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História 2 Pieces - CAPÍTULO - XVI - Mordidas


Escrita por: chrisamur

Capítulo 16 - CAPÍTULO - XVI - Mordidas


Fanfic / Fanfiction 2 Pieces - CAPÍTULO - XVI - Mordidas

Depois do acontecido, escutou que a tripulação rumava as cadeias de ilhas Odoritas. Gastariam três dias para chegarem lá. Ao que parecia, as Odoritas eram ilhas onde  viviam cinco diferentes povos e suas culturas em plena harmonia.

Como houve contratempos na exploração em busca de mantimentos na ilha anterior, onde se culpou por todos terem sido aprisionados, atracariam nas Odoritas, afim de se reabastecer com o que fosse necessário.

Havia decidido ficar naquelas ilhas assim que atracassem. Tudo parecia a compelir a deixar aquele navio. As palavras de Shanks ecoavam em sua mente.

Ela realmente  achava que ela fosse uma ameaça àquelas pessoas, principalmente agora que ela sabia que era um membro da marinha, e que, por sua vez, perseguia e matava a piratas.

Fora tomada por uma onda de depressão, e por um dia inteiro, se isolou na torre de vigia do mastro principal até a noite. Desde o acontecido no navio do ruivo, ela não teve coragem de vê-los. De ver a decepção no rosto deles. Teria sim, que encarar o capitão, e fora naquela noite que ela decidira criar coragem para expor o que realmente queria.

Queria saber quem ela era, mas sabia que descobrir aquilo a tiraria dali. Mesmo se decidisse ficar, não teria o que realmente queria. O mais correto que lhe veio em mente, foi deixá-los, o quanto antes.

Talvez, nas ilhas Odoritas, houvesse algum posto da marinha no qual, após, claro, seus anfitriões deixassem o lugar, ela se apresentaria e recuperaria seu passado. Decidiu então, descer do posto de vigília disposta a falar com Luffy a respeito de sua escolha.

 Organizava seus pensamentos e bolava uma forma com a qual se dirigiria para o capitão, explicando tudo. Ele lhe pareceu ser alguém sensato, e com certeza entenderia seus motivos e a permitiria partir.

Não havia outro jeito, sua perda de memória colocara aquelas pessoas em grande risco por mais uma vez, e deixou, aparentemente, abalada, uma relação antiga. Ela causava mais problemas do que o esperado.

O que realmente queria...

Descendo do mastro do olheiro, foi abordada por ele, Sanji, o cozinheiro.

- Notei que não tem feito as refeições como deveria – Dissera com um ar alegre. Segurando uma vasilha preta entre as mãos da qual exalava um aroma delicioso.

Mesmo diante de sua gentileza, a presença dele a fez lembrar de outro incidente, entre ele e a navegadora. Uma confusão de sentimentos se formou na cabeça da espadachim e logo, não pôde conter seu olhar frio e até mesmo indiferente quando se virou para o fitar. Ele estranhou a reação e postura dela. Era como se a sua frente estivesse uma barreira de gelo. Notou sua indiferença pela fisionomia fria e pouco receptiva desta, mas, nem mesmo isso lhe tirou o sorriso de seu rosto.

"Você deve estar realmente mesmo muito feliz, após o beijo que levara da navegadora, que finalmente pareceu “atender” aos seus desejos", pensara a espadachim. O pensamento de que àquela altura, ambos deveriam estar juntos, lhe embrulhou o estomago. Ignorando o mal humor dela, ele preferiu manter-se amigável e dissera:

- Achei que não tivesse fome por seu estômago não estar muito bem, devido ao rum. Mesmo assim, precisa se alimentar. Fiz esta sopa, é bem mais leve para uma boa digestão. Seu organismo deve a aceitar sem se rebelar.

Completara com um sorriso,o qual, ela não conseguia mais achar lindo... não tão lindo... e não conseguia mais o fitar.

- Dê para a navegadora, ela deve estar pior do que eu e acho que ela com certeza apreciará mais do que qualquer um, não acha? – O tom de suas palavras se desenrolou carregado de deboche e ironia, e o percebeu ficar sem jeito, quando “dela” falou.

Após um leve pigarrear, demonstrando claramente estar pouco a vontade com aquilo tudo, ele rebatera:

- Ela aprecia o que cozinho tanto quanto os outros, modéstia à parte. Diferente de você, pelo visto, que ainda não fizera refeição alguma desde que voltamos. E eu, fiz esta sopa para você - Completara sorrindo ao estender a vasilha negra para ela.

