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História 300 Primaveras - Capítulo 4


Escrita por: Nahy06

Capítulo 4 - Capítulo 4


Existem três coisas no mundo que eu realmente odeio.

Primeiro, One Direction, suas musicas por algum motivo me causam emoções bipolares. Segundo, a pizza do Jhoe que fica a quatro quarteirões, ela tem um estranho gosto de chá e peixe. Terceiro, mas o mais importante, acordar antes das 6:00 da manhã.

Como Rosalie me fez prometer que estaria em casa a tempo de irmos ao trabalho, tive que acordar cedo o bastante para deixar alguém irritado.

E eu realmente odeio acordar cedo.

– Você está horrível – ela diz me observando quando abriu a porta e levanto os olhos inchados.

– Eu te odeio.

Ela solta um riso e me puxa para dentro.

Estou realmente irritada por ela estar tão perfeita enquanto eu estou tentando manter meus olhos abertos desde que minha mãe me acordou. Sinceramente eu pensei que iria morrer enquanto dirigia, mas felizmente tive a ideia de colocar uma musica horrível que parecia Renée gritando comigo quando eu quebro um dos seus copos.

Ela pode ser assustadora quando quer.

– Eu preciso de cafeína – imploro sentando no sofá, Jake corre até mim animado e eu me curvo bagunçando seus pelo castanho. – Oi amigão, você sentiu minha falta?

Rosalie coloca uma caneca a minha frente e me endireito pegando-a de sua mão.

– Para sua sorte eu acabei de fazer.

– Obrigada.

Eu suspiro com o cheiro de café fresquinho, mas assim que há o primeiro contato com minha língua, quase coloco tudo para fora com o sabor.

– Você está maluca? – torço o nariz e limpo à boca. – Isso está muito forte!

– Funcionou não foi? Agora você está acordada – quero realmente tirar aquele sorriso irritante do seu rosto, mas tudo que faço é suspirar e implorar por paciência. – Agora vamos. Não posso chegar mais atrasada ou meu chefe vai me demitir.

– Ele é tão ruim assim? – pergunto e ela franze o cenho.

– Às vezes... Bom, na maioria das vezes ele costuma ser “aceitável”.

Faço uma careta e ela solta um riso antes de me puxar para seu quarto e fazer um milagre em meus olhos com um pouco de maquiagem. Meu novo chefe parecia ser a reencarnação de Hitler e sinceramente não sei se vou suportar esse emprego por muito tempo. Mamãe criou uma garota difícil, eu nunca fui boa em sentar e obedecer.

Uma consequência disso é que só consegui me manter em dois empregos por mais de seis meses. Em um deles eu quase fui processada por chutar alguém.

Em minha defesa, ela apalpou a minha bunda. Sim, ela.

Para nossa segurança Rose foi dirigindo e no caminho me explicou muitas particularidades do nosso querido chefe. Aparentemente meu dever era mais parecido como uma faz tudo do que uma secretária.

Eu só esperava que ele não me irritasse, ou vamos estar muito encrencados.

Rose parou o carro depois de alguns minutos e franzi o cenho ao ver onde paramos. Olhei para minha amiga em busca de ajuda e seus lábios se curvaram, olhei novamente para o prédio e balancei a cabeça.

– Impossível...

– Não é impossível – minha futura ex-melhorsegundaamiga falou e respirei fundo.

– Rosalie Halle, você trabalha na Cullen´s, não uma empresa qualquer, mas uma das mais bem sucedidas e famosas dos Estados Unidos que fatura mais números do que eu posso contar e não me falou? – ela assente com um sorriso e jogo a cabeça para trás. – Não sei se te jogo desse carro ou se te dou um abraço.

– Você nunca perguntou onde eu trabalhava.

Levanto a cabeça no mesmo instante e estreito os olhos em sua direção.

Ela era Rosalie Halle, uma mulher que ama se gabar. Quantas vezes ela constantemente me lembrava de que ela tinha um emprego e eu não? Quantas vezes ela já me fez passar as maiores vergonhas da minha vida quando vencia uma aposta? Ela obviamente – porque simplesmente não poderia ter outra explicação – estava fazendo algum jogo que eu não sabia.

– Rose uma coisa dessas você não precisa perguntar. Isso! – apontei para o prédio. – Isso é motivo para você chegar em casa gritando “Porra! Eu trabalho na Cullen's!”

Ela começa a rir e torço o nariz em desgosto.

– Vamos bebê, pare com seu ataque e vamos entrar – meus olhos chegam a brilhar com essas palavras, mas não digo nada a ela e saio do carro.

