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História 31 Days - Capítulo Único


Escrita por: skooluvz

Notas do Autor


Boa leitura~ ♡

Capítulo 1 - Capítulo Único


Bae Irene

Fazia exatamente um mês que ela havia me deixado. Quatro semanas que ela havia saído por aquela porta. Trinta e um dias, que nós havíamos brigado.

Flashback ON

- COVARDE! – Gritei enquanto a empurrava com todas as forças que eu tinha. Por sorte, ela era mais forte, por isso não terminou no chão como eu terminaria caso tudo isso fosse ao contrário – EU TE ODEIO! – gritei de novo. Era mentira? Sim. Mas era uma mentira que ela não precisava saber.

- Baechu-ah, tente entender...

- Como pode me pedir pra entender uma coisa dessas? – perguntei incrédula.

- Foi sem querer.

- Sem querer? O que vai me dizer agora? Que transou sem querer? Forjou o orgasmo também? – lhe perguntei sarcástica enquanto tentava não lhe estapear.

- Mas eu não quis. Não me culpe assim!

- COVARDE! – gritei de novo – assuma seus atos, Kang Seulgi! Você não é a rainha do bom senso? Princesa da verdade?

- Eu estava bêbada, Irene – falou sentando no sofá enquanto se encolhia. Posso ser mais baixa, mais feminina, ou qualquer coisa que leve as pessoas á acharem que sou ‘a frágil e indefesa da relação’, mas se formos comparar, eu com certeza sou a mais assustadora da relação quando estamos brigando.

- E o álcool te faz me esquecer? Da pessoa que você diz que ama todos os dias? Ele te dá amnesia temporária? – Eu queria uma resposta significativa, que me fizesse repensar sobre seu ato, mas no fundo eu sabia que não teria motivos convincentes para me fazer perdoa-la.

- Eu só percebi o que havia feito quando acordei e percebi que não era você.

- Ela pelo menos se parecia comigo?

- Não... – respondeu quase sussurrando.

- Então por quais motivos, razões ou circunstancias você só percebeu no outro dia que quem estava ali não era eu? – perguntei levantando o tom de voz enquanto ela se encolhia cada vez mais – ela no mínimo transava bem?

- Não tão bem quanto você – respondeu me lançando olhares maliciosos. Se minha raiva não fosse tão grande, ela provavelmente conseguiria me levar para o quarto agora mesmo, mas para a infelicidade dela, minha raiva estava no limite.

- Se ela não se parecia comigo, nem era boa de cama tanto quanto eu, então porque você me traiu?

- Não sei. Calor do momento?

- Você está brincando com a minha cara, Seulgi?

- Não. – ela provavelmente está ligada no modo automático de responder ‘não’, por que é só isso que ela responde.

- Olha, Seulgi, eu aceito tudo, e você sabe disso. Eu aceito quando os repórteres, fotógrafos e a porra toda me seguem, e não me deixam comprar nem um pão, apenas para me perguntarem “onde a Seulgi está?”, e eu confesso que tenho uma vontade enorme de responder “você sabe que ela está em turnê com o Red Velvet”, e soltar meu dicionário de palavrões em cima deles, mas eu não digo nada disso. Aceito as ofensas dos seus fãs, e também aceito as ofensas no meu twitter que recebo deles á cada segundo, enquanto eles dizem que estou fingindo te amar, só porque desejo ter fama á suas custas. Mas você sabe por que não os respondo de forma grossa? Do mesmo modo que fazem comigo? Porque eles são seus fãs, e eu não quero prejudicar seu trabalho, porque sei que você ama o que faz. Mas traição? Isso eu não aceito.

- Irene, o que você quer dizer com isso?

- Quero dizer que isso acabou.

- Baechu, me perdoa, você sabe que eu não quis.

- Pare de dizer que não quis, porque você quis sim, caso contrário, não teria feito o que fez. Pegue suas coisas e saia daqui hoje mesmo.

Flashback OFF

E ela foi embora. Do meu apartamento. Da minha vida. Menos do meu coração.

Caminhei até o armário, e quando o abri, dei de cara com a xícara que ela dizia não conseguir viver sem. Mas ela estava vivendo. Sem a xícara, e sem mim. Ignorei-a e peguei outra xícara qualquer, logo me servindo com chá. Éramos opostas. Ela gostava de café, enquanto eu só bebia chá. Ela cozinhava para mim, enquanto eu não conseguia nem lavar um arroz. Eu era imperfeita, mas ela era uma traidora.

