História 32 Dias de Fontcest - Dia 29

  Dia 29: E mais uma vez Papyrus acordava antes que o despertador dissesse ser necessário, isso era estranho, seu corpo estava estranho, sentia-se cansado, mas havia uma ansiedade que o impedia de dormir. Se sentou na cama e olhou para o aparelho ao lado da mesma, não faltava muito para tocar, então decidiu que já podia se levantar e trocar de roupa.

  Foi até seu armário e o abriu, se olhou no espelho que ficava pendurado na porta do mesmo, parecia um pouco cansado, mas estava bem. Ergueu um pouco a blusa, parando no mesmo instante que vira a pequena alma em sua barriga, ele estava...

  Colocou a mão na boca, se afastando lentamente do espelho, as lagrimas vindo e o desespero estava tomando conta de si, não, não podia ser, isso...Deus, isso não podia estar acontecendo!

  Saiu do quarto, não sabia a onde ir ou o que fazer, estão tão nervoso! E  as lagrimas continuavam a cair, de um modo que nem mesmo ele estava esperando. Como...Como contaria a Sans ? Não havia como esconder, isso era nítido, mas o que Sans diria ? Todo o medo e preocupação fazia com que tivesse outra visão sobre o irmão, como se o mesmo não fosse entender, não fosse aceitar.

  Enxugou as lagrimas, tentando se acalmar, precisava agir normalmente quando o irmão acordasse, não queria que ele se preocupasse por estar chorando, porque com toda a certeza ele iria. Desceu as escadas e foi preparar o café da manha, seria melhor manter tudo normal por enquanto, e cozinhar provavelmente deixaria sua mente ocupada.

  Foi só quando terminou de por a mesa e viu que o irmão já havia acordado que a preocupação voltou, não sabia se era uma boa hora pra contar e estava com medo de contar, então apenas sorriu e tentou agir o mais natural possível.

  Assim que chegou ao andar de baixo, Sans foi na direção do irmão e, com aquele sorriso apaixonado, o abraçou, o mesmo gelou, mas o irmão pareceu não se importar dele estar “usando” magia para fazer a barriga.

 - Bom dia, Pap.

 - Bom dia, Sans.- Disse meio nervoso.

 - Se sente melhor ?

 - Uh ? Ah! Sim, sim! Bem melhor.

 - Que bom.- Sorriu, se sentando na mesa e começando a comer, Papyrus fez o mesmo e ambos acabaram ficando em silencio por um tempo, isso porque de manha Sans sempre esta com sono e era o mais novo que sempre puxava assunto.

 - Sans.

 - Uh ?

 - O que você acha de...Crianças ?

 - Como assim ?

 - Sabe, aqui em casa.

 - Eu não sei, por que ?

 - Porque...Eu tava pensando em ver se a Frisk quer passar uns dias aqui e eu acho que o Asriel talvez viesse junto, o que você acha ?

 - Parece uma boa ideia.

 - É...Mas pode ser que demore, eu não sei.

 - Uhum...Vai sair hoje ?

 - Vou! Eu...Vou sair com o Mettaton hoje.- Disse, não conseguindo acreditar que havia mentido dessa maneira.

 - Vão fazer o que ?

 - Ele não disse, mas sei que vai ser bem legal.

 - Espero que você se divirta.- Disse, tentando conter o ciúmes.

 - É-é.

 - Você vai que horas ?

 - Daqui a pouco...Se não tiver problema.

 - Não, tudo bem.

 - É que você disse que ia me ensinar a cozinha e se eu vou daqui a pouco não vou almoçar em casa.

 - Bem, eu posso ir comprar as coisas a tarde e a gente faz a janta.

 - Okay.- Sorriu.

                                                                                           (...)

  Sans havia saído de casa, havia dito que iria no Grillby’s para o irmão, o que, pela primeira vez, deixou o mais novo aliviado, até mesmo um pouco feliz já que assim não teria que se preocupar com o que o irmão acharia de ele não estar usando a sua roupa de costume, porque com certeza ele estranharia e perguntaria o motivo.

  Ligou para Mettaton, perguntando se poderiam almoçar juntos, o mesmo ficara animado com o convite inesperado, mas estava um tanto ocupado com uns assuntos em seu hotel e podia ser que demorasse bastante, mas o esqueleto fez questão de se oferecer para ajudar o robô, que aceitara alegremente, mesmo sabendo que o outro não entenderia certas coisas do assunto, adorava sai presença.

 E, de fato, quando Papyrus foi resolver as coisas com Mettaton não entendera praticamente nada que estava na prancheta, quem diria que administrar um hotel fosse tão confuso. O robô até chegou a perguntar ao menor o por que estar usando outro tipo de roupa, já que o mesmo estava acostumado a vê-lo com apenas um tipo, mas antes que o esqueleto pudesse responder Mettaton disse que não importava e que o mesmo ficava ótimo com qualquer roupa.

  Mesmo sabendo o motivo do cansaço, ainda achava incrível o mesmo se fazer tão presente, estava se tornando cada vez mais difícil se mostrar animado e cheio de energia para todos a sua volta.

 - Eu já fiz o que mandou, senhor Mettaton.- Disse o gato com uniforme de garçom.

 - Okay, James querido, eu já vou ver o que mais você pode fazer.- Então o robô passou o olho pelas folhas na prancheta.- Eu não acredito nisso! Eu já volto, Papyzinho.

 - Tudo bem.- Papyrus sorriu, e o robô foi resolver seja lá o que havia o indignado.

 - É...O-oi Papyrus.- Disse o gato um tanto nervoso.

 - Ola! – Sorriu.- Espera, você que é o James ?

 - Sim...?

 - Escuta aqui.- Pegou o menor pela gola da camisa, fazendo com que o mesmo o olhasse nos olhos, sendo que um deles estava laranja.- Eu não quero mais saber de você colocando todos aqueles pensamentos ruins na cabeça do meu irmão, e se você abrir a boca mais uma vez pra falar do relacionamento alheio, principalmente do meu, você vai se ver comigo, e você não vai querer me ver bravo.

 - Okay, okay. Eu não faço mais isso.- Disse desesperado, Papyrus conseguia ser realmente assustador quando queria.- Por favor me desculpe.

 - Eu não sou de negar um pedido de desculpas, mas se você fizer isso de novo...

 - Eu já entendi, eu já entendi.- Disse, ainda nervoso.

 - Bom mesmo.- Soltou o menor e cruzou os braços, ainda olhando para o outro com aquele expressão irritada, o mesmo parecia um tanto assustado e realmente arrependido.- Eu te assustei ?

 - S-só um pouquinho.- Soltou um riso meio nervoso.- Olha, eu sinto muito mesmo se eu causei algum problema, as vezes eu sou um completo babaca e faço e falo as coisas sem pensar...Acho que é por isso que não tenho muitos amigos.

 - Tudo bem, as coisas já se resolveram. E se você quiser podemos ser amigos, eu sou ótimo nisso!

 - Eu adoraria.- Sorriu com um olhar radiante e corando de leve.

 - Abraço de novo amigo.- Anunciou, apertando o menor que corara fortemente e soltara um riso mais do que nervoso.

 - Voltei queridos! – Mettaton anunciou sua chegada, dando novamente uma olhada na prancheta.- E eu esqueci de falar com o Burgerpants, James você pode ir ver com seu primo se ele já arrumou essas coisas ?

 - Claro.- Pegou o papel que o robô lhe entregara.- Tchau Papyrus.

 - Tchau.- Acenou para o menor, que sorriu e seguiu caminho.

                                                                                         (...)

 - Pap! Você chegou! – Sans disse dando aquele sorriso apaixonado e de certo modo acolhedor, o mais novo sorriu de volta e foi na direção do irmão que estava na cozinha.- Já separei os ingredientes, pronto para sua aula de culinária ?

 - Uhum.- Assentiu com um sorriso no rosto.

  O que iriam preparar não era nem um pouco difícil, apenas frango frito com mel, ou a primeira coisa que Sans viu e decidiu comprar.Papyrus estava realmente animado com isso, tanto que até havia se esquecido de seu “segredo”, claro que não é algo que se consegue esquecer por completo, mas ele estava realmente colocando toda sua atenção em qualquer outra coisa que visse. Claro que Sans se perguntou do porque o irmão estar vestido diferente, mas decidira não perguntar, talvez fosse só porque havia saído com Mettaton, o que era algo que ainda o incomodava, bem pouco comparado a um tempo atrás, sabia que o robô e o irmão eram apenas amigos e, depois de tudo, estava de certo modo confiante com seu relacionamento.

  O mais novo estava temperando o frango, do modo que o irmão havia explicado, o mesmo o abraçou por trás, fazendo com que, mais uma vez, ele gelasse, não havia como ele não sentir sua barriga.

 - Você sabe que ficar usando sua magia direto pode te cansar, não é ?

 - Eu sei.- Disse, tentando manter a calma, o irmão pareceu não ligar, soltando um leve riso e descendo sua mão para dentro da calça do mais novo.- Sans! Eu estou cozinhando!

 - Vamos lá Pappy ~

 - Mantenha o foco na comida!

 - Você ‘ta levando isso muito a serio.

 - Tenho que levar, não quero errar na receita!

                                                                                              (...)

  O jantar ficara, de fato, magnífico, mudar a rotina é bom as vezes, mas mesmo com a comida deliciosa e a presença do irmão, que sempre o alegrava, Papyrus continuava preocupado, não podia e muito menos devia esconder isso, mas tinha tanto medo.

 - O que você acha de um pouco de diversão antes de dormir ? – Sans disse, abraçando por trás o irmão que tentava dormir.

 - Eu estou cansado agora...

 - Hmm, só um pouquinho ~

 - Não...Agora não.

 - Pap.

 - O que ?

 - Eu fiz alguma coisa errada ?

 - Não! – Se virou rapidamente para o menor.- Claro que não.

 - Então...

 - Eu só estou com sono e acho que não é uma boa hora.

 - Certo...Boa noite, Pap.- Depositou um beijo na testa do mais novo.

 - Boa noite, Sans.