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História 21 Primaveras - Prologue


Escrita por: yewoon

Notas do Autor


"Pera aí, mas você demora 2 anos para postar o capítulo de UMA fanfic e quer ter DUAS?!" Éééé, não me aguentei! VHOPE é o meu OTP supremo do BTS e assim que tive a ideia para a fanfic eu tive que escrevê-la logo.

Eu escrevi esse capítulo ouvindo A Little Death do The Neighbourhood, e apesar de os lyrics não terem quase nada a ver (HEUHEUHEUEH), a vibe é bem gostosinha e achei que combinasse. Então, o link estará nas notas finais.
Espero que gostem desse prólogo, pois tentei passar todos os sentimentos do personagem em palavras, e não foi nada fácil. Boa leitura! <3

Capítulo 1 - Prologue


Fanfic / Fanfiction 21 Primaveras - Prologue

Prolepse

Instabilidade. Seu coração batia rápido. Podia senti-lo prestes a sair pela sua boca. Tudo aconteceu tão depressa. Dentro de si, estava uma completa bagunça. Mas mundo afora, tudo parecia ter congelado por um momento. Olhos assustados pairavam sobre si, ele podia sentir o medo nas veias daquelas que o observavam, encolhidas, horrorizadas. Então, um grito. Correu o olhar pela mãe, que chorava descontroladamente, atirada em um canto da sala; e então, pela irmã. Os olhos negros o fitavam de uma maneira diferente, e imediatamente sentiu um peso enorme sobre as costas. A irmã havia tentado agarrá-lo pelas costas e afastá-lo, mas completamente sem controle, acabou a acertando com a garrafa de vidro também. Ela estava assustada demais para se aproximar novamente. Mas parecia tentar acalmá-lo com aquele olhar de súplica. Um filete de sangue escorria pela sua testa. O que havia acontecido ali? Baixou os olhos, e uma expressão horrorizada surgiu em sua face pálida e gélida. O homem que havia nocauteado há pouco tempo estava caído, no chão. Uma grande mancha de um líquido escuro e ferroso tomava forma em sua camisa branca. Aquilo foi o suficiente para que voltasse à si novamente. 

Deixou a garrafa de vidro cair no chão, espalhando-se em vários cacos verdes-cristalinos pelo chão de madeira velha. Apesar de o barulho alto ter assustado as duas mulheres ali, Taehyung não podia ouvir nada além da própria respiração ofegante. Tentava assimilar as coisas, processar o que havia acontecido, mas não conseguia. Ergueu as mãos; estavam ensanguentadas. Aquela visão fez com que o vômito subisse pela sua garganta. O mundo começou a girar. Andou alguns passos para trás, assustado com si mesmo e com o que havia acabado de acontecer ali, e quase caiu para atrás. As mãos trêmulas quase não foram capazes de girar a maçaneta da porta, e quando o fez, saiu em disparada. 

Não importava para onde corresse, aqueles inúmeros corredores não pareciam acabar, ele não conseguia encontrar a saída. Quando encontrou a saída de emergência, desdeu as escadas o mais rápido que pôde - nos dez últimos degraus, tropeçou e caiu rolando - e saiu do prédio. Correu completamente sem destino. Não conseguia se concentrar em nada, além de sua única vontade: se afastar dali o mais rápido possível. Assim que chegou a um prédio abandonado, entrou em um corredor escuro e vazio e deixou-se cair no chão de cansaço. Mais uma vez, olhou para as mãos ensaguentadas. Não conseguia sentir nada mais do que repulsa e medo. Por mais que tentasse, não conseguia se lembrar. Estava furioso, e simplesmente liberou toda a raiva guardada em si por anos. Mas estava tão assustado e...não sabia explicar. Não podia. Tinha medo de perder-se mais ainda, de cair no próprio abismo.

De repente, ele deixou de ser ele mesmo, e sua visão foi ficando turva. 

Imaginou-se caindo de um lugar muito alto, um abismo, talvez uma ponte, ou até o alto de um prédio. Por alguns segundos, um sentimento de liberdade o invadiu por completo. O vento que batia em seu corpo com força fazia com que seus cabelos castanhos tomassem outra forma e caíssem sobre seus olhos, fechados. Estendeu os braços, como um anjo caindo do céu. Não sabia o que lhe aguardava quando finalmente chegasse ao seu destino, se significava a vida ou a morte, mas naquele momento desejava alcançar a paz, mesmo que por um segundo. E então mergulhou em um oceano profundo e azul. Não podia respirar debaixo d'água, muito menos ouvir alguma coisa. Era como se por um momento tudo tivesse ficado mudo, quase como um momento de reflexão. Mas, por mais que estivesse no fundo, podia ver através da água cristalina. Não havia nada além dele mesmo e da vastidão que era a água do mar. Estava completamente sozinho. Começou a nadar para cima, em busca de ar, aquela sensação agonizante o incomodando. Aos poucos a água começava a encher os seus pulmões, e sentia uma dor aguda no peito. Mas por mais que nadasse, nadasse e nadasse, nunca podia chegar a superfície. Quando estava a ponto de perder a consciência, seus pulmões se enchiam de oxigênio novamente, e então vinha aquela sensação mais uma vez. E mais outra. Infinitamente. Era quase como um loop. Como se ele vivesse aquele mesmo momento milhões e milhões de vezes, como se fosse castigado. A sensação dos pulmões sendo preenchidos por água dolorosamente enquanto nadava em busca da superfície. Mas acima de si não tinha nenhuma luz, nenhum sinal de que havia um sol ou uma lua do lado de fora. Não havia lado de fora.

