História 2008 Year teenager - Capitulo 4

Rukia

      Passei a mão pelos meus cabelos longos e pretos, tentei me alongar, por mais que não gostasse de estar ali, era a minha obrigação, já que não fazia nada de útil, como costuma dizer a minha mãe. Olhei para trás e lá estava um belo garoto de cabelos pretos me encarando profundamente, ou melhor, achava que estava, senti meu corpo tremer; Voltei a atenção ao professor que reclamava com algum aluno que eu não sabia o nome, era engraçado como os professores querem cem por cento da sua atenção a todo o momento, como se a vida deles dependessem das suas notas, mas era justamente isso, os professores que tinham os alunos com médias altas eram os mais respeitados na escola, uma idiotice só, quem deveria ganhar os créditos era o aluno que se esforçou por isso, bufei. Apenas afastei aqueles pensamentos, não iria discutir isso comigo mesma. Recebi uma mensagem da Yuri

“hoje irei sair mais cedo, não me espere, vá para casa e se alimente bem, você me parece muito magrinha ultimamente, não tá comendo não é louca? “

Ela tinha razão, minha barriga roncou ao lembrar que mal estava se alimentando.

“Irei comer sim, que decepção, irá me abandonar, okay, eu irei sobreviver ao inferno SOZINHA“

“Que dramática, é só algumas horas sozinha, você não vai pra guerra por dois anos, então para de viadagem. Beijos te vejo depois”
''Ok"

***
Após ler a mensagem meu celular foi arrancado da minha mão pelo professor. Droga, eu estava muito ferrada.

 -Por favor, retire-se da sala.

Adeus vida, adeus colegas, foi bom não ter nem tempo de conhecer vocês.

     Caminhei com cautela pelos corredores, a minha garganta estava seca, iria dar errado, minhas pernas tremiam, o medo de levar alguma advertência era maior que perder o meu próprio braço.
Ao chegar a secretária, o diretor, que naquele momento parecia mais assustador que o normal, estava discutindo com um garoto de cabelos loiros.
Cheguei como se não tivesse feito nada, atrapalhando a “conversa” dos dois, entreguei a carta que havia em minha mão, após ler, o diretor voltou a cor vermelha dessa vez descontando a raiva em mim, enquanto o garoto ao lado tinha um pequeno sorriso no rosto, estava se divertindo com toda aquela situação, apenas pensei em dar um tiro nele naquele mesmo momento, mas voltei a minha atenção ao diretor que por sinal cospia saliva enquanto falava. Após terminar a pequena reeducação do diretor que foi passada para mim e ao ser do meu lado, fomos obrigados a ficar após a escola, para nada mais e nada a menos que faxinar, isso mesmo, lavar janelas, mas qualquer coisa era melhor que ligar para minha mãe. obrigada Yuri, eu te amo, essa tá guardada.


                       Shownu

-Estou indo, te encontro mais tarde na escola?

-Tudo bem, irei te esperar

***

   Depois de me despedir do meu colega de natação, voltei à sala de aula no intuito de pegar a mochila que havia esquecido. Nadar sempre foi tudo para mim, desde que me considero uma pessoa, estava lá, eu e a piscina, como se fossemos um só, eu tinha o mesmo sonho que a minha mãe quando ela era jovem, mas dessa vez eu seria um nadador profissional e traria orgulho a família. Afastei aqueles pensamentos da minha cabeça. Ao passar pelas salas, ouvi um pequeno barulho de choro, mesmo que aquilo não me interessasse, olhei novamente o local, e no canto dela uma menina de cabelos loiros chorava com a mão na boca, como se não quisesse que a vissem ali chorando, mas uma sala de aula não era o melhor lugar para isso, onde pessoas perdidas como eu, a encontraria fácil, infelizmente flashbacks surgiram em minha mente, a imagem da minha mãe chorando no quarto, eu não havia pensado naquele fazia tanto tempo, controlei minhas lágrimas, minha garganta fechou e fração de segundos, encostei me na parede e fui escorregando até o chão, as lembranças voltaram nítidas na minha cabeça, porque aquilo? Levantei a cabeça, não me permitiria sentir mal, muito menos naquele momento, entrei na sala com passos rápidos, peguei uma caneta preta que havia no meu bolso a manhã toda, sentei ao lado da garota que limpava as lágrimas depois de notar a minha presença, com uma cara de quem foi descoberta fazendo algo de errado.

-Oi

-Quem é você? -perguntou grossa.

-Shownu  - Peguei a mão dela, me lembrei de todas as vezes que eu me machucava e minha mãe fazia aquele pequeno gesto, ela tentou soltar a mão sem entender nada a segurei forte e desenhei uma carinha feliz na mão dela, me lembrava da sensação de felicidade que aquilo me trazia -  Não sei o seu nome, nem mesmo quem você é, mas me fez lembrar de tempos difíceis, minha mãe sempre fazia isso quando eu me sentia mal, espero que fique melhor.

-Obrigada...-respirou fundo

      Saí daquele lugar deixando ela sozinha novamente, não me meteria na vida dela, eu não sabia nem mesmo o motivo do qual tinha feito aquilo, ainda me perguntava, foi uma questão de momento.

