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História 3 - A Floresta do Medo - Prévias


Escrita por: Samuel_Super_

Notas do Autor


Desculpa pela tempo q n postei serio.

Boa leitura !

Capítulo 6 - Prévias


Fanfic / Fanfiction 3 - A Floresta do Medo - Prévias

Na manhã seguinte, infelizmente, tive um sonho.

 

Eu estava no meio da floresta. Meu corpo e minhas roupas estavam rasgados e jorrando sangue, mas tudo parecia normal, tipo como fica todo o dia nas redondezas. Caminhava para o norte sem motivo algum; passei até pela antiga sede da colônia. O monte que antes tentara nos matar estava quieto.

De repente uma chuva fina cai e eu estava numa casa de madeira velha. Pela janela podia ver a lua cheia e a chuva forte que aumentara. Aproximei-me do parapeito da porta que estava encostada e analisei a casa: um sofá rasgado, uma poltrona sem os pés e uma cômoda com flores murchas, davam ar de expansão para a sala pequenina.

A luz de uma sirene iluminou o teto. Olhei para a rua e assustei-me. Milhares de corpos se acumulavam nas calçadas, entretanto o que mais assustava era a escuridão que se projetava nas casas. Tudo depois da pista era totalmente negro. Um carro com o emblema do Exército Nazista parou na porta da casa. Agachei-me do outro lado da porta e fiquei estática.

O primeiro homem entrou. Ele tinha o rosto coberto por um quepe que protegia suas expressões. Lembrava vagamente de meu pai antes de morrer. Ele, acompanhado por mais cinco soldados, destruiu toda a casa a tiros ou braçadas. No fim sua respiração era ofegante.

            - Está bem, Hauptmann? – perguntou um dos soldados. – Tomou seu remédio?

O Hauptmann, talvez outro novo, deu um murro na face do jovem. O soldado caiu em desespero no chão e ergueu a mão para se proteger. O Hauptmann pegou uma arma e deu três tiros no pobre homem. Ele ficou imóvel, o sangue cobrindo a metade da sala rapidamente.

Reprimi um soluço. Surpreendentemente eles não me viam. O comandante pigarreou.

            - Prova de quem me ofende. Nunca me ofendam! – ele ergueu a mão. Depois ajeitou o uniforme. – Vamos para a Floresta.

Outro gaguejava de medo. 

- Ma...mas Senhor, as investigações apontaram para a morte da menina. – informou o gago.

Ele lançou um olhar severo para o soldado.

            - Eu confio nas minhas dúvidas. Sei que ela está lá, conheço aquela floresta... – ele olhou para mim, mas pareceu me entrever.

Rapidamente eles saíram daquela casa. De relance avistei um quadro na sala. Aproximei-me em meio aos destroços enquanto o carro se afastava, então toquei os rostos desenhados a mão na tela seca. Uma mulher jovem de pele clara ao lado de um homem com um bigode denso rodeados de duas crianças, garotas, com os braços para trás e olhar sério. Uma tinha olhos castanhos, pele clara, cabelo escuro e o queixo lindo.

Afastei-me rapidamente do quadro e caí no chão. O vidro quebrado fez um corte na minha mão, mas ignorei. Olhei por toda a casa e reconheci o lugar: minha casa. Ela estava mais destruída agora, contudo lembrei-me dos quartos depois da cozinha do corredor onde brincava com Marjorie.

Arrastei meu braço cortado até a porta que se abriu. Despenquei do outro lado da rua, mas não havia nada. Apenas a escuridão. Então eu caí: num imenso vazio.

- Você está melhor? – perguntou Francis.

Não, queria dizer. Não parava de pensar na merda do sonho. Jane foi até a cozinha e pegou um pano úmido na água quente. A garota pôs o pano na minha testa e fiquei surpreendida com o carinho na mão dela; não era à toa que ela gostava de viver conosco lá na floresta.

Infelizmente os flashes daquele sonho me diziam que tudo era real. Aprendi esses meses enquanto fugia como rebelde que a Alemanha Nazista não deixava nada passar. Eles levavam o erro de um como agressão a todos. Agora eu tinha dois problemas: um hauptmann novo identificou o risco que eu trazia à missão e um bando de fantasmas que querem me matar. Eu torcia para que tudo voltasse contra os inimigos.

            - Tenho uma coisa a contar. – falei. Então contei todo o sonho, não deixando de falar nenhum detalhe.

No fim de tudo Francis ficou calmo, como sempre. Jane correu os olhos pela floresta lá fora, e eu detestava quando ela fazia isso. Graças a Deus eu tinha Francis: ele acalmava as coisas ao nosso redor.

            - Bem, o Halloween é amanhã. Temos de preparar um plano para tudo isso. – disse Francis.

Pigarreei. 

- Acho que de onde estão até aqui são dois dias. Provavelmente o sonho mostrou o que aconteceu nessa noite. – falei. – Os guardas chegarão junto com os fantasmas.

Jane virou-se. Sua expressão dizia que ela ia falar algo útil.

            - Isso pode ser uma vantagem. Os fantasmas costumam matar todos que entram na Floresta do Medo. – ela disse.

Francis fez um gesto com as mãos de deixe para lá.

            - Seria piro para nós. – ele informou. – Mais mortes, mais fantasmas.

Lembrei-me dos guardas que foram mortos no dia que tentei fugir da floresta. Eles foram massacrados sem nenhuma piedade pelos espíritos da floresta, então provavelmente iam acolher os alemães. Contei isso a eles claro, e percebi o medo inconstante na minha voz.

