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História 13 Reasons Why - Fita 2, Lado A


Escrita por: hoxseko

Notas do Autor


Olha só quem voltou!
Estava em uma época de provas péssima, então perdoem a enrolada aqui XD
Mas obrigada de verdade pelo apoio! Quase 80 favoritos, com apenas dois capítulos? Eu amo vocês, aish <3
Mas enfim, vamos ao capítulo?
Capítulo grande de presente para vocês!

Capítulo 3 - Fita 2, Lado A


                “Se você chegou até aqui, provavelmente não deve estar entendendo nada, ou talvez esteja pensando que estou falando as maiores baboseiras do universo, certo? Afinal, quem acreditaria em um garoto antissocial, virgem, e que preferia livros ao invés de festas extremamente ‘fodas’?

                Sempre fomos diferentes, Taehyung. Você é o famoso exemplo para os garotos, a grande influência para todos esses merdas. Enquanto eu sou aquele que jamais poderia ser a melhor influência. Mas, se pararmos para analisar, temos coisas em comum. Ah se temos...”

 

- Park Jimin, me responda agora! – O grito de minha mãe ecoa pelos corredores da casa, mesmo ela estando no andar de baixo. Desligo rapidamente a fita e guardo tudo em um canto, ouvindo passos se aproximarem da porta de meu quarto. – Estou te chamando a séculos, o que houve?

 

- Estava ouvindo música, não tinha ouvido seus gritos. – Viro-me para ela, sorrindo de maneira constrangida.

 

                Observando bem minha mãe, noto que não tenho traços tão parecidos com os dela. Sua boca é bem fina, igual o seu nariz. Ela também é bem alta – diferente de mim, que tenho menos de 1,80. Mas, como dizem, tamanho não é documento (Mesmo esta frase sendo de total duplo sentido, não consegui pensar em outra melhorzinha). Pelo menos tenho algo em comum com a minha mãe: O cabelo. Belíssimos cabelos negros, lisos naturalmente. Ele realmente não merecia uma mulher tão bonita como esposa.

 

- Já estou acostumada, todo dia você coloca esse fone de ouvido no volume máximo. – Ela ri, se aproximando e acariciando meu cabelo com leveza. –Não precisa estudar?

 

- Vou começar daqui a pouco, na realidade... – O que de fato é verdade. Nunca costumo ser o tipo de aluno que estuda por horas e horas e sempre consegue tirar notas boas, porém não sou o cara que só tira notas vermelhas e mesmo assim liga o foda-se pra tudo.

 

                Converso mais alguns minutos com minha mãe, mas logo ela se retira. Respiro fundo e começo a encarar meu livro de ciências, que está em cima da minha cama, perto da minha mochila. Acho que não vai fazer mal algum eu fazer uma ‘coisinha’ primeiro, certo? Vamos fingir que está tudo certo, ok, beleza, outras palavras de concordância, enfim.

 

                “Desde o primeiro dia de aula eu notei algo diferente em você. Todos te observavam quando passava pelo corredor, sempre se exibindo de uma maneira que, com total certeza e razão, posso julgar como extremamente ridícula e desnecessária. Porra, qual a graça em ficar mexendo no cabelo toda hora, só pra mostrar que mudou o visual? Você muda a cor do cabelo a cada um mês e poucos dias, não é mais novidade pra ninguém!

                Mas os meus problemas com você não são esses, Kim. Você sabe quais são. Pode soar hipócrita da minha parte, afinal estou te julgando pra caralho. Porém, eu tenho meus motivos. Sei como age, como e de quem fala, sei quem você é de verdade. Sou a prova de todas as merdas que o ‘favoritinho da escola’ já aprontou. Mas, infelizmente ou felizmente, essas verdades serão reveladas. Relaxe, não sou fofoqueiro que nem você. Este será nosso segredinho, ok?

                Como me esquecer daquele dia em fui humilhado por Kim Taehyung? Mal sabia eu que este dia se tornaria algo comum em meu cotidiano. Foi uma das primeiras festas em que havia sido convidado, logo após que entrei na escola. Nem me lembro quem foi que me convidou, mas me lembro bem que você havia ido.

                De início, você havia sorrido para mim. Eu estava conseguindo ver, pela primeira vez, um garoto simpático. Sorri de volta como resposta, e rapidamente não conseguia mais te ver, por conta da grande quantidade de pessoas que dançavam pela sala apertada. Todos bêbados, alguns ainda estavam um pouco conscientes, eu optei por beber somente refrigerante e água. Me olhavam feio, mas nem me importei. O problema veio depois.

