História 2 Weeks [Namjin] - The kids aren't alright

Taehyung e Jungkook haviam chegado na paragem de destino. Durante todo o trajeto, Jungkook tinha o estômago embrulhado pela má sensação que persistia em incomodar, mas pôde notar o pontinho laranja sentado alguns bancos mais a sua frente, distraindo-o da sensação ruim e preenchendo-o com borboletas no estômago.

“Aigo, Isso está ficando fora de controle.” Jungkook abanou a cabeça quando as portas do veículo abriram.

Desceram do ônibus e os dois amigos logo se despediram. Embora vivessem na mesma rua, Tae vivia bem mais abaixo, enquanto Kook vivia praticamente em frente ao ponto de ônibus. Estava chovendo, então Kook pode ver Taehyung correndo comicamente rua abaixo com a mochila sobre a cabeça morena. O muleque esquecia sempre do seu guarda-chuva.

O maknae estava pronto a ir embora, quando notou que uma pessoa havia ficado parada debaixo da cobertura, esperando a chuva passar. Tinha a touca da sua blusa posta e estava de costas para si, não dava para ver quem era. Pensou em oferecer parte de seu guarda-chuva, afinal se a pessoa havia descido naquela paragem, não deveria viver longe.

- Me desculpe, você quer dividir o guarda-chu- –  A voz de Jungkook desfez-se num sussurro ao ter o rosto do ruivinho virando para si com um ar surpreso. – Oh. – Engoliu em seco. – Olá, J-Jimin-hyung.

O baixinho tinha um olhar surpreso no rosto e seus lábios estavam um pouco juntos, fazendo um biquinho fofo. Os óculos redondos estavam um pouco respingados da chuva. Depois de piscar algumas vezes enquanto encarava o mais novo – para a sua morte – seu semblante passou para um sorriso gentil, que por sinal quase matou Jungkook ali.

- Oh! Olá Jeon! – Ajeitou a mochila em suas costas. – Nunca reparei que você descia aqui.

Facada. O maior sentiu uma pequena pontada de decepção ao concluir que o mais baixo não prestava grande atenção m si.

- É-eh. – “Caramba! Pare de gaguejar! AAAHHH!” – Eu vivo naquela casa amarela. – Disse, enquanto apontava para a mesma.

- Wow! Somos vizinhos bem próximos então! – Jimin virou alegremente e apontou para o outro lado da rua. – Eu vivo nesse prédio! Estamos quase de frente um para o outro!

Jimin parecia bastante contente. Parecia um cachorrinho. Jungkook sentiu que poderia morrer de tanta fofura, nunca tinha visto o mais velho tão empolgado. Abanou a cabeça e retomou o que ia fazer.

- Hyung, você quer que eu te leve até a porta? Está chovendo muito e você não parece ter guarda-chuva… – Jungkook perguntou.

- Você não se importa? O meu quebrou hoje cedo com uma rajada de vento.

Fez um bico de olhos fechados e um semblante tristonho. Jungkook sentiu seu peito explodir, AQUILO ERA DEMAIS, e sem querer acabou socando a parede de metal da paragem, fazendo o metal ressoar bem alto, a fim de se controlar.

Jimin deu um passo para trás e arregalou os olhos com o susto, olhando para Jeon, que nesse momento tinha a maior expressão de terror mudo estampada na face pálida, tendo os olhos arregalados e os lábios contraídos numa reta, enquanto mantinha o punho contra a parede metálica e olhava para um Jimin assustado.

“AH, JUNGKOOK VOCÊ É RETARDADO?! TÁ DANDO UMA DE NAMJOON AGORA?!”

 Se xingou mentalmente de todos os nomes possíveis e logo tratou de tentar se justificar.

- Ah. T-tinha uma aranha! Enorme! Eu odeio aranhas!

Soltou a primeira desculpa – muito má por sinal – esfarrapada que encontrou enquanto dava risinhos nervosos. Puxou a mão rapidamente e logo embrulhou-a em sua mão livre.

