — ela confirma. — Então, a gente namorou por um tempo e todos sabiam o quanto eu era apaixonada por ele e em contrapartida todos sabiam que ele era um tanto quanto galinha. — Ali complementou, sem graça. — Ele tinha um caso com Lindsey... E...

Seus olhos ficaram marejados, era óbvio que falar sobre alguém que ela provavelmente ainda gostava trazia algo a mais para Ali.

— Você deve só dizer. — Josef falou, seguro de si enquanto usava a mão livre para acariciar o rosto de Ali num cafuné. — Isso já vai passar.

— E então consequentemente ele tinha ligação com Miranda, e eu com Joe por sermos amigos. — ela respirou fundo. Seja lá o que fosse, não fazia muito bem para Ali contar, não agora, mas aquele fardo que ganhou muita intimidade em poucos dias estava basicamente a obrigando.

— Se você não quiser contar...

— Ela quer. — ele respondeu de imediato. O quão insuportável ele poderia ser?

— Eu falei com Ali, não com você. — retruquei, afinal ele não tinha encontrado o seu lugar ainda. Aquela intimidade me incomodava.

— Isak, está tudo bem. — Ali indagou. — Daí Miranda usou o caso de Ed com a Lindsey para obrigar o Edward a me fazer enviar o vídeo de Alissa com Joe, para que ele pudesse difamar ela... Não Jane. Todos sabem que Miranda quer ser líder das líderes de torcida, não é algo novo a Alissa ser alvo. E o que aconteceu ontem, foi uma dessas tentativas que Ashley acabou caindo...

— Jane... — deixei escapar num murmúrio.

— Me desculpa, eu estava totalmente apaixonada e quebrei tanto a cara com Edward que ignorei o sentimento alheio. Não era pra isso ter acontecido.

— Eu entendo, você deve ter sofrido muito quando ele terminou com você. — falei, tentando conforta-la de algum modo.

— O término foi a melhor parte. — ela disse, simples. Arqueei uma das minhas sobrancelhas tentando entender o que era aquilo, até ela continuar. — Eu já sofria por si só namorando ele.

— Você não tem sorte com seus pretendentes. — ri, tentando deixar o clima mais leve e também fazendo uma referência mais que clara para aquele grande incomodo chamado Josef Lachowski.

— Senhor Isak Allen e senhorita Alexa Bonvenour, vocês dois na minha sala. Já. — disse o diretor, quando já tinha se aproximado. Eu nem havia notado a sua presença, mas a aparência velha e decadente do homem me fazia lembrar de que ele era o pior diretor daquela escola.

Estaríamos totalmente fodidos.

Josef levou Ali até a porta da diretoria, e sem mimimi eles se separaram deixando a loira calada ao meu lado. Quando entramos numa salinha cheia de estantes com variados livros, notei a presença de Joe e Chris num desses bancos na frente da mesa do diretor.

Joe estava na ponta direita, Ali se sentou no meio e eu fiquei com a esquerda, Chris preferiu ficar em pé apoiado num canto da parede enquanto observava tudo. O homem não demorou muito para que se sentasse na nossa frente, com uma expressão nada agradável.

— Estão todos falando sobre uma certa confusão que teve na última semana. — ele abre voz. — Muitos professores e alunos preocupados com a integridade da senhorita Bonvenour vieram denunciar o que saiu no jornal hoje. E para esclarecimentos, quero que tudo seja dito em alto e bom som. — ele continuou. — Dizendo mentiras ou verdades, já sabia que o destino de um agressor na minha escola é expulsão. Tratarei de levar esse caso até a policia se for preciso e se você mentir, e nós descobrimos, a punição não só estará com você, mas também com Christoffer Williams e Joe Stanton que estavam no local.

Respiro fundo. O ar pesa mais, e eu era obrigado a falar a verdade e acabar com tudo aquilo. Era o melhor a se fazer, prejudicar Joe era uma das últimas hipóteses que eu poderia fazer, afinal eu gostava dele e não poderia rejeitar esse sentimento. Eu iria defender um covarde, que neste momento poderia só abrir a boca e me delatar para o diretor, eu tinha certeza que ele iria fazer isso para auto proteção dele e de seus amigos, afinal eu era um estranho.

Quando eu abri a boca para falar, a voz de Joe preencheu toda a sala.


Notas Finais


música: https://youtu.be/iZmWpP2wWiE
jornal com personagens - [https://goo.gl/W9TvbQ] (atualizado)

jacobhood - espero que tenham gostado do capítulo e estejam bem depois dessas revelações.
E o que estão dos personagens? Estão sendo bem descritos? Alguma sugestão?

loglady99 -
eu shippo Ashley e Chris.

e pior ainda, Josef e Ali.
amém.


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