 

- Ei, vamos jogar ‘Verdade ou Consequência’? – Uma garota loira, que eu mal conhecia, propõe. Várias pessoas se unem em uma rodinha para participar do jogo, e eu vou me aproximando aos poucos, apenas para observar.

 

                Em um dos momentos, todos começam a gritar. Estava na sua vez de ser desafiado. Ainda olhando tudo, meio afastado do grupinho, percebo que seu olhar focava em mim. De uma cara séria, um sorriso de lado surgiu em seu rosto, enquanto seu amigo sussurrava algo cauteloso em seu ouvido. Te observei se aproximando, todos os outros acompanhavam as suas ações, inclusive eu. Você se ajoelhou na minha frente, já que eu estava sentado em uma pequena almofada, e ficou cara a cara comigo.

 

- Jeon Jungkook, certo? – Senti suas mãos tocarem minha bochecha, rapidamente me afasto.

 

- O-o que está fazendo? Eu nem estou participando! – Digo envergonhado, tentando focar em qualquer outro ponto que não fosse seu rosto.

 

- O desafio era beijar alguém por quem eu estava me sentindo atraído nesta noite, não tenho outra escolha. – Piscou, se exibindo como de costume.

 

- Mas eu não quero te beijar, muito obrigado. – Levantei-me de forma rápida, rumo em direção à cozinha. Senti uma mão me puxar com força para trás, e logo encostei em seu peito, enquanto você encaixava seu rosto próximo ao meu pescoço, mais especificamente apoiado em meu ombro.

 

- Não tente me enganar, bebê... Notei como você sorriu pra mim, deixe eu te dar o que você quer. – Sussurrou contra meu ouvido. Te empurrei com força para longe de mim, assustando a maioria das pessoas em volta.

 

- Já disse que não te quero! Sem contar que você havia sorrido para mim primeiro! – Elevei o tom de voz, enquanto sua cara permanecia emburrada. Pensei que fosse avançar em mim, mas você apenas sorriu e voltou a se aproximar.

 

- Me responda... – Ditou, me empurrando no chão. – Como eu iria dar bola para um garoto horrível e sem graça que nem você? – Ouvi vozes ao meu redor, todas bem altas. Mas elas não estavam simplesmente comentando sobre o fato de eu estar sendo humilhado publicamente, muito pelo contrário. As risadas pareciam aumentar cada vez mais, principalmente a sua.

 

- M-mas o que eu...

 

- O que você fez?! – Você me empurrou novamente contra o chão, enquanto eu tentava levantar. – Vamos ver: Nasceu, se matriculou na mesma escola que eu, veio para esta festa quando ninguém ao menos se agrada com a sua companhia... – Nessa hora, eu me segurava para não chorar na sua frente. Consegui, depois de vários minutos, me levantar, enquanto você se aproximava e berrava como se não houvesse mais ninguém além de nós, mas você sabia muito bem que tinham várias pessoas nos ouvindo e vendo. – Por que você não foge logo, Jeon? Seria um peso a menos para todos nós...

 

                Para mim, as vozes deixaram de existir do nada. Sai correndo da casa, aos prantos. E foi assim que você destruiu a vida de um menino depressivo. Satisfeito, Taehyung? Mas, como te avisei, são várias verdades que irei relembrar aqui. Memórias que devem ser boas para você, né? Não, não estou falando dos vários chutes na barriga que você me dava, toda vez que eu estava voltando para casa. Nem das milhares de coisas que fui obrigado a escutar, só para você se sentir ‘superior’, o que eu sempre achei uma bela merda. Você sabe do que estou falando. Sabe sobre quem estou falando.”

 

.

 

.

 

[...]

 

                Aula de química definitivamente nunca foi uma das minhas favoritas. O tempo parece que paralisa, enquanto sou obrigado a ficar escutando baboseiras da qual nunca mais vou usar pelo resto da minha vida, somente para fazer as provas e passar de ano – coisa que ainda tento entender como eu consigo. Ir para a faculdade vai ser uma maravilha, pois finalmente vou poder estudar aquilo que gosto, mesmo não tendo noção do que quero cursar. Mas, ao mesmo tempo, é uma merda. A pressão psicológica nessa idade de 18/19 anos é gigantesca, e parece que os adultos não entendem que isso provavelmente nos enlouquece mais ainda. Porra, tudo que eu quero fazer com 18 anos é ficar em casa comendo pizza, assistindo Netflix e gritando para o mundo que, sim, eu pego qualquer tipo de ser humano. Tudo bem que eu nem cheguei nessa idade, mas dois anos podem passar voando.