Jimin apenas o encarava de olhos arregalados, até começar a gargalhar muito alto. Deixando Jungkook confuso.

“Ele deve pensar que sou demente agora!”

- Nossa! – Jimin ainda ria. Tinha um riso muito gostoso de ouvir, e seria ainda mais de ver se o infeliz não tapasse a boca com a mão. – Me desculpa! Mas foi muito engraçada essa sua reação! Quem diria que um garoto tão grande teria medo de insetos a ponto de lhes bater! – O ruivo secava uma lágrima que se formou no canto dos olhos. – Geralmente as pessoas fogem desses bichos se têm medo deles, elas não esmurram a criatura! – E seus risos gostosos continuaram até Jimin ficar visivelmente constrangido por se rir tanto. – M-me desculpe. – Finalizou corando, claramente envergonhado.

Jungkook apenas ficou parado ali por um momento. Era a primeira vez de Jungkook ouvindo e vendo o mais velho rir daquela forma. Ah, aquele garoto seria a sua morte.

- A-ah! Tudo bem hyung! Não faz mal! – Deu um riso nervoso. – E-então, vamos? – Abriu seu guarda-chuva.

Jimin assentiu ainda envergonhado e se pôs do lado do mais novo, embaixo do guarda-chuva. Ele era tãããããão pequeno perto de Jeon. Não que Jimin fosse absurdamente pequeno, era claramente mais baixo que a média, mas Kook era mesmo muito alto, deixando o contraste bem evidente. E ver o reflexo de ambos no vidro lateral foi uma flechada no maior, parecia aquelas cenas românticas dos filmes.

Andaram a passos rápidos até a porta de Jimin, que a abriu desajeitadamente com medo de se mexer muito e acabar por fazer o mais novo se molhar a medida que a chuva se intensificava. Os dois entraram e a chuva ficou bem mais agressiva.

- Nossa, que temporal. – Jungkook abanava os ténis que ficaram inevitavelmente encharcados.

- Pois é. É sempre assim aqui? – Jimin perguntou, era mesmo uma chuva muito forte.

- Não. É a primeira vez que vejo chover assim. Credo. Parece que abriram as barragens do céu.

Jungkook fechou o semblante. Teria essa chuva a ver com seu mau pressentimento? Jimin ao notar a expressão de Jeon logo lhe chamou:

- Jeon? – O mais novo virou para si. – Está chovendo mesmo muito, e você está com o bloco de desenho na mochila. – Você quer ficar na minha casa até a chuva passar? – Jimin olhou para baixo, para os sapatos molhados. Ainda se sentia mal por ter rido do mais alto. Claro que olhando para baixo não notou os olhos ultra-mega esbugalhados de Kook quase lhe saindo das órbitas. – Eu até posso fazer comida pra você! Já é hora de almoço mesmo.

Jungkook amaldiçoou e agradeceu aos céus. Isso era um teste? Estava o universo pondo seu espírito a prova. Que seja!

- Se não for incomodar…. – Disse timidamente.

Jimin lançou-lhe mais um de seus preciosos eye-smiles e chamou-o com a mão. Subiram rapidamente o lance de escadas, e deram num átrio com apenas 3 portas, dois de apartamentos e um deveria ser um quarto de arrumações. O prédio tinha apenas 2 habitações, “Assim como o de Taehyung”, Kook observara.

Jimin franziu as sobrancelhas e olhou para a porta do apartamento a frente confuso, deu de ombros e entrou, chamando o mais novo logo a seguir.

- Sinta-se em casa. Pode deixar seu ténis aí. – Apontou para um canto cheio de calçados. – Eu vou te dar uma toalha, pode sentar onde quiser. – Jimin sorriu e adentrou um corredor, deixando Kook na aconchegante sala.

