1. Spirit Fanfics >
  2. 2012 >
  3. Um passeio com a Morte

História 2012 - Um passeio com a Morte


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 69 - Um passeio com a Morte



No capítulo anterior, Cascuda ouviu uma conversa entre DC e Dorinha e resolveu usar aquilo para destruir o namoro da Mônica com o Cebola.

Milhares de pessoas esperavam a abertura das arcas para embarquarem. Havia pessoas de todas as partes do mundo. Muitos eram bilionários que tinham comprado as passagens a preços exorbitantes. Outros eram políticos e seus familiares que tinham ganhado o direito de embarcar por causa do seu cargo. Também havia pessoas selecionadas geneticamente como gênios, cientistas, artistas e outras mentes brilhantes que podiam contribuir para a reconstrução da humanidade.

As arcas também carregavam as principais obras de arte do mundo inteiro, sementes de praticamente todas as espécies de plantas comestíveis, animais, remédios e todo o conhecimento da humanidade acumulado até então. A movimentação era intensa e D. Morte observava as pessoas embarcando. Primeiro os cientistas e governantes, depois o resto.

“É... parece que teremos uma viagem turbulenta.” Ela pensou observando aquelas pessoas. “Será um grande teste para todos eles, mal posso esperar!”

Um emissário apareceu perto dela.

- O que foi?
- Serafim precisa falar com a Senhora urgente. Parece que ele precisa da sua ajuda para resolver um caso difícil.
- Como é? Será que ele não vê o quanto eu estou ocupada? Aff! Esses anjos não trabalham direito e acaba sobrando tudo pra mim! Está bem, eu já vou. Faltam algumas horas mesmo, então não tem problema.

__________________________________________________________

- Menina, que bafão! Você tem certeza?
- Absoluta, querida! Ouvi com meus próprios ouvidos! A Mônica tacou o maior chifrão na cabeça do Cebola. O DC falou com a Dorinha pouco depois do almoço.

Denise quase teve um enfarte. Mônica traindo o Cebola? Era a fofoca do século!

- Gsuis me abana! Eu bem que tava precisando de uma fofoca quentíssima que nem essa! As minhas já estavam perdendo a graça.

Cascuda olhou para os lados e pediu.

- Sei não, acho que você devia ficar calada. Já pensou se o Cebola fica sabendo?
- Ah, relaxa! Vou contar só pras meninas e elas guardam segredo!
- Bom, então não fala que você ouviu isso de mim, tá?
- Fica tranqüila, gatz. Eu sempre preservo minhas fontes.

Ela viu que Denise se contorcia, suas mãos tremia nervosamente e tinha até um tique nervoso no rosto dela. Tudo era pura ansiedade para sair espalhando a fofoca para todo mundo. Uma hora ia acabar chegando no ouvido do Cebola. E quem sabe aquilo não poderia espalhar por todo abrigo acabando com a reputação da Mônica? Depois daquela, era bem capaz de a dentuça fugir dali pra se matar nos terremotos.

- Ai olha como eu tô tremendo! Nossa, preciso correr, gatz. Você sabe, compromissos importantes!

A ruiva saiu correndo dali, deixando cascuda dando risadas. Quando bem usada, Denise podia ser uma arma de destruição em massa por causa do poder da sua fofoca.

__________________________________________________________

- Ah, Magali, tenta se animar! – Quim pediu tentando fazer com que a namorada se levantasse da cama.
- Eu quero dormir, me deixa! Tá tudo uma droga mesmo, não vale a pena viver! Cansei de tudo!
- Você não pode ficar aí deitada, gatinha! Tem muito trabalho a fazer. Por que não tenta ocupar sua mente com alguma coisa? Até a Carmen aprendeu a trabalhar!
- Pára de falar essas coisas, todo mundo fica jogando na minha cara que eu não trabalho, não faço nada, mas eu não agüento nem levantar da cama!
- Você tá desanimada porque fica deitada o dia inteiro. Levanta daí pra você ver como esse desanimo passa. Poxa, a Raquel dá duro o dia inteiro lá na cozinha, você bem que podia ajudar...
- Ajudar servindo de criada praquela gorda horrorosa? Nem vem!

Ele se ofendeu profundamente.

- Magali, você tem noção do que disse? Magali? – ele a sacudiu, fazendo com que ela acordasse de novo. - Você chamou a Raquel de gorducha, como pode?
- Ai, me deixa quieta!
- Eu sou gordo e falando assim você me ofende!
- Então faz um regime e me deixa dormir! Eu quero dormir, que droga!

Ela voltou a ressonar e o rapaz saiu dali muito magoado com aquela atitude. Sua namorada estava se tornando uma pessoa depressiva, egoísta e agora estava até ofendendo as pessoas! Raquel, por outro lado, era pura alegria e bom humor. Perto dela, ele até se esquecia dos problemas e dava boas risadas. Sem falar que seu pai a adorava.