            - Você descobriu uma forma de matar os fantasmas? – perguntei à Francis.

Ele assentiu. Então pegou o livro que estava guardando numa caixa de papelão.

            - Sim. – ele folheou as páginas velhas e bolorentas. – Aqui diz que fora do Halloween apenas os ingredientes ideais podem matar fantasmas, e precisa de sacrifícios. – ele nos olhou. – Não vamos fazer isso, okay?

Assentimos.

            - Mas Halloween tudo matá-los. – informou. – Talvez os próprios guardas possam matar os fantasmas. – ele olhou apreensivo para Jane. – É. Pode ser uma vantagem para nós.

Suspirei. Achava que mais inimigos não era vantagem. Provavelmente os guardas estavam do lado dos fantasmas pelos morreram que eram do Exército Nazista. Entretanto eu me manteria calada – as coisas já estavam muito ruins para surgir mais notícias ruins.

            - Agora temos de esperar. – falei. – Vamos esperar o amanhã chegar.

Francis estava com um jeito diferente de ver as coisas. Eu tinha certeza disso pela forma como ele estremecia ao citar esperar na frase. Jane parecia ver isso.

            - Você aprendeu como abrir portais, Francis? – perguntou Jane.

Ele mordeu o lábio inferior.

            - Uhum. – confirmou. – Pegamos a tábua e derramamos um ingrediente nele. – ele engoliu em seco. – Depois conjuramos as palavras do livro em latim e o portal se abre.

Ele piscou.

            - E porque você está assim, Fran? – perguntei. – Você está escondendo alguma coisa.

Francis me encarou de forma suave.        

            - Estou com medo de dar errado. – falou. – Aqui diz que os portais no Halloween são instáveis, ou seja, podem revelar os dois mundos.

Jane se aproximou.

            - Então quer dizer que tanto podemos sair daqui, quanto eles entrarem aqui? – perguntou Jane incrédula. – Isso é risco muito grande para nós, pois podemos parar no mundo dos mortos, não?

Francis ficou calado.

            - Espera, deixa-me entender. – falei. – Quer dizer que não temos como sair daqui? Se tentarmos sair, iremos parar no mundo dos mortos.

Francis assentiu.

            - Mas talvez pudéssemos tentar abrir outro portal lá. – disse ele. – Do mundo dos vivos para o dos mortos, e dos mortos para o dos vivos. Entendeu?

Seriam duas viagens no caso. Mas como iríamos fazer isso? Senti muita pressão em cima do meu namorado. Ele seria encarregado de mover toda a magia do lugar e direcionar o Caos para encontrar uma saída. Isso exigiria muita energia de sua parte.

Jane se afastou. Eu sabia que a garota estava muito transtornada, já que ela tinha criado um plano que surgia riscos gravíssimos. Mas no fundo ela sabia que seria a única saída. Enfim, se voltássemos para o mundo dos vivos onde iríamos ficar?

            - Vamos parar onde? – perguntei. – No caso quando voltarmos de lá?

            - Não sei. – respondeu Francis. – Tomara que não seja aqui.

Ouvi Jane choramingar no quarto.

 

 

Fui até a dispensa. Como sempre fazer anotações sobre os mantimentos eram necessários, afinal: todos nós ficávamos preocupados com a quantidade de pessoas na casa. Tínhamos que nos alimentar com sigilo e controle para nunca faltar, já que as plantações não davam todo o dia e nem toda carne era fácil de conseguir. Raramente Francis saia para caçar ou vasculhar as armadilhas na floresta. Esse era um risco que não queríamos passar.

Fiz as anotações. Normalmente as pilhagens haviam caído decorrente a ultima vez que fui lá para ver. Tinha entrado uma pessoa na casa e estávamos perdendo mais comida rapidamente. Subi as escadas e fechei a porta do porão.

Toda vez que subia para a superfície depois das anotações, me lembrava da minha casa e no tempo de criança antes de tudo. Até podia imaginar eu e minha irmã correndo pela casa derrubando as coisas. Papai ficava na loja até o início da noite, já mamãe era mulher caseira e sempre estava junto conosco. Como toda mãe, ela nos tratava bem, mas também pegava em nosso pé de vez em quando.

Papai era mais fechado. Apesar de toda a timidez, ela nos amava e sempre que tinha tempo demonstrava esse amor. Convivemos pouco tempo com meu pai e depois da invasão Alemã, me perguntei se eu teria feito melhor se tivesse ido à loja às vezes. Após todo o sofrimento da perda de meus pais, questionei-me se fiz a coisa certa ou se devia ter ficado mais tempo com eles.

Tirei a conclusão que damos valor às coisas quando já não temos mais elas. E depois que passa as coisas e não queremos nos desapegar disso, dói. Afinal, é horrível estar conectado com uma coisa que não gostamos, como a dor e a solidão, entretanto a vida nos obriga a se apegar a isso.

E agora vejo realmente que devemos dar valor às pequenas coisas de nossa vida.

            - Emy! – chamou Jane. – Vem cá!

Caminhei até a janela onde Jane estava. O dia lá fora havia escurecido e provavelmente cairia chuva dali a alguns instantes.

            - Estou um pouco assustada com tudo isso. – revelou Jane quando me apoiei no parapeito da janela.

Suspirei.

            - Só espero que tudo ocorra bem. – falei. 



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