- Eu passo – Dissera secamente.

- Você não tem se alimentado direito, seria bom que fosse ver o Chopper, pode ser resquício do álcool em seu organ....

- Não há nada de errado com meu estômago...

 “A não ser, quando tenho que presenciar certas coisas.” Pensou, e guardou este pensamento só para ela, se lembrando do beijo que eles haviam dividido, e que ainda enojava. Então, rebateu da forma mais grosseira possível:

- Agora... Com certeza, há algo de errado com seus ouvidos.

Sua patada fez os ombros dele se comprimirem por um instante, e em sua feição, ela pôde notar o total alienamento dele para com aquela reação hostil dela.  Ainda atordoado com a agressividade dela, ele gentilmente pousou a mão no ombro desta, perguntando:

- Está... realmente, bem?

Não havia motivo de o afastar de forma abrupta, ele não tinha culpa de nada. Nem sabia porque o tratava daquela forma. Não conseguia evitar. Ele havia feito uma escolha e ela não fazia parte dela. O que poderia fazer? Afastou-se o mais sutil que pôde dele, se distanciando de seu toque, mas ao contrário de seu gesto, de forma abrupta e sem pensar, dissera:

- Quero cozinhar minha própria comida.

O viu erguer a sobrancelha, e entreabrir levemente os lábios, tentando proferir palavras que estavam lá, mas não tinham forças que superassem sua surpresa quanto ao que ela havia imposto. Incrédulo com o que ela havia dito, ele tentou aos poucos se pronunciar:

- Mas... – Parecia que havia dado a ele algo de difícil digestão, confuso, ele respondeu: -... eu sou o cozinheiro do navio...

- E eu quero comer de minha própria comida – Disse sem cerimônias.

- Existe algo de errado com meu tempero?... – perguntou preocupado enquanto seus olhos azuis a analisavam.

“Sim, existe, saber que tudo o que como, uma hora fora tocado por você.” Guardou essas palavras para si. Então, deu uma resposta qualquer:

- Sinto falta do tempero de minha terra.

- Bom, então... – Um sorriso esperançoso daqueles que carregam consigo a solução de um problema brotou de seus lábios, e logo, este completara:

- Apenas me diga como é o tempero de sua terra que eu posso fazer para você, e caso não o tenhamos a bordo, ao atracarmos na próxima cidade, eu posso providenciar e....

- Não há necessidade... – Respondeu secamente - Escute, eu não estou pedindo nada demais aqui. Vou descer nas Odoritas, até lá, temos mais dois dias de viagem. Só vou usar o espaço da cozinha durante o período de dois dias, é só o que peço. E então, o que diz?

Ele a observou por um tempo como se tentasse ler sua mente, e ela, aguardou por sua resposta. O observou levar a mão à cabeça em um gesto de quem estava nitidamente confuso com aquela decisão, e desgostoso em ter tido que escutar àquele pedido, que para ele, pareceu ser bastante ofensivo. Ele inclinou a cabeça para ascender seu cigarro, que até então, carregava apagado em meio aos lábios, e depois de uma longo trago, respondeu sem erguer a cabeça, ou a olhar:

- Negativo, a cozinha é minha - Sua voz ficara mais encorpada como se tentasse controlar sua fúria em meio a uma decisão que não daria a ela direito algum de argumentação.

Deu as costas para ela, e enquanto caminhava, dissera:

- Caso tenha algo a reclamar, reclame diretamente com o capitão. Já que comigo parece não haver conversa. Até lá, vai ter que se contentar com minha culinária.

- Passei quase vinte dias sem comida. Acho que posso aguentar dois... – Respondeu raivosamente.

Enquanto caminhava, o observou comprimir os ombros novamente como se as palavras dela o tivessem alcançado e o atingido em cheio. Ele parou seu trajeto, e por um segundo, ela achou que este fosse se virar e explodir de uma vez, mas então, ele tragou seu cigarro para em seguida, colocar as mãos no bolso, e dizer:

- Faça como quiser... – A voz soou baixa, abatida e amargurada.

Caminhou até a porta que dava acesso a cozinha, e depois de adentrar o local, a bateu atrás de si com toda a força que pode, descontando ali, sua frustração.

Ela havia o atingido de forma certeira. Havia ferido seu orgulho enquanto cozinheiro responsável pela tripulação do Sunny-Go. Pensar naquilo a satisfez, mas ao mesmo tempo, a entristecera.



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