- Filho, isso sim é uma boa gaja! Muito melhor do que aquela faminta preguiçosa! – Seu Quinzão falava, jogando várias indiretas para que o filho terminasse com a namorada e ficasse com a outra.

Mas Quim não queria terminar com Magali porque ele a amava e eles se conheciam desde crianças. No entanto, se as coisas continuassem daquele jeito, todo amor que ele sentia poderia se acabar. Não dava para amar uma pessoa tão egoísta e que ainda por cima ofendia seu excesso de peso.

“Ela nunca me aceitou totalmente... vivia dando indiretas pra eu emagrecer. Pelo menos com a Raquel eu não tenho esse problema...” ele foi pensando consigo mesmo enquanto voltava para a cozinha.

__________________________________________________________

Enquanto corria para contar as novidades para as amigas, Denise viu Carmen estendendo roupas no varal junto com D. Cotinha. Seu Tonico devia estar trabalhando na lavoura e Fabinho brincava ali perto com um carrinho de plástico. Como não conseguia mais segurar a língua, Denise não resistiu e correu para Carmen a fim de contar a grande novidade.

- Cacá, menina! Você não vai acreditar no bafão que tá rolando!

Carmen parou de estender a roupa e perguntou.

- Bafão? Qual? É fofoca da boa?
- Muito da boa! Você acredita que... que... ai Gsuis me acode!

Elas seguiram a direção do olhar de Denise e viram um vulto preto se materializando atrás delas até D. Morte aparecer por completo. Cotinha deixou a roupa cair no chão e começou a rezar pedindo proteção para sua alma. Denise não sabia se corria ou desmaiava. Já Carmen não sentiu nenhum medo e falou com a morte num tom bem familiar.

- Ué, tá fazendo o quê aqui? Você não devia estar destruindo o mundo ou coisa parecida?
- E você pensa que é fácil? Experimenta matar milhões de pessoas em apenas algumas horas pra você ver o que é bom!
- Valha-me nossa Sinhora! – ao ouvir aquilo, Cotinha fez vários nomes do pai de uma vez. Fabinho olhava para D. Morte com curiosidade e perguntou com toda ingenuidade do mundo.

- Carminha, ela é a Dona Baranga?
- Como é? – D. Morte perguntou fuzilando Carmen com o olhar.
- Xodozinho, de onde você tira essas coisas? Não... er... a dona Baranga é oooooutra pessoa bem diferente. Ela é... é a dona... dona... peraí.... a dona Ambrosina! Isso! ela é a dona Ambrosina!

D. Morte fez sua pior careta ao ouvir Carmen lhe chamando daquele nome. Será que ela não tinha um nome melhor pra lhe dar? Denise apertou os lábios com toda força que pode reunir para não cair na risada. Seus olhos começaram a lacrimejar e o rosto ficou vermelho. No entanto, ao ver a cara de D. Morte tinha feito e como ela fuzilava Carmen com o olhar, a moça achou melhor ficar quieta para poupar seu pescoço. Ela não queria morrer antes de espalhar a grande fofoca do ano.

Depois de quase assassinar Carmen com o olhar, a morte voltou-se para o menino e passou a mão na cabeça dele fazendo Cotinha tremer de medo.

- Adoro crianças porque elas sempre falam a verdade e contam tudo, não é?
- Er... eu posso explicar... ah, peraí! Você gosta mesmo de crianças?
- Claro, pirralha. Principalmente com batatas, ervas finas e acompanhadas de um bom vinho.

Elas ouviram o som de algo caindo no chão e depararam com Cotinha desmaiada.

- Olha o que você fez! Ela acreditou!
- Ninguém merece... anda, vamos.
- Heim? Pra onde?

D. Morte pegou-a pelo braço e saiu puxando com força.

- Nós temos um lugar pra ir. Não se preocupe, eu lhe trago de volta antes do anoitecer.
- E a D. Cotinha?
- Ela vai ficar bem. Sua amiga cuidará dela.
- Quem? Eu? – Denise ia protestar e ficou calada com o olhar que a morte lhe lançou. Contrariar podia ser bem pior.
- Denise, fala pra Cotinha que eu tô bem, viu?
- Bem? Você vai bater perna com a morte!
- Preocupa não, eu volto de noite.

As duas desapareceram e Denise tentou reanimar Cotinha.

- Minina, eu tive um sonho istranho cuma muié toda vistida di preto qui...
- Não foi sonho não, era a D. Morte que veio buscar a Carmen.
- Crendeuspai! A Carminha morreu?
- Claro que não, né? Elas foram pra... aí eu não sei, mas elas voltam antes da janta. Foi o que a morte falou.

Ao certificar de que a mulher estava bem, Denise saiu dali e foi correndo até suas amigas. Aquela fofoca era tão quente que ela acabou esquecendo temporariamente do caso da Mônica. Aquilo podia ficar para mais tarde.