Jungkook reparou que haviam ali calçados demais para uma pessoa só, e logo que eram de tamanhos diferentes. Jimin vivia com alguém? Ah, esperava que fosse um heterossexual flamejante e nunca sequer olhasse para seu Jimin com outros olhos. Abanou a cabeça para afastar seus pensamentos absurdos e deu um peteleco em si mesmo.

“Pare de ser idiota.”

O mais novo sentou num banco em frente a bancada da cozinha – bancada essa que separava a cozinha e a sala – e pegou seu celular para avisar Namjoon que estava com um amigo.  

- Jungkook, você quer roupas secas?

Logo pôde ouvir os passos de Jimin voltando, saindo do corredor. Jeon casualmente virou para a direção da voz, sem ter a menor ideia do que iria presenciar.

PUTA.QUE.PARIU.

Jungkook teve um nó na garganta, seu coração quase literalmente lhe saiu pela boca.

Jimin estava ali, olhando inocentemente para si, EM TRONCO NU, exibindo o seu corpo odiavelmente sexy, apenas com uns calções que revelavam bastante de suas pernas grossas e ainda tinha os cabelos húmidos, caídos sobre a fronte. Estava sem óculos – era a primeira vez que Jeon o via sem eles – sua pele húmida refletia a luz vinda da varanda e seu rosto tinha um tom corado.

Jungkook não pôde evitar soltar um gritinho alto e cair da forma mais ridícula possível da cadeira. Tinha a cabeça a roda e sentia o sangue a fluir para lugares impróprios. Estava oficialmente mais vermelho que a cabeça de Park, que assistia a aquela cena completamente confuso, apenas continuando a secar o seu cabelo enquanto olhava o mais novo ter uma batalha interna consigo mesmo no chão.

- Jeon, o que você está fazendo? Está tudo bem?

Jimin ia se aproximando sem que o mais novo notasse, então quando decidiu levantar a cabeça do chão, Jimin estava tão próximo que podia sentir o calor emanar do mais pequeno. Estava agachado a frente do rosto do mais novo, lhe providenciando uma vista eu não ajudava nada o seu atual estado.

- S-sim eu to bom… BEM! EU TO ÓTIMO FOI SÓ OUTRO INSETO VOCÊ TEM BANHEIRO? CLARO QUE VOCÊ TEM QUE PERGUNTA IDIOTA. POR FAVOR ME DEIXE IR NO BANHEIRO. – O rapaz falava alto, de forma robótica, muito rápido e sem pausas.

- No corredor, é a porta sempre em frente. – Jimin disse, segurando o riso com todas as suas forças. Não sabia porque o maknae estava agindo assim, sabia que não havia insetos dessa vez, mas não prolongou o sofrimento do mais novo nem se incomodou em descobrir isso no momento. Ele era fofo assim.

Jungkook levantou-se a uma velocidade impressionante e trancou-se no banheiro. Xingou-se de tudo e mais um pouco pela segunda vez naquele dia, graças a sua mais recente, digamos, falta de controle.

Olhou para baixo. Era bastante visível.

A essa altura até já sentia-o vibrar, mas não poderia se aliviar agora. Tentou pensar nas coisas mais broxantes que se lembrava, mas a cada 5 coisas que lembrava, 10 eram Park em situações nem um pouco apropriadas.

Escondeu o rosto entre as mãos, envergonhado consigo mesmo. Desde quando virara um pervertido? Estava quase cedendo à ideia nada inteligente de se aliviar ali, mas logo ouvir um bater na porta.

- Está tudo bem aí?

“PORRA.”

- S-sim, e-eu tava espremendo a roupa.

- Jeon, você quer roupas secas? As minhas são pequenas pra você, mas meu primo é bem grande, devem te servir.

- A-ah, sim por favor.

O susto que tomou foi broxante o suficiente para lhe salvar. Suspirou em alívio, abrindo a porta logo a seguir. Park já estava vestido e Jungkook se xingou – novamente – por ter ficado decepcionado por isso.

