Reset
Essa era, de fato, uma palavra que lhe causava arrepios, agonia, talvez desespero, sempre carregado da mais completa decepção, porque tudo sempre havia sido em vão.
Se você comente erros é ótimo, é simplesmente incrível, a melhor coisa que se pode ter, e com um simples ato você pode fazer com que as coisas voltem da onde começaram, então você pode refazer tudo de novo, certo ou errado, se importando com os outros ou apenas os ignorando, ignorando suas pobres vidas insignificantes, apagando-as. Explore as possibilidades, vá até a onde a curiosidade te levar, sem se importar com as consequências, porque você vai sempre poder voltar para o inicio.
“E isso me deixa triste as vezes...” Sans pensou em meio a toda aquela filosofia sobre resets, porque sempre pensava nisso, nessa possibilidade, em que quando menos esperasse tudo fosse voltar ao começo, tudo que passara apenas deixasse de existir.
Estava mais uma vez em seu quarto, sozinho, como era antes, como sempre fora, aquele bom e velho quarto bagunçado, nada mudou.
“Porque coisas ruins são apagadas, mas as boas também. E eu fico imaginando no quão triste é perder todas essas coisas boas, de novo e de novo...”
Colocou seu casaco e esfregou os olhos tentando acordar por completo, o clima estava simplesmente tão mórbido naquele cômodo, tão quieto e vazio, ficar ali sozinho estava sendo tão desconfortável, sufocante, como se tudo estivesse acabado, porque faltava algo, alguém, porque seu irmão não estava lá, com aquele sorriso tão doce, tão inocente, tão alegre, ele não estava lá com toda sua ternura e com seu amor imensurável.
Sair daquele quarto parecia uma boa ideia, parecia um alivio, mas isso não mudou as coisas, não as tornou diferentes, a casa estava quieta e estava mais frio que o normal, podia-se ouvir o vento lá fora, até mesmo o som de quem passava por lá, mas a casa estava em silencio, era cedo ainda, então talvez, apenas talvez, não houvesse problema nessa quietude.
Desceu as escadas, agora podia ouvir, ouvir um leve som da comida sendo feita, agora podia ouvir o som dos talheres e de algo sendo colocado na pia, agora podia sentir o cheiro que começava a tomar conta do lugar, e agora podia ver a luz que vinha da cozinha. As coisas pareciam normais, como sempre foram.
A sala estava arrumada e nada parecia faltar, tudo estava bem, porque se estivesse desarrumada não seria normal, não seria como de costume e, também, não havia motivos para deixa-la diferente. Respirou fundo, porque o sono ainda estava se fazendo presente, e era incrível, simplesmente incrível como quando estava com sono sua mente se enchia desses pensamentos, notando cada detalhe, coisas como: O sofá estava sujo com pelos que Pasta sempre deixada, como o carpete estava gasto, ou até mesmo como aquela pedra ficava bem coberta de granulado. Coisas simples que no decorrer do dia são simplesmente ignoradas, mas que estão sempre ali, fazendo seu único papel de existir.
Então entrou na cozinha, não conseguindo não sorrir, Papyrus estava lá! Sorrindo, como sempre. Preparando o café da manha, uma de suas mãos mexendo a panela e a outra sobre sua barriga.
“Mas eu fico realmente feliz em saber que desta vez, pra mim...” Ele pensou despreocupado.
O mais novo sorriu alegremente ao ver o irmão, e não pensou duas vezes para ir na direção do mesmo, o abraçando com carinho.
“...As coisas não foram assim.”
Então o irmão o beijou, ternamente. Como sempre fazia, provando que seu amor é a coisa mais verdadeira que poderia existir naquele e em todos os momentos.
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