Fui a piscina da escola, troquei minha roupa no vestiário, treinar me ajudaria a tirar tudo aquilo da cabeça.


                                  Minhyuk

Como pensei... isso estava realmente chato, aquilo tudo me deixava entediado, por causa do desgraçado do Kihyun estou aqui lavando janelas, nunca mais irei gritar durante a aula, não basta ter que fazer o trabalho sujo, ainda tenho que aguentar uma garota aparentemente mal humorada

-Você não é de falar muito, hm? - O clima estava chato, posso ao menos tentar amenizá-lo com a minha facilidade em fazer novos amigos.

-Sou, mas não com pessoas que não conheço-continuou limpando a parte dela.

-Nossa... - Ela é realmente mal humorada, pensei, voltando a limpar também quando minha atenção foi tirada novamente, o que não era difícil, ela jogou o pano em direção a janela

-Desculpa, eu estou um pouco irritada, eu realmente não queria estar aqui

-Mas você podia falar um pouco !? juro que sou uma pessoa legal - ou acreditava que sim

-Não pareceu, você ficou rindo de mim enquanto o diretor me dava bronca, eu vi! - Falou de uma maneira brincalhona. Rimos -Está vendo? você está rindo de novo.

-Desculpa, é que ainda é o segundo dia de aula e uma garota já estava na direção, as meninas daqui não costumam aprontar

-Eu sou única -  jogou os cabelos -E você não pode falar nada, porque está aqui também. - Falou mexendo um pouco a mão, o que fez pingar água em meu rosto

-você me molhou…- Sem pensar muito, revidei, começamos a fazer uma pequena guerra, onde consistia em correr um atrás do outro e se esquivar das rajadas de água, totalmente infantil, me pergunto o que pensaria alguém que chegasse agora e visse dois adolescente agindo dessa forma. Paramos por um minuto e percebemos a bagunça que havíamos feito, o pior é que teríamos que limpar tudo aqui, o trabalho só aumentou, olhamos um para o outro e começamos a rir feito dois retardados, talvez ela não fosse tão mal humorada assim ...

-Okay, temos que limpar tudo isso, quero ir pra casa logo. - Falou enquanto ajeitava algumas mesas que tinham sidos retiradas do lugar por nossa causa, comecei a ajudá-la

-Já nos vimos antes, não?

-Já?

-Sim, eu te vi ontem no chão do corredor com a sua amiga. - Colocou a mão no rosto para conter a vergonha

- Ta bom, por que você lembra disso? Não era pra ter chamado tanta atenção assim

-Pode acreditar que duas estrangeiras no chão da escola no primeiro dia de aula, chama bastante atenção

-Não tenho culpa de ter uma amiga louca!

-Eu acho que não é só ela... - Falei baixinho. Senti o pano que a pouco havia sido jogado na janela agora atingir o meu rosto.

-eu ouvi isso tá? - Soltou um sorriso após o final da frase. Ela me parece meio diferente da maior parte das garotas, mais descontraída e sem aegyos exagerados...e que tipo de garota jogaria um pano em alguém assim? Isso é engraçado.

Continuamos a organizar a pouca bagunça que restava, o silêncio se instalou, mas aquilo não era desconfortável como antes

-Terminamos, agora eu preciso ir para casa comer! - Falei soltando um suspiro de alívio.

-Minha barriga deu até sinal de vida após comentar sobre comida, estou tão cansada!

-Eu conheço uma boa lanchonete aqui perto, vamos até lá comer, eu pago.

-Mas eu nem te conheço ainda...

-Ainda não, mas pode conhecer...

-Isso me pareceu uma cantada, estou com mais medo ainda.

-Vamos logo -  Fui dando pequenos empurrões em direção a porta a arrastando dali

-Você não é muito ousado para um coreano que acabou de conhecer um garota?

-Eu também não sou como os garotos daqui, eu sou único! - Joguei o cabelo na tentativa de imitá-la, ela riu escandalosamente.

-Isso não é muito longe, certo? - Sorri ao ouvir o que falava. Aposto que comerei com companhia hoje.

-Eu já disse, é aqui perto, dois quarteirões e conseguimos chegar ao destino.

-Tudo bem eu desisto, mas eu preciso pegar as minhas coisas antes.

-É verdade, já ia esquecendo. - Okay, às vezes eu sou um pouco idiota demais.

Eu sentia àquela necessidade de agradar todos a minha volta, como se nada fosse dar certo se eu não os anima-los, mantinha em mente que a minha felicidade era a felicidade alheia, era uma pressão a qual eu me colocava, provavelmente isso tudo começou quando eu era mais novo, fazia de tudo para chamar a atenção dos meus pais, uma vez vestir uma roupa da minha mãe e comecei a dançar um girl group de kpop, para tentar de alguma forma fazer-la sorrir mas so ganhei uma repreensão por isso, os gritos histéricos dela pelo vestido ser caro, respirei fundo e voltei a sorrir, a garota mantia uma expressão de dúvida, mas so balancei a cabeça e saímos para comer.