Sentia como se várias vezes estivesse prestes a morrer, mas nem o prazer da morte e de se livrar de todo o sofrimento para sempre lhe seria dado. Estava condenado a afundar com a própria desgraça. 

No entanto, a água começou a formar ondas pequenas lentamente, que carregavam o corpo pesado do rapaz. À essa altura, ele já havia parado de tentar lutar. Estava aprisionado em um sonho - talvez, o pior de seus pesadelos. Algo que começou com um sentimento de liberdade, de alegria...e acabou se tornando em algo angustiante, sufocante. Um monstro. Assim como ele. Abriu a boca à procura do oxigênio que obviamente não encontrou, e depois de engolir litros de água de uma vez, encolheu o corpo, abraçando as pernas com os braços, flutuando. 

Por que? 

Aquelas ondas se tornaram mais fortes e volumosas com o tempo, e protegento a cabeça suficientemente rápido, colidiu com algo com uma força inimaginável, e pela primeira vez um som estrindente foi ouvido naquele lugar. O impacto jogou Taehyung para longe, e junto aos cacos de vidro que cortavam suas mãos e joelhos, a água se espalhava pelo lugar, até não sobrar nada. Levou o braço ao rosto para cobrir a boca, tossindo um pouco e ainda meio engasgado pela quantidade absurda de água que havia engolido. O chão de cimento do lugar era úmido e em volta de si inúmeros pequenos cacos de vidro brilhavam, ainda que não houvesse nenhuma luz ali. Virou-se para trás, e então, percebeu: estava dentro de uma cabine de vidro. O mundo ali dentro parecia uma imensidão, mas olhado de fora, era tão pequeno. Como podia tanto caber em tão pouco? De alguma forma, em um breve momento de lucidez, pensou que aquilo se assemelhava muito às pessoas, a ele mesmo. Dentro de cada um há tanto mais do que se pode deixar transparecer. Há tanto mais do que uma simples existência insignificante pode suportar. Mas o todo, no fundo, é um só. E cada vida é importante. Por mais que uma brilhe menos ou seja menor do que outra, não quer dizer que não está lá. Na verdade, só está a procura de uma razão para ser. Uma razão para o seu ser.

Sem mais forças para continuar se apoiando ali, deitou no chão, afastando alguns cacos do caminho para deitar o rosto. Suas mãos, braços e pernas sangravam, mas não sentia dor. Seu coração, contudo, podia sentir despedaçar aos poucos. Latejava, sangrava, era como se tivesse levado centenas de pequenas agulhadas. Não de uma forma literal, mas estava destruído. Estava morrendo de dentro para fora. E não podia haver dor mais insuportável.

Um choque elétrico atingiu o seu corpo, e o espasmo forte e repentino fez com que abrisse os olhos, assustado. Ofegava e sentia todo o seu corpo doer - não era apenas por ter dormido o tempo todo sentado e com as costas apoiadas em uma parede, tinha certeza. A pequena janelinha permitia que um feixe de luz iluminasse seu rosto sujo e cansado. Estava exausto. Fisica e emocionalmente. Levou a mão ao rosto para esfregar os olhos sonolentos - não devia ter dormido por mais de três ou quatro horas - e percebeu o sangue seco e grudento. Sua cabeça estava completamente vazia, mas sentia tanto. Ele realmente tinha feito aquilo? Realmente havia matado alguém? Como pôde? Deixou uma lágrima escorrer pelo canto do olho.

Correu os olhos pelo chão e pegou a garrafinha de água - tinha sempre uma consigo, já que a água havia sido cortada um mês antes e, bem, precisava sobreviver -, jogando o líquido transparente pelas mãos, esfregando-as, e então usando-as para limpar o rosto também sujo de sangue. Até tentou jogar um pouco da água na camisa branca, mas não adiantou de nada. Se curvou um pouco para pegar o celular no bolso de trás da calça jeans, secando as pontas dos dedos no tecido escuro desta para conseguir deslizar os dedos pelo celular e desbloquear a tela. Rapidamente encontrou o contato que queria. A demora para que a outra linha atendesse era angustiante. 

De repente, uma voz do outro lado.

— Hyung? Onde você está?


Notas Finais


Espero que tenham gostado, docinhos <3
Dicas são completamente bem-vindas, e apesar de eu ter revisado o cap duas vezes, se encontrarem quaisquer erros, me digam, sim?

Anyway. Talvez o capítulo tenha ficado um pouco confuso, mas será assim mesmo. Os capítulos não seguirão necessariamente uma ordem cronológica, e alguns serão como flashbacks ou previsões do futuro mesmo, então, fiquem atentos!
Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=LVqGRJLEj28

Beijinhos~


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