Flashback ON

“Baechu-ah. Sou eu. Eu só te liguei pra dizer o quanto te amo. E eu te amo muito, muito e muito. Sempre quis que você soubesse que é minha princesa, e agora você sabe. Irene, você é maravilhosa, tanto que merece o mundo, mas o mundo não te merece. E quero que você saiba também que você é o amor da minha vida!”

Sorri. Ela tinha deixado uma mensagem na minha caixa postal. O grupo dela, Red Velvet, estava no Brasil, especificamente no Rio Grande do Sul, em um dos shows que faria por lá, enquanto eu estava na Coréia do Sul, em Seul. Mas eu tentava compreende-la, pois a culpa não era dela, e sim de sua empresa, SM Entertainment, que agendou turnês quase intermináveis e compromissos em outros países.

Distância. Amor. Saudade.

Ouça-me bem: Nunca se apaixone por um idol. Acredite em mim, pois digo isso por experiência própria.

 - Oi – falei seca assim que atendi sua ligação. Ela estava do outro lado do mundo, e eu era obrigada á ficar acordada até ás três horas da manhã para poder falar com ela, já que ela só desocupava essa hora, mas para ela, ainda eram três da tarde. Droga de fuso horário.

- Amor, aconteceu alguma coisa? – perguntou animada, provavelmente por que hoje faria mais um show, e pelo que me contou, os fãs brasileiros eram os melhores em questão de animação.

- Sinto sua falta, Seulgi. Quando essa turnê acaba? Quando você volta? Quantos shows faltam no Brasil? Qual será o próximo país da turnê depois daí? – droga. Parecia que eu estava reclamando de seu trabalho, pois estava bombardeando-a de perguntas. De fato, eu estava reclamando, e muito, mas ela não precisava perceber, pois não era minha intenção magoa-la e preocupa-la.

- Eu também sinto sua falta, Baechu. A turnê acaba em breve, faltam apenas duas cidades, e até onde sei, o Brasil será o ultimo país dessa turnê – sua voz soou doce. Eu desejava mais do que tudo estar lá com ela. Ou ela também poderia estar aqui no meu apartamento. Poderíamos assistir diversos doramas, enquanto nos entupíamos de pizza e coca-cola, e ela faria cafuné no meu cabelo. Eu apoiaria minha cabeça no ombro dela, e sentiria seu perfume.

Droga de distancia. Droga de turnê. Droga de SM.

- Eu só gostaria que você estivesse aqui comigo para me ajudar á acabar com o tédio.

- Espere só mais um pouco, Irene.

- Semana passada eu falei com seu pai, e ele também sente sua falta. Ligue para ele. Ele deve estar com muitas saudades.

- Eu ligarei – “cinco minutos, unnie”, ouvi a voz de Joy, uma das colegas de grupo de Seulgi lhe chamando – preciso ir.

- Ok – suspirei – dê um abraço nas garotas por mim, estou com saudades delas também.

- Sim, farei isso. Mas agora eu realmente preciso ir... Amo você.

- Eu também amo você, Seulgi.

Flashback OFF

Atravessei a sala e caminhei até a varanda. Puxei a cortina e abri a porta de vidro enquanto me colocava para fora. Era estreito, mas não era perigoso, e nem tão apertado quanto parecia. Estava ventando um pouco forte. Eu estava usando um moletom largo que Seulgi costumava usar. Ainda tinha seu cheiro, e o vento só fazia o aroma ficar mais forte.

Flashback ON

- Seulgi... Eu... Sou... – suspirei nervosa. Meu coração devia estar quase saindo pela boca – eu sou virgem, Seulgi.

- Sim, eu sei – ela disse sorrindo.

- O que? Como assim? Como você sabe? – questionei com o semblante sério. Ela não saberia, a menos que a única pessoa que sabe sobre isso tivesse lhe contado.

- Exatamente isso que você está pensando. Wendy me contou. Ela é integrante do Red Velvet também, e você sabe que ela me conta tudo.

- Maldita hora em que fui ter como melhor amiga sua colega de dormitório. Eu vou mata-la!

- Eu só quero te dizer que não tem problema nenhum – falou séria – se você é virgem, não se preocupe. Kang Seulgi pode resolver esse problema pra você – falou com sorrisos e olhares cheios de segundas intenções.

