História 30 dias em Nárnia - Décimo quinto dia

P.O.V. Edmundo.

Acordei com alguma coisa lambendo o meu rosto quando percebo que é o meu próprio cavalo.

-Bom dia pra você também garotão. -Faço um carinho nele, levanto, vou ao riacho mais próximo e lavo o meu rosto, quando percebo uma coisa que ninguém havia reparado ontem à noite porque estávamos exaustos: O castelo da Charlotte estava apenas há duas colinas de distância.

-Gente, acorda! -Comecei a balançar todos até que acordassem. -Já dá pra ver o castelo daqui!

-O que Ed? -Caspian disse se levantando em um pulo.

-Olha. -Aponto em direção ao castelo e todos levantam pra ver.

-Então vamos logo! O tempo já está ficando contra nós! -Mary diz enquanto soe em seu cavalo.

Todos pegamos nossas coisas e seguimos rumo ao castelo.

P.O.V. Autora.

Depois de umas duas horas cavalgando, já estavam bem perto do castelo.

-Majestades, qual será o primeiro passo quando chegarmos lá? -Ripchip disse, enquanto tentava se equilibrar no ombro de Lúcia.

-Acho que devemos procurar algum tipo de torre ou porão que a feiticeira usava pra fazer magia Rip. -Lúcia disse quando tirou o rato de seu ombro e o botou na cela.

-Obrigado, majestade. -Rip fez uma reverência e Lúcia sorriu.

-Pessoal não acham melhor deixar os cavalos aqui, caso tenha alguma coisa a mais lá dentro? -Mary disse parando seu cavalo.

-Ela tem razão. -Hunter á disse se preparando para desmontar.

-Tudo bem. -Caspian já estava de pé, sacando sua espada. -Mas peguem as armas.

-O que será que tem lá dentro? -Edmundo disse já com sua espada em mãos.

-Só há um jeito de descobrir. -Lúcia disse abrindo o portão.

O castelo já estava desabitado há um tempo, estavam no salão principal e tudo o que acharam ali à medida em que andavam foi mobília velha e suja, porém, desconfiavam que a feiticeira tenha deixado tudo ali, sem ninguém cuidando.

-Sou só  eu que acho  ou está quieto demais? -Edmundo disse olhando calmamente para os lados.

-Shhhhhhh! -Todos disseram em coro.

Ficou uma grande calmaria por uns dois segundos, até que uma porta enorme se abriu e saíram dela dezenas de corvos, e começaram a atacar todos, que lutavam e resistiam ao máximo com suas armas.

                                                ~em Cair Paravel~

A barriga de Susana só havia crescido milímetros desde ontem, mas ela ainda estava super assustada com o que viria, se seus amigos e seu irmãos não conseguissem, o que ela poderia fazer?! Ela á estava perdida em seus pensamentos quando alguém entra no quarto.

-Ah, Doutor Cornelius! Que bom que é o senhor! Pensei que fosse a Feiticeira.

-Poderia ser, minha rainha, mas eu me ofereci para lhe trazer comida. Era o que o rei Caspian iria querer. -Ele deixou a bandeja em cima de um pufe que havia atrás da cama da rainha. -Coma, majestade. Por favor.

-Tudo bem. -Disse se rendendo e sentando no pufe. -Sente-se. -Disse Susana apontando para o sofá em frente ao pufe. -Ele assentiu e sentou. 

-Sabe, Ripchip, Caça-trufas e Trumpkin partiram ontem para ajudar aos outros.

-Partiram? E te deram notícias? 

-Infelizmente não. Mas, pelo que disseram, tentariam descobrir o que a feiticeira quer com o seu filho e com seu irmão.

-E aqui em Cair Paravel,como as coisas estão?

-Não muito boas, majestade. O rei Pedro nunca sai de seus aposentos e o seu povo está se submetendo às vontades de Charlotte e de sua tia.

-Não acredito nisso, tomara que eles sejam rápidos.

                                                                  ~de volta no castelo da feiticeira~

P.O.V. Mary.

Estávamos todos lutando o máximo que podíamos, e eu, que não tinha adaga ou espada, usava meu arco para matar os corvos.

-Pessoal, vão todos para aquela sala,agora! Corram! -Caspian disse quando todos corremos

Chegamos até á sala e Hunter fechou a porta.

-E agora? Essa sala não tem saída! -Trumpkin se pronunciou jogando seu arco no chão.

-Calma, meu amigo. -Caça-trufas disse pondo as patas sobre o ombro do anão.

-Meu tio, costumava usar passagens secretas no meu castelo. -Caspian disse se dirigindo às paredes. -Deve haver alguma aqui. Me ajudem!

Eu estava procurando nas paredes. A sala em que estávamos era uma sala de estar, havia uma lareira, sofás e uma estante gigante de livros, de repente, lembrei de alguns filmes que vi, de passagens secretas atrás de estantes, é claro que eu não pensei que fosse funcionar, mas mesmo assim, mexi em alguns dos livros e a estante se abriu, era um corredor escuro.

-Gente olha! A Mary achou uma passagem. -Lú disse enquanto andava em direção ao corredor

-Lúcia, espera. -Edmundo disse enquanto tirava sua velha lanterna do bolso. -Acho que vamos precisar.

-Jura que você trouxe isso Ed? -Ela olhava sorrindo pra ele.

-Você achava mesmo que eu iria esquecê-la? -Ele disse confiante fazendo uma manobra com a lanterna.

Todos entramos no túnel, com Edmundo na frente segurando a lanterna, até que ouvimos uma voz:

-Ajudem, por favor. -Era uma voz feminina, que não parecia vir de muito longe.