- Anda. – Jimin chamou-o com a mão, pondo seus famosos óculos redondos com a outra. – Ele vive no apartamento da frente, já deve ter chegado da escola. Eu vou lá buscar.

Jungkook acenou e os dois rumaram a porta da frente. Jimin novamente fez uma expressão confusa, mas sacudiu os ombros e bateu a porta.

- Hyung! – Chamou, mas não obteve resposta. – Jin-hyung! Hobi-hyung!

“Jin?”

- Que estranho, a essa hora Jin-hyung já deveria estar em casa… Se bem que ele não tava no ônibus… - Jimin pôs a mãos pequeninas no queixo e tinha o rosto franzido. – Terá ficado preso na escola por causa da chuva?

O mal-estar de Jungkook voltou rapidamente, fazendo-o cambalear.

- Kook está tudo bem? – Jimin parecia preocupado. Sua voz aveludada deu arrepios no mais novo. – Você está gelado, espera aí! Vou buscar a chave extra.

Jimin andou a passos rápidos para o próprio apartamento deixando Jungkook ali no átrio. Era possível ver um pouco do céu pela cúpula de vidro. O céu estava escuro e medonho, digno de um filme que narrasse o fim dos tempos.

Pegou seu celular e isso deixou-o mais preocupado ainda. Não havia nada de Namjoon. Mandara mensagem a mais de 45 minutos e não obteve resposta. Seu irmão respondia quase sempre de imediato, estivesse onde estivesse. Era muito raro não o fazer. Sentiu o sangue fugir do próprio rosto e ficar tonto outra vez.

Jimin voltou tão rápido como foi, com uma expressão preocupada pelo estado do mais novo.

- Meus Deus, você está tão pálido. Venha! Vou te dar roupas quentinhas, fazer seu almoço e depois podemos ver filmes a tarde toda se quiser.

Jimin usou a voz mais aveludada que conseguiu, e fez uma expressão tão doce que quase deixou Jungkook diabético. Estava adorando toda essa atenção. Ficou surpreso pelo baixinho afastar seu mal-estar tão rápido.

Logo entraram no apartamento e Jungkook notou um retrato na sala. Logo reconheceu um dos rostos ali.

“É O CRUSH DO NAM AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH”

Jungkook não pôde conter um sorriso no rosto. Quais eram as probabilidades? Jimin chegou com peças de roupa seca, notando a atenção do mais alto à foto.

- Toma.

- Obrigado.

Jeon pegou as roupas e ia em direcção ao banheiro, mas Jimin falou:

- Ele é bonito não é?

Jungkook olhou confuso.

- Meu primo, Seokjin.

- Oh! – Jungkook não podia negar, o rapaz parecia um idol. – Sim. Desenhar ele deve ser legal.

Jimin deu um sorriso estranho. Jungkook podia jurar que viu… malícia?

- O seu irmão gosta dele, não é? – Jimin perguntou rindo.

Jungkook engasgou na própria saliva.

"ELE SABIA?"

- Como você sabe?!

- Ah Jeon, tava muito óbvio, a escola inteira já sabe. É o ship preferido de todo mundo agora. – Jimin tentava segurar o riso em vão.

“AI CARALEO SOCORRO. NAMJOON SEU VACILÃO”

Jungkook ficou ali por um momento, mas logo começou a rir.

- É, NÃO É! EU BEM DISSE QUE O CARA NÃO SABE DISFARÇAR!

- EU SEEEEEEEI! – Jimin deu uma palmada no ombro de Jungkook, ficando lá com a mão. – Cara ele seca Jin com tanta força que quase dá pra ver laser saindo dos olhos dele. E se alguma menina ou menino chega perto, dá pra ver a aura maligna vindo dele.

- AI CARALEO EU TO URRANDO! NOSSA. AI MANO. SOCORRO.

Permaneceram assim até se cansarem de rir e sentarem no chão.