                O sinal de intervalo toca, para salvar a vida daquele tédio imenso. Em vez de ir até o refeitório, como sempre faço, saio com minha mochila e vou correndo em direção ao banheiro. Recebo alguns olhares estranhos, de gente que provavelmente acha que estou passando por uma diarreia fodida, mas ignoro. Chegando lá, entro em uma daquelas cabines, aonde ficam os vasos sanitários, e tranco a porta. Pego a fita e meu mini player, que estavam guardados na minha mochila – Afinal eu não seria louco de deixá-la lá em casa, para minha mãe achar alguma delas quando fosse limpar a casa. Também pego meus fones de ouvido, respirando fundo. Parece até que isso virou um tipo de “ritual” meu: Respirar fundo, como se fosse deixar toda a minha alma sair, antes de ouvir os áudios de um menino morto da qual eu... Enfim. Só sei que preciso acabar de ouvir esta fita o mais rápido possível, antes que eu morra de curiosidade ou seja morto por um Yoongi impaciente na fila do refeitório.

 

                “Como eu fui burro em deixá-lo nas suas mãos. Ou melhor, como ele foi burro em ter sido influenciado tão facilmente por você. Pobre Hoseok, tão inocente... Foi corrompido por um demônio em forma de humano. Você é doente, Taehyung. Um verdadeiro louco, fascinado e que acha que todos devem abaixar a cabeça para você.

                Eu e Hoseok éramos tão próximos. Por que você sempre tem que destruir tudo?! Até quando estava conversando com seus ‘amigos’ e eu lia um livro em algum canto do colégio, você me encarava com ódio, como se pudesse me matar. Inventava mentiras, eram tantos boatos e xingamentos que eu mesmo, provavelmente, não sei sobre vários deles. Você moldou uma imagem minha que Hoseok jamais imaginaria. Mas ele foi um tolo e acreditou em tudo que foi dito. Mesmo eu sempre provando o contrário.

 

- Achava que eu ia deixar passar em branco? – Você me encurralava em um canto, enquanto apertava fortemente meus braços. – Ah Jungkook... Eu apenas pensei no bem do meu querido Hoseok.

 

- Fazer a cabeça dele?! Isso é fazer o bem para quem ama?! – Te empurrei, mesmo sendo uma tentativa inútil. Você me agarrou pela camiseta, deixando-me encostado na parede.

 

- Quer dizer que você acha que o ama mais que eu? – Riu, enquanto continuava cuspindo palavras sem nexo na minha cara. – Bem que eu sempre soube que você também era um viadinho trancado no armário.

 

- I-isso não vai mudar n-nada! – Comecei a chorar, mesmo não querendo. Sua risada aumentou, igual nas lembranças daquele dia da festa, que invadiram minha mente novamente. Na verdade, elas nunca saíram dos meus pensamentos, não completamente.

 

- Ah, o bebê está chorando! – Me arremessou com força para o chão. Tudo parecia estar voltando: as cenas, as palavras, as mentiras, tudo. Só que, desta vez, eu preferi me render. Como eu fui tolo. – A putinha não pode sair do armário, senão a mamãe vai brigar!

 

- V-você vai pagar... – Sussurrei, me encolhendo no chão. – Hoseok v-vai ver quem você é de verdade...

 

- Não tente me ameaçar, Jeon. Não é porque a sua máscara caiu, que eu vou ser afetado também. – Você finalizou, antes da minha visão ficar toda escura, como sempre terminavam nossos ‘encontros’.

 

                Agora entende o motivo de sermos tão parecidos, ao mesmo tempo em que somos diferentes? Você é um moleque mimado e infantil, enquanto eu sou um garoto fraco e inútil. Nós temos defeitos, Taehyung. A diferença é que você preferiu esconder os seus, optando também por julgar os dos outros. Mas me responda: Será que vale a pena tudo isso? Mesmo eu estando morto, só quero ter a certeza de que você saiba o que fez e o que ainda faz. Não estou te ameaçando, nem nada. Mas você não vai escapar tão facilmente desta vez.”

 

.

 

.

 

[...]

 

- Aonde caralhos você havia se enfiado durante o intervalo? – Resmungo ao notar o tom de voz de Yoongi. Irritado, nem é mais novidade. Ás vezes, ele parece a porra de uma garota com TPM, que fica te enchendo a paciência até você assumir que “errou”. – Fui obrigado a conversar com aquele chato do Jinyoung, ele só sabe falar sobre “Como o novo filme do Homem-Aranha vai ser um fracasso maior que Esquadrão Suicida”. – Reclamou, imitando o outro.

 

- Estava resolvendo algumas coisas, algum problema? – Viro-me para ele, que continua emburrado. – Eu também tenho uma vida sem você, Yoongi!

