Jorge e Margarida chegaram na cozinha, encontrando Jack e Bela sentados no balcão, já tomando seu café da manhã.
− Eu ouço nossos amigos reclamando que é difícil acordar as crianças, e não sei o que é isso. Nós nunca tivemos que chamar eles para a escola. – riu Jorge, enquanto a esposa beijava os filhos.
− Dormiram bem, meus amores? – ela sentou ao lado de Jack, enquanto Bela se atirava para o pai.
− Como o anjinho que eu sou, mamãe.
− É sim, meu anjinho lindo. – ela beijou o rosto do garoto, mas ele já estava de olho no pai, que paparicava Bela.
− E o meu bom dia, pai?
− Já vai, sr. Ciumento. – riu Jorge, se aproximando e apanhando o filho, que se atirou sobre ele.
Jack era talvez a criança mais tranquila do mundo, mas seu ciúme do pai em relação a irmã nunca passou. Ele lidava bem com a mãe dando atenção para Bela, mas quando o assunto era Jorge, o garotinho se armava e ficava resmungão.
O pai, com toda a paciência do mundo, apenas erguia os dois no colo (mesmo que mal coubessem mais ali), os enchia de beijos e mostrava que amava os dois igualmente, sem distinção nenhuma.
− Mamãe, a Anne vai continuar na minha sala, não é? – perguntou Bela, voltando ao café da manhã.
− Como se ela não estivesse na sua sala desde que entraram na escola. – riu Margarida.
− Tem horas que seria melhor separar vocês, assim não teríamos tanta dor de cabeça. Poxa, princesa, você é tão comportadinha. Não devia ficar entrando na onda da Anne e do Heitor.
− Ela só faz isso porque o Heitor é namoradinho dela. – dedurou Jack, vendo o pai engasgar.
− Como é que é? – guinchou o loiro, com a pele já escarlate.
− O Jack que fala isso, papai. O Heitor é só meu melhor amigo. – sorriu Bela, e Margarida riu baixinho. Conhecia aquela história de outros Carnavais – O Jack que fica querendo namorar a Isis.
− Bela! – gritou o menino, corado.
− A Anne também acha. Vocês dois se gostam. – a mais nova riu, vendo que tinha deixado o irmão sem graça.
− Melhor deixarmos isso entre nós, ou o tio Paulo mata seu irmão, pequena. – pediu Margarida, vendo que o marido tentava não rir – Além do que, vocês todos são muito novos para namorar.
− Exatamente. Criança tem que brincar. Deixa o namoro para os adolescentes, como o Lucas. – mandou Jorge, terminando sua xícara de café – Amor, vamos nos trocar? Os dois já estão prontos.
− Melhor, amor. Não se sujem, e nem fiquem se provocando. Fazendo assim, até parecem a Sara e o Rafa. – os dois riram da comparação, voltando a comer.
O casal foi para o quarto se trocar, e assim que fecharam a porta, Jorge jogou a esposa na cama, os dois gargalhando.
− Ficou maluco, loirinho?
− Por você, caipirinha? Sempre. – ele lhe deu um selinho – Só quis te ouvir gargalhar. Eu adoro esse som.
− E eu adoro quando você provoca ele em mim. – se beijaram novamente – Mas é melhor pararmos por aqui. Antes que as crianças entrem, ou que percamos a hora.
− Calma, estamos em tempo. Deixa eu só te curtir aqui um pouquinho. Eu estou carente.
− Ô meu Deus, tadinho do meu loirinho.
Margarida havia passado a última semana no sítio da mãe com os filhos, enquanto o marido trabalhava. Quando Bela tinha um ano, ela voltou a estudar psicologia à distância, terminando o curso que havia começado após sair do colégio. Depois, fez pedagogia e hoje trabalhava na Mundial, auxiliando Carmen. Jorge havia passado em um concurso público e hoje era assistente de um juiz da Vara da Família, trabalhando em conjunto com a ONG de Daniel para ajudar crianças inocentes com situações de vida difícil.
− Mãe, pai, estão prontos? – Jack abriu a porta, os encontrando abraçados na cama – Bela, você me deve sua sobremesa. Eu acertei.
− Jack Garcia Cavalieri, o que eu já falei sobre ficar apostando com a sua irmã? – repreendeu Margarida, vendo a filha caçula aparecer na porta, emburrada.
− Foi ela quem deu a ideia. Ela disse que vocês iam estar no banheiro, fazendo coisinhas barulhentas. Eu disse que só iam estar abraçados na cama. – explicou o menino, dando um sorriso angelical – E vejam só, ganhei!
− Eu estava elogiando eles mais cedo, mas mudei de ideia. E como castigo, vão ganhar um ataque de cosquinhas.
− Ah, corre, Jack.
Os dois saíram correndo, enquanto Jorge saia na cola dos dois fazendo barulhos estranhos, deixando Margarida gargalhando no quarto.
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