- Por falar em vacilões – Jungkook levantou o celular ao nível dos olhos. – Ele ainda não me respondeu. Não é normal, ele já deveria estar em casa.

Jimin fez um bico enquanto admirava o teto com as sobrancelhas franzidas.

- Jin-hyung também já deveria estar aqui. Estou preocupado. – Hesitou antes de continuar. – Era por isso que você estava se sentindo mal?

Jungkook levantou o tronco de supetão, encarando o mais velho.

- Como você sabe?

- Intuição? Eu apenas sei. Isso acontece muito comigo. Eu simplesmente sei. – Park falava enquanto brincava com a cordinha do seu moletom.

- Wow. Então você também faz parte do clube dos esquisitões. Seja bem-vindo. – Jungkook disse com a voz brincalhona, olhando divertido para o semblante confuso de Park. – Eu sempre sei quando algo ruim vai acontecer, Namjoon consegue destruir coisas apenas de lhes tocar, é bizarro. – Continuou. – E meu amigo Taehyung nunca, em hipótese alguma, fica doente. Se cura de machucados muito rápido e se você estiver com ele, você se cura mais rápido também.

- Taehyung? Bem, de qualquer forma. – Seus olhinhos começaram a brilhar. – Meus outros primos também são bem esquisitos!

Jimin se ajeitou no tapete e Jungkook se pôs de joelhos e se inclinou para frente totalmente atento. Queria conhecer mais gente “estranha”, era viciado em todo o tipo de coisa mítica e misteriosa.

- Bem eles não são meus primos de verdade, são por consideração. Jin-hyung e Hobi-hyung são meio irmãos, têm pais diferentes. A mãe de Jin-hyung faleceu no parto, mas a mãe de Hobi-hyung trata Jin como se fosse filho dela. Os pais deles são meus padrinhos. – Jimin tinha um sorriso carinhoso no rosto. – Yoongi-hyung-

“WOW WOW WOW PERA LÁ.”

- Yoongi? Min Yoongi? – Jungkook estava Jungshook.

Jimin riu. Já esperava por essa reação.

- Sim, o cara verdinho que seu irmão morre de ciúmes, é primo de Seokjin-hyung. – Jimin ria olhando a cara atónita de Jungkook.

Jungkook fez o seu famosinho tique com a cabeça e deu um sorriso de nervosismo. Quais eram as possibilidades de isso acontecer? Estar tudo ligado? Vejam lá, o tal Hobi e Tae também estavam envolvidos nessa mixórdia.

- Eu estou sem palavras sobre a falta de sorte do meu irmão. E sobre toda essa situação estranha. Acho que gente estranha atrai situações estranhas. – Pôde ver Jimin concordar. – E já que estamos nessa de revelações familiares, eu não sou irmão de verdade de Namjoon-hyung, sou adotado. – Pôde notar os olhos de Jimin crescerem e soltou um risinho soprado. – Meus pais morreram a alguns anos e fui adotado pelos melhores amigos deles, ou seja, os pais de Namjoon.

- Nossa, me desculpe. – Jimin fez um carinho breve na cabeça de Jeon, deixando-o constrangido, mas feliz.

- Tudo bem. Eu sou muito feliz hoje de qualquer forma, e sei que meus pais estão felizes por mim lá onde eles estão, perto das estrelas. – Kook olhava pra baixo um pouco tristonho, mas deu um suspiro e levantou a cabeça. – Mas me diga, continua o que você estava dizendo dos seus primos.

- Ah, sim. – Jimin levantou o dedinho gordinho. – Yoongi-hyung é primo de Jin-hyung, mas não de Hobi. A mãe dele é irmã da mãe de Jinnie-hyung. Ele e Hobi-hyung se gostam a anos, mas ficam de frescura porque se consideram primos mesmo não o sendo. – Jimin bufou irritado. – Até a mãe do Hobi shipa os dois, mas eles são teimosos. Enfim…

Jungkook estava adorando ouvir a voz de Jimin, nunca o viu falar tanto. De fato, nunca viu tanto de Jimin, só hoje.