 

- Desculpa, popularzinho! Sei que você tem vários amigos mesmo, sabe?  – Ele finge-se ofendido, enquanto eu resolvo ignorar seu sarcasmo.

 

- Você me perdoa se eu te pagar uma pizza amanhã, donzela? – Brinco com ele também, mesmo sem ânimo algum.

 

- Te perdoo se me contar o que foi resolver, isso sim! – Yoongi para de andar, ficando na minha frente, impedindo-me de continuar. – Você ‘tá com uma cara fechada já faz um tempinho... É por causa do morto, né?

 

- Não é, cacete! – Fico um pouco constrangido, mas tento disfarçar. Sinto que, se contar a verdade para Yoon, ele não vai me deixar em paz durante uma semana inteira. Tento voltar a andar, em direção ao portão de saída da escola, mas ele continua me impedindo.

 

- Você não me engana, Park! Era apaixonado pelo garoto, lógico que iria ficar triste, não sou burro e você sabe disso. – Ele segura meus ombros, enquanto falava sério.

 

- Quem é você para descrever o que eu sentia por ele? Eu... – Suspiro, fechando os olhos por alguns segundos e tentando manter a calma.

 

- Recebeu as fitas, não foi? – Yoongi fala baixo, mas audível aos meus ouvidos. Abro meus olhos, surpreso e assustado ao mesmo tempo. Me afasto um pouco de si, tentando processar o que está acontecendo.

 

- M-mas que porra... – Olho para os lados, certificando-me que de não havia ninguém por perto para nos atrapalhar. – Como ficou sabendo das fitas?

 

- Isso não é problema que seja da sua conta, suponho. – Ele dá de ombros, ainda de forma séria. – Só saiba que, independente do que você ouvir aí, ou ouvir de alguém... Não acredite em tudo que ouve. Se quiser continuar, bem, opção sua. Mas eu nem te recomendo terminar essa merda, Acredite, não vale tanto a pena assim, como você pensa.

 

.

 

.

 

[...]

 

                Acabo de tomar meu banho, deitando-me em minha cama, ainda de cabelo molhado. Então quer dizer que até meu próprio melhor amigo sabe das fitas? Mas, como? Só se ele estiver envolvido com alguém que também saiba das fitas, é a maior hipótese, comparando com todas as outras que tenho. Mas eu não vou parar de ouvir estas fitas. Não posso e nem quero. Necessito saber o motivo de eu estar nestes áudios, saber o que errei.

 

                E acho que um bom primeiro passo é acertar as coisas com “certas pessoas”, não? Jungkook queria isso. Sinto que consegui entender isso. De fato entendi. Mesmo estando nas fitas, eu quero fazer com que todos paguem pelo que fizeram.

 

Mensagem para: Hoseok /20:30H.

 

: Por favor

: Eu preciso de explicações

: Talvez eu possa até te ajudar com alguma coisa

: Jungkook queria isso o tempo todo, nós que não percebemos

JH: Jeon está morto

JH: Será que não entendeu isso?

JH: Ele não quer nada

JH: Agora pare de me perturbar, por favor

JH: Tenha maturidade e aceite a verdade, Jimin

JH: Fará bem a você

 

Mensagem de: Taehyung /20:48H.

 

V: Olha

V: Sei que você ‘tá triste por causa de todas essas merdas

V: Mas entenda que teu namoradinho morreu

V: Isso não é motivo para você querer desgraçar a vida dos outros

: Igual você fez com a dele?

: Não tente escapar da verdade, Taehyung

V: Tenho dó de você

V: Acredita mesmo em uma pessoa morta?

V: Ele era fraco mesmo

V: Ele sabia disso

V: O problema foi todo dele

V: Mas se mexer com o Hoseok de novo, você vai se ver comigo

V: Vaza, Park

V: Você é tão inútil quanto Jungkook era

 

 

 

 

 


Notas Finais


Gostaram do tamanho do capítulo? Foi mais trabalhoso, mas tentei o meu melhor, e também estava com muitas saudades de escrever, vocês nem imaginam! SZ
Acho que deu pra notar que as cenas com o Jimin falando tem uma leve pitada de "comédia" e sarcasmo, né? Vai ser algo que vai acontecer muito na fic, pra quebrar um pouco esse clima "pesado" que a fanfic vai começar a tomar.
Eu mesma estou com dó do Jeon ;-;

Greenlight (Minha outra fanfic de Jikook): https://spiritfanfics.com/historia/greenlight-7938412

Espero que tenham gostado!
Kissus de panda!


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