Serafim e seu assistente assistiam tudo sem serem vistos.

- Deu certo. Isso irá distrair essa fofoqueira por várias horas.
- Ainda bem. Esses dois são muito importantes para o futuro e precisam ficar juntos. Se ocorrer um desenlace entre eles, muita coisa irá se complicar.

__________________________________________________________

- Ué, onde a gente tá?
- Na índia. Dentro de alguns minutos, um tsunami irá atingir esse lugar.
- Credo! E você me trouxe aqui pra quê?
- Nada demais. Algo muito importante irá acontecer nas arcas e eu vou precisar da sua ajuda.
- É?

Carmen olhou para o horizonte e viu uma onda gigantesca chegando. Mas não era uma onda qualquer, era uma grande coluna de água prestes a engolir tudo. As duas ficaram perto de um casal com um filho e o homem telefonava para alguém.

- Tem uma onda enorme vinda do leste. É gigantesca! – ele falou com o corpo tremendo de pavor. – O transporte aéreo não apareceu, Adrian. Ninguém veio nos buscar.
- Ué, por que eu tô entendendo tudo? – Carmen perguntou ao ver que compreendia o diálogo dos dois. O indiano finalizou a conversa.
- Adeus meu amigo.

Ele desligou o telefone e foi abraçar sua esposa e filhos. Carmen viu que todos choravam e ficou com o coração em pedaços ao ver como a família se despedia naquele momento final. Uns tentaram correr, outros viram que não teriam chance e ficaram no mesmo lugar, resignados com seu destino e alguns faziam suas últimas orações.

- Ai, por favor, não faz isso! Eles vão morrer!
- Sim, eles vão. – ela fez um sinal aos seus emissários e a família perdeu os sentidos, tendo seus espíritos retirados antes de sofrerem o impacto das ontas. O restante morreu engolido pela inundação.
- Peraí, você matou eles?
- Não reclame, eu os poupei de morrerem esmagados pela inundação. Eles têm mérito para esse tratamento especial. Agora vamos que já está quase na hora.
- Hora de quê?
- Você vai saber, vai sim. Antes de mais nada, preste muita atenção em tudo o que ver e ouvir. Procure guardar cada fato na memória.
- Agora eu me toquei... como é que eu consigo entender o que eles dizem? Eu não falo inglês!
- Por causa do ecoplasma que você engoliu, você pode entender qualquer idioma.
- Ah, é? Que legal! Então porque eu não entendi o primo do louco?
- Porque você é muito lerda e tudo demora pra fazer efeito. Agora vamos.
- Nhé, sua baranga!

Carmen desviou de um golpe da foice e as duas foram voando ao seu destino e foi preciso que D. Morte mandasse Carmen se calar várias vezes porque a moça gritava e ria por estar voando.

- Aff... ninguém merece! – ela falou para si mesma desistindo de fazer aquela criatura barulhenta calar a boca.

__________________________________________________________

Foi preciso que Mônica sacudisse Denise algumas vezes para fazê-la se acalmar e contar direito o que tinha acontecido com a Carmen. A turma toda estava reunida ao redor de Denise que dava a grande notícia para todos.

- E foi isso que aconteceu, gente! A morte levou a Carmen!
- A Carmen morreu??? – Xaveco perguntou roendo as unhas.
- Não. Quer dizer, eu acho que não, né... a Cacá falou que tava tudo bem e que não era pra eu preocupar. Então ela deve estar viva.
(Mônica) – E o que a gente faz? Temos que ajudar a Carmen?
(Cebola) – Ajudar de que jeito? A gente nem sabe pra onde elas foram!
(Mônica) – Droga!
(Marina) – Ai, que medo! Será que a Carmen tá correndo perigo?
(Titi) – Caramba, isso tá louco demais!
- Eu não sou louco!

Todos se viraram na direção de Licurgo que tinha ouvido toda a conversa sem ser notado.

- Não se preocupem, não creio que a amiga de vocês esteja correndo perigo.
(Mônica) – O que a D. Morte quer com a Carmen?
(Cascão) – Sei lá, a Carmen tá muito estranha, toda cheia de mistérios! O que houve com ela?
(Nimbus) – E como ela consegue ver o que acontece pelo resto do mundo?

Os outros foram fazendo perguntas e Licurgo teve dificuldade para responder a maioria. Para encerrar a discussão, ele finalizou.

- Vamos esperar. Se a Carmen disse que voltará a noite, então creio que não há nada a temer.
(Cebola) – Você acha que a D. Morte vai fazer algum mal pra Carmen?
- Não, acho que não. Eu não sei o que ela quer com a amiga de vocês, mas posso garantir que perigo ela não corre. Vamos aguardar.

Os jovens concordaram, ainda muito apreensivos. Será que eles também iam perder a Carmen?
 
 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...