- Yoongi-hyung consegue convencer as pessoas a fazer tudo. Nunca falha. Ele nem tenta muito e consegue, é quase como se conseguisse controlar elas. Sinistro. Ele não gosta de fazer isso entretanto, a menos que seja pra roubar bolacha, aquele vacilão branquelo. – Jungkook soltou uma gargalhada com o comentário de Jimin. – Jin-hyung faz com que todo mundo automaticamente goste dele apenas de respirar, mas não de forma normal, é quase como se as pessoas se apaixonassem platonicamente por ele, pra infelicidade do teu hyung, que vai ter de concorrência constante. – Jimin franziu a testa, fez um bico feio e olhou pra Jungkook fazendo um ar de pena forçado, e o mais novo riu batendo na perna. O muleque era uma comédia. – E Hobi-hyung… é o mais estranho. As coisas reagem a ele. Se ele desejar sol, faz sol, se ele quiser frio faz frio. Se ele tocar flores murchas, elas voltam a vida na maioria das vezes passados alguns dias. A gente chama ele de sunshine por causa disso.

Os dois ficaram ali mais um tempo conversando animadamente, até decidirem ir para a casa de Park almoçar. Jimin fez uma macarronada incrível, e Jungkook suplicou para almoçar com o mais baixo mais vezes, que aceitou de bom grado.

Depois de se empanturrarem, ambos se sentaram no sofá com cobertas quentinhas e decidiram assistir Suicide Squad. Estava cada um num canto do pequeno sofá, assistindo calmamente até Jimin se aproximar perigosamente de Jungkook, que notou a movimentação estranha mas o nervosismo não o deixou se mexer.

- Hey, Kookie. – A voz de Park era baixa e aveludada, dando novamente arrepios em Jeon. Jungkook ficou muito surpreso pelo mais recente apelido, fazendo-o se virar para fitar o outro com uma expressão surpresa. – A-ah, me desculpe, saiu sem quer-

- Tudo bem! Sério. Eu g-gosto. – Corou ao admitir tão descaradamente. – Sinto que parecemos mais amigos do que quando me chama de “Jeon”.

Jimin sorriu mais uma vez com seu tão adorado eye-smile, mas logo abriu os olhos numa expressão entusiasmada que rapidamente se transformou num sorriso visivelmente malicioso, fazendo a mente do mais novo rolar solta.

- Você acha que o seu irmão e o meu primo estão, tipo, numa aventura?  - Perguntou sugestivo, fazendo Kook corar. – Os dois estão desaparecidos, e não pude deixar de notar a cena hilária de hoje de manhã. Sério o Jin-hyung não sabe se esconder. – Tapou a cara com uma das mãos enquanto abanava a cabeça em reprovação. – E depois eles saíram correndo sabe-se lá pra onde. Devem andar pelos cantos aos beijinhos.

Jungkook xingou-se – mais uma vez – por achar que seu pequeno hyung estivesse a insinuar coisas indecentes. A forma como ele disse “beijinhos” fora odiosamente fofa. Ah~~.

O mais novo abanou a cabeça e se focou na situação. Fazia sentido, Namjoon não iria perder a oportunidade de ter um momento com seu crush. Afinal, quando ele gostava de algo, ficava viciado naquilo, tal como aconteceu com a música, que tornou-o no virjão que é hoje. Não que tivesse o direito de criticar, era exatamente igual.

“Virjão ainda, não é, com os dois desaparecidos… pelo andar da carruagem…”

Deu mais um peteleco em si mesmo. Andava com a mente muito impura ultimamente, e a razão estava nesse momento a centímetros de si a lhe dar mais um maldito sorriso sugestivo.

