“A culpa é minha”
Joe disse. Fazendo-me o encarar com surpresa. Aquilo veio da pessoa mais egoísta de todo o mundo, que não foi influenciada por mais ninguém até onde eu sei.
Aquilo doía em mim, porque ele me dava uma esperança...
— Isso é uma acusação grave, Stanton. — A figura velha do diretor fala, enquanto lança um olhar duvidoso para Ali que parecia confiante.
Mas, em que?
— Joe é meu namorado, senhor Barney. Minha relação com ele é... complicada, Isak só tentou me ajudar e acabou machucado. — ela dizia, como se eles já tivessem uma história inventada para me ajudar.
O velho encarou Ali com dúvida, talvez ele não esperasse essa história.
— Então... Você, Stanton ainda agrediu Alexa Bonvenour. — Barney aponta em direção a Joe, que me aparentava estar prendendo o ar. — Sendo discussão de namorado ou não, a situação mudou. Seu pai pode ser influente, mas não na minha escola.
Ele não...
— Por favor senhor Barney, prometo que isso não voltará a ocorrer. Você sabe, somos adolescentes com os nervos a flor da pele! — Alexa riu num misto de diversão e empatia, para amenizar o clima que estava começando a se complicar novamente.
— Tudo bem. Stanton, conversarei com seus pais a respeito desse episodio. Não pense que sairá impune desta maneira. — o diretor termina sua fala, logo se levantando e fazendo menção para que saíssemos de sua sala. — Espero não os ver tão cedo.
ALI
— Você teve uma conversa com Ashley? — digo, rindo da expressão séria de Chris mediante tal afirmação. Ele parecia estar se gabando de ser um homem fiel, até a próxima festa.
— O que, não acredita que eu posso mudar? — ele responde indignado, me fazendo rir mais abertamente.
Ele é um idiota.
— Da agua pro vinho em um dia? — finjo estar pensativa, enquanto faço uma pausa mortal. — Definitivamente, não.
— Você venceu, se pensa tão mal assim de mim vejo que tenho bastante coisa a provar ainda, não é? — comentou Chris, com aquele sorriso colgate de derreter corações.
— Você tem e muito. — complementei. — É... É nessa semana o aniversário de Ashley, não?
— Aniversário...?
— Céus, você não muda. — eu ri. — Tem sorte que é bonito.
— O que adianta ser bonito e não ser notado pela minha crush?
— Primeiro, de onde tirou essa palavra? — retruquei. — E segundo, você não estava pregando que estava indo ser fiel a Ashley?
Eu sei que alguém como ele só iria me fazer quebrar em pedaços menores e menores, sucessivamente. Desde Edward, quem quebra corações sou eu. E não um cara do terceiro ano que exala o cheiro de perfume barato, álcool e maconha.
Chris era um problema.
— Eu... Acho que estou falhando nessa minha missão. — ele diz, assumindo sua postura derrotada. — É muito difícil fazer isso...
— Não quando você tem caráter. — ironizei, cruzando meus braços e indo até a parede de tijolos, apoiando-me lá.
— Como eu consigo isso? — Chris colocou sua mão na parede, colocando-se na minha frente.
Ah como eu detestava aquilo.
— O que?
Tudo aquilo.
— Caráter, sabe, deve ter uma formula mágica para ser alguém melhor.
A proximidade me matava.
— Não Chris, você só nascendo de novo. — sai de sua prisão invisível quase no mesmo tempo que o sinal tocou e todos os adolescentes em fase de descobertas estariam saindo de suas salas e buscando algo para fazer naquele curto intervalo que iriamos ter entre uma aula e outra.
Ele era um idiota, e eu sabia disso. Mas eu alimentava aquela vontade de estar perto, de estar junto.
E eu sabia mais que ninguém que uma hora ou outra eu iria quebrar a cara.
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