Flashback OFF

Há trinta e um dias atrás nós havíamos brigado por que ela foi para a cama com uma fã no Brasil. E há trinta e um dias atrás ela me disse que a garota não transava tão bem quanto eu, e isso me fez pensar que ela realmente era péssima de cama, porque eu não sou alguém tão experiente assim.

Estava ficando cada vez mais frio, e de repente começou á chover. Sai da varanda e retornei para a sala. Nada mudou. Ainda havia coisas dela ali, mas o que fazia mais falta não estava. Ela. Tinha uma escova de dente dela no banheiro, um short em uma das minhas gavetas, a xicara, e pelo menos um ou dois moletons no meu guarda-roupa.

Acomodei-me no sofá e abracei meus joelhos. Droga. Mesmo depois da traição de Seulgi, eu ainda amava aquela idiota.

Flashback ON

- Euamovocê.

- Bear, respire fundo, e depois fale com calma – falei bebendo um pouco do meu milk-shake de baunilha. Estávamos no Rio Han, pois Seulgi havia me levado lá por motivos que eu ainda desconhecia.

- Eu... Amo... Você – repetiu pausadamente me fazendo engasgar e olha-la com os olhos arregalados.

- Como é?

- Eu sei que é meio cedo para falar as três palavras, mas eu... – não a deixei terminar a frase. Selei meus lábios no dela. Estávamos nos beijando no Rio Han. RIO HAN. Isso é o sonho de toda garota sul-coreana. Uma das minhas segurava o copo com o milk-shake, e a outra estava em seu cabelo. Seus lábios não eram doces, salgados, nem nada do tipo. Eram apenas diferentes, e eu gostava.

- Eu amo você, Seulgi Bear.

Não era cedo para dizer as três palavras. Pelo menos não para nós.

Flashback OFF

Droga. Eu estava chorando de novo, e pelos mesmos motivos. Kang Seulgi e sua estranha mania de partir e consertar meu coração ao mesmo tempo. Irônico.

Nós nos conhecemos em uma praia de Busan. Enquanto ela estava aproveitando as férias de uma semana que havia ganhado da SM, eu estava visitando uma amiga para lhe contar sobre o fora que eu havia levado.

Desde então, Kang Seulgi e eu fomos vistas juntas. Você tem noção? Eu, uma pessoa igual qualquer outra que habita esse mundo, estava junto de Kang Seulgi, uma das idols sul-coreanas mais famosas de todos os tempos.

Você já deve imaginar a confusão que foi.  O fandom do Red Velvet atacou, o Dispatch atacou, o AllKpop acabou, o Koreaboo atacou. Enfim, a mídia atacou. Não só a mídia coreana, mas a mídia de todo o mundo. Sempre havia matérias do tipo “Kang Seulgi e possível namorada nova”. Então Im Yoona passou á dividir as capas de revistas comigo e com Seulgi, e nós três éramos ‘as queridinhas da Coréia’. Não tenho certeza se Yoona me odeia por isso, pois nos vimos apenas algumas vezes em algumas premiações, mas ela nunca comentou nada sobre o assunto, o que me faz pensar que ela não me vê como uma pessoa tão importante assim.

Seulgi passou tempos e tempos confirmando para a mídia que nós não estávamos namorando, mas que eu era ‘uma garota especial’ para ela. Mas foi só depois de termos dito as três palavras no Rio Han, que nosso namoro foi confirmado por ela, e é lógico que os fãs do Red Velvet não ficaram felizes com a noticia.

Há trinta e um dias eu era obrigada á conviver longe dela, mas com a saudade e as fofocas. “Kang Seulgi está solteira”, “Ex- de Kang Seulgi envolvida em escândalo de traição”. Sim, eu recebi a culpa do término do relacionamento, pois segundo a mídia, eu havia traído a Seulgi. Mas isso é de longe a pior coisa. Ainda tinham as ameaças e as ofensas, que eu imaginava que com o nosso término iriam diminuir. Mas eu estava completamente enganada.

Meu twitter estava cheio de mensagens, e parecia que isso nunca iria acabar.

 “Só queria cinco minutos de fama, não é? Vadia!”

“Espero que não volte com ela, por que ela merece alguém melhor.”

“Deve ter terminado com você porque você não é boa de cama.”

E outras mensagens piores, algumas delas tinham tantos palavrões repetidos que me faz estranhar o fato de elas não terem sido banidas ainda, já que com certeza estão cheias de spam. Mas eu nunca cheguei á twittar nada que difamasse ou ofendesse algum fã da Seulgi, por que já tenho problemas demais com elas, e não preciso de mais um. Porém eu tenho que admitir que tive dias péssimos, daqueles em que você só sente vontade de dizer ‘foda-se o mundo’, e também aqueles dias em que você não se acha boa o suficiente, e tenta formular em sua mente todas as razões possíveis para entender o por que de sua existência. Lembro-me de um dia em que passei várias horas na frente do meu espelho, enquanto perguntava para mim mesma ‘o que há de errado comigo?’. Tentei parar de comer diversas vezes, emagreci tanto que cheguei á pesar quarenta quilos em apenas duas semanas, e mesmo assim, continuava sendo chamada de gorda.

Levantei do sofá ainda chorando. Eu só queria que aquela idiota desse algum sinal de vida, pois mesmo que eu tivesse dito para que ela nunca mais me procurasse, eu já tinha a perdoado, afinal, eu ainda a amava. Sei que dizem “quem ama perdoa” e “quem ama não magoa”, mas para mim, não existiam frases mais clichês que essas. Ela dizia que me amava, mas tinha me magoado. Eu também dizia que a amava, mas não a perdoei quando ela se desculpou.

A campainha tocou e eu estava indo em direção á portar para atender quem estive do outro lado. Parei e dei uma olhada no espelho que estava pendurado na parede. Eu estava horrível. Provavelmente o entregador se assustaria e ficaria com pena, mas eu não quero pena de ninguém, e menos ainda de um entregador.

Porque pedi pizza em uma sexta-feira á noite em vez de sair para comer em algum lugar decente, ou simplesmente cozinhar algo? (a) eu não consigo nem fritar um ovo sem incendiar a casa toda, (b) eu não estava a fim de ir á um lugar tão longe da minha casa, e os lugares com comida próximos daqui só servem frango e sushi, e (c) os únicos sushis que eu realmente senti vontade de comer em toda minha vida foram feitos pela Seulgi, e frango me faz muito mal, então eu realmente não quero comer isso.

Abri a porta, mas não me deparei com o entregador. Era ela. Seulgi estava ali.

- Eu sei que fui a mulher mais idiota do mundo, e merecia uma bela surra. Você é tão forte e independente, e eu ainda sou uma pirralha. Você sempre reclama quando eu quebro um copo, ou quando deixo a TV no volume máximo. Você odeia gatos e eu tenho três. Gosta de Yorkshire, enquanto eu prefiro Shih-Tzu. Tem um fetiche pela Hyuna, mas não me trocaria por ela – Seulgi disse e entrou no meu apartamento, pingando água do meu adorável tapete da Sailor Mercury – você me irrita quando enfia o pé gelado no meio das minhas pernas, e eu te irrito quando esqueço a toalha molhada em cima da cama. Fica extremamente irritada quando eu falo de outras garotas, mas sabe que só faço isso pra te ver nervosinha, por que adoro te ver assim – ela deu uma pausa para sorrir, enquanto eu já sorria há muito tempo. Meu sorriso, provavelmente, já estava quase rasgando o meu rosto – Hoje faz trinta e um dias que você me mandou embora, e disse que não queria me ver nunca mais. Eu sinto sua falta, e estou quase enlouquecendo sem você, mas se você disser que não sente o mesmo, eu te prometo que saio por essa porta, não te procuro mais e te deixo em paz para sempre. Mas antes de qualquer coisa, eu preciso te dizer as três palavras – Seulgi disse sorrindo novamente. Eu sabia quais eram as palavras, e ela sabia que eu sabia – eu amo você.

Então eu simplesmente me deixei cair em seus braços, e a abracei forte, como se fosse perdê-la para sempre. Suas mãos estavam tremulas por conta do frio, mas ainda assim ela segurava minha cintura com força. Eu não queria sair dali nunca, e mais do que tudo, eu precisava beija-la. Então fiz o que estava esperando fazer durante trinta e um dias, a beijei com toda vontade do mundo. Seus lábios estavam gélidos, mas sua língua estava quente.

- Eu amo você também, Bear – foram as ultimas palavras que pronunciei antes que ela me levasse para o cômodo que voltava á ser o nosso quarto. E meu apartamento voltava a ser o nosso apartamento, já que ela vivia mais lá do que na própria casa. Minha Seulgi tinha voltado. Nossa vida tinha voltado. 



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