- Jeon… - Sua voz soara unusualmente grave, Jungkook morreu um pouco. – Você está pensando indecências, não é?

Jungkook engasgou-se na própria saliva e ficou vermelhíssimo, negando a plenos enquanto Park se escavacava a rir do mais novo.

*****

A chuva caía forte, tornando a subida ainda mais difícil. A terra estava escorregadia, o frio deixava seus membros dormentes, e o cansaço começava a pesar.

Jin tinha as duas pernas inutilizadas, numa o tornozelo estava muito inchado e provavelmente torcido, na outra o joelho tinha uma ferida profunda e estava até mais dorido que o tornozelo. Namjoon provavelmente tinha o ombro esquerdo deslocado, e os braços lhe doíam muito e sua coluna estava dorida também. O repentino peso de Jin forçou muito seus músculos. Era demasiada tensão concentrada apenas ali.

 Ainda assim, Namjoon levava Seokjin as costas. O moreno desmaiou enquanto estavam deitados no chão, e o platinado não viu outra opção senão leva-lo as costas. Ajeitou-o da forma que lhe doesse menos e começou a subir a estrada.

Os óculos e celular de Seokjin foram perdidos na queda e o celular de Namjoon estava quebrado por causa da água. Seokjin tinha a cabeça tombada sobre o ombro de Namjoon, e parecia quente. Com toda aquela chuva ele poderia ficar doente.

Namjoon já conseguia ver o final da parte íngreme do trajeto, que era a parte perigosa perto da floresta, quando sentiu Seokjin se mexer.

- Arrhh…. – Jin soltou um gemido de dor e confusão, fazendo Namjoon parar de andar. Ao se aperceber de como estavam, Jin arregalou os olhos e soltou um gritinho, se mexendo um pouco demais. – OH MEU DEUS, NAMJOON ME SOLTA! SEUS BRAÇOS ESTÃO MACHUCADOS!

- Au… Jin, pare de se mexer. Dessa forma sim eu sinto dor.

Jin parou automaticamente de se mexer e olhou triste para o mais novo. Falou com uma voz manhosa e um biquinho.

- Mas Nam, me ponha no chão, eu já te causei problemas demais hoje…

Namjoon estava derretido, ver Jin preocupado consigo lhe dava uma energia no espírito inigualável. Não pôde conter um sorriso.

- Jin, você NÃO consegue andar. Se eu te soltar agora, vamos demorar o dobro do tempo a sair daqui, e isso seria mais problemático, apenas aprecie a viagem aí.

-Mas-

- Sem mas. – Disse Namjoon retomando a caminhada.

Jin escondeu novamente a cabeça no pescoço do mais novo – coisa que ele notou que adorava – apertou as mãozinhas tortas no casaco de Namjoon, que notou o gesto. Pensou em alguma solução para não deixar que o outro se sentisse mal, e uma ideia um pouco ousada passou pela sua cabeça. Se bem que depois do dia de hoje, não tinha muito a perder.

- J-jin. – Namjoon chamou com a voz carregada de receio, mas continuou ao ver que o mais velho agora olhava para si. – N-não se sinta culpado. Nos dois fomos um pouco idiotas, mas olha, se você q-quiser a g-gente pode conversar com mais calma depois. Eu acho que eu deixei claro aquilo que eu sinto, se você na-

- KIM NAMJOON! – A voz de Seokjin soou alta e repreensiva. Namjoon congelou e se encolheu todo, se amaldiçoou por ter dito algo até ser interrompido pelo mais velho. – Não. Se. Atreva. A duvidar dos meus sentimentos também! – Namjoon olhou atónito para o mais velho, que se encontrava extremamente corado. – Eu acho que deixei bem claro lá trás o que eu sinto também, então n-não me venha com essa de ir devagar. Assim que estivermos longe dessa situação, eu vou pegar você, te encher de carinhos e beijinhos até você enjoar, porque olha, eu não aguento mais!

Namjoon tinha os olhos arregalados ao máximo e a boca aberta, enquanto olhava para um Seokjin extremamente envergonhado, mas ao mesmo tempo com uma expressão determinada em sua face corada. Namjoon sentiu o sangue correr para seu rosto e começara a sentir as orelhas quentes, com certeza estava tão ou mais vermelho que Seokjin.

- A-alguma coisa contra?! – Perguntou Seokjin, nervoso com a falta de reação do mais novo, que apenas piscou um par de vezes para si, ainda coma mesma expressão chocada.

- Se sairmos daqui depressa, você vai me dar beijinhos logo depois? –  Namjoon tinha uma expressão engraçada, entre o receio, a alegria e a surpresa.

- Meu bem, se sairmos daqui depressa, eu vou te dar muito mais que beijinhos. – Seokjin arrependeu-se imediatamente do que dissera, porque aquilo soara muito mais sugestivo do que realmente estava tentando dizer. Será que soou mesmo, ou lá no fundo ele disse aquilo de propósito? Namjoon começou a tossir compulsivamente, todo vermelho. – N-NÃO FOI NESSE SENTIDO, EU N-NÃO SOU UM PERVERTIDO!

- T-TUDOBEMEUNÃOP-PENSEINADADEMAIS. – Namjoon soltou numa arfada só, tentando se recompor e não pensar em coisas totalmente nada inocentes. – Meus Deus hyung! Cuidado com o que diz! Você quer me matar? Eu ainda quero muitos beijinhos nessa vida antes de morrer.

Seokjin soltou um risinho gostoso e balançou a cabeça.

- Não se preocupe quanto a isso. – Sentiu as bochechas queimarem de novo. – Pretendo te matar de outras formas, mais futuramente. – Agora sim, soou sugestivo de propósito, fazendo o mais novo tropeçar e quase cair. – Você me chamou de hyung de novo. – Jin dera um sorriso gentil.

- Quando?! – Namjoon perguntou indignado.

Jin fez uma cara super exagerada de indignação, enquanto dramaticamente colocava uma mão sobre o peito.

- HÁ, TIPO, DOIS MINUTOS?! E QUANDO VOCÊ DISSE PRA EU “NÃO TE SOLTAR POR NADA NESSE MUNDO”!

Ah droga, ele se lembrava. Namjoon soltou um riso soprado e sentiu-se corar de novo. Não podia fugir dessa vez.

- Ok, eu admito. Mas não se habitue.

Jin apertou os olhos para o mais novo.

- Se você não me chamar de hyung, não há beijinhos pra ninguém! – Jin disse empinando o nariz.

- AH HYUNG, ISSO NÃO É JUSTO!

Os dois riram-se e Namjoon continuou a subir, já estava no fim da parte íngreme e já conseguiam ver a escola, não muito longe agora. O céu lentamente ía abrindo e a chuva intensa cessando.

- Somos um par de idiotas. – Disse com o queixo apoiado no ombro bom de Namjoom.

- Você tem de parar de ouvir aquele nanico fantasma. – Disse o mais novo ao se lembrar do Min a chamar-lhes par de idiotas, mais de uma vez. – Mas não posso negar, somos mesmo. – Sentiu Jin abanar a cabeça em concordância. – Mas vem cá, se realmente formos embora depressa, eu vou ganhar beijinhos?

- Namjoon! – Jin deu uma batidinha em seu ombro.

- Responda, hyung! – Carregou no “hyung” de propósito. Jin sorriu com o ato.

- Como você esta sendo um bom menino, a possibilidade é grande. – Jin tinha o seu famoso sorriso de lado estampado.

Namjoon sorriu ladino e apertou as pernas de Jin.

- Se segure!

- O que- AH!

Namjoon saiu correndo dali como se sua vida dependesse disso. O premio que iria receber era motivação suficiente para lhe encher de energia.

Não ia espera nem mais um minuto pelos beijinhos do seu amado hyung.