– Vamos então – digo tentando soar indiferente, mas é algo obvio que ela percebe meu fingimento.

Há varias pessoas circulando pela recepção quando entramos. O nome Cullen´s brilhava escrito na parede ao lado de uma figura de um personagem de um jogo.

Meu coração chega a parar por um segundo antes de estourar de alegria. Entrar nesse solo sagrado é o sonho de qualquer nerd e eu – por mais que muitas pessoas desconheçam esse fato – sou uma fanática por essas coisas.

A maioria das pessoas a nossa volta vestiam roupas simples, como se fossem comprar algo no mercadinho da esquina, e não como se trabalhassem em uma das maiores empresas do país.

Essas pessoas devem ser felizes.

Eu me pergunto porque Rose se veste como se fosse participar de um desfile de moda.

– Bom dia Srta. Halle – diz um senhor alto com pele bronzeada e arqueio uma sobrancelha. Senhorita?

– Bom dia Stevan – ela sorri amigavelmente e o homem baixa o olhar para mim. – Essa é a nova secretaria do Sr. Cullen, Isabella Swan.

– É um prazer conhece-lo – ofereço um sorriso e ele retribui.

– O prazer é todo meu minha jovem. Seja muito bem vinda.

Rose me encaminha para um elevador do outro lado. Olho confusa para as pessoas que se dirigiam a direção oposta.

– Sinto dizer querida – Rose coloca uma mão em meu ombro. – Mas aquele lado é onde fica o paraíso nerd. Nós ficamos na parte burocrática.

Meus ombros caem e toda alegria foge de mim. Eu odeio Rosalie.

– Pense pelo lado bom – ela diz e me puxa para dentro do elevador quando o mesmo abre. – Temos o elevador quase sempre vazio.

Eu observo as portas se fecharem e meu sonho sumir diante dos meus olhos. Talvez eu estivesse exagerando ou talvez não, mas era como se tivessem cortado meu coração em milhões de pedacinhos depois de me mostrarem como a vida é maravilhosa.

Eu já tinha imaginado todo meu futuro. Eu seria como Stevan, uma velhinha feliz e saudade e minha única preocupação seria o que iria ter no jantar e no almoço. No meu enterro meus amigos iriam soltar fogos de artificio e comentar o quanto eu era um exemplo de ser humano.

O que mais uma pessoa poderia querer?

– Chegamos – Rose diz e suspiro ao ver o corredor solitário e sombrio.

Ela vai me apresentando a alguns lugares enquanto andamos e tudo que quero fazer é chorar. Até as pessoas que encontrávamos pareciam depressivas. Por que eu fui confiar em Rose?

Nós paramos em frente a uma porta e há duas mesas, uma em frente a outra, encostadas na parede e eu presumo que esse seja o meu novo ambiente de trabalho.

Há uma mulher sentada em uma das mesas. Rose nos apresenta e diz que ela é a segunda secretária, seu nome é Jessica.

Jessica parece ser uma garota recatada, ela tem cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo e usa óculos estranhamente grandes demais para seu rosto. Ela me oferece um sorriso quando levanta os olhos para mim e volta a olhar para os papeis em sua mesa.

Minha colega de trabalho é estranha.

– Sr. Cullen deve chegar em poucos minutos – Rose diz. – Não se incomode se ele não falar com você ao chegar. Ele não costuma falar muito.

Estou começando a achar que meu chefe tem problemas.

– Oh merda – os olhos de Rose amentam e ela inspira forte. – Eu esqueci de pegar o cappuccino... E-Eu vou ser demitida.

Ela acabou de gaguejar?

Quão terrível esse homem pode ser?

– Rose calma... – estou pensando seriamente em lhe oferecer um saco quando tenho uma ideia. – Eu posso ir comprar agora. Você pode distraí-lo.

– Distrai-lo? – seu rosto adquiriu dois tons mais pálido. – Você quer que eu distraia o Sr. Cullen? Isso... Isso é impossível.

Eu suspiro e rolo os olhos.

– Faça qualquer coisa. Desmaie na frente dele, diga que tem alguém o chamando ou... Eu não sei. Pense em algo.

Ela assente e respira fundo.

– Ele não gosta de muito açúcar.

Eu assinto e antes de sair olho de realce para Jessica que parecia muito calma, diferente da minha amiga que parecia prestes a ter um ataque cardíaco.

Balanço a cabeça a corro em direção ao elevador.

Demoro cerca de 3 minutos para descer e mais 14 para comprar o café no Starbucks e leva-lo de volta. Algumas pessoas me olhavam enquanto eu corria, mas não me importei, essa seria minha nova rotina.

Eu estava correndo de volta a minha mesa quando vi um homem vestido de preto de costas para mim. Rose estava de frente a ele e falava algo, quando ela me viu seus olhos arregalaram e eu quase quis jogar o café na sua cabeça, mas tudo que fiz foi me esconder na parede antes que o meu chefe se virasse.

Meu coração batia acelerado e coloquei a mão na boca para tentar esconder minha respiração ofegante.

Odeio esse emprego.

– Bella? – Rose aparece na minha frente e suspiro de alivio. Eu entrego a bebida e ela corre em direção à porta.

Solto o ar pesadamente e ando em direção a minha mesa. Jessics está lá no mesmo local e digitava algo no computador, ela não me olha ou aparece abalada com nada que aconteceu.

Eu balanço a cabeça e sento na minha cadeira. Olho para frente e observo que na minha mesa só havia um computador, um calendário – que percebi com desgosto que era do ano anterior – e uma pasta com um lembrete em cima que dizia “Quero 15 copias”.

Suspiro e deixo minha cabeça cair entre as mãos.

Realmente odeio esse emprego.

***

 

Estou farta.

Ainda não passou um dia, mas eu já quero matar alguém.

Especialmente meu chefe.

O que ele pensava? Que eu sou sua secretaria ou a escrava particular?

Ele me fez pegar sua roupa, não foram papeis importantes ou um contrato milionário, mas a maldita roupa ridiculamente cara dele.

Sim, eu olhei.

Ainda tive que pegar seu almoço, enquanto salivava de fome, e passar o dia fazendo amizade com a fotocopiadora na sala de Xerox.

Edward Cullen é muito mais que uma pedra no sapato, ele está em um nível completamente diferente. Ele evolui para algo que não existem palavras para descrever.

– Você parece cansada – Rosalie comentou enquanto íamos em direção ao restaurante dos funcionários e eu lhe lanço um olhar feio fazendo-a rir. Ela sabe muito bem o motivo. – Não se preocupe, ele só está testando você. Todas nós passamos por isso.

Isso por acaso é um treinamento militar?

– Você deveria ter sido mais explicita quando me propôs o trabalho – resmunguei quando paramos na fila do almoço. – “Olha Bella, você vai ser uma das secretárias, mas vai fazer papel de empregada”. Isso ajudaria muito.

Ela somente riu e balançou a cabeça.

Pegamos nosso almoço e fomos sentar em umas das mesas vazias.

Felizmente, em beneficio da minha sanidade, almoçávamos todos juntos. As pessoas felizes estavam lá também e, estou tentando não ficar com inveja, mas eles realmente pareciam felizes.

Provavelmente essas pessoas amavam mais ficar aqui do que em suas próprias casas.

– Olha quem está aqui! – fui tirava dos meus devaneios melancólicos por uma voz masculina. Quando me viro para trás há um homem alto de cabelo castanho amarrado em um rabo de cavalo andando em nossa direção com um sorriso. – Rosalie Halle, a que damos a honra da sua presença?

Meus lábios se curvam em um sorriso e me viro para Rose arqueando uma sobrancelha. Suas bochechas ficam vermelhas e ela desvia o olhar.

– Ei James – diz baixinho e ele puxa uma cadeira da nossa mesa para sentar.

Aparentemente o tal James não conhecia o termo “convidar”.

– Eu estou acompanhando a nova secretária do Sr. Cullen – diz e ele vira o olhar para mim. Seus olhos me examinam de cima a baixo e um sorriso lento surge em seus lábios.

– James Hunter, muito prazer – oferece sua mão e sorrio pegando-a.

– Isabella Swan, eu diria que é um prazer, mas você parece mais interessado nos meus seios do que nos meus lábios – digo e seus olhos finalmente sobem para meu rosto e permanecem surpresos por um segundo antes de um sorriso se espalhar por seu rosto.

– Bom Isabella, eu diria que seus lábios também são muitos convidativos.

Eu rolo os olhos e tiro minha mão da sua.

– Você muda de ideia rápido.

Seu sorriso se alarga e ele apoia a mão sobre a mesa e me encara.

– Você não faz ideia do quanto.

– Deixe a garota em paz James – olho para o lado quando uma cadeira é arrastada e um homem senta. Ele tem cabelo curto preto e os olhos puxados. – Ela acabou de chegar.

– Você me conhece Eric. Eu nunca deixo uma oportunidade passar – James se vira para o Eric e pisca um olho, Eric faz uma careta e balança a cabeça.

Eu franzo o cenho diante da cena e olho para Rose em busca de ajuda. Ela assente para mim quando eu lhe dou um olhar do tipo “Não me diga que esse cara que acabou de sentar ao meu lado e me paquerou na maior cara de pau na verdade gosta de jogar dos dois lados?”

– Então... Eric, certo? – pergunto e ele assente. – Você é...

– Eu não sou asiático – responde antes que eu complete a pergunta e sinto meus ombros caírem.

– Você deve ser a nova secretária do Sr. Cullen? – perguntou e eu sorri.

Devo estar muito famosa.

Na verdade desde que eu entrei aqui várias pessoas tem me oferecido olhares.

– Eu estou famosa? – pergunto e os olhos de Eric aumentam.

– Er... Ela não sabe? – ele pergunta a Rose e ela balança a cabeça. Franzo o cenho quando Eric me oferece um olhar de pena.

Do que eles estão falando? Indaguei.

– Parece que você vai ter um longo dia querida – James se coloca de pé assim como Eric e eles se despedem.

Minha cabeça fica inclinada para o lado enquanto olhava os dois saírem e sentarem em outra mesa.

Ouso Rose suspirar e ela tira o celular da bolsa e procura algo no aparelho para logo em seguida me entregar.

Meus olhos quase saltam quando vejo uma foto minha correndo com um café na mão. Havia uma legenda dizendo: Se o seu dia estiver ruim, lembre-se que há sempre alguém em uma situação pior. O titulo da postagem era “A nova garota de Jason”.

– Quem é Jason? – a pergunta sai dos meus lábios antes que eu perceba.

– É o Sr. Cullen, os funcionários o apelidaram assim, sabe de Sexta-Feira 13 – ela diz e assinto sem saber o que dizer. Eu era a nova vitima de Jason, tipo, um dos maiores assassinos do cinema e meu chefe era comparável a ele. Isso não deveria ser bom. – Alguém aqui na empresa criou esse site há algum tempo, todos os dias há uma postagem nova sobre algo relacionado a empresa ou as pessoas daqui. Nenhum dos Cullens sabe sobre isso.

– Isso parecia ser mais legal em Gossip Girl – murmuro e Rose faz uma careta. Ela já deve ter sido vitima alguma vez.

– Eu daria tudo para saber quem é – ela soltou o ar pesadamente – Não é nada legal quando há alguém escrevendo algo sobre você sem a sua permissão. Sabe...

“Você destruiu a minha família.”

Viro-me abruptamente para trás e sinto o coração dispara em meu peito, por um segundo o ar chega a faltar em meus pulmões e balanço a cabeça.

O que foi isso?

– Você ouviu isso? – me viro para Rose e ela franze o cenho.

– O que?

Minhas mãos estão geladas e eu respiro como se houvesse acabado de correr uma maratona. O que era consideravelmente estranho, já que o dia estava quente. Por que eu me sinto tão assustada? Desde quando eu costumo ter medo de algo?

Isso não está certo, eu já fiquei à noite assistindo Freddy Krueger, sozinha. Como posso estar me sentindo assim agora?

“Você nunca deveria ter existido!”

“A culpa é sua.”

“Você o destruiu... Como pode fazer isso?”

Sacudo a cabeça e olho ao redor. Vozes... Haviam vozes por todos os lados. Eram como sussurros na minha cabeça, mas pareciam tão altos como gritos, elas não paravam de falar.

Estou fincando louca?

– Bella? – sinto a mão de Rose em meu ombro e me viro para olhá-la. Ela parecia preocupada. – Você está bem?

– Eu... – eu estou com medo. Quero falar, mas apenas engulo em seco e me coloco em pé. – Eu preciso sair daqui.

Disparo em direção a saída sem esperar uma resposta e ouso Rose me chamar, mas continuo a andar. Eu não sei para onde estou indo e realmente não me importo com isso no momento. Quando percebo estou entrando em um banheiro e me encaminho para uma das cabines.

Eu sento na tampa do vaso fechado e puxo minhas pernas para cima, abraçando-as. Coloco minha cabeça entre os joelhos e fecho os olhos com força.

Sentia como se eu fosse parar de respirar a qualquer momento.

O que estava acontecendo?

– Bella? – era a voz de Rose. Eu não respondo, não consigo responder.

Ouso o barulho dos seus saltos em contato com o chão e ela vai abrindo as portas das cabines até chegar a minha.

Ela para um segundo na porta enquanto me observa e suspira logo em seguida.

– Oh querida... Você está bem? – sinto sua mão em meu ombro. – Consegue me ouvir? Se sim faça o que eu digo, Inspire lentamente e expire lentamente. Pode fazer isso?

Eu faço o que ela diz e após alguns segundos ouvindo suas palavras de conforto posso sentir lentamente meu coração acalmar.

Levanto a cabeça e Rose me oferece um sorriso encorajador, posso sentir meus olhos molhados. Quando foi que chorei?

– Vai ficar tudo bem – ela me puxa para fora da minha posição e minhas pernas fraquejam quando me coloco em pé. Rose me segura antes que eu caia.

– O-Oque a-aco-ont-teceu? – tento falar, mas todo meu corpo continua a tremer.

– Você teve um ataque de pânico – meus olhos aumentam em surpresa e sinto o ar faltar por um segundo. – Shh... Não se preocupe com isso agora. Vamos procurar um lugar para você se sentar, certo?

Ela me ajuda a sair da cabine e me apoia enquanto andamos para fora do banheiro. Entramos em uma sala não muito monge e percebo que é um local de reuniões.

Rose me deixa sentada em uma cadeira e vai ate um bebedouro, trazendo-me logo em seguida um copo com água.

Minhas mãos ainda tremem quando pego o objeto e levo-o aos lábios.

– Sente-se melhor? – eu assinto e ela senta em uma cadeira ao meu lado.

– Eu não sei o que aconteceu – digo quando coloco minhas mãos em cima da mesa e encaro-as. – De repente eu estava falando com você quando... Quando eu escutei algumas vozes.

Levanto a cabeça e a olho, ela me observa com cuidado e então percebo o quão louco minhas palavras soaram.

– Eu não estou louca – digo mais para mim mesma do que para ela. – Não estou...

– Eu sei querida... – ela coloca uma mão em meu ombro e aperta-o levemente. – Por que você não vai para casa por hoje? Eu posso fazer suas tarefas.

Pondero a ideia por um instante, mas balanço a cabeça. Se eu voltar para casa não vou conseguir pensar em mais nada.

– Não... Eu preciso de uma distração no momento.

Ela morde o lábio e franze o cenho, mas ao ver meu olhar determinado suspira.

– Tudo bem, mas tente não exagerar.

Eu ensaio um sorriso e assinto. Entretanto, não consigo tirar aquelas palavras da minha cabeça.

Afinal, o que foi que acabou de acontecer?

***

 

As 05h48min eu estava me preparando para sair.

Rose havia saído para resolver algo para meu querido chefe – que por sinal eu ainda não o havia conhecido – e disse para esperá-la enquanto isso. Bom, é um fato que nunca recuso uma carona.

Jessica, minha silenciosa colega de trabalho, ainda estava sentada em sua mesa como uma estátua. Ela não parecia ser do tipo falante e acredite, eu tentei estabelecer alguma conversa, mas ela sempre me respondia com respostas vagas e sem interesse.

Aparentemente ela não queria ser minha amiga.

Eu estava morta. Tanto psicologicamente, como fisicamente.

Meu corpo parecia estar mais pesado do que o normal e tudo em que penso é em me jogar em uma cama confortável e ter sonhos assassinos com meu chefe.

Infelizmente o telefone tocou.

Eu olho em pânico para Jessica sem saber o que fazer, porque a porcaria não havia tocado em nenhum minuto do dia, Rose sempre me dizia o que fazer. E por que demônios está tocando o meu e não o de Jessica?

Hesitando estendo a mão para pegar o objeto e fecho os olhos antes de atender.

– A-Alo? – não me lembro de ficar tão nervosa para atender um telefone desde aquele dia em que o Sr. Mason ligou para meus pais.

– O que vocês estão fazendo? Onde estão os documentos que eu pedi? – oh céus, a voz dele é quente, mas está tão irritada para me por correndo em segundos.

– Sr. Cullen, a Srta. Helle saiu e... – e eu não sei que merda devo fazer. Será que pega mal se eu dizer isso?

– Não me interessa! Traga os malditos papeis agora! – olho para o telefone mudo sem reação.

Não acredito que ele desligou na minha cara.

Respiro fundo e coloco o aparelho de volta em seu lugar.

– Jessica – digo calmamente e finalmente ela dirige os olhos para mim. – O Sr. Cullen está perguntando por alguns documentos. Você sabe do que se trata?

Ela me olha por um segundo e assente.

– Eu havia esquecido – comenta casualmente e levanta. – Você pode ir agora, eu levo para ele.

Forço um sorriso e pego minha bolsa em cima da mesa enquanto a observo ir.

Bom, apesar de todo estresse emocional, de ter tido minha foto publicada e ridicularizada, de ter sofrido um inferno com meu chefe e por ter meus pés doendo como uma vadia. Apesar de tudo isso, o dia foi bom.

O dia foi...

Foda-se!


Notas Finais


Oi gente! O que estão achando?


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