-Ai meu Deus, ajudem ela! -Lúcia disse enquanto ia em direção à moça, que estava amarrada no que parecia ser a masmorra do castelo. 

P.O.V. Autora.

Todos ajudaram ela, era uma moça jovem, tinha quase a idade de Mary, era bonita, tinha olhos verde-escuros hipnotizantes e seus cabelos loiros cacheados iam até sua cintura.

-Quem é você? -Caspian perguntou de forma curta e grossa, o que fez a menina se assustar.

-Fique calma, ninguém aqui vai te machucar. -Edmundo disse se ajoelhando à frente dela.

-Meu nome é Joana. -Disse se levantando. -Sou uma princesa do norte. Aquela feiticeira atacou e saqueou meu castelo, e levou a mim e meus irmãos como refém.

-Onde estão eles? -Mary perguntou se aproximando dela.

-Estão mortos. Ela os matou. Ainda nem sei porque ela me mantém aqui.

-A senhorita sabe se tem mais alguém aqui? -Caça-trufas perguntou gentilmente à loira.

-Não, só os corvos dela, que pelo visto vocês espantaram.

-Com um pouquinho de esforço. -Hunter disse rindo um pouco.

-Ela está machucada! -Ed disse assim que reparou que seus pulsos estavam sangrando por causa das correntes de ferro que a feiticeira usou para prendê-la.

-Temos que achar o covil da feiticeira agora Ed. -Caspian disse pondo a espada no cinto.

-Mas ela está ferida, temos que ajudá-la.

-Vá com ela, Ed. -Mary disse pondo a mão sobre o ombro do amigo. -Leve-a até o rio mais próximo, te encontramos lá.

-Tem certeza Mary?

-Sim, ficaremos bem.

E assim Mary e os outros continuaram a explorar o castelo.

-Vamos, Joanna?

-Claro, vamos.

Ela estava sentada em uma pedra na margem do rio e ele estava lavando os cortes do pulso dela quando ela perguntou:

-Por que está fazendo isso?

-Isso o quê? -Ele nem olhava nos olhos dela, só prestava atenção em seus pulsos.

-Me ajudando. Deixou seus amigos irem. Nem nos conhecemos. -Ele parou e olhou para ela.

-Estou te ajudando porque se fosse eu amarrado ali, iria gostar, e AGRADECER se alguém me ajudasse.

-Está certo, desculpe. -Ele olhou pra ela com uma expressão que ela entendeu. -E OBRIGADA por ter me ajudado... ?

-Edmundo. -Ele disse em um sussurro.

-Obrigada, Edmundo. -Ele sorriu. -Mas então, por que estavam no castelo? -Edmundo explicou á ela toda a história desde o início até o fim e ficaram ali, conversando.

Já com Mary e os outros, continuaram pelas passagens secretas, tentando achar alguma sala usada especialmente pela feiticeira. Quando acharam um lugar que quando olharam pela janela, viram que estavam na torre mais alta do castelo.

-Eu disse que ela usava uma torre. -Lúcia disse satisfeita e com um sorriso no rosto.

Ripchip pulava entre as estantes tentando achar alguma coisa interessante. E os outros só vasculhavam entre papéis e anotações da feiticeira.

-Gente, acho que vão querer ver isso! -Mary havia achado dentro de um livro comum, um caderno preto, que parecia ser mais um planejamento da feiticeira. Todos leram, e Lúcia fez uma cara de espanto tão grande que todos a olhavam.

-Não acredito! A Feiticeira Negra é...neta da Feiticeira Branca?!

-Pelo visto sim Lú.

-Confiem em mim, se essa é tão ruim quanto a avó, precisaremos da ajuda de Aslam para derrotá-la.

-Calma, Lúcia. -Caspian disse se dirigindo à cunhada.

-Espera Lú, vamos continuar lendo. -Mary disse já lendo as palavras que estavam escritas. -O bebê da Susana e do Caspian é a chave de uma maldição que ela quer lançar, para todos perderem a memória e aceitá-la como rainha!

-Como? -Caspian disse assustado.

-Ela quer sacrificar o seu bebê, Caspian.

-Não isso não pode tá acontecendo, não pode! -Lúcia sussurrava, quando Hunter a abraçou e a acalmou.

-E o que diz aí sobre o rei Pedro, Lady Mary? -Ripchip perguntou enquanto subia no ombro de Mary.

-A única coisa que diz aqui é:O mago mais poderoso na Arquelândia. -O que isso quer dizer? -Todos a olhavam confusos.

-Já tiramos tudo o que podíamos desse lugar. -Trumpkin disse. -Vamos embora antes que apareçam mais daqueles pássaros.

Estava escurecendo e foram encontrar com Edmundo e Joana no rio onde estavam, lhes contaram todo o plano da feiticeira.

-A única coisa que não sabemos é quem é o mago mais poderoso da Arquelândia. -Mary disse com a cabeça baixa.

-Espera, eu sei sobre ele. -Disse Joana chegando perto de Mary.

-Sabe? Como?

-Uma vez eu fui lá com meus pais, pedir uma poção que fizesse a verdade vir à tona. -Todos olharam pra ela com uma cara de ''como assim?''. -Depois eu explico. O que importa é que eu sei quem é, e onde fica a casa dele.

Joana prometeu levá-los até lá no dia seguinte e decidiram acampar ali mesmo, na beira do rio. Fizeram uma fogueira comeram e deitaram. Mary estava pensando se conseguiriam, e por que tudo isso havia acontecido justamente quando ELA estava em Nárnia. Mas, de verdade, ela já não se importava tanto. Ela só pensava mesmo em resgatar seus amigos e em como seria o seu dia de amanhã. Em como seria o seu décimo sexto dia em Nárnia.