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História 2 Pieces - CAPÍTULO - XIX - Copo Cheio


Escrita por: chrisamur

Capítulo 19 - CAPÍTULO - XIX - Copo Cheio


Fanfic / Fanfiction 2 Pieces - CAPÍTULO - XIX - Copo Cheio

Eu sabia os horários nos quais ele costumava cozinhar para todos, e eu os evitaria, caso eu usasse a cozinha, coisa que achava que não faria tão cedo, pois tudo o que aconteceu e acontecia, a incerteza do que poderia vir, havia me tirado o apetite.

Era noite do segundo dia e eu sentia o corpo um pouco mole e mais cansado. Havia passado dois dias em jejum, apenas tomando água, e aquele pensamento se mesclou com uma voz que pareceu ler minha mente dizendo:

- Pretende se santificar tomando apenas água nesse seu jejum insano?

Era o cozinheiro.

- Não é da sua conta – Disparou.

Ele grunhiu algo ininteligível enquanto colocava um cigarro entre os lábios e o acendia, para depois de um longo trago, como se buscasse naquilo alguma calma para continuar a falar.

Continuou:

- Eu conheço bem a minha cozinha e....

- Parabéns... – Dissera secamente o interrompendo e o viu dar mais um longo trago, para poder prosseguir:

- E.... eu sei que você não preparou refeição alguma, até então.

 - Você não tem outro lugar para ir, hein? – Fora bem ríspida – O que eu como ou deixo de comer, diz respeito a mim, e se eu não como, melhor para vocês, assim sobra mais, não é?

Escutei o som de seu sapado atrás de mim se aproximar com passos rápidos e fortes, e quando me virei, este estava em cima de mim a me segurar pelos ombros, me fitando com a ira estampada em seus olhos. E em um rompante incontido, dissera:

- Por que está sendo tão estúpida? Será que não vê que ninguém aqui tem algo contra você? Por quê está fazendo isso afinal?

- Oi, o que está acontecendo aqui? – Interveio o espadachim, com uma cara de quem acabara de acordar, ou ser acordado. Sua face fora tomada pela surpresa ao ver o cozinheiro agindo de forma arisca para com a espadachim. Nunca imaginou um dia que uma atitude como aquela pudesse surgir da parte do cozinheiro para qualquer mulher que fosse, e estranhando aquele gesto, perguntou:

- Oi! O que está fazendo?!

- Não se meta marimo! – Respondera Sanji com o ar de poucos amigos soltando os ombros dela, voltando sua atenção ao nakama.

- Ahn? O que é? Vai querer encarar, é? – Inflou-se o espadachim de imediato retorcendo a cara para uma aparência nada amistosa.

Quando o espadachim partia para cima do cozinheiro, ele sentiu um ar agressivo a emanar da espadachim como havia sentido apenas uma vez, na praia, quando ela se deparou com o homem de rosto desfigurado que a chamava de assassina, e isso, o fez parar. Tomado pela surpresa, ignorou o cozinheiro e o atrito entre eles e a observou, mesmo tendo o cozinheiro a lhe sacudir pela gola de seu kimono, Zoro a observava se dirigir para a proa do navio, silenciosa e envolta a uma áurea carregada de tensão.

 Era como se ela fosse uma fera ferida, e ações de bichos assim, quando acuados, são imprevisíveis. Sua mão hesitou por três vezes em buscar a bainha de sua espada, não acreditando no que poderia vir a se desenrolar dali em diante. A sua frente vira o cozinheiro disparar, indo novamente na direção dela sem ter a noção do perigo com o qual iria bater de frente. Ele tentou estender a mão para alcançar e deter o nakama, mas já era tarde. Quando deu por si, viu o cozinheiro a segurar pelo braço e a virar:

- Agora escute aqui. A alimentação das pessoas deste navio, sejam tripulantes ou convidados estão sobre minha responsabilidade. Você não vai passar mais nenhum minuto sem se alimentar. Essa sua birra de menininha mimada já me encheu a paciência. Você vai por algo no estômago e vai ser agora!

A espadachim sorrira de forma vil enquanto fitava o cozinheiro, e com o veneno nas palavras disparou:

- Ora, ora... isso são modos de se tratar uma “dama”? Ou as cicatrizes em meu corpo me tiram da sua classificação do que é ser uma mulher?

Viu os olhos dele se arregalarem como se as palavras dela o chamassem de volta a razão, e da mesma forma abrupta que a segurara, ele a soltara, não rudemente, mas, com espanto, para com sua própria ação.

Ela observou os lábios dele se entreabrirem como se procurasse algo para rebater o que a ele fora dito, mas não conseguira achar nada adequado. O vira com os olhos espantados, perdidos e abatidos fitando as tabuas do convés, como se buscasse a resposta para algo.

 Então, novamente ela o fitara com o mesmo sorriso e dera o golpe de misericórdia:

- Afinal, você não é esse poço de gentileza que quer mostrar ser, quando é contrariado age feito um “menininho mimado” e se irrita fácil. Saia da minha frente....

Percebera que suas palavras o fizeram encolher os ombros e baixar um pouco a cabeça, então, o viu posicionar-se de lado, como se a ela desse passagem. Aquilo de certa forma a decepcionara. Seu sangue fervia, queria que ele tivesse explodido mais uma vez, mas ao invés disso, encolhera-se.

Estalou os dentes em um ato depreciativo para com o cozinheiro e ignorou o olhar inquisidor do espadachim que a fitava seriamente ainda tendo a mão repousada à bainha de sua espada, preparado para a sacar a qualquer instante.

Ele a sentiu cheia de ira e frustração, era como se a qualquer instante ela fosse explodir. Ele a viu passar por ele e olhar de soslaio para suas espadas, para então, a escutar soltar um riso abafado e escarnecedor. E antes que pudesse pensar, ele já havia agido. A atacou, e de imediato, ela se defendeu da mesma forma.

- Marimo estúpido! O que pensa que esta fazendo?! – Gritou o cozinheiro pego de surpresa por aquilo tudo.

- Esvaziando o copo antes que ele transborde... – Respondera ele enquanto se defendia de cinco rápidos ataques dela.

O cozinheiro não gostou daquilo, mas Sanji entendera o propósito do espadachim. Ela estava tensa e agressiva. Pôde, sem sombras de dúvidas, notar isso nas palavras dela de outrora, provocativas como se o chamasse para um embate. Talvez, naquele momento, aquela fosse a melhor opção de acalmá-la.

As palavras dela, no entanto, ainda assombravam a mente do cozinheiro e aterrorizavam seu coração que se comprimia a cada troca de golpes que esta disparava contra o espadachim e se defendia.

Enquanto trocavam golpes, o espadachim percebera que ela não lutava para valer. Ela não estava concentrada e sua espada estava dispersa, então em um momento oportuno, ele defendeu-se de outro ataque sem foco e a empurrou contra as alhetas à fazendo bater as costas.

Parada contra as alhetas, ela permaneceu por um instante, e então, o espadachim a viu guardar a espada e de cabeça baixa, ela dissera um quase inaudível, “desculpe”.

O espadachim embainhou sua espada ao sentir que a agressividade dela se dissipara dando espaço a desolação. O cozinheiro respirara aliviado ao ver que tudo tinha chegado a um fim.

A espadachim deixou o local rumando para a proa, já que este parecia-lhe ser o único lugar deserto do navio no momento, talvez, lá